22 de julho de 2024

A Igreja e a homossexualidade: a história de uma capitulação

 


Luigi Casalini

Fonte: Revista Catolicismo, Nº 883, Julho/2023

Foi por covardia ou cumplicidade — ou ambos — que o Cardeal Fernández, com o apoio do Papa Francisco, publicou em 2023 a Declaração Fiducia Supplicans?

É impossível não fazer essa pergunta depois de ler o pequeno ensaio de Julio Loredo e José Ureta, Uma brecha na barragem — Fiducia Supplicans sucumbe à pressão do lobby homossexual.

Os autores não levantam essa questão espinhosa. Eles se limitam a fornecer um relato documentado do cabo de guerra entre o Vaticano e o lobby homossexual, uma vez que este último, na década de 1970, decidiu forçar a Igreja a mudar sua doutrina sobre a atração pelo mesmo sexo (“objetivamente desordenada”) e as relações homossexuais (“intrinsecamente desordenadas” e até mesmo “depravadas”). Como resultado, a Igreja deveria fazer uma “releitura” aggiornatata [atualizada] da Bíblia à luz de Freud, o grande profeta da sexologia contemporânea.

Em Uma brecha na barragem, Loredo e Ureta argumentam que os católicos devem permanecer firmes em um inflexível non possumus, porque “deve-se obedecer antes a Deus que aos homens” (Atos 5,29). De acordo com eles, se essa resistência às autoridades eclesiásticas levar a uma divisão na Igreja, “não será culpa daqueles que desejam o depósito da fé intacto, mas sim daqueles que procuram ‘reinterpretá-lo’ com base nos supostos desenvolvimentos da ciência moderna e na ‘evolução’ antropológica da humanidade”.

 

No processo diabólico, chega-se a querer justificar a pedofilia

Covardia? Cumplicidade? Ou ambos? A resposta cabe aos leitores, depois de lerem o livro. O certo é que o novo trabalho de Loredo e Ureta, já traduzido para sete idiomas e destinado à distribuição em todos os cinco continentes, desencadeará uma controvérsia tão acalorada como sua obra anterior O processo sinodal: Uma caixa de Pandora.

A “quinta coluna” teológica que abriu as primeiras rachaduras não deixou de ser mencionada nesse pequeno volume. Os jesuítas McNeill, Charles Curran e o oblato André Guindon argumentaram abertamente que era Deus o responsável direto pela atração homossexual e pelo amor que a acompanha. Portanto, a Igreja só poderia abençoar a união estável de parceiros homossexuais, por ser essa um espelho do desvelo de Deus pela humanidade.

Um capuchinho holandês menos conhecido, Herman van de Spijker, foi mais longe, reconhecendo aos encontros noturnos furtivos em um parque, o mérito de acalmar as tensões pessoais e contribuir muito para o amadurecimento dos invertidos.

Mas a ignomínia final vai para o Padre Guindon, que consegue a prodigiosa façanha de justificar relacionamentos pedófilos, os quais só seriam traumáticos para a criança por causa da reação histérica dos pais, obcecados pelo preconceito e pela atitude possessiva!

Uma conivência com a pedofilia retomada mais tarde por um anúncio no Kerken Leben, o semanário dos bispos flamengos, com a cumplicidade do Cardeal Daneels, o grande eleitor do Papa Francisco na máfia de Sankt-Gall, que desviou o olhar para o outro lado. Não é de surpreender que ele tenha feito o mesmo quando seu bom amigo Dom Roger Vangheluwe, ex-bispo de Bruges reduzido ao estado laical, foi acusado de abusar sexualmente de um sobrinho durante treze anos, desde que o menino tinha apenas cinco anos.

