30 de janeiro de 2017

HISTÓRICA MARCHA CONTRA O ABORTO NOS EUA


Paulo Roberto Campos


Monumental manifestação contra o aborto, no dia 27 último, atraiu centenas de milhares de participantes, provenientes de todos os Estados do país, à capital norte-americana. 

A March For Life é realizada todos os anos em Washington, normalmente na última semana de janeiro, época de intenso frio, mas que não impede a grandiosa manifestação.


Nesta 44ª edição, a gigantesca Marcha contou com a presença do vice-presidente americano Mike Pence [na foto, durante o evento, ao lado de sua esposa]. Defensor dos valores da instituição familiar, ele afirmou em seu discurso que se sentia muito honrado por ser o primeiro vice-presidente a ter o privilégio participar da Marcha, que a oposição ao aborto está ganhando terreno no país, e que atuará para que esse crime não seja mais permitido nos EUA. 


Em uma de suas primeiras medidas, o novo governo americano deu um basta ao financiamento de ONGs abortistas, incluindo a maior delas — a Planned Parenthood, envolvida em escândalos de venda de fetos abortados em suas clínicas. 

Donald Trump registrou em seu twitter: “A March For Life é muito importante. Todos que protestam hoje têm meu apoio absoluto!”

Certos setores esquerdistas da grande mídia tentaram ignorar essa Marcha, mas outros setores publicaram e seus noticiários reproduzem inúmeros comentários de manifestantes esperançosos de que no atual governo sejam aprovadas leis que garantam a vida dos bebês no ventre materno, de tal modo que as mães possam gerá-los e dá-los à luz tranquilamente, sem pressões de médicos aborteiros, de pessoas inescrupulosas e de ONGs, e que a prática do aborto seja criminalizada, diminuindo assim a carnificina de inocentes. 
O movimento anti-aborto tem crescido em muitos países, mas, sobretudo, na geração mais nova americana — denominada Pro Life Generation [foto acima] —, como se pode observar nas filmagens e fotos da multidão. Esses jovens esperam que proximamente seja revogada a iníqua sentença “Roe vs. Wade”, resolução do Supremo Tribunal americano que aprovou o aborto em 1973. Para isso, vão organizar uma série de eventos, aproveitando a existência na opinião pública do país de um anseio pelo retorno à ordem na família e na sociedade em geral. 

Desde o ano da aprovação do aborto nos EUA, a TFP americana participa da March For Life, estimulando os participantes com seus estandartes rubro-áureos [foto acima] e sua fanfarra, como se pode notar nas fotos que seguem. [click na 1ª foto para percorrer a galeria de imagens]. 

Na ocasião, a TFP americana distribuiu um comunicado intitulado “Para tornar a América grande, voltada para Deus”. Organizações anti-aborto — coirmãs daquela TFP — da Alemanha, Colômbia, França, Irlanda, Lituânia e Polônia enviaram delegações à histórica Marcha em defesa da vida inocente.






















25 de janeiro de 2017

PETIÇÃO PARA GARANTIR A VIDA DO NASCITURO

Contra a decisão do STF, que permitiu o aborto até o 3º mês de gestação, uma das faixas ostentadas na manifestação na Av. Paulista no dia 4 de dezembro de 2016

Inciativa do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira promove abaixo-assinado a fim de se obter um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) para garantir a vida do nascituro desde a concepção 


Na tripartição dos poderes, proposta por Montesquieu e aplicada por aqui, cabe ao parlamento legislar, incorporando as demandas da sociedade às leis do país. Ao judiciário, cabe julgar os fatos, aplicando as leis que foram votadas pelo parlamento. 

Não cabe ao judiciário criar leis segundo critérios de seus integrantes, muitos deles influenciados pela onda do “politicamente correto”. A função de criar leis é do legislativo, cujos integrantes foram votados em eleições e recebem, com isso, um mandato para representar a vontade de seus eleitores. Ao menos, assim deveria ser em uma democracia. 

Infelizmente, não é isso que temos visto no Brasil. 

Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) cria jurisprudência — uma decisão que pode ser citada por outros juízes e tribunais como um precedente — para possibilitar que o aborto seja permitido em todo o território nacional até os três meses de vida do bebê.

Já a legislação nacional, votada pelo Parlamento, é taxativa ao considerar o aborto como crime em qualquer momento da gestação. Mas aqueles que deveriam velar pelo cumprimento estrito da lei, interpretando-a segundo a intenção de quem a promulgou, consideraram-na inadequada para o contexto social em que vivemos. 

Tratou-se, então, de interpretá-la segundo os critérios mais amplos da Constituição. Tão amplos como amplos são os conceitos de “direitos humanos”, “igualdade” etc. 

Se a interpretação pode ir contra a vontade do legislador e até mesmo contra a própria letra da lei, de que importa a lei? Torna-se um mero dispositivo que será usado pelo seu intérprete para impor uma nova concepção de sociedade, mesmo que em oposição à esmagadora maioria da população a quem ambos, em uma democracia, devem servir, tanto o legislador e sua lei, como o juiz, que é o seu intérprete. 

O voto vencedor foi proferido pelo Min. Luís Roberto Barroso, o mesmo que, em algumas ocasiões, disse que caberia ao STF o papel de uma vanguarda iluminista. Sobre isso, caberia perguntar: a quem serve essa vanguarda iluminista? 

Participe do abaixo-assinado 

Jovens do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, empregando seus dias de férias escolares, em Caravanas percorrem regiões do Brasil para coletar assinaturas para a mencionada PEC. Mas você também pode participar por meio do link abaixo. Preencha o formulário, coloque seu nome e compartilhe essa petição. Vamos fazer algo para barrar a tal “vanguarda da morte” e, assim, garantir a vida do inocente no ventre materno! 


[texto do abaixo-assinado] 

SENHORES CONGRESSISTAS, 
tendo em vista as inúmeras tentativas de liberar ou de ampliar o aborto no Brasil, seja através de decisões judiciais ou de projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional; 
tendo em vista que o aborto voluntário constitui um assassinato de uma criança inocente, uma grave violação da Lei Natural e da Lei de Deus, sendo contrário ao desejo da imensa maioria de nossa população.
Nós, abaixo-assinados, solicitamos que seja aprovada uma emenda constitucional que proteja a vida das crianças que ainda estão no ventre materno. 
Nesse sentido, pedimos que o aborto continue proibido em nosso País para garantir a vida do nascituro, sem permitir que sejam ampliados os casos em que o aborto, pela legislação atual, não é punido. 
Senhores Congressistas, nascer também é um direito, um direito fundamental, e precisa ser defendido em nossa Constituição de forma clara, para que não se torne mais um dos direitos negligenciados e para que, em nosso Brasil, seja a defesa da vida dos indefesos uma das estrelas que brilham, em nosso firmamento, ao lado do Cruzeiro do Sul. 

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Não deixe de assinar. Click aqui:

CONTOS DE FADAS



Plinio Maria Solimeo

Por anos, gerações e gerações de crianças e adolescentes — e por que não dizer, também de pais? — se encantaram com a leitura dos contos de fadas para crianças. Lembro-me ainda com saudades de ler com muito deleite, quando pequeno, por exemplo, a história do “Patinho Feio”, do “Soldadinho de Chumbo”, da “Gata Borralheira” ou “Cinderela”, do “Pinóquio”... e outras tantas histórias que alegravam minha vida de criança. 


Num artigo anterior, comentei que, de acordo com cientistas, a criança nasce com o senso do bem e do mal, da verdade e do erro. E que o bebê se alegra e ri diante de algo bom ou belo, e faz careta e afasta o rosto diante do contrário. Trata-se, como nos ensina a doutrina católica, da lei natural, comunicada pela Providência Divina, a cada alma dos que nascem.

Por isso é muito benfazejo e formativo alimentar essa boa tendência na alma das crianças, ajudando-as a preservar essa visão primeira. 

