28 de julho de 2010

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini não recua, mas reafirma sua posição contrária aos candidatos abortistas

Catedral de Guarulhos, consagrada a Na. Sra. da Conceição

Muitos leitores ficaram agradavelmente surpresos com o artigo de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos, recomendando aos fiéis não votar em candidatos abortistas. E outros, desagradavelmente surpresos pela “censura” às suas firmes palavras — pelo fato de terem retirado seu artigo do site da CNBB. (vide post abaixo: Censura: Artigo de Bispo, condenando a posição abortista do PT, retirado do site da CNBB )

A candidata petista, Dilma Rousseff, chegou a condenar a recomendação do bispo, dizendo que não era a posição da CNBB. Em entrevista à rádio de Garanhuns (onde se encontrava para um comício) declarou: “O artigo [de Dom Bergonzini] parte do pressuposto incorreto. Tanto eu quanto o presidente Lula não defendemos o aborto. Defendemos o cumprimento estrito da lei”. Ora, e se a lei permite a prática abortiva?! No fundo, ela está defendendo um princípio contaminado por graves erros: se é lei, deve-se aplicar, mesmo que contrária à Lei Natural ou à Lei Divina. Então para ela, em tese, poder-se-ia matar um ser humano no ventre materno, desde que o aborto esteja prescrito em lei.

Dona Dilma afirmou ainda que “o tema [do aborto] não deve ser tratado de forma religiosa”. Como não tratá-lo de forma também religiosa, se afronta o 5º mandamento da Lei de Deus, que ordena não matar?

Receávamos que com essas "censuras" Dom Bergonzini atenuasse sua firme posição. Graças a Deus, ele não recuou. Pelo contrário, além de manter o referido artigo no site da Diocese de Guarulhos, ele a reafirmou em entrevista à “Folha de S. Paulo”.


Bispo de Guarulhos diz que não recuará em mobilização contra Dilma 
FÁBIO ZAMBELI
DE BRASÍLIA
23/07/2010
Altar principal da Catedral
Pivô da polêmica mobilização contra Dilma Rousseff, o bispo de Guarulhos (SP), d. Luiz Gonzaga Bergonzini afirma que não recuará e levará sua manifestação de veto à presidenciável às missas e celebrações das 37 paróquias da cidade.

Ele considera o PT favorável à descriminalização do aborto e divulgou artigo recomendando aos católicos que boicotem a petista.

Governado desde 2001 pelo PT, o município é o segundo colégio eleitoral do Estado, com 788 mil votantes. A campanha informal alicerçada na diocese desagradou o prefeito Sebastião Almeida.

“Sou católico e respeito a posição do religioso. Mas não posso concordar com a transformação de uma posição doutrinária da Igreja Católica em apoio ou rejeição a qualquer candidato”.

Em entrevista à Folha, d. Luiz Gonzaga, 74 anos, diz não ter nada pessoal contra a candidata, mas é irredutível, mesmo após as recorrentes negativas da ex-ministra da Casa Civil.

“Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não”.


Leia os principais trechos da entrevista concedida pelo bispo

Folha — Mesmo com a recomendação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela neutralidade na campanha, o senhor decidiu explicitar sua posição contrária à candidata Dilma Rousseff. Por quê?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — Em primeiro ligar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento “não matarás”. Não tem esse negócio de “meio termo”.

Folha — A candidata afirma que não defende a descriminalização do aborto. Mesmo assim, o senhor cita o nome dela no artigo.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.

Folha — Como o senhor concluiu que ela tem essa posição? Isso nunca ficou claro e ela nega.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — É o terceiro plano de governo que ela adota. Como percebeu que havia reação, foi mudando. Não vou recuar.

Folha — O senhor pretende levar ao conhecimento dos fiéis da diocese essa recomendação de não votar na candidata Dilma?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — Os padres devem notificar ao povo a orientação do bispo. Eu não vou arredar o pé, não importa as consequências que eu venha sofrer, mas o que importa é minha consciência e seguir o Evangelho. Eu não tenho medo. O que pode acontecer? Deus saberá.

