28 de abril de 2015

CARTA ABERTA DE CIENTISTAS AO PAPA FRANCISCO

Matéria transcrita do blog de Luis Dufaur: VERDE A NOVA COR DO COMUNISMO:

http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/


Carta aberta de cientistas ao Papa Francisco:Santidade não vos deixeis influenciar pelos enganos ambientalistas!


Santidade,

No momento em que os líderes mundiais consideram um acordo sobre o clima, muitos Vos olham em busca de orientação. Louvamos o cuidado que demonstrais para com a Terra e os filhos de Deus, especialmente os pobres.

Nesta carta levantamos algumas questões de interesse geral, que Vos pedimos considerar ao transmitir tal orientação.

Grande parte do debate sobre a gestão ambiental tem sua raiz num confronto entre visões do mundo baseadas em doutrinas opostas a respeito de Deus, da Criação, da humanidade, do pecado e da salvação.

Hotel Columbus, local do encontro do Heartland Institute
Cientistas ao Papa: a crise de aquecimento global não existe!

Uma equipe de cientistas líderes na denúncia dos enganos da propaganda ambientalista radical viajaram a Roma para informar o Papa Francisco sobre a verdade a respeito das mudanças climáticas.

A crise de aquecimento global não existe!, dizem eles.

Eles promovem os seguintes eventos abertos ao público e à imprensa nos dias 27 e 28 de abril:

Segunda-feira, abril 27, 1:00 p.m. GMT +2 (7:00 a.m. ET)
Hotel Columbus
Via della Conciliazione 33
00193 Roma, Itália

Terça-feira, abril 28, 1:00 p.m. - 2:30 p.m. GMT +2 (7:00 a.m. ET)
Palazzo Cardinal Cesi
Via della Conciliazione n. 51 (Piazza S.Pietro)
00193 Roma, Itália

Para mais informação: Jim Lakely, jlakely@heartland.org (preferido) ou 312/731-9364 (em Roma) ou Gene Koprowski gkoprowski@heartland.org ou 312/377-4000 ou 312/852-2517 (em Chicago).

A Pontifícia Academia das Ciências promoverá no dia 28 de abril o encontro “Proteger a Terra, dignificar a humanidade” visando “despertar a consciência e construir consenso” a respeito da suposta atividade humana que estaria causando um catastrófico aquecimento global.

O Heartland Institute – think tank líder na promoção da objetividade científica nessa matéria – levou cientistas sérios a Roma.

Eles desejam que o Papa Francisco não engaje sua autoridade moral com a agenda politizada e anticientífica da ONU.

O encontro promovido pelo Vaticano contará com a presença do secretário geral da ONU Ban Ki-Moon.

E também do economista de Harvard Jeffrey Sachs.

Os dois se destacam pela recusa de tomar conhecimento da abundante documentação científica demostrando que a atividade humana não gera crise climática alguma.
Infelizmente, esse embate afeta com frequência as conclusões da ciência ambiental. Ao invés de um cuidadoso relato exibindo as melhores provas, recebemos conclusões altamente especulativas e teóricas, apresentadas como resultados seguros da ciência.

Nesse processo a própria ciência fica diminuída, e muitos líderes morais e religiosos bem-intencionados correm o risco de oferecer soluções baseadas em ciência enganosa.

Tragicamente, o resultado é que as próprias pessoas que se pretende ajudar podem acabar prejudicadas.

Isto é especialmente trágico, porquanto a própria ciência surgiu na Europa Medieval, numa cultura alimentada durante muitos séculos por uma imagem bíblica da realidade que incentivava empreendimentos científicos.

Esta verdade é comum e corrente para uma ampla e diversificada gama de historiadores e filósofos da ciência. Como explicou Alfred North Whitehead:











A maior contribuição do medievalismo para a formação do movimento científico [foi] a crença inexpugnável de que [...] há um segredo, um segredo que pode ser revelado. Como foi essa convicção tão vividamente implantada na mente européia? [...]


Ela deve provir da insistência medieval sobre a racionalidade de Deus, concebida como a energia pessoal de Jeová, e com a racionalidade de um filósofo grego. Cada detalhe foi supervisionado e ordenado: a busca na natureza só poderia resultar numa confirmação da fé na racionalidade.[...]

Na estimativa de Whitehead, as idéias de outras religiões sobre um deus ou deuses não poderiam sustentar tal entendimento do universo.

Em seus pressupostos, qualquer “ocorrência [como no animismo ou no politeísmo] poderia ser devida ao decreto de um déspota irracional” ou [como acontece com o panteísmo e o materialismo ateu], a “alguma origem impessoal e inescrutável das coisas. Não existe a mesma confiança [como se dá no teísmo bíblico] na racionalidade inteligível de um ser pessoal”. (Alfred North Whitehead, Science and the Modern World (New York: Free Press, [1925] 1967), 13, 12, 13, citado em Rodney Stark, The Victory of Reason: How Christianity Led to Freedom, Capitalism, and Western Success (New York: Random House, 2005), 14–15. Similarmente, Loren Eiseley escreveu que “foi o mundo cristão que finalmente deu à luz de uma maneira clara e articulada, o próprio método da ciência experimental.” (Loren Eiseley, Darwin’s Century [Garden City, NY: Doubleday, 1958; reprinted, Doubleday Anchor Books, 1961], 62, cited in Nancy R. Pearcey and Charles B. Thaxton, The Soul of Science: Christian Faith and Natural Philosophy [Wheaton, IL: Crossway Books, 1994], 18.)

