A grande santa carmelita, grandeza perfeita e acabada, expressão da reflexão, da decisão e da perseverança
✅ Plinio Corrêa de Oliveira
Já comentei este e outros quadros de Santa Teresa d’Ávila. Este eu considero magnífico, pois exprime bem o que eu imaginava da grande santa espanhola.
Rosto impassível, olhar com vida própria, por assim dizer, autônomo do rosto. Enquanto o rosto está átono, o olhar está contemplando. Olhar que se compraz em ver longe no horizonte, como de uma águia, o ponto mais esplendoroso. Dir-se-ia que a santa carmelita está olhando um sol que não ofusca. O que ela considera com admiração, com veneração, com uma forma de amor que não é propriamente o carinho, mas a completa entrega de si e o não querer a não ser aquilo que ela está olhando.
Mas há por detrás dessa impassibilidade do rosto, pela posição da cabeça sobre o pescoço e do pescoço sobre os ombros, muita coerência. A cabeça está para o pescoço como o pescoço está para o corpo. Esta impostação caracteriza o seu élan, sua coragem e a própria expressão da reflexão, da decisão e da perseverança.
Neste quadro de Santa Teresa notamos uma atitude de altivez que recebe d’Aquele a quem ela contempla. O olhar parece dizer: “Eu só temo Aquele a quem admiro, e a favor d’Ele não temo absolutamente ninguém. Aquele que é tudo e vence tudo; vamos para a frente!”
É uma alma varonil, com nada do pseudo-feminismo atual. Ela é a figura feminina, mas também a figura da força de um varão com uma grandeza carolíngia. No domínio feminino ela é um Carlos Magno. Uma grandeza perfeita e acabada! Bem se poderia chamá-la de “Teresa de Jesus, a carolíngea” — magnífico elogio também para Carlos Magno!
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 6 de junho de 1980. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.
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