Folha — Inclusive nas missas, os padres vão tratar do tema? Vão citar o nome da candidata?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — Tratar do tema, não. Podem citar o nome dela, porque vou mandar uma carta para os padres notificarem as pessoas da minha recomendação nas missas. Como cidadão, tenho direito de expressar minha opinião e, como bispo, tenho a obrigação de orientar os fiéis.

Folha — O senhor teme algum tipo de retaliação ou reação negativa, seja por parte da CNBB ou de partidários da candidata Dilma?

D. Luiz Gonzaga Bergonzini — Sempre tem alguma coisa. Tenho recebido muitos e-mails. Não sei se são ameaças, mas contestando. Mas posso te dizer que muitos de apoio. As pessoas dizem: “finalmente alguém que usa calça comprida resolveu reagir”.
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( http://www1.folha.uol.com.br/poder/771435-bispo-de-guarulhos-diz-que-nao-recuara-em-mobilizacao-contra-dilma.shtml )

24 de julho de 2010

Censura: Artigo de Bispo, condenando a posição abortista do PT, retirado do site da CNBB

Jantando hoje (23-7-10) com alguns amigos, um deles contou que havia lido um excelente artigo de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini (Bispo de Guarulhos – SP [foto]) no site da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Nesse artigo o prelado condenava firmemente o programa “liberar geral” do PT relativo ao aborto. Mas que ontem, entrando novamente no mesmo site, o artigo não estava mais lá.

— Sabe o que aconteceu? — perguntou o amigo — Vocês não vão acreditar! O artigo tinha sumido, não estava mais on-line. A CNBB deletou o artigo do site!

A natural curiosidade desse amigo se viu logo satisfeita: procurando na Internet, encontrou o referido artigo no site da Diocese de Guarulhos. Enviou-o, então, para sua lista de e-mails, através do qual ele chega agora ao conhecimento dos leitores deste blog.

Intrigado ainda com o “sumiço”, chegando em casa, liguei o computador e fui fazer uma verificação da surpreende “censura”. A partir do “Google” encontrei um link ( http://www.cnbb.org.br/site/dom-luiz-gonzaga-bergonzini ) para o mencionado artigo, justamente no site da CNBB. Cliquei... Sabe que mensagem aparece?

[[ 404 - Recurso não encontrado ]]

Constatei que o artigo já havia sido jogado em algum "buraco negro". Mas continuei a pesquisa. Acabei encontrando um blog que teve a felicidade de publicar a imagem do texto (armazenada na memória do computador) quando este ainda se encontrava no site da CNBB. Eis o documento:

Por que o artigo de Dom Bergonzini teria sido tirado do ar? Uma “nova inquisiçao” de “patrulhamento ideológico”? Teria sido uma ordem do PT? Afinal quem manda na CNBB?

Dileto leitor, antes que “censurem” também este blog, leia o formidável artigo e tire suas conclusões...

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”

Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.

Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir-se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.

Já na campanha eleitoral de 1996, denunciei um candidato que ofendeu pública e comprovadamente a Igreja, pois esta atitude foi uma usurpação por parte de César daquilo que é de Deus, ou seja o respeito à liberdade religiosa.

Na atual conjuntura política o Partido dos Trabalhadores (PT) através de seu IIIº e IVº Congressos Nacionais (2007 e 2010 respectivamente), ratificando o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) através da punição dos deputados Luiz Bassuma e Henrique Afonso, por serem defensores da vida, se posicionou pública e abertamente a favor da legalização do aborto, contra os valores da família e contra a liberdade de consciência.

Na condição de Bispo Diocesano, como r e s p o n s á v e l pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que — por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens —, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus, como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).

Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.

Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.