No mesmo sentido, Pierre Duhem observou que “a mecânica e física de que os tempos modernos justificadamente se orgulham, proveem, através de uma série de pequenos melhoramentos quase imperceptíveis, de doutrinas professadas no cerne das escolas medievais.” (Citado em David C. Lindbergh e Robert S. Westman, eds., Reappraisals of the Scientific Revolution [Cambridge: Cambridge University Press, 1990], 14, via Pearcey and Thaxton, Soul of Science, 53.)

Em suma, a cosmovisão bíblica lançou a ciência como um esforço sistemático para entender o mundo real através de um rigoroso processo de teste de hipóteses pela observação do mundo real. O Prêmio Nobel de Física, Richard Feynman, explicou “a chave da ciência” da seguinte maneira:

Em geral, buscamos uma nova lei [científica] pelo seguinte processo: Primeiro nós fazemos uma conjectura.

Depois calculamos as consequências da nossa conjectura, para ver que implicações haveria caso essa lei que conjeturamos fosse verdadeira.

Em seguida comparamos o resultado desse cálculo com a natureza, com experimentos ou experiências, e o confrontamos diretamente com a observação [do mundo real] para ver se funciona. Se a hipótese não concordar com a experiência, ela está errada.

Nesta simples declaração está a chave da ciência. O fato de sua conjectura ser bonita não faz qualquer diferença.

Pouco importa a inteligência de quem a fez ou qual seja o seu nome: se a conjectura divergir da experiência ela está errada. E acabou-se.

(Richard Feynman, The Character of Physical Law (London: British Broadcasting Corporation, 1965), 4, emphasis added)

Esta afirmação simples, porém profunda e absolutamente essencial à prática de uma ciência genuína, é necessária e unicamente derivada da visão bíblica do universo.

Estudiosos cristãos e judeus têm produzido ciência de alta qualidade ao longo dos séculos. Eles estão confiantes de que a ciência genuína leva à verdade sobre Deus e o homem e não entra em conflito com ela.

É por isso que existe, e tem existido por muitos séculos, uma Academia Pontifícia de Ciências e milhares de faculdades e universidades judias e cristãs em todo o mundo.

Assim, como pessoas de fé bíblica, temos um compromisso não só com a verdade, mas também com a prática da ciência como caminho para chegar à verdade.

Hoje, quando cientistas executam modelos climáticos complexos em grandes computadores para simular sistemas naturais incomensuravelmente mais complexos, tais como o clima da Terra, não podemos esquecer nosso compromisso com a verdade ou com aquela “chave da ciência”.

Como disse o cientista social Myanna Lahsen (Myanna Lahsen, “Seductive Simulations? Uncertainty Distribution around Climate Models,” Social Studies of Science 35/6 (December 2005), 895–922.), nossos modelos podem tornar-se “simulações sedutoras” se os modeladores, outros cientistas, o público e os formuladores de políticas se esquecerem de que modelos informáticos não são a realidade, mas devem ser confrontados com ela.

Se o resultado discordar da observação, são os modelos que devem ser corrigidos, e não a natureza.

Ao lado de uma sólida ciência, nossa abordagem da política climática deve conter duas opções preferenciais: pela humanidade e, na humanidade, pelos pobres.

Com isso não visamos lançar a humanidade contra a natureza, menos ainda pobres contra ricos. Pelo contrário, afirmamos que, como somente a humanidade reflete a imago Dei, qualquer esforço para proteger o meio ambiente deve estar centrado no bem-estar do ser humano e particularmente no dos pobres, por serem os mais vulneráveis e menos aptos a se protegerem.

Como escreveu o Rei Davi: “Feliz quem se lembra do necessitado e do pobre, porque no dia da desgraça o Senhor o salvará” (Salmo 40,2). 

Uma boa política climática deve reconhecer a excepcionalidade humana, o chamado de Deus às pessoas para dominarem o mundo natural(Gênesis 1,28), e a necessidade de proteger os pobres do mal e de ações que prejudiquem sua emancipação da pobreza.

Hoje, muitas vozes proeminentes qualificam a humanidade como flagelo do planeta, dizendo que o homem é o problema, e não a solução.

Tais atitudes falseiam com muita frequência a correta avaliação dos efeitos do homem sobre a natureza.

Alegando ingenuamente “ciência estabelecida”, elas exigem medidas urgentes para proteger o planeta de um catastrófico aquecimento global induzido pelo homem.

Ao atribuir o aquecimento dito antinatural ao uso de combustíveis fósseis para obter energia essencial ao desenvolvimento humano, tais vozes exigem que os homens se desfaçam do dominium que Deus lhes concedeu, ainda que isso signifique sua permanência ou recaída na pobreza.
I: Santidade não vos deixeis influenciar pelos enganos ambientalistas!

Vossa preocupação com a genuína ciência e com os pobres requer uma abordagem mais cautelosa, que considere cuidadosamente as provas científicas sobre os efeitos reais (e não apenas teóricos) da ação humana sobre o clima global; e também que tenha precipuamente em vista tecnologias energéticas e econômicas para proteger os pobres.

Por isso, esperamos e confiamos que vossa orientação aos líderes mundiais será fundamentada sobre o seguinte:

imago Dei e o domínio do homem

Pobreza extrema, fome generalizada, doenças galopantes e pouca expectativa de vida eram condições comuns à humanidade até os últimos dois séculos e meio.

