
De 14 a 18 de novembro, realizou-se na Capital Federal a 13ª Conferência Nacional de Saúde, reunindo 4.500 pessoas. Dentre elas, tinham direito a voto 2.275 delegados estaduais e nacionais eleitos em conferências de saúde regionais — 50% deles são usuários do SUS, 25% trabalhadores do sistema e 25% gestores (secretários estaduais e municipais e representantes do Ministério da Saúde).
Contrariando as expectativas do próprio Ministério da Saúde, chefiado pelo Sr. Temporão, apoiado por diversos grupos pró-aborto (inclusive pelas soi-disant “Católicas pelo Direito de Decidir” — grupo que de católico apenas leva o nome), o resultado foi surpreendente: 70% dos delegados votaram contra a proposta de legalização total do aborto no Brasil.
Tal resultado — espetacular, pois nunca visto em anteriores conferências — não tem efeito legal, mas é considerado muito importante, uma vez que exerce influência na formulação de políticas acerca do aborto e serve para pressionar os congressistas a fim de que não votem pró-aborto.
Uma das artimanhas dos representantes do governo na 13ª Conferência, para conseguir a aprovação do aborto, foi justamente “esconder” a palavra “aborto” do texto a ser votado sobre “a livre interrupção da gravidez”.
A citação era "Assegurar os direitos sexuais e reprodutivos, respeitar a autonomia das mulheres sobre seu corpo, reconhecendo-o como problema de saúde pública e discutir sua descriminalização por meio de projeto de lei".Sem a palavra “aborto” a citação fica menos contundente. O intuito foi claro: confundir os votantes que poderiam ficar menos chocados e enganá-los, pois ficavam sem saber direito no que estavam votando.
Mas, desta vez, essa artimanha não obteve sucesso e a derrota dos abortistas foi fragorosa.
Inconformado com a derrota, o diretor de “Ações e Programas Estratégicos do Ministério da Saúde”, Adson França, afirmou que a decisão contra o aborto foi “hipócrita”. Eis aí uma afirmação pouco "estratégica"... ou uma "retirada estratégica", de quem não tem argumentos...
Clair Castilhos, diretora da “Rede Nacional Feminista de Saúde”, criticou a decisão dizendo que ela reflete o fundamentalismo de setores da sociedade brasileira. Eis aí uma crítica “fundamentalista” e nada “democrática”...
Por sua vez, o Sr. Ministro da Saúde quis fazer pouco caso da decisão, dizendo que “a conferência não é deliberativa”. Sim é verdade, não é deliberativa, mas se ele não tivesse sido derrotado, não diria isso. Não é verdade Sr. Temporão? Ademais, como já disse acima, o resultado influencia os congressistas. Estes entendem que tal resultado reflete a opinião dos eleitores... Além disso, eles viram que muitos dos que votaram pelo aborto foram vaiados... Vaias que eles não querem ouvir... Vaias, entretanto, que a nossos ouvidos soam como melodiosas músicas. Precisamos ouvir mais dessas músicas... e em alto e bom som.
Também os lobbystas-do-aborto no Brasil — fartamente financiados pelo lobby internacional pró-aborto —, reclamaram de tal conferência dizendo que ela não reflete a vontade popular... Mas esqueceram eles que recentes pesquisas do Data-Folha refletiram muito bem a vontade popular, revelando que “só 3% da população consideram ‘moralmente aceitável’ fazer um aborto, contra 87% que acham isso ‘moralmente errado’, e 6% que, estranhamente, afirmam não ser essa ‘uma questão moral’”.
É a tal história da pseudo-democracia: se a conferência votasse em peso pelo aborto, os mesmos lobbystas insistiriam: os congressistas precisam aprovar a prática do aborto, pois devem seguir a vontade popular.
Seria bem o caso de dizer: “Vontade popular, vontade popular, quantos crimes se comentem em teu nome!”
Contrariamente a essas posições abortistas, o representante da “Pastoral da Criança”, o Sr. Clovis Boufleur, declarou: "Essa posição [da 13º Conferência] reflete o pensamento do povo brasileiro". E acrescentou: “O governo fica enfraquecido na sua decisão, porque a conferência decidiu que em relação ao aborto nos próximos quatro anos a posição é essa”. [Tais conferências são realizadas de 4 em 4 anos].
Mas não podemos cair no clima do “já ganhamos” — nisso consiste o perigo. Precisamos continuar a luta e sempre alertas, do contrário os inescrupulosos abortistas — por meio de manobras escusas e passando por cima da opinião pública brasileira — acabarão por aprovar a “pena de morte” aos inocentes.
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Cfr. “Agência Brasil”, “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”.

É isso mesmo, nossa democracia é uma pseudo-democracia. É uma "ditatocracia". Ouvi uma declaração do ministro da saúde dizendo que não vai considerar a resolução da 13a. conferência nacional de saúde (Brasília). A resolução, aprovada por ampla maioria. teria o poder de proibir a discussão sobre o aborto no Congresso, pelo menos até a próxima conferência daqui há 4 anos, quando novos debates aconteceriam. Mas isso em tese, a democracia "deste país" não considerará a resolução. Segundo o Sr. José Gomes Temporão, ele não vai retirar a discussão sobre o aborto no Congresso e que, dentro dele, continuará seu trabalho pela aprovação do projeto do aborto e para propor ao Congresso a aprovação de um plebiscito sobre o tema. Se ele, um ministro "deste governo", não respeita uma decisão democrática, respeitará o resultado do plebiscito? Sim, ele respeitará deste que o resultado seja favorável à sua intenção maléfica. Do contrário tentará outro recurso, até mesmo um plebiscito falseado, para por fim conseguir a aprovação da maldição do aborto. Que democracia é esta "deste país"? E termino com outra pergunta: Então para que a convocação da Conferência Nacional, com quase 5 mil participantes, com uma gastança enorme? Certamente porque ele contava com um resultado pró-aborto. Mas graças a Deus o Sr. Temporão saiu derrotado. Que Deus nos ajude nesta luta pela vida que Ele criou e somente Ele pode tirar.
ResponderExcluirO ex arcebispo do do Rio Dom Eusébio, uma vez, chegando ao aeroporto de Roma, foi cercado por repórteres que sabendo da chegada de um arcebispo brasileiro logo fizeram perguntas sobre o presidente brasileiro. Dom Eusébio disse com todas as letras e curto e grosso: "Lula não é católico, ele é caótico". Claro como água. Como pode ser católico quem é a favor do aborto, dos gays e outras sujeiras condenadas pela igreja católica?
ResponderExcluirA mesma coisa podemos dizer, também de modo curto e grosso, das chamadas "católicas pelo direito de decidir" (a favor do aborto). Elas não são católicas, elas são caóticas.
Hipocrisia é uma palavra forte, tenho consciência disso, mas não devemos deixar passar em branco o hábito dos adoradores do aborto em achincalhar os que não concordam com o assassinato de fetos, pospondo-lhes o termo negativo.
ResponderExcluirO bom é que atendo-se ao verdadeiro significadoda palavra, vê-se que é perfeita para descrever esses grupos. É caso, por exemplo, das Católicas (?) pelo Direito de Decidir. Não é uma grande hipocrisia apregoar-se seguidor de uma religião cujos princípios de doutrina combatem como se fosse lixo? E o propalado "direito de decidir", vale para os que decidiram CONTRA a descriminalização do aborto nessa conferência? Parece que não, a julgar pelas feministas e outros adoradores do aborto. Mais hipocrisia, portanto.