D. Luiz Gonzaga Bergonzini
Bispo de Guarulhos


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(*) http://www.diocesedeguarulhos.org.br/miolo.asp?fs=menu&seq=690&gid=950

17 de julho de 2010

“Importa obedecer antes a Deus do que aos homens”

A respeito da recente aprovação da nova (radical) lei do aborto na Espanha (vide post abaixo: Autorização para matar: 16 anos de idade!), o Arcebispo de Burgos, Dom Gil Hellín [foto], lançou uma declaração condenando a abominável lei. Ele conclama os fiéis a não respeitá-la, uma vez que ela é contrária às Leis de Deus. Tudo conforme ao ensinamento do Evangelho: “Importa obedecer antes a Deus do que aos homens” (At 5, 29).

Abaixo segue a transcrição dessa firme condenação, que merece ser amplamente divulgada. Como desejaríamos ouvir, também dos prelados brasileiros, palavras ditas com a mesma firmeza condenando o programa tão anticristão do PT — com tantos projetos contrários aos Preceitos Divinos, como a legalização do aborto, do “casamento” homossexual, da prostituição etc. Oxalá em breve tenhamos a alegria de ouvir também aqui palavras severas como as do Arcebispo de Burgos.


Arcebispo espanhol conclama a desobedecer à lei do aborto!

Não é lei e não obriga, porque ninguém tem direito de matar um inocente!

MADRI, 13 Julho 10 / 11:13 am (ACI). — O Arcebispo de Burgos, Dom Francisco Gil Hellín, advertiu que não existe o direito a matar um inocente e, portanto, não existe a obrigação de obedecer a nova lei do aborto; deve haver porém "uma oposição frontal e sem restrições".

"Digamo-lo com total clareza: esta lei não é lei, embora se apresente assim por algumas instâncias políticas e legislativas. E não o é, porque ninguém tem direito de eliminar um inocente. Por isso, ela não obriga. Mais ainda, reclama uma oposição frontal e sem restrições", expressou o Prelado numa Carta Pastoral.

Dom Gil Hellín instou a impedir a tirania, porque a reta razão não admite o aborto como um direito, já que se trata de matar "uma pessoa que não tem nenhuma culpa".

O Prelado assinalou que o "direito a existir de uma pessoa já concebida, embora ainda não tenha nascido, não é uma crença desta ou daquela religião. Não é preciso ser um fiel religioso para afirmar que um inocente tem direito de ser defendido e respeitado em sua integridade".

O bom senso se rebela ante o intento de eliminar uma pessoa por uma responsabilidade alheia ou para "ganhar dinheiro ou votos", acrescentou.

O Arcebispo indicou também que "é uma falácia afirmar que esta lei tenha sido passada pela maioria do Parlamento e que este representa a maioria dos cidadãos; ou dizer que se o Tribunal Constitucional opinar dessa forma, seria uma desobediência opor-se, e mereceria uma sanção".

"A falácia consiste em atribuir a políticos, juízes ou cidadãos um direito que eles não têm. E ninguém tem direito a legislar que se possa matar um inocente", expressou Dom Gil Hellín. Ele conclamou os espanhóis a ajudar "todas as mães que se encontram em dificuldades e a facilitar sua maternidade com todos os meios que dispomos", para assim "parar esta seqüela do aborto que, só na Espanha, destruiu já mais pessoas que o número de habitantes das cidades de Zaragoza, Córdoba e Burgos".
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Fonte: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19479


Uma das manifestações contra o aborto em Madrid

PS: A enquête promovida pela “Folha de S. Paulo”, sobre a nova lei do aborto na Espanha, desde a última postagem neste blog, subiu de 49% a 54% os que são contrários à tal lei. Os leitores que já votaram, favor incentivar seus amigos a fazerem o mesmo — marcando mais um “gol” neste “campeonato” contra a nova lei do aborto na Espanha.

Para emitir seu voto, basta um click no seguinte link:

http://polls.folha.com.br/poll/1018601/

12 de julho de 2010

Autorização para matar: 16 anos de idade!

A Espanha venceu a copa do mundo, mas está perdendo o que tem de melhor para a grandeza de uma nação: seus filhos. Uma nação que mata seus filhos não atrai evidentemente as bênçãos de Deus.