Essas tragédias acontecem quando – opção preferida de grande parte do movimento ambientalista – os seres humanos, que são imagem de Deus, vivem e são tratados como meros animais que devem se submeter à natureza ao invés de exercer o domínio que Deus lhes concedeu no início (Gênesis 1,28).

Tal domínio não deve exprimir o regime abusivo de um tirano, mas o reino amoroso e cheio de significado de nosso Rei Celestial.

Assim, ele deveria manifestar-se aumentando a fecundidade, a beleza e a segurança da Terra, para a glória de Deus e o bem do nosso próximo.

Como as sociedades vencem a pobreza

Foi uma combinação de instituições morais, sociais, políticas, científicas e tecnológicas que livrou a maior parte da humanidade de uma absoluta pobreza material.

Tais instituições incluem uma ciência e uma tecnologia fundamentadas na visão do mundo físico como um cosmos ordenado que possa ser entendido e aproveitado pelas criaturas racionais para o melhoramento humano; direito de propriedade privada, empreendedorismo e comércio generalizados, protegidos por um Estado de Direito sob a égide de governos limitados e sensatos; e energia abundante, a preço acessível, confiável, gerada a partir de combustíveis fósseis e nucleares de alta densidade, suportáveis e constantemente acessíveis.

Ao substituírem a tração animal e humana, bem como as fontes de energia de baixa densidade como madeira, esterco e outros bio-combustíveis, e ainda a energia intermitente de baixa intensidade, de vento e solar, os combustíveis fósseis e nucleares livraram a humanidade das tarefas básicas de sobrevivência, permitindo-lhe dedicar tempo e energia em outras ocupações.

Provas empíricas indicam que os combustíveis fósseis não causam aquecimento catastrófico

Muitos temem que o uso de combustíveis fósseis ponha em perigo a humanidade e o meio ambiente, por causar um aquecimento global perigoso e historicamente sem precedentes.

Isso levou muitas pessoas bem-intencionadas a pedir uma redução das emissões de dióxido de carbono e, em consequência, do uso de combustíveis fósseis.

Tal receio se baseia em modelos informáticos relativos ao efeito do aquecimento causado pelo aumento do dióxido de carbono na atmosfera.

No entanto, para que tais modelos possam contribuir de forma válida à tomada de decisões, eles devem estar subordinados aos dados científicos, e tem havido uma crescente divergência entre as medições de temperatura no mundo real e as simulações informáticas.

Em média, os modelos informáticos simulam mais do que o dobro do aquecimento observado durante o período relevante.

Mais de 95% dos modelos simulam aquecimento maior do que tem sido observado, e apenas uma ínfima porcentagem se aproxima de modo tolerável.

Nenhum dos modelos simulou a ausência completa de aquecimento observada aproximadamente durante o período entre os últimos 16 anos (de acordo com dados de satélites do UAH) e 26 anos (conforme dados do RSS troposférico inferior). (C.P. Morice, J.J. Kennedy, N.A. Rayner, and P.D. Jones, “Quantifying uncertainties in global and regional temperature change using an ensemble of observational estimates: The HadCRUT4 dataset,” Journal of Geophysical Research (2012), 117, D08101, doi:10.1029/2011JD017187; Ross R. McKitrick, “HAC-Robust Measurement of the Duration of a Trendless Subsample in a Global Climate Time Series,” Open Journal of Statistics 4 (2014), 527–535, doi: 10.4236/ojs.2014.47050.)

Os dados confirmam a observação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de que experimentamos hoje uma ausência de aquecimento global suficientemente longa, tornando quase impossível conciliá-lo com os modelos informáticos.

Tudo isso torna cada vez mais claro o fato de que os modelos exageram muito o efeito de aquecimento do dióxido de carbono.

Os erros desses modelos não são aleatórios, como sucede com as temperaturas muitas vezes acima ou abaixo, mas claramente tendenciosos, sistematicamente acima das temperaturas observadas.

O método científico exige que as teorias propostas sejam testadas pela observação empírica.

Por esse teste, os modelos estão errados, não fornecendo qualquer base racional para prever um perigoso aquecimento global induzido pelo homem, nem justificando esforços para reduzir o aquecimento, restringindo o uso de combustíveis fósseis ou de quaisquer outros meios.

Num futuro previsível, as energias eólica e solar não poderão substituir efetivamente os combustíveis fósseis e a energia nuclear

Devido aos seus custos mais elevados e à sua menor eficiência, as energias eólica e solar representam apenas uma pequena porcentagem do consumo total de energia.

Com custos menores e maior eficiência, os combustíveis fósseis representam mais de 85% do consumo.

Substituir fontes de energia constantes e de alta densidade como oscombustíveis fósseis, por fontes energéticas intermitentes e de baixa densidade, como a eólica e a solar, seria catastrófico para os pobres deste mundo, pois elevaria simultaneamente os custos e reduziria a confiabilidade e disponibilidade de energia, especialmente a elétrica.

Por sua vez, isso aumentaria o custo de todos os outros bens e serviços, que demandam energia para produzir e transportar.

Causaria uma desaceleração no processo de emancipar os pobres de sua pobreza.Ameaçaria reconduzir milhões de pessoas à pobreza.

E tornaria as redes elétricas instáveis, com cortes intermitentes de energia eblackouts cada vez mais frequentes, generalizados e onerosos – situações que por sorte são raras em países ricos, mas muito conhecidas de milhões de pessoas em países sem redes elétricas vastas e estáveis, alimentadas por combustíveis fósseis ou nucleares.

Os pobres são os que mais sofreriam com as tentativas de restringir o uso de energias economicamente acessíveis

Os pobres de todo o mundo são os que mais sofrerão com tais políticas.

