5 de junho de 2025

O NOVO LEÃO E OS VELHOS LOBOS

“Até aqui, tivemos Francisco, que falava com os lobos. Agora, temos um leão que expulsará os lobos” (Cardeal Ladislav Nemet). 

✅  Paulo Roberto Campos

Incontáveis católicos rezavam pedindo ao Espírito Santo que inspirasse claramente os Cardeais reunidos em Roma no recente Conclave. Encheram-se de esperançosa alegria ao verem, no final da tarde de 8 de maio, a fumaça branca saindo da chaminé da Capela Sistina.

Era o sinal da eleição de um novo Papa. Foi um júbilo vê-lo despontar, com as vestes tradicionais, no balcão principal da Basílica de São Pedro. O novo Romano Pontífice eleito foi o Cardeal Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV. Com o mesmo nome, ele teve por predecessores dois santos: São Leão Magno e São Leão IX. E mais recentemente, no final do século XIX e início do século XX, Leão XIII. 

O júbilo não se restringiu à imensa multidão reunida na Praça de São Pedro, em frente à monumental Basílica. Ele também se manifestou na grande maioria dos quase um bilhão de pessoas que assistiram à grandiosa cena pelos meios de comunicação. Todos queriam ver o novo Sucessor de Pedro, o Vigário de Jesus Cristo na Terra, e dele receber a primeira bênção Urbi et Orbi


Apenas dois dias após sua eleição, Leão XIV foi rezar diante do milagroso quadro de Nossa Senhora do Bom Conselho [foto acima], na pequena e medieval cidade de Genazzano, cuja história é resumidamente exposta em artigo do Prof. Roberto de Mattei publicado na edição da revista Catolicismo* deste mês, que a todos recomendo vivamente. 

Supliquemos também à Madonna de Genazzano especial proteção ao novo Pontificado, sempre lhe inspirando bons conselhos nas grandes dificuldades com que se defrontará ao longo dos próximos anos. Tanto em função de um mundo prestes a entrar numa terceira guerra mundial, como em razão da terrível crise que flagela a Santa Igreja devido aos erros do modernismo infiltrados em seu seio, os quais foram severamente condenados por São Pio X.

Juntemos nossas orações pelo Papa Leão XIV, a fim de que Deus conceda-lhe, como bem disse o Cardeal Raymond Burke, “abundante sabedoria, força e coragem para fazer tudo o que Nosso Senhor lhe pede nestes tempos tumultuados”


Ao mesmo tempo em que houve referido júbilo do povo católico ao ver o novo Romano Pontífice, houve também uma impressão de decepção em certas alas da esquerda, tanto civil quanto religiosa, bem como da parte daqueles que sintonizam com a “esquerda católica”, que esperavam um Papa vinculado à “Teologia da Libertação”. Esses “teólogos” libertários estavam criando tal clima durante o Pontificado do Papa Francisco, que alguns observadores vaticanistas chegaram a recear a ocorrência de um cisma na Igreja. 

Esta e outras questões relativas ao novo Pontificado são desenvolvidas em Catolicismo. A título de exemplo, copio aqui um trecho de um dos colaboradores da revista, o Prof. José Antonio Ureta: 

“Segundo o jornal Le Figaro, o cardeal sérvio Ladislav Nemet [foto ao lado] teria contado uma brincadeira que circulava entre os cardeais e que daria uma outra explicação pela escolha do nome Leão – leo em latim: ‘Até aqui, tivemos Francisco, que falava com os lobos. Agora, temos um leão que expulsará os lobos”. 

É o que o geral dos católicos espera de Leão XIV para a restauração da Santa Igreja, hoje infiltrada pela “fumaça de satanás” e vítima de um “misterioso processo de autodemolição” — segundo palavras de Paulo VI — uma vez que, pelas portas e janelas abertas por lobos transvestidos de ovelhas, penetrou tal fumaça diabólica no Templo de Deus. Esperemos que Leão XIV a dissipe de uma vez por todas e ponha fim a essa “autodemolição” que levou a Igreja à crise atual. Assim será restaurada a paz na Igreja no sentido da verdadeira Paz como definida por Santo Agostinho, ou seja, “a tranquilidade da ordem”, o que supõe a eliminação tão radical quanto possível dos fatores de desordem doutrinária e disciplinar que grassam em todos os ambientes católicos. 

Ainda é cedo para alguma apreciação seriamente definitiva a respeito do novo Papa, mas suas primeiras palavras causaram alento, pelo tom da cortesia católica, oposto à brutalidade e à vulgaridade...

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