Apesar de a maioria do povo espanhol ser anti-abortista, a nova Lei do Aborto imposta pelo governo Zapatero (socialista, é claro) permite que as adolescentes com apenas 16 anos possam matar os bebês em seus ventres já com 14 semanas. Sem precisarem sequer de informar seus pais!

Essa lei herodiana entrou em vigor no dia 5 deste mês, fazendo com que aquilo que antes de tal data era considerado crime — matar inocentes — passasse a ser um “direito da mulher”. Lei, portanto, contrária ao prório Direito Natural e à própria Constituição que preceitua o direito à vida. Além de violar as leis humanas, o mais grave é a sua violação das Leis do Criador de todas as coisas.

A respeito dessa ultra-radical Lei do Aborto, a “Folha de S. Paulo” está promovendo uma enquête com as questões abaixo, para sondar a opinião dos brasileiros. Até o momento em que emiti meu voto, as porcentagens eram as seguintes:

 Sou a favor da lei = 34%
 Sou favorável, mas a idade deveria ser aumentada para 18 anos = 5%
 Sou favorável, mas a autorização dos pais deveria ser exigida = 5%
 É válida, mas pode se tornar incentivo para o sexo sem proteção = 7%
 Sou contra a lei = 49%
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Total de votos: 2.088 votos

Diletos Amigos: Embora estejamos vencendo, vamos aumentar ainda muito mais o placar daqueles que somos contrários à aprovação da “Pena de Morte” na Espanha por vil conveniência egoística da mãe que concebeu seu filho, mas rejeita criá-lo.

Para emitir seu voto, basta um click no seguinte link:

http://polls.folha.com.br/poll/1018601/

7 de julho de 2010

O lobo apressado e o cordeiro de mentirinha

Um programa (petista) sem máscara e outro mascarado

O prazo estava vencendo. Na pressa, para entregar no Tribunal Superior Eleitoral o programa de um eventual governo Dilma Rousseff, o lobo saiu correndo. Claro, saiu com a roupa com a qual se vestia no momento: a própria pele. Depois que retornou à sua toca, percebendo o susto que certamente causara em muita gente, o lobo voltou correndo ao TSE, mas, desta vez, vestido de cordeiro...






Utilizo esta breve metáfora para explicar uma “confusão”. Esta foi noticiada pelo “Estado de S. Paulo” (5-7-10) com o título “Dilma apresenta ao TSE programa de governo radical e depois recua” (transcrição abaixo *) e se refere ao fato (gravíssimo!) de o PT primeiramente ter entregado na Justiça Eleitoral um programa de governo e, horas depois, um segundo programa para substituir o primeiro.

Por quê? Foi mesmo uma mera “confusão”? Não será que, se eleita, a candidata do PT aplicará o primeiro programa (original-radical) e não o programa substituto (maquiado-moderado)? Depois, se instalado um novo governo petista, se alguém perguntar: Por que se está aplicando o primeiro programa (retirado do TSE) e não o segundo? Poderão responder:
Ora bolas, foi uma mera “confusão”...

Tanto o primeiro quanto o segundo programa correspondem a um saco cheio de idéias realmente muito confusas. Mas o programa original é sem dúvida de extrema-esquerda — tipo chavista.

Chávez também costuma “se confundir”. Entre milhares de outros absurdos, ele “se confunde” e chama de “defesa da soberania” o fechamento de jornais, a prisão de seus proprietários, o confisco de propriedades daqueles que criticam seu (des)governo etc.

No caso da “confusão” do PT, tudo leva a crer que tal substituição de programas foi um mero recuo tático, para não assustar os incautos (numerosíssimos, infelizmente) e, assim, não perder seus votos.

Afinal, com que “cara” a candidata petista governará? Com a “cara” maquiada por seus marqueteiros, ou com “cara” original do primeiro programa? Com essa “cara”, sem a máscara, já podemos conhecer sua verdadeira fisionomia. Seu retrato está na versão original e não nesta nova versão “cosmética” (ligth, tipo “dilminha paz e amor”) para enganar os bobos.

Só falta ela dizer: “eu não sabia de nada”... E eu penso com meus botões: “eu já vi este filme”...