Os mais pobres entre os pobres – que somam 1,3 bilhões nos países em desenvolvimento e que dependem de madeira e esterco seco como combustíveis primários de cozinha e aquecimento, cuja fumaça mata 4 milhões e debilita temporariamente centenas de milhões a cada ano – serão condenados a mais gerações de pobreza, com suas mortais consequências.

Os marginalizados do mundo desenvolvido, que gastam em média duas vezes ou mais com energia proporcionalmente ao seu salário do que a classe média, perderão acesso a digna moradia, educação e serviço de saúde, na medida em que sua conta de eletricidade subir.

Alguns morrerão congelados por não poder pagar sua conta de energia elétrica e comprar comida suficiente.

Em invernos recentes, dezenas de milhares de pessoas morreram no Reino Unido devido à pressa da Grã-Bretanha em substituir o carvão por energia eólica para gerar eletricidade.

Energia economicamente acessível pode ajudar milhões de pobres a saírem da pobreza

Ao mesmo tempo que os modelos climáticos informatizados exageram o efeito de aquecimento causado na atmosfera pelo dióxido de carbono, plausivelmente simulam que um maior desenvolvimento econômico impulsionado pelo uso crescente de combustíveis fósseis adicionará mais dióxido de carbono na atmosfera.

Em consequência, o Grupo de Trabalho 3 do IPCC considera que os cenários de maior aquecimento no futuro se darão em sociedades mais ricas, e especialmente nas que são agora as mais pobres.

Os riscos de pobreza e políticas energéticas equivocadas que a prolongariam superam de longe os riscos da mudança climática.

Uma riqueza adequada habilita os homens a prosperarem em uma grande variedade de climas, quentes ou frios, úmidos ou secos.

A pobreza prejudica o desenvolvimento humano, mesmo no melhor dos climas.

A conclusão é que reduzir o uso de combustíveis fósseis significa reduzir o desenvolvimento econômico, condenando sociedades pobres a continuarem pobres e exigindo que os pobres de hoje se sacrifiquem em prol dos ricos de amanhã – uma evidente injustiça.

O aumento de dióxido de carbono na atmosfera ajuda o crescimento das plantas

Ao mesmo tempo que o aumento do dióxido de carbono na atmosfera provoca muito menos aquecimento do que se pensava, ele exerce um efeito positivo na vida das plantas.

Com mais dióxido de carbono no ar as plantas crescem melhor, tanto nas temperaturas mais quentes quanto nas mais frias, tanto nos solos mais úmidos quanto nos mais secos, com melhor aproveitamento dos nutrientes do solo, resistindo melhor às doenças e pragas, aumentando a produção de frutas, expandindo-se e esverdeando a terra com sua folhagem.

Tudo isso aumenta a quantidade de alimentos disponíveis e acessíveis a todo mundo, especialmente aos pobres, na medida em que favorece e aumenta a produção agrícola.

Portanto,substituir carvão, petróleo e gás natural por energia eólica, solar e outras fontes energéticas de baixa densidade, prejudica os pobres não somente por aumentar o preço da energia (e com ela o de todos os outros produtos), mas também por reduzir a produção de alimentos. Isso prejudica a vida na Terra inteira, privando-a do efeito fertilizante do dióxido de carbono.

“Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Salmos, 18,2).

Ao utilizar combustíveis fósseis para gerar energia e tirar da pobreza bilhões de preciosos filhos de Deus, liberamos do túmulo da terra o dióxido de carbono de que dependem as plantas e, portanto, toda a vida do planeta.

Este fato revela esplendidamente a sabedoria e o cuidado do Criador para com toda a criação: pessoas, animais, plantas, e a própria Terra.

À luz destas considerações, cremos ser insensato e injusto adotar políticas que exijam a redução do uso de combustíveis fósseis para fins energéticos. 

Tais políticas condenariam centenas de milhões de nossos irmãos a uma situação de contínua pobreza. 

Apelamos respeitosamente a Vossa Santidade que aconselhe os líderes mundiais a rejeitá-las.

26 de abril de 2015

Vaias e panelaços para o fantasma!


Leo Daniele

Nos últimos dias 15 de março e 12 de abril, não foi apenas uma pessoa ou um partido que foi possantemente vaiado e completamente desprestigiado em várias capitais, mas também o respectivo “programa” que, como um fantasma, estava por detrás de tudo. 

Tudo sem alarde porque, como todo fantasma que se preze, esse quer ser pouco visto. Ele é um importante comparsa do governo, tão vaiado nos últimos dias 15 de março e 12 de abril, mas não apareceu — é claro — nem foi citado. Mas é muito poderoso e tem-se materializado em leis, normas, regulamentos. Sua influência derruba muitas barreiras.

O que ele pregou? Entre outras coisas, as invasões rurais e urbanas. Também a aplicação de uma “política racial” que estimula a luta de raças. Após ter aceso a luta de classes. Intromete-se nos lares, por exemplo com a “teoria do gênero” e a “lei da palmada”. Deseja um controle cada vez maior dos meios de comunicação social. Luta pela oficialização paulatina da prática do aborto. Desrespeita a propriedade privada e persegue a livre iniciativa, com leis e impostos cada vez mais escorchantes. Propõe banir os símbolos religiosos das escolas e repartições públicas, etc.

O leitor talvez tenha adivinhado do que se trata. Esse fantasma é o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), decretado pelo presidente Lula em 21 de dezembro de 2009, no apagar das luzes de seu governo e atualizado em 12 de maio de 2010. 

