18 de novembro de 2024

Magnata húngaro — Reluzimento da Ásia com a categoria do Ocidente




  Plinio Corrêa de Oliveira 

O que é um magnata húngaro? A palavra magnata vem de magnus, grande. Equivale mais ou menos ao título de Grande de Espanha. Magnata húngaro seria um Grande da Hungria. 

Qual a característica própria ao magnata húngaro? Coube aos húngaros, devido a circunstâncias históricas, ficarem situados durante muito tempo nos confins entre o Oriente e o Ocidente.

Há na realidade daquele país, nas maneiras húngaras de ser, em seus trajes etc., algo que participa, ao mesmo tempo, do equilibrado, do acertado, do distinto do Ocidente e de algo do fabuloso do Oriente. Existe um reluzimento da Ásia conjugando-se com a categoria do Ocidente. E isso fazia-se notar muito nos trajes com que os magnatas húngaros compareciam a certo tipo de cerimônias na corte da Áustria, em Viena. 

A Áustria e a Hungria constituíam uma monarquia dual. O imperador da Áustria era Rei da Hungria. Em vista disso, na corte de Viena apareciam muitos húngaros, e naturalmente, conforme a cerimônia, com traje regional. 

Eles ostentavam vestes que constituíam um conjunto de indumentária difícil de ser descrita em seus pormenores. Figurava nela um chapéu alto, de pele, com uma aigrette, isto é, uma pena alta, bonita. Depois havia nela uma espécie de capa colocada nas costas, de forma um tanto enviesada, com botões e alamares muito bonitos. Por fim, botas altas, de verniz.

O todo era muito imponente, com um quê de ultra civilizado, mas deixando entrever, pelo meio, alguma coisa do tigre, que pode pular em cima de quem lhe desagradar muito vivamente... 

Tal mescla de alguma coisa de fera com certa característica de gentil-homem, de um toque oriental com uma dosagem ocidental, confere uma força e uma distinção — além de indicar o poder do magnata no feudo onde ele é o senhor — que enchem a alma católica de delícias.  

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira para sócios e cooperadores da TFP em 1o de junho de 1993. Sem revisão do autor.
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 635, Novembro/2003.

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