Dilma apresenta ao TSE programa de governo radical e depois recua

Advogado do PT foi ao TSE para substituir documento por outro sem propostas polêmicas, como controle externo da mídia, taxação de grandes fortunas e revogação do dispositivo que torna propriedades invadidas indisponíveis para reforma agrária


05 de julho de 2010
Marcelo de Moraes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Uma confusão da equipe de apoio da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, fez com que fosse registrado nesta segunda-feira, 5, no Tribunal Superior Eleitoral, um resumo errado de seu programa de governo. O documento entregue originalmente trazia a defesa de propostas polêmicas, como controle de mídia, taxação de grandes fortunas e a revogação do dispositivo que torna indisponível para reforma agrária qualquer propriedade que tenha sido invadida. No início da noite, o advogado da campanha, Sidnei Neves, foi ao TSE para trocar o documento, substituindo-o por outro sem as idéias controvertidas.

A proposta foi apresentada ao TSE para cumprir uma exigência da Justiça Eleitoral que cobra dos candidatos à Presidência um resumo do programa de governo. A campanha de Dilma enviou ao tribunal um documento com diretrizes básicas, aprovado em fevereiro pelo PT, quando foi lançada sua pré-candidatura.

O problema é que esse texto estava repleto de idéias defendidas pelos grupos mais radicais do partido e que foram aceitas durante essa reunião. Como seria homologado junto ao TSE, funcionaria como documento oficial e público sobre as principais linhas de atuação que seu eventual governo seguiria.

No caso da proposta sobre o controle de mídia, o primeiro documento repetia os pontos pregados pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e defendia controle de produção de conteúdo.

“Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1.ª Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, e que prevêem, entre outras medidas, o estabelecimento de um novo parâmetro legal para as telecomunicações no País; a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social; o fim da propriedade cruzada; exigência de urna porcentagem de produção regional, de acordo com a Constituição Federal; proibição da sublocação de emissoras e horários; e direito de resposta coletivo”, pregava o documento.

O conceito desapareceu na nova versão, embora tenha sido mantida a crítica à existência de “monopólio e concentração dos meios de comunicação”.

Outras polêmicas. O texto original também abria brecha para a interpretação de uma suposta defesa da legalização do aborto. De forma velada, o documento citava que "o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde". E reforçava a referência logo em seguida, citando que “o governo do PT desenvolverá ações que assegurem autonomia das mulheres sobre seu corpo, qualidade de vida e de saúde em todas as fases de sua vida”. Ambas as citações sumiram no papel entregue à noite ao tribunal, sendo substituídas pela afirmação de que “o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres ao aborto nos casos já estabelecidos pela legislação vigente, dentro de um conceito de saúde pública”.

O resumo do programa de governo manteve, porém, críticas feitas pelo PT ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, sucedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. “Ao contrário daquela que Lula recebeu, a herança a ser transmitida à próxima presidenta será bendita. Essa herança oferece as bases para a formulação das propostas do Programa de Governo 2010. O que até agora foi feito dá credibilidade e garantia às Diretrizes que agora apresentamos”.
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Trechos


“Ao contrário daquela que Lula recebeu, a herança a ser transmitida à próxima presidenta será bendita”.

“Continuar, intensificar e aprimorar a reforma agrária de modo a dar centralidade ao programa na estratégia de desenvolvimento sustentável do País, com a garantia do cumprimento integral da função social da propriedade, da atualização dos índices de produtividade, do controle do acesso à terra por estrangeiros, da revogação dos atos do governo FHC que criminalizaram os movimentos sociais e com a eliminação dos juros compensatórios nas desapropriações e das políticas complementares de acesso à terra, entre outras medidas, implementação de medida prevista no PNDH-3, de realização de audiência pública prévia ao julgamento de liminar de reintegração de posse”.

“Compromisso com a defesa da jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salários”.

“Promover a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos: O Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde."