Se ele assumisse carne e osso, certamente seria vaiado e
objeto de um ou vários panelaços. Mas se isso acontecesse, ele perderia uma de suas principais características, que é trabalhar na surdina. Por isso, não acusou recebimento das vaias que choveram dias atrás.

Em vez dos Dez Mandamentos da Lei de Deus, teremos agora que pautar nossas ações pelos “direitos” das prostitutas, dos transgêneros, das feministas, dos vadios, dos invasores de terras e de prédios, das “culturas” primitivas, dos revoltados de todo gênero.

E o texto do PNDH-3 é ainda mais amplo, pois recomenda: “incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade”.

As prostitutas são chamadas no PNDH3 eufemisticamente de “profissionais do sexo” e deverão ter sua ocupação regulamentada. 

O PNDH-3 propõe também “desenvolver mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União”, e recomenda “o respeito à laicidade pelos Poderes Judiciário e Legislativo, e Ministério Público, bem como dos órgãos estatais, estaduais, municipais e distritais”. Mais isso! 

Laicidade parece ter aqui o significado de ateísmo. O Estado laico seria ateu e não toleraria qualquer símbolo religioso em seus estabelecimentos. É uma inquisição laica (ou ateia) contra os crucifixos e as imagens de santos.

O PNDH-3 propõe “instrumentos de avanço” para a “redução das desigualdades sociais concretizadas por meio de ações de transferência de renda, incentivo à economia solidária e ao cooperativismo, à expansão da reforma agrária”.

Ademais, é indisfarçável a antipatia do PNDH-3 em relação à propriedade privada, entretanto fundamentada em dois Mandamentos da Lei de Deus: o 7º (“Não roubar”) e o 10º (“Não cobiçar as coisas alheias”).

Atualmente, se a propriedade urbana ou rural for invadida por esquerdistas ou arruaceiros, cabe ao Poder Judiciário restabelecer imediatamente a ordem por meio de uma liminar. Mas, para o PNDH-3, deverá ser obrigatório haver um diálogo prévio com os envolvidos, “com a presença do Ministério Público, do poder público local, órgãos públicos especializados e Polícia Militar”. Ou seja, o que normalmente seria uma ação de polícia, submissa ao discernimento de um magistrado, passaria a ser uma assembleia tumultuada, com a presença de meio mundo, ocasião ideal para muito discurso e não pouca demagogia. É fácil prever quais seriam os resultados. Os cubanos e os venezuelanos já os conhecem...

Não nos deixemos enganar a respeito dessa conspiração contra o que resta de civilização cristã no Brasil. O PNDH-3 é uma seita, uma hidra de sete cabeças, cada uma das quais deve ser anulada. Foi contra ele, embora de modo inexplícito, que se dirigiram a indignação e as vaias dos manifestantes.

Forçado a resumir muitíssimo, sinto-me na obrigação de acrescentar que nunca, em toda sua história, o Brasil foi ameaçado com violência tão veemente como a PNDH-3, quer pela sua radicalidade anticristã, quer pela sua universalidade.

O que ele propugna vai muito além do chavismo venezuelano. Mas está inteiramente de acordo com a Teologia da Libertação.

Na realidade, o PNDH-3 se afirma, sem dizê-lo, quase como uma nova religião. Sim, a religião do homem em substituição à religião de Deus, exigindo de seus adeptos submissão total. Uma religião laica que traz consigo uma nova moral, pois determina que devemos agora pautar as nossas ações pelos direitos das prostitutas, dos homossexuais, das feministas, dos vadios, dos invasores de terras e prédios, das “culturas” primitivas, dos revoltados de todo gênero, em substituição aos Dez Mandamentos da Lei de Deus. O ponto de referência para tudo quanto o homem pensa ou faz, passa a ser os tais “direitos humanos”, pelos quais será julgado.

Em espírito de concórdia e cooperação, apresentamos estas linhas à consideração dos leitores, implorando a decisiva e materna intercessão de Nossa Senhora Aparecida, gloriosa Rainha do Brasil, para que afaste de nossa Pátria tais perspectivas.

23 de abril de 2015

As apostas arriscadas do PT

Em 1917, nos estertores do czarismo, o maior perigo para o futuro da Rússia não estava em Lênin (à dir.). Morava na atitude otimista e desleixada de políticos burgueses como Kerensky (à esq.), adormeciam a reatividade; irresponsavelmente abriram caminho para a servidão do povo a um partido de doutrina totalitária e coletivista. O riso antecedeu a algema. Pode ser igual no Brasil, depende de cada um de nós.

Péricles Capanema 

Tarso Genro, ex-tudo, bamba do PT, chiou no twitter: “É constatação sobre decisão da Presidenta: PT está fora das decisões principais do Governo. Que são as de corte político e econômico. Outra constatação, para o bem e para o mal: PT é cada vez mais acessório no governo. Não é nem consultado para medida dessa envergadura.”

Tarso se queixava da entrega da política para Michel Temer e da economia para Joaquim Levy, sem o PT sequer ser consultado sobre as escolhas. É jogo de cena em especial para o público interno. De fato, o PT continua com a mão no leme, e sozinho, em áreas fundamentais. O experiente petista percebe, encantoado pelo amazônico inchaço da indignação popular, é vergonhoso ser petista hoje no Brasil, o governo se agarra nas duas boias para não afundar. Ou é isso, ou, pela força das coisas, o impeachment fica incoercível. Que me relevem a metáfora batida, entregou os anéis para não entregar os dedos.