Porque, em geral, os contos de fadas procuram mostrar o lado bom, belo e deleitável da vida, e por isso ajudam a formar as mentalidades das crianças, incentivando esse lado bom, e servindo de alimento para suas almas. 


O eminente líder genuinamente católico, Plinio Corrêa de Oliveira, dizia que as crianças têm seus primeiros contatos com a vida através das histórias e, por meio delas, a inteligência infantil transpõe os limites do ambiente doméstico. Assim, aprende as noções iniciais sobre a sociedade humana. Segundo esse grande pensador, essas primeiras noções sobre esta luta que é a vida, e as impressões mais profundas que recebem em seus primeiros anos de existência, ajudam a criança a tomar posição diante delas. Donde a importância capital, para uma civilização católica, de proporcionar às crianças uma literatura profunda e saudavelmente formativa, que as ajude a manter-se fiéis à inocência, e a empreender o caminho da admiração pelo maravilhoso. Isso poderá constituir o verdadeiro timão de suas vidas . Como estamos longe disso nos nossos tristes dias!

Hans Christian Andersen, o mais célebre escritor infantil 

Antônio Giuliano, jornalista de “Il Timone”, da Itália, ao comentar a biografia do maior escritor de narrações infantis de todos os tempos, Hans Christian Andersen (1805-1875) [foto ao lado], comenta: “A miúdo se escrevem mais os contos para os adultos, que para as crianças. E eles [os contos] têm um estranho poder: ajudam-nos a reler nossa existência, projetando-a para horizontes mais amplos e inimagináveis”.

Diz o jornalista que “o grande escritor dinamarquês revela, em sua autobiografia, alguns traços ainda pouco notados e paradoxais de sua personalidade. Ele a começa assim: ‘A minha vida tem sido um formoso conto, rica e feliz’, quando, na realidade, sua existência foi tudo, menos um conto”. De família pobre, seu pai, sapateiro, enviuvou quando ele tinha 11 anos, deixando-o “abandonado a seus sonhos e à sua fantasia, alimentados pela leitura de livros infantis, feita com o pai”.

Aos 14 anos Andersen resolveu partir para Copenhague, “abandonado a mim mesmo, sem ninguém mais que o Deus do Céu”

Depois de várias tentativas frustras, começou a escrever peças e contos. Alguns doadores generosos lhe permitiram satisfazer uma de suas maiores paixões: “viajar”. Fez 30 viagens fora da Dinamarca, sete só na Itália, que muito amava. Nunca teve casa própria nem família, vivia quase sempre em casa de amigos. Só no fim da vida foi-lhe reconhecido o mérito, e começou a gozar a merecida fama. 

Quando se dedicou exclusivamente ao conto infantil, “Desaconselharam-me absolutamente, e todos me disseram que me faltava o talento necessário, e que isso não era coisa para nossa época”. Esses pessimistas não mostraram ser profetas...

Giuliano comenta: “Mas, em seus contos, o bem é superior ao mal, e o fazia sobretudo passar a mensagem de que, na vida, nunca se pode dar por vencido. Basta crer, sustentados por essa certeza posta no início de sua autobiografia: ‘A história de minha vida dirá ao mundo o que ela me diz: existe um Deus amoroso, que conduz tudo a melhor fim’”.

“Escola de Princesas” 

Qual a menina de antanho que não pensou em ser uma princesa de contos de fada, pelo menos por um dia? Ou qual o menino que não sonhava com um uniforme de soldadinho, com espadinha e tudo? 


Foi, pois, com prazer que li a reportagem do “Estado de São Paulo”, sobre uma “Escola de Princesas”, fundada em Uberlândia, na qual as meninas de quatro a 15 anos são ensinadas “desde os valores de uma princesa — como humildade, solidariedade e bondade — e como arrumar o cabelo e se maquiar, até regras de etiqueta, de culinária, e como organizar a casa”, tudo isso num ambiente elevado e tradicional. As aulas são ministradas por profissionais, entre os quais cozinheiras, nutricionistas e psicólogos. 