 

Recusa do ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade

Cardeal Godfried Danneels 

Todos esses escritos nauseabundos são rapidamente passados em revista, juntamente com as atividades pseudo-pastorais de figuras como o Padre Robert Nugent e a Irmã Jeannine Gramick, que chegam a dizer que somente os homossexuais que aderem ao ensino tradicional são obrigados a confessar seus pecados contra o Sexto Mandamento. Para seu rebanho nos grupos Dignity e New Ways Ministry, que assumiram sua identidade LGBT, é suficiente confessar suas violações voluntárias do compromisso básico de viver uma vida de amor altruísta...

Um longo capítulo de Uma brecha na barragem narra a contra ofensiva da Congregação para a Doutrina da Fé, quando era chefiada pelo Cardeal Joseph Ratzinger, contra todas essas aberrações doutrinárias que desprezavam os textos muito claros das Escrituras e o ensino constante do Magistério.

Atenção especial é dada à Carta Homosexualitas Problema “sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais”, publicada em 1986, que pedia aos bispos do mundo “que sejam particularmente vigilantes com relação aos programas que, de fato, tentam exercer pressão sobre a Igreja a fim de que ela mude a sua doutrina, embora às vezes, verbalmente neguem que seja assim”. As sucessivas condenações dos autores heterodoxos são analisadas, bem como a proibição imposta ao Padre Nugent e à Irmã Gramick de continuarem suas atividades dentro dos grupos dos quais eram capelães, tendo em vista o fato de terem se recusado a assinar uma declaração confirmando sua adesão interior ao ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade.

 

Todos são bem-vindos... desde que cumpram as exigências de Deus

O Cardeal Joseph Ratzinger já alertava,
em 1986, aos bispos do mundo
para “que fossem particularmente
vigilantes com relação aos programas que,
de fato, tentam exercer pressão
 sobre a Igreja a fim de que ela
mude a sua doutrina, embora às vezes,
verbalmente neguem que seja assim”

Loredo e Ureta também se propuseram a dissecar o binômio “desafio-chantagem” usado pelo lobby homossexual para forçar a mão dos bispos, seja revelando sua orientação sexual, seja forçando-os a se distanciarem publicamente das posições da Santa Sé, sob pena de obrigá-los a “sair do armário” contra a própria vontade.

O caso mais emblemático é o do Cardeal Basil Hume, que se apressou em escrever uma carta afirmando que a amizade homossexual pode ser “uma forma de amar” e que não devemos generalizar ao atribuir culpa subjetiva sobre atos genitais homossexuais. O ativista do movimento Out Rage, Peter Tatchell, pôde se gabar ao New York Times: “Estamos definindo a agenda”.

Se tudo isso produziu rachaduras no dique católico que ainda se mantinha firme contra as ondas da revolução homossexual, foi o Papa Francisco quem abriu uma brecha, desde seu famoso “Quem sou eu para julgar” até o apelo na JMJ de Lisboa para incluir “todos, todos, todos”, sem levar em conta sua condição de pecadores públicos.

Apelo que foi objeto das flechas afiadas de Dom Rob Mutsaerts, o corajoso bispo auxiliar de S'Hertogenbosch (Holanda), em seu prefácio ao livro. Sem rodeios, ele afirma que, por certo, todos são bem-vindos... desde que cumpram as exigências de Deus. No inferno, diz ele, a situação é diferente.

“No inferno, as coisas são diferentes: todos são incondicionalmente bem-vindos. O slogan do diabo é: Come as you are [“Venha do jeito que você é”]; não precisa mudar, pedir perdão, nem erguer uma palha para ajudar a outros em suas necessidades: ‘todos, todos, todos’ são bem-vindos ao inferno”.

 Mas não acho que nosso bom bispo holandês seja agora tão bem-vindo a Santa Marta como o foram a Irmã Gramick e o Padre James Martin. É mais provável que ele tenha o mesmo destino de seu colega Dom Joseph Strickland, o que lhe dará mais tempo para escrever em seu blog, o que não seria tão ruim...