Vai dar certo? Só Deus sabe. O petismo espera recompor a situação. As chances de aprovar o ajuste fiscal nas duas casas do Congresso melhoraram com a saída dos trapalhões e a entrada em cena de Temer. E está no forno uma rodada de concessões de atividades econômicas à iniciativa privada. Distende. Ainda por cima, no Congresso foram desativadas duas bombas. Uma, a CPI do BNDES no Senado, arquivada, e com ela, entre outras, a investigação dos escandalosos empréstimos a ditaduras comunistas como Cuba, ou já quase lá, como a Venezuela bolivariana e tiranias africanas (o BNDES alega segredo comercial para escapulir dos pedidos de esclarecimento). O Brasil, quebrado, torra dinheiro alto; bota grátis a grana preta na mão de ditadores de esquerda (os empréstimos nunca serão pagos, todo mundo sabe). Na Câmara, como reação, está em curso tentativa de desarquivar o espinhoso assunto; vamos ver no que vai dar. Outra, o arquivamento da CPI dos fundos de pensão das estatais, que investigaria aplicações bilionárias, no mínimo suspeitas, feitas pela cumpanherada neles encarapitada.

A receita trará num primeiro momento retração na economia, queda nos salários, crescimento do desemprego. Daqui a alguns meses, tudo indica, virão melhoras no emprego e na renda. E, por sua banda, Temer tem condições de evitar danos irreparáveis no Congresso. Com isso, é a esperança dos dirigentes petistas, o partido salva o possível do incêndio e mantém vivas suas chances para 2016 e 2018. De outro jeito, Lula ou um substituto voltam a ser competitivos, o PT pode eleger alguns governadores e prefeitos, ademais de bancada federal numericamente respeitável. Os maiores responsáveis pela virada? Na primeira fila, Levy e Temer. Um pouco atrás, os que os acolitam nesse trabalho que leva à recomposição da popularidade e estufa a cesta de votos, em particular figuras de passado direitista como Kátia Abreu e Guilherme Afif, agora na melancólica posição de companheiros de viagem. Líderes assim continuam aceitos pelos seus por apresentarem uma contrapartida: tiram do papel e atendem certas reivindicações antigas. E assim, na superfície, favorecem as causas sempre defendidas por eles. Em profundidade, com a desorientação que causam, dissolvem resistências contra a avalanche demolidora.

Infelizmente também contribuem para a recomposição vozes oposicionistas relevantes que desnorteiam e adormecem. O senador José Serra, em Harvard, afirmou ser “mais à esquerda que o PT, partido reacionário”. Seguindo o raciocínio, o pior do PT é não estar suficientemente à esquerda. E FHC, em Comandatuba, trotou na mesma direção: “O PT é um partido importante, gente, um partido que contribuiu em muitos momentos da vida brasileira”. Mesmo Aécio que, prensado por bases insatisfeitas, está meritoriamente subindo o tom, convocou o povo a ir às ruas com miadinho de fecho: “o Brasil merece muito mais do que esse governo medíocre”. Parece incrustada no DNA do PSDB uma maldição original, pedir desculpas ao PT por não ser suficientemente de esquerda e, a contragosto, acuado por seus eleitores, se ver compelido a fazer oposição, ainda que com luvas de pelica. O PSDB, para se tornar barreira dura contra a investida demolidora, precisa se exorcizar urgente dessa mancha congênita.

Se a recomposição petista vingar, e muita gente, consciente ou inconscientemente está trabalhando para isso, lá na frente, a demolição do Brasil poderá continuar por mais alguns anos, tendo como base êxitos eleitorais, trombeteados como sintoma da força da esquerda.

Viro a página. Em pontos decisivos o PT não bate em retirada; está agora, na aparente derrocada, ganhando o jogo, manteve o governo compartimentado, áreas enormes entregues de porteira fechada ao que o PT e aliados da extrema esquerda têm de mais virulento e ativo. À vera, não existe coligação, mas governo de compartimentos. Persistindo segmentos estanques, é fraude falar em coligação, e mero flatus vocis a reivindicação de líderes do PMDB de que não desejam cargos mas participação na formulação política. Agredir os Estados Unidos, o maior mercado do mundo, e financiar esmolambadas ditaduras comunistas, combate a pobreza? Assim também o paulatino aparelhamento do Supremo, o financiamento dos blogues sujos. São políticas sociais? A coligação só teria direito autenticamente a esse nome com a extinção dos compartimentos e a instauração de uma só e coerente política de governo. Ainda por cima vemos o aproveitamento velhaco de oportunidades para fazer avançar a agenda da esquerda.

Na educação, exemplo recente. Cid Gomes, político de carreira, boquirroto incontenível, passou pelo PMDB, PSDB, PPS, PSB e atualmente estaciona no PROS. Foi uma espécie de sombra do irmão Ciro Gomes, que começou na direita universitária, foi para o PDS (sucessor da ARENA), depois PMDB, PSDB, PPS, PSB; de momento, também parqueado no PROS, é secretário da Saúde da administração cumpanhera do Ceará. Cid Gomes perdeu o cargo por ofensas gratuitas aos deputados. Quem o substituiu no importante ministério da Educação? Renato Janine, intelectual revolucionário, com potencial de estrago sem comparação maior que o de Cid Gomes. Terceirização? O petismo carnívoro ganhou na troca.

