"Amigos da Cruz! Unistes-vos como soldados crucificados para lutar contra o mundo, não fugindo — como os religiosos e as religiosas — por medo de serem derrotados, mas como lutadores valentes e corajosos que vão para o campo de batalha, sem ceder terreno e sem virar as costas ao inimigo. Coragem! Lute bravamente! Esteja fortemente unido em espírito e coração. Esta sua união é muito mais forte e formidável contra o mundo e o inferno do que as forças externas de uma nação unida são para os inimigos de um estado”.
Blog da Família
12 de março de 2025
O ESPÍRITO PERENE DO ALCÁZAR
11 de março de 2025
Hungria: solução para o problema da imigração desordenada e da baixa taxa de natalidade
10 de março de 2025
PAIXÃO DA VERDADE UNA E IMUTÁVEL
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São Pedro duvidou quando caminhava sobre as águas, e foi resgatado por Nosso Senhor |
Nos idos de 1960, um dos discípulos de Plinio Corrêa de
Oliveira enviou-lhe uma missiva e recebeu uma carta-resposta com sapienciais
recomendações para uma autêntica vida espiritual e intelectual. Elas valem para
todos os católicos e são de suma utilidade. Para proveito dos nossos leitores,
segue a sua reprodução. Antes, porém, um conselho: faça a leitura como se fosse
uma carta dirigida a você.
____________
Meu caro amigo,
Salve Maria!
Li com muita simpatia a
carta que você me enviou.
Não me leve a mal se eu lhe disser que não pude
deixar de sorrir, ao ver que você queria ser um homem como eu. Garanto-lhe, com
a maior sinceridade, que você não lucraria nada com isto, muito pelo contrário.
Se eu lhe posso desejar algo de bom, será exatamente que isso não aconteça.
Além do mais, cada um de nós tem uma personalidade única e inconfundível, e é
chamado por Deus para realizar um ideal próprio de perfeição. De nós se exige
uma fidelidade à verdade que há em nós, e que é o único caminho para atingir a