 

Exigem uma mudança no Catecismo da Igreja Católica

Padre James Martin

A brecha aberta pelo Papa Francisco foi rapidamente atravessada pelos bispos alemães e belgas
, que promoveram cerimônias litúrgicas para abençoar as uniões homossexuais, e ainda pelo Cardeal Schönborn, o qual deseja conceder a todos os casais “irregulares”, incluindo os de parceiros do mesmo sexo, nada mais nada menos que o status teológico concedido pelo Concílio Vaticano II aos “irmãos separados”.

De acordo com o Arcebispo de Viena, que aproveitou a festa da Assunção para abençoar seu amigo Gery Kezlere e o parceiro homossexual deste no final da refeição, as uniões civis incluem aspectos positivos de compromisso mútuo, mais sólidos do que os de uma simples coabitação, o que as aproxima do casamento sacramental.

O teólogo suíço Daniel Bogner vai ainda mais longe. Ele acredita que é necessário repensar o sacramento do matrimônio e libertá-lo de sua “embalagem de perfeição” e de “uma lógica escalonada que distingue entre um sacramento de ‘forma plena’ e uma oferta barata de bênção para formas ‘inferiores’ de amor”.

Se a espúria “bênção pastoral” do Cardeal Tucho Fernández causou tanto alvoroço na África e em outros lugares, não é difícil imaginar a convulsão que sofrerá a Igreja Católica se aprovar, como muitas denominações protestantes já o fizeram, um pseudo-casamento homossexual. Ou uma mudança no Catecismo da Igreja Católica para dizer que a orientação homossexual não é desordenada, mas “ordenada de forma diferente”, como deseja o Padre Martin.

De fato, a doutrina que rejeita a homossexualidade faz parte do magistério ordinário universal da Igreja e, como tal, é irreformável. Em consequência, é absolutamente inaceitável a ideia de que as relações homossexuais podem ter algo que valha a pena santificar com um sacramento ou bênção, como os Cardeais Hollerich, Schönborn, Fernández & Co. com o apoio secreto de Francisco procuram impor.

 


O Vaticano continuará a se submeter ao lobby LGBT?

Alguns acharão que esta obra não é suficientemente profunda, porque simplesmente relata as ofensivas do lobby LGBT e seus cúmplices nos círculos católicos e as respectivas respostas — primeiro mais fortes e depois mais fracas ou mesmo cúmplices, do Vaticano e de vários episcopados —, sem fornecer uma análise detalhada de cada argumento ou incidente. Outros acharão, ao contrário, que o livro não foi escrito com uma caneta ágil, como se fosse um romance, devido à preocupação óbvia dos autores de permanecerem objetivos e bem documentados.

De qualquer forma, para os leitores mais velhos, como eu, a leitura do livro os fará lembrar de certos episódios que os enfureceram na época, mas que depois desapareceram de sua memória, como a declaração escandalosa de Mario Mieli, fundador do Fronte Unitario Omosessuale Rivoluzionario Italiano, sobre a contribuição feita à emancipação humana por perversões sexuais como sadismo, masoquismo, pederastia, gerontofilia e zoofilia.

Os leitores mais jovens, que não vivenciaram o tumulto da era pós-68, encontrarão uma perspectiva histórica que os ajudará a entender até que ponto a Fiducia Supplicans representa uma capitulação incomum do Vaticano diante da pressão do movimento homossexual dentro e fora da Igreja.

*   *   *


 

Como o lobby homossexual conseguiu que a Associação Americana de Psiquiatria tomasse uma decisão política

 


Na entrevista que deu ao Journal of Gay & Lesbian Mental Health, na edição de fevereiro de 2003[1], o Dr. Robert L. Spitzer [foto], principal agente da retirada da homossexualidade do Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais (DSM-III), da Associação Americana de Psiquiatria (AAP), ofereceu detalhes muito elucidativos sobre o caráter não científico, mas político, da decisão, bem como do papel que o lobby homossexual nela desempenhou.