Adiante. Frei Betto, na declaração de apoio a Dilma, afirmou o seguinte: “Darei meu voto à Dilma para preservar a política externa do Brasil, soberana e independente”. Foi a primeira razão, depois despejou uma carrada de motivos. O frade dominicano conhece fundo os interesses da revolução socialista. Vou pôr em português claro: “Darei meu voto a Dilma porque ela agride interesses vitais dos Estados Unidos, bafeja ditaduras socialistas.” Na linguagem rançosa bolchevista, os Estados Unidos são o “inimigo principal”, vale tudo para prejudicá-lo. Isso deixa frei Betto eufórico. Com sua ação, o Brasil contribui para a sobrevida do comunismo em Cuba, estimula a situação revolucionária na Argentina, Equador, Bolívia, Equador e em tantos outros países. Beneficia a expansão imperialista do autocrata Putin, ajuda a revolução iraniana. São de fato objetivos da coligação de governo ou metas internacionalistas da agenda petista? A política externa é compartimento fechado; o ministro Mauro Vieira um tanto de vezes serve de biombo para a ação revolucionária do radical Marco Aurélio Garcia, porta-voz frequente do que o PT tem de mais tóxico. Terceirização?

Kátia Abreu no Ministério da Agricultura também serve de biombo. O que é biombo no caso? Uma defensora da propriedade rural no ministério, ainda que cerceada, aquieta, anestesia, leva muita gente a não ter o horror merecido à reforma agrária, à entrega de terras aos supostos quilombolas, à demarcação arbitrária e abusiva de terras indígenas. E ainda torna mais fácil a agressão contra produtores rurais pelas milícias expropriadoras encasteladas no MDA e no INCRA.

Para o Supremo, Dilma Roussef escolheu o prof. Luiz Fachin, entre as várias candidaturas aventadas, a que mais exala o bodum petista. Em 2010, ao declarar voto em Dilma Roussef, na companhia dos hoje ministros Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, Fachin se jactou ser dos juristas que “tomaram lado”. Homem que tem lado, está na bica de vestir a toga de juiz do Supremo. Coligação ou governo monocrático.

Em 1917, nos estertores do czarismo, o maior perigo para o futuro da Rússia não estava em Lênin. Morava na atitude otimista e desleixada de políticos burgueses como Kerensky, adormeciam a reatividade; irresponsavelmente abriram caminho para a servidão do povo a um partido de doutrina totalitária e coletivista. O riso antecedeu a algema. Pode ser igual no Brasil, depende de cada um de nós. (fonte: blog do Péricles Capanema).

18 de abril de 2015

Um descontentamento, uma esperança, uma previsão

Todas as fotos que ilustram esta matéria são dos protestos contra o governo PT no dia 12 de abril na Av. Paulista [Fotos PRC]

Edson Carlos de Oliveira


No dia 12 de abril, menos de um mês depois das multitudinárias manifestações de 15 de março deste ano, ruas e praças de mais de 200 cidades brasileiras encheram-se novamente para demonstrar sua insatisfação contra o governo do PT. 

Tais manifestações trazem uma novidade para a qual deveriam estar atentos aqueles que manipulam as rédeas oficiais no Brasil: não se trata de um magote de agitadores, nem de pessoas filiadas a partidos da oposição. Tampouco são grupos isolados, representando uma ou outra tendência ideológica. São famílias que normalmente não saem às ruas para protestar, e que agora tomam a iniciativa de fazê-lo. São em sua maioria brasileiros pacatos, avessos à vida política oficial, que se manifestam, não de maneira ácida e antipática, mas de forma ordeira e pacífica, porém firmemente. 
Manifestantes cantando o Hino Nacional

Descontentamento, desconfiança, descrédito

Panelaço...
É um descontentamento profundo que vem aos poucos à tona, explicitando-se gradualmente. Erraria quem afirmasse que o desagrado é apenas com a corrupção, a inflação, ou a recessão econômica. Protesta-se contra um conjunto de fatos: um Estado que procura imiscuir-se em quase tudo, inclusive na relação entre pais e filhos; um governo que despreza a vida humana inocente e abre as portas para o aborto; um partido que privilegia as uniões homossexuais e persegue quem, ainda que pacificamente, se opõe à agenda homossexual; uma ideologia que pretende colocar empregados contra patrões, pobres contra ricos, “nós contra eles”, ferindo a bonomia tão característica de nosso povo. 

Esse desagrado, eu o constatei ao vivo na manifestação da Avenida Paulista, coincidindo com o relato de amigos que estiveram presentes em outras cidades. Além dos cartazes costumeiros de “impeachment já” e “fora Dilma”, outros estampavam o Cristo Redentor e a imagem de Nossa Senhora Aparecida, rogando à Santíssima Virgem que livrasse o Brasil do comunismo. Muitas pessoas pediam “meu País de volta”.

Às vésperas das manifestações de 12 de abril, a presidente Dilma decidiu passar a coordenação política de seu governo ao vice-presidente Michel Temer, esperando com isso amainar as reações. O público que foi às ruas, entretanto, tomou com desconfiança o que chamava de “manobra que não nos engana”. Apesar de certa displicência que havia diante dos carros de som, um discurso foi muito bem recebido: “Se percebermos que é uma mera manobra, o PMDB ponha as barbas de molho, pois os brasileiros não cairão nessa cilada”


Nota-se também outra desconfiança bastante presente, em relação à CNBB. Muitos católicos mostravam sua perplexidade diante do fato de a Conferência Episcopal brasileira estar “do lado do PT”, como me disse uma moça, que acrescentou: “É bom ver aqui as fotos da Virgem Padroeira, mostrando que somos católicos, apesar de um bispo que conheço estar apoiando o governo”. Outro jovem comentou: “A CNBB está omissa em relação aos problemas do Brasil”.

De modo geral, havia um verdadeiro descrédito em relação às instituições oficiais, uma espécie de cansaço generalizado com as mentiras do governo e da mídia, com a carga abusiva de impostos, com a fiscalização onipresente nos moldes venezuelanos, com a degradação do ensino e a desmoralização do ambiente público. 

Uma esperança difusa

Entretanto, ver tanta gente que sentia do mesmo modo os problemas do Brasil, gerava um ambiente ameno e um desejo ainda não bem definido, mas que vai muito além do pedido de impeachment. Parecia ser uma esperança de que o Brasil ainda deve cumprir um grande papel diante de si mesmo e das outras nações, contra aqueles políticos e religiosos que querem impedir isso de todos os modos, e encaminhar o País para o bolivarianismo sinistro e brutal, corrupto e mentiroso, socialista e policialesco. 

Comunicado oportuno 

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira foi representado em diversas cidades por jovens voluntários que distribuíram aos manifestantes o comunicado: "Um Brasil autêntico e cristão apresenta sua verdadeira face". 

Dizia o parágrafo final: “Sob a proteção de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira espera que essas manifestações não sejam apenas um grande evento, mas sim, a reafirmação de nossa identidade, de nossa índole marcadamente católica, que resplandece intensamente sob o Cruzeiro do Sul”

A atuação dos jovens voluntários do Instituto foi muito bem acolhida pelos manifestantes, muitos dos quais os parabenizaram pelas diversas atividades desenvolvidas ultimamente. Alguns se aproximavam para dizer que sempre viam esses jovens presentes nas horas mais importantes para o País, e agradeciam a atuação. Pudemos encontrar também representantes de outros movimentos beneméritos que lutam continuamente em defesa da civilização cristã no Brasil. 

O Brasil sereno e profundo se soerguerá 

Cabe aqui uma importante reminiscência. Em conferência pública proferida em 12 de setembro de 1968, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira analisou diversas tentativas dos comunistas para introduzir a agitação e a subversão na Igreja e no Brasil. Tentativas estas muito semelhantes, aliás, às dos chamados “movimentos sociais” de hoje, apoiados pelo governo e até mesmo por prelados católicos. Com admirável espírito de previsão, as afirmações do ilustre líder católico ressoam agora com um timbre profético: 
“A isso eu tenho, como brasileiro e não apenas como presidente da TFP, uma resposta a dar, e a resposta é esta: há no Evangelho uma promessa de bem-aventurança que diz o seguinte: 
“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra; bem-aventurados aqueles que não amam a rixa nem a briga; bem-aventurados aqueles que não amam a violência, porque deles será a Terra. Deles será a Terra porque eles atrairão a si o amor dos homens que realmente amam o bem; deles será a Terra porque saberão opor-se, com uma força invencível, àqueles que os queiram jugular por uma violência ilegítima.
Oh! A força cristã do verdadeiro católico que tem a mansidão de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, ou do verdadeiro católico, que tem a força indomável de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Leão de Judá! No momento em que Nosso Senhor Jesus Cristo foi preso, alguém Lhe perguntou: ‘És tu Jesus de Nazaré?’ E Ele respondeu: ‘Ego sum’. E todos, tomados de terror, caíram com a face na terra! Esta é a majestade, esta é a força, esta é a dignidade daqueles que têm a mansidão cristã. 
“Nosso País é um País cordato, um País que ama a mansidão, um País cuja história tem fugido às lutas. Mas se algum dia alguém de nós se aproximar e disser: ‘És ainda o Brasil cristão? Não aceitas a pressão que se quer fazer contra ti?’ Eu tenho a certeza que essa nação responderá com uma força que ainda ninguém lhe conhece, mas que está nascendo nas tormentas do momento atual, responderá: ‘Ego sum’. E os povos todos da Terra [ouvirão] e todos os agitadores serão obrigados a se prostrar. E os agitadores cairão por terra porque conhecerão isso que existe entre outras coisas de autenticamente novo no Brasil novo: é a decisão de progredir fiel a si mesmo e fiel à tradição cristã; fiel à família, fiel à propriedade, e de lutar, com uma força que impressionará o mundo, contra quem quer que imagine que sua mansidão é moleza e que contra ele pressões possam trazer resultado.” (destaques nossos). 

Não afirmamos aqui que esse Brasil cordato e profundo saiu todo ele às ruas nos dias 15 de março e 12 de abril últimos. Nem julgamos que é apenas através de marchas e protestos que ele se faz ouvir, ou que o fará de uma só vez. Cremos, pela experiência de anos de contato direto com a população em todas as regiões do Brasil, que o público que se manifestou nestes últimos dois meses é apenas uma amostra, a ponta de um iceberg. Quando se mostrará a parte mais profunda do iceberg? Como agirá? Não sabemos. De qualquer maneira, senhores do Brasil oficial, abri os olhos porque o Brasil autêntico está acordando!
Para ver a "galeria" de fotos, click na primeira e percorra com a setinha do teclado 


Universitários venezuelanos nos protestos da Av. Paulista. Eles alertavam os manifestantes para a face bolivariana do PT  
Tal a tranquilidade da manifestação que tudo transcorreu num ambiante de cordialidade. Assim, os policiais não tiveram o que fazer... a não tirar fotos com os manifestantes




  





Caminhoneiros em solidariedade aos protestos anti-PT fizeram uma carreata na Rua da Consolação