É claro que, em nosso mundo tão igualitário, uma escola dessas tinha que ser alvo de críticas. Diz a jornalista Hyndaira Freitas em sua reportagem: “‘O sonho de toda menina é tornar-se uma princesa’: esse é o mote da escola, que recebe críticas por ser, supostamente, um retrocesso, ao ensinar tarefas domésticas apenas para meninas, como se ensinasse que lugar de mulher é na cozinha” . Isso horripila as feministas e os esquerdistas de todos os matizes de nosso tempo. 

Por isso, como não poderia deixar de ser, logo surgiu a reação da esquerda. O mesmo “Estado de São Paulo” traz, no dia 17 de novembro, o artigo: “Meninas fazem oficina antiprincesa”.

É preciso dizer que esse título é forçado, e não condiz com a matéria. Pois não se trata de meninas que fazem esse curso, mas de adultos “engajados”, que idearam e tocam avante essa oficina. 


A reportagem refere-se — aliás com indisfarçada simpatia —, a uma “Oficina de Desprincesamento”, que uns chilenos estão introduzindo em São Caetano do Sul (SP). Pelo que diz a mãe de uma menina, candidata ao curso, pode-se avaliar o grau de engajamento ideológico que seus idealizadores têm em vista.

Com efeito, explica a mãe da mencionada menina que “no encontro, as garotas terão workshop de autodefesa, e serão apresentadas a personalidades como Clarice Lispector [escritora, conhecida como a “grande bruxa da literatura brasileira”], Patrícia Galvão (a “Pagu”), [“membro do Partido Comunista Brasileiro, trotkista”] , e Violeta Parra [chilena, folclorista, “mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, suicida” ]. “Estão planejados ainda um debate sobre auto-imagem, o que é ser princesa [segundo o conceito marxista], e o que pode ser feito para manter um cotidiano mais igualitário entre meninos e meninas”.

Ainda, segundo ela, “entre os assuntos debatidos no treinamento dado pelos chilenos, foram abordados o amor romântico [que soa como o amor entre pessoas do mesmo sexo] e questões de gênero [não podia faltar!]. Explica ela que “o curso é uma forma de ‘plantar uma semente’ nas novas gerações, para minimizar a desigualdade de gênero nas próximas décadas” (grifos do jornal). Não podia ser mais ideologizado! 

É trágico verificar como esses radicais não perdem ocasião de pregar e pôr em prática suas mais perversas teorias. E vão matando assim na alma das crianças aquela visão primeira e dourada da vida, apresentadas a elas pelos contos de fadas.

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[1] Cfr. “O maravilhoso, o real e o horrendo na literatura infantil”, Ambientes, Costumes e Civilizações, Catolicismo Nº 40 - Abril de 1954.

[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Violeta_Parra

23 de janeiro de 2017

Ideologia de Gênero para crianças


Jurandir Dias

Está causando polêmica um livro publicado recentemente no Reino Unido que propõe ensinar Ideologia de Gênero para crianças a partir dos sete anos de idade. Escrito por C J Atkinson, ele se intitula Can I Tell You About Gender Diversity? (Posso lhe falar sobre a diversidade de gênero?) [capa abaixo] e foi aprovado pelo Departamento de Educação daquele país.[i] 

Sua distribuição está a cargo de Educate & Celebrate, uma entidade financiada pelo governo do Reino Unido que trabalha para “transformar escolas e organizações em LGBT + lugares amigáveis (sic)”.[ii]

A empresa Jessica Kingsley Publishers, com sede em Londres, disse que esse é “o primeiro livro para explicar a transição médica para crianças com sete anos ou mais”. Exemplares da obra serão enviados a 120 escolas com as quais a empresa trabalha, e esta espera que algumas centenas de exemplares sejam adquiridas por outros professores. 