“Medidas que promovam a democratização da comunicação social no País, em particular aquelas voltadas para combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento. Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1.ª Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, e que prevêem, entre outras medidas, o estabelecimento de um novo parâmetro legal para as telecomunicações no País; a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social”.
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(*) http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100706/not_imp576896,0.php

3 de julho de 2010

“Seja a vossa linguagem sim, sim; não, não”

É tão raro — nos dias atuais, raríssimo até — ver alguma declaração de altos prelados da Igreja Católica usando a linguagem firme, conforme ensinada no Evangelho por Nosso Senhor Jesus Cristo (“Seja a vossa linguagem sim, sim; não, não” — São Mateus 5, 37), que me apresso a transcrevê-la. Trata-se de um breve artigo, publicado ontem no “Jornal de Uberaba (2-7-10), que me causou muita admiração e surpresa. Admiração, pela firmeza de seu autor, Dom Aloísio Roque Oppermann; e surpresa por ver tal artigo reproduzido no site... acreditem... da CNBB... Mirabile dictu!!!

Se todos os bispos da CNBB tivessem feito uso da linguagem do “sim, sim; não, não”, daqueles que verdadeiramente desejam seguir o exemplo do Divino Mestre, e não a linguagem ambígua -- que mais confunde os conceitos, não afirmando categoricamente que o erro é erro --, no Brasil, certamente, sequer teria sido aprovada a iníqua lei que permite o aborto em casos de estupro e quando há risco à vida da mãe.

Segue o admirável artigo de Dom Aloísio Roque Oppermann, SCJ (Congregatio Sacerdotum a Sacro Corde Iesu), Arcebispo Metropolitano de Uberaba (MG).

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Uma questão de saúde pública?

Joga-se muito com a desatenção do povo, ou até com sua suposta ignorância. O presidente Lula, em que pese sua promessa nebulosa aos Bispos em 2005, é decididamente a favor do aborto. Acompanham-no nesta sua postura, o ministro da saúde, e é claro, sua presumida sucessora Dilma. Esta, para encantar o eleitorado católico, chegou a visitar oficialmente o Papa (sem ter convicção pessoal). O efeito foi conquistar os votos de clérigos, invadindo até seu primeiro escalão.

A vitória se delineia fácil, e por isso não se vê necessidade de ocultar coisa nenhuma. Tudo é dito às claras. A resistência ao secularismo governamental é nula. É uma submissão geral. Os princípios cristãos que ainda vigem em nossa vida pública, deverão se retirar para a diáspora das consciências. Na frente de ouvintes qualificados Lula afirmou que a introdução da lei do aborto, “é uma questão de saúde pública em nosso país”. Lembramos o salmo: “Lembra-te do povo que redimiste como tua herança” (Sl 74,2).

É bom saber que existe muita manipulação de estatísticas, ao se falar sobre a taxa anual de abortos. Sobretudo são falsas as notícias sobre o número de mulheres mortas em decorrência de “abortos inseguros”. Segundo informações do DATASUS (2006), o número de mortes maternas em decorrência dessa prática, nunca passou de 163 por ano. (Ver “Faça alguma coisa pela vida” N. 96). Por isso diz-se falsamente que a legalização, “evitaria milhões de mortes maternas”.

Uma vez que o governo faz apologia da interrupção da gravidez, por qualquer motivo, as grandes redes de TV precisam entrar nessa linha. Caso contrário perdem as ricas inserções de propaganda do poder público. Sem as benesses do governo até a Globo fecha. Por isso, mais do que rapidamente, foi introduzida a novela “Passione”, que procura fazer a cabeça do povo, a mando do governo.

Vamos supor, por um exagero de fantasia, que o governo declarasse que o assalto às residências deve ser assunto de “saúde pública”. Para tal efeito se publicariam estatísticas incrementadas de mortes de assaltantes, cujas investidas estariam sendo feitas em condições inseguras. Para completar a hílare situação, o governo proporia legalizar o assalto, para que todo cidadão, rico ou pobre, pudesse realizar um assalto seguro. Essa é a conversa que os líderes da nação fazem ao falar de aborto.
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Dom Aloísio Roque Oppermann
www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Opiniao&CODIGO=37723