Tudo começou num simpósio sobre o tratamento da homossexualidade promovido pela Association for the Advancement of Behavior Therapy, cuja sessão inaugural foi interrompida, dez minutos após começar, pelo protesto de um grupo de ativistas homossexuais que acusavam os organizadores de os classificarem como “casos patológicos”. O Dr. Spitzer foi falar com um deles, chamado Ron Gold, e no curso da conversa explicou que era membro da Força Tarefa sobre Nomenclatura e Estatísticas da AAP, responsável pela edição do Manual de Diagnóstico. Gold pediu para que os ativistas fossem ouvidos por essa comissão.

Em sua apresentação, os ativistas reclamaram que as discriminações e ataques de que eram vítimas provinham do fato de a homossexualidade estar incluída no Manual. “Não tenho certeza se eles disseram isso explicitamente”, relata o Dr. Spitzer, “mas estava implícita a ideia de que a única maneira pela qual os homossexuais poderiam superar a discriminação dos direitos civis seria que a psiquiatria reconhecesse que a homossexualidade não era uma doença mental.[2]

Após a reunião, o Dr. Spitzer propôs que a AAP organizasse um simpósio sobre o assunto, o qual se realizou durante a reunião anual de 1973, no Havaí. Em vista desse simpósio, ele teve muitos contatos com Ron Gold e seus colegas. Movido por um sentimento de compaixão, começou então a pensar em uma fórmula que desse um fundamento científico ao seu desejo de ajudá-los. Porém, ele próprio reconhece que a fórmula que propôs deveu-se mais a considerações subjetivas e políticas do que propriamente clínicas:

“Quanto disso resultou da verdadeira lógica científica? Eu gostaria de pensar que em parte foi assim. Mas, com certeza, em grande parte deveu-se apenas à sensação de que estavam certos! Que, se quisessem ter sucesso em superar a discriminação, isso claramente precisava mudar.”[3]

Para contornar o entrechoque entre a visão tradicional de que a homossexualidade era uma doença que deveria ser tratada e o argumento de que era apenas uma variação normal, ele pôs como pressuposto que a psiquiatria nunca definiu o conceito de desordem mental. Intuitivamente, poder-se-ia dizer que o que todas essas patologias têm em comum é que os que delas padecem não são habitualmente muito felizes. Ora, a aceitar o que dizem os ativistas, ou seja, que há homossexuais que não se sentem angustiados por serem homossexuais, então poder-se-ia alegar: Aqui está uma definição de transtorno mental que faz algum sentido; e, nesta base, a homossexualidade não deveria estar no DSM-II.”[4]

Na entrevista, o Dr. Spitzer reconheceu que em parte isso foi político”, pois sabia que não havia como fazer os membros ou a AAP aceitarem a remoção total da categoria [homossexual]” do manual, mas que muitos aceitariam sua substituição pelo novo conceito de distúrbio de orientação sexual”, aplicável unicamente a “um homossexual insatisfeito” e que precisa de tratamento.[5]

Foi assim que o pequeno grupo da Comissão de Nomenclatura, e depois, sucessivamente, o Conselho de Investigação e Desenvolvimento, a Assembleia de Secções Distritais, o Comité de Referência e, finalmente, o Conselho de Curadores da Associação Americana de Psiquiatria aprovaram a exclusão da homossexualidade do Manual de Transtornos Mentais.

 

Deus cria homossexuais?


Todos os autores citados neste capítulo partem do pressuposto ou aceitam implicitamente a ideia de que Deus dá a uma minoria de pessoas a sua orientação homossexual, a qual não seria, neles, “intrinsecamente desordenada”, como ensina o Catecismo da Igreja Católica (par. 2357).

Esse argumento é falso na medida em que pressupõe, pelo menos no caso da homossexualidade, que não há distinção entre Deus — Causa Primeira de todas as coisas — e as causas segundas que agem no universo criado. Ora, essa formulação falseia o conceito católico de Providência, segundo o qual Deus não é o Autor direto de todo o mal físico e moral que há no mundo, mas apenas o permite por razões, para nós misteriosas, de sua divina sabedoria. Portanto, as relações de Deus com os males que afetam a humanidade não são de maneira alguma positivas, mas somente negativas. Isso é verdade tanto em relação às ações livres das criaturas quanto às não livres:

“Até o mal, o pecado, recai verdadeira e propriamente sob a Providência de Deus. Pois ele não ocorreria sem sua permissão e assistência física. [...]