O porta-voz da Editora disse que “este livro vai desencadear discussão na sala de aula e em casa, respondendo a perguntas difíceis que as crianças podem ter sobre a diversidade de gênero.” Ele observou ainda que a introdução de banheiros mistos e sem pronomes binários (ele e ela) é um importante passo para a Ideologia de Gênero.

Termos como “senhoras” e “senhores”, “meninos” e “meninas” são condenados no livro, para que os estudantes transgêneros não sejam discriminados. 

A obra começa com uma historinha: 

“Meu nome é Kit e tenho 12 anos. Eu moro em uma casa com minha mãe e meu pai, e nosso cachorro, Pickle. Quando eu nasci, os médicos disseram a minha mãe e meu pai que eles tinham uma menina, e assim, durante os primeiros anos da minha vida, foi como meus pais me criaram. [...] Eu não estava muito feliz assim.” 

Kit então começa a vestir roupas de meninos, usar pronomes masculinos, e tem seu nome mudado para Christopher pelos pais. A personagem discute a possibilidade de cirurgia para a mudança de sexo e, aos 16 anos, toma hormônios masculinos para que seu corpo tenha as mudanças que ocorrem na puberdade dos meninos. 

"Daily Mail" regitrou que o livro é “um conjunto desconcertante de termos alternativos” como “cisgender” empregado para “crianças que pensam em si mesmas como sendo o gênero que nasceram”, e outros mais absurdos ainda, como: “panromânticos”, “intersex” e “xe”. 

Líderes religiosos e alguns políticos do Reino Unido dizem que o livro é prejudicial às crianças. Seu autor retrucou, dizendo: “Nós chamamos isso de ‘trans-pânico’”, ou seja, um pânico contra essa ideologia absurda e nociva. “O mundo está mudando; um livro como esse é necessário”, acentuou. 

A jornalista Sarah Vine criticou o livro em sua coluna no "Daily Mail": “Ao tentar melhorar a vida de uma pequena minoria, nós estamos ameaçando a sanidade das crianças normais — e sim, vou dizer — crianças normais. É hora de acabar com essa tolice.”[iii] 

*       *       * 
Já comentamos o estudo “Sexualidade e Gênero: achados das Ciências Biológicas, Psicológica e Social”, publicado na revista “The New Atlantis” por dois dos principais estudiosos sobre saúde mental e sexualidade da atualidade, os Drs. Lawrence Mayer e Paul McHugh [respectivamente à direita e à esquerda na foto]. Nesse trabalho, eles constataram que “apenas uma minoria de crianças que sofrem de identificação com o gênero continuará a ter o mesmo problema na adolescência ou na idade adulta.” 

Os Drs. Lawrence e McHugh demonstram também preocupação com a intervenção médica proposta para crianças: “Estamos preocupados com a crescente tendência a incentivar as crianças com problemas de identidade de gênero para a transição ao seu gênero preferido através de procedimentos médicos e, em seguida, cirúrgicos. Há pouca evidência científica sobre o valor terapêutico das intervenções, como atrasar a puberdade ou modificar as características sexuais secundárias dos adolescentes.” Os membros da população transgênero também estão em alto rico de sofrer problemas de saúde mental. 

Apesar desses abalizados estudos, continua a existir um forte lobby da agenda homossexual para propagar a famigerada Ideologia de Gênero no mundo inteiro. Por quê? Qual o interesse disso? 

Só pode ser uma revolta contra Deus, que fez o homem à Sua imagem e semelhança. Nesse sentido, tal ideologia parece ter sido inventada pelo próprio demônio, que tenta destruir a todo custo a obra do Criador. 

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Bibliografia:
[i] https://www.lifesitenews.com/news/uk-children-starting-at-age-7-will-study-reading-writing-gender-transitioni 
[ii] http://www.educateandcelebrate.org/ 
[iii] http://www.dailymail.co.uk/debate/article-4031432/Gender-children-death-common-sense-SARAH-VINE-vocal-transgender-lobby-threaten-sanity-normal-youngsters.html

19 de janeiro de 2017

MADONNA DEL MIRACOLO — 175 ANOS

Neste dia 20 de janeiro de 2017 celebramos o 175º aniversário da aparição da Madonna del Miracolo (Nossa Senhora do Milagre) ao judeu Alphonse Ratisbonne, na Igreja de Santo Andrea delle Fratte (Roma), convertendo-o ao Catolicismo. 

Paulo Roberto Campos

Um dos fatos marcantes da história religiosa do século XIX foi a aparição de Nossa Senhora ao judeu Alphonse Ratisbonne e sua retumbante conversão ao catolicismo. 


Muito distante da fé católica vivia o jovem banqueiro Ratisbonne, natural de Estrasburgo, nascido em 1814, de riquíssima família israelita. No dia 20 de janeiro de 1842, em viagem turística a Roma, por curiosidade meramente artística ele acedeu entrar na Igreja de Sant’Andrea delle Fratte [foto no final deste post], acompanhado de um amigo, o Barão de Bussières. Enquanto este foi à sacristia encomendar uma missa, o jovem judeu apreciava as obras de arte daquele templo. 

Quando se encontrava diante do altar consagrado a Nossa Senhora das Graças da Medalha Milagrosa (hoje conhecido como altar da Madonna del Miracolo — Nossa Senhora do Milagre), Ela apareceu-lhe e o converteu instantaneamente de inimigo da Igreja católica em seu fervoroso apóstolo [representação ao lado].
A lápide registra a milagrosa conversão:  "20 de janeiro de 1842, Alphonse Ratisbonne de Strasbourg veio aqui judeu obstinado. Esta Virgem lhe apareceu tal qual Você a vê (quadro abaixo). Tendo caído judeu, levantou-se cristão. — Estrangeiro, leve consigo a preciosa recordação da misericórdia de Deus e do poder de Nossa Senhora".

Na memorável data, em que se comemora o 175º aniversário dessa extraordinária aparição e conversão, transcrevemos a seguir um comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a respeito da miraculosa imagem — que ele teve ocasião de venerar várias vezes quando de sua estadia em Roma — e, no final, uma bela oração, para recitação particular, composta por ele.


Madonna del Miracolo 

A felicidade inefável da despretensão e da pureza 

Plinio Corrêa de Oliveira 

O quadro da Madonna del Miracolo aparece com a fronte encimada por uma coroa e por um resplendor em forma de círculo de 12 estrelas. 

A fisionomia é discretamente sorridente, com o olhar voltado para quem estiver ajoelhado diante d’Ela. Muito afável, mas ao mesmo tempo muito régia. Pelo porte, dá impressão de uma pessoa alta, esguia sem ser magra, muito bem proporcionada e com algo de imponderável da consciência de sua própria dignidade. 

Tem-se a impressão de uma rainha, muito menos pela coroa do que pelo todo d’Ela, pelo misto de grandeza e de misericórdia. 

A pessoa que a contempla tende a ficar apaziguada, serenada, tranqüilizada, como quem sente acalmadas as suas más paixões em agitação. Como se Ela dissesse: “Meu filho, eu arranjo tudo, não se atormente, estou aqui ouvindo a você que precisa de tudo, mas eu posso tudo, e o meu desejo é de dar-lhe tudo. Portanto, não tenha dúvida, espere mais um pouco, mas atendê-lo-ei abundantemente”. 

A pintura tem um certo ar de mistério, mas um mistério suave e diáfano. Seria como o mistério de um dia com um céu muito azul, em que se pergunta o que haverá para além do azul. Mas não é um mistério carregado, é um mistério que fica por detrás do azul e não por detrás das nuvens. 


Notem a impressão de pureza que o quadro transmite. Ele comunica algo do prazer de ser puro, fazendo compreender que a felicidade não está na impureza, ao invés do que muita gente pensa. É o contrário. Possuindo verdadeiramente a pureza, compreende-se a inefável felicidade que ela concede, perto da qual toda a pseudo felicidade da impureza é lixo, tormento e aflição. 

Notem também a humildade. Ela revela uma atitude de rainha, mas fazendo abstração de toda superioridade sobre a pessoa que reza diante d’Ela. Trata a pessoa como se tivesse proporção com Ela; quando nenhum de nós tem essa proporção, nem mesmo os santos. 

Entretanto, se aparecesse Nosso Senhor Jesus Cristo, Ela ajoelhar-se-ia para adorar Aquele que é infinitamente mais. Ela tem a felicidade inefável da despretensão e da pureza. 

Diante de um mundo que o demônio vai arrastando para o mal, pelo prazer da impureza e do orgulho, a Madonna del Miracolo comunica-nos esse prazer da despretensão e da pureza. 
(Fonte: Revista Catolicismo, nº 673, janeiro/2007). 


Imagem de Nossa Senhora do Milagre que se venera na Igreja de Sant'Andrea delle Fratte (Roma). Diante dela ocorreu, no dia 20 de janeiro de 1842, a miraculosa conversão ao catolicismo do judeu Alphonse Ratisbonne (cujo busto se vê à esquerda da foto acima).

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DEL MIRACOLO, COMPOSTA POR PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA, PARA RECITAÇÃO PRIVADA

“Ó Imaculada Mãe de Deus, Madonna del Miracolo, que quisestes conquistar com um singular prodígio de vossa misericórdia o israelita Alphonse Ratisbonne, acolhei as súplicas que vos apresentamos com confiança, como um dia acolhestes as súplicas daqueles que a Vós recorreram pedindo a conversão do filho judeu. Obtende-nos também uma sincera e total conversão à graça e todos os bens da alma e do corpo. 
Vossa clemência triunfou sobre Ratisbonne, persuadindo-o a receber o batismo e a empenhar-se com vontade séria na observância dos Mandamentos. Por esta conquista do vosso amor, obtende-nos a perseverança no cumprimento das promessas do batismo. Fazei com que nenhum obstáculo se interponha à nossa observância dos preceitos de Deus e da Igreja. 
Vossas mãos resplandecentes são símbolo das inumeráveis graças que com maternal bondade dispensais profusamente sobre a Terra. Fazei resplandecer também sobre nós um raio da vossa misericórdia”.

10 de janeiro de 2017

Por que tanta vontade de trucidar nascituros?




Padre David Francisquini (*)

Às vésperas do Natal, a partir do caso específico de suspensão da prisão preventiva de pessoas que trabalhavam numa clínica clandestina de aborto no Rio de Janeiro, o Supremo Tribunal Federal acabou por liberar a sua prática até os três meses de gestação, fato que vem provocando acirrada polêmica no País. 

Abortar constitui crime não apenas para um católico, mas para todos os homens, em todos os tempos e lugares, como decorrência da Lei natural, pois ninguém tem o direito de praticá-lo simplesmente pelo fato de formar opinião individual de que o mesmo não importa em crime. 

Com efeito, os princípios da lei natural inscritos nos corações de todos os homens são acessíveis à razão e se impõem a todos, independentemente de suas crenças religiosas — ou descrenças —, ainda que eles ocupem situação de preeminência na vida social, política ou mesmo no Judiciário.

Vimos verificando que o Estado brasileiro, apesar de se dizer laico ou neutro, acaba por impor sua ideologia pela introdução de leis ao gosto de minorias que postulam uma vida social e pública desvinculada de qualquer fator religioso, contrariando, aliás, o Direito natural e divino. 

Trata-se de um confessionalismo ideológico agnóstico e laico, de um estranho estado de direito democrático e pluralista, no qual, na prática, apenas os ditos incrédulos modelam e impõem as leis a seu talante. Nesse sentido, foi significativa a decisão — na calada da noite — da nossa Suprema Corte sobre o aborto.

No exato momento em que, desdenhando as cinzas do sanguinário ditador Fidel Castro, cultuadas em Cuba por dois ex-presidentes petistas, o Brasil enlutado pranteava a tragédia ocorrida com o time da Chapecoense, algo de muito mais trágico acontecia entre as quatro paredes do STF: a descriminalização do aborto até o terceiro mês de gestação, condenando, ipso facto, milhões de brasileiros indefesos à morte atroz. 

Quando os egrégios ministros do STF deveriam estar voltados contra a corrupção que se alastrou em todos os campos da sociedade brasileira, sobretudo no meio político, sua preocupação era paradoxalmente de autorizar o crime contra os inocentes. 

Apenas para recordar, o caso ocorrido na clínica clandestina carioca foi parar no STF, onde o Ministro Marco Aurélio Melo votou pela liberdade dos funcionários por entender que não cabia prisão preventiva. Contudo, o Ministro Luís Roberto Barroso [foto ao lado] apresentou um voto ampliado, descriminalizando, na prática, o aborto. 

Recordemos ainda que, antes de se tornar Ministro do STF, o Dr. Luís Roberto Barroso, quando ainda advogava, impetrou ação que passou a vigorar contra os anencefálicos, pondo assim a guilhotina para funcionar contra as crianças portadoras de deficiências, alegando tratar-se de duro fardo para as mães de filhos especiais. 

É a primeira vez na História do Brasil que o aborto amplo e irrestrito passa a vigorar juntamente com o aborto decorrente de estupros. Do alto de seu “notável saber jurídico e reputação ilibada”, o Dr. Barroso, elevado à condição de ministro do STF, ao favorecer a causa do aborto passou a trabalhar à revelia das disposições constitucionais que garantem a inviolabilidade do direito à vida. 

Seus argumentos são lastreados nos jargões mais surrados dos defensores do aborto um pouco por todo o mundo, ou seja, que sua criminalização é incompatível com os direitos fundamentais da mulher, entre eles os sexuais e reprodutivos, bem como de sua autonomia e integridade física e psíquica, além dos da igualdade. 

Isso tem como base o pressuposto hedonista, segundo o qual a vida sexual seria destinada ao prazer das partes, e não relacionada com a vida em família e a procriação e a vida em família. 

Ao alegar que só a mulher engravida, o Sr. Ministro acaba por minimizar o direito fundamental de todo ser humano, direito inalienável decorrente de sua própria constituição enquanto ser racional e volitivo, ontológico e com direito à vida.

Do ato entre um homem e uma mulher é gerado um novo ser, que deve ser respeitado e garantido pela própria Constituição e pelo Supremo Tribunal, ao invés de ser simplesmente eliminado. Todos os tratadistas de filosofia aristotélico-tomista defendem o direito à vida como direito fundamental do próprio ser racional. 

Por exemplo, como se explica tanto alarde contra quem “assassina” uma capivara ou uma sucuri — crime qualificado como inafiançável — enquanto exime de toda responsabilidade quem pratica um aborto em nome do “direito” da mulher de decidir sobre a manutenção de sua gravidez, porque somente ela pode conceber? 

Por que tanta vontade de trucidar nascituros? Será que, data venia, o Sr. Ministro está a serviço de minorias ideologizadas, que recorrem à Justiça para mudar leis e costumes nos moldes da ativista colombiana Mónica Roia, visando um impacto sentimental para mover a opinião pública?

Parece ter sido este o ponto de convergência entre os ministros, que a Suprema Corte acolheu. Nada disso é novo, pois esta cantilena foi denunciada há muito em meu livro Catecismo contra o aborto (Capítulo VII – Aborto, Saúde Pública e Estado Leigo – p. 37, Artpress, 2009). 

Que os parlamentares abram os olhos para o delineamento de um ativismo ditatorial do Judiciário em prol do aborto, se não quiserem perder a prerrogativa de legisladores. Na realidade, estamos assistindo à maior debilitação do vínculo familiar, com a consequente destruição da família instituída pelo Redentor da Humanidade, Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Cumpre, portanto, fazer valer o direito da Santa Igreja de ser ouvida. Direito que não está vinculado a maioria alguma, mas à suma autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que também foi Mestre, independentemente de as multidões O aclamarem.
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(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria — Cardoso Moreira (RJ).