“O mesmo se deve dizer da Providência divina com relação às ações não livres das criaturas. Aqui também, embora determine e dirija todas elas rumo a uma unidade final harmoniosa, Deus permite que as causas segundas subsistam em suas imperfeições essenciais e acidentais; Ele não impede tais causas de ficarem paralisadas e, em muitos casos, de não alcançarem seu efeito ideal. E isso acontece não apenas no mundo vegetal e animal, mas também no mundo humano e, neste último, não apenas no âmbito corpóreo, mas também no psíquico. [...] Também aqui podemos adivinhar as razões. Assim como Deus não deseja interferir na liberdade, Ele não deseja privar as causas segundas de sua ação própria, mas, ao contrário, elevá-las à dignidade de cooperadoras (SummaTheologica, I, 22, 3).As deficiências que daí podem resultar no ser humano não são de tal natureza que impeçam o homem de alcançar seu fim último.”[6]

Ora, até Marshall Kirk and Hunter Madsen, em seu “manifesto homossexual” de 1989, intitulado After the Ball, reconhecem a interferência de causas segundas no desenvolvimento da atração por pessoas do mesmo sexo: “Sustentamos que, para todos os efeitos, os homossexuais devem ser considerados como tendo ‘nascido homossexuais’, embora a orientação sexual, para a maioria dos seres humanos, pareça ser o produto de uma interação complexa entre predisposições inatas e fatores ambientais durante a infância e o início da adolescência.”.[7]

 

 

 

“Os ativistas dos direitos dos homossexuais pressionaram fortemente para que a sociedade lhes reconhecesse o casamento civil. Estes mesmos ativistas também procuraram obter da igreja a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo para afirmar a legitimidade de sua atividade sexual e como um eventual passo para obter o reconhecimento de suas relações como sendo conjugais.”

+ Dom Joseph Naumann,
arcebispo de Kansas City

 

 

 

“Abençoar uma realidade contrária à criação não é apenas impossível, é uma blasfêmia.”

+ Cardeal Gerhard Müller,
prefeito emérito da Congregação para a Doutrina da Fé

 

 

 

Não se pode abençoar uniões que a própria Igreja diz não estarem conformes ao plano de Deus”

+ Cardeal Daniel Sturla,
arcebispo de Montevidéu

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“Não estamos fazendo oposição ao Papa Francisco mas nos opondo de maneira firme e radical a uma heresia que está minando seriamente a Igreja, o Corpo de Cristo, por ser contrária à fé e à tradição católica”

+ Cardeal Robert Sarah,
prefeito emérito da Congregação para o Culto divino,
dirigindo-se aos bispos da África

 



[1]Cfr. Jack Drescher, “An Interview with Robert L. Spitzer, MD”, Journal of Gay & Lesbian Psychotherapy 7, n. 3 (Fevereiro de 2003), https://www.researchgate.net/profile/Jack- Drescher/publication/244889348_An_interview_with_Robert_L_Spitzer_MD/links/5413bc2f0cf2bb7347db270f/An-interview-with-Robert-L-Spitzer-MD.pdf

[2] Idem, p. 101.

[3]Ibid., pp. 101–102.

[4]Ibid., p. 102.

[5]Ibid., p. 103.

[6]Bernhardt Bartmann, Précis de théologie dogmatique (Mulhouse: Ed. Salvator, 1941), 1941, p.287.

[7] Marshall Kirk and Hunter Madsen, Ater the Ball: How America Will Conquer Its Fear & Hatred of Gays in the ‘90s (New York: Doubleday, 1989), p. 184, https://albertmohler.com/2004/06/03/after-the-ball-why-the-homosexual-movement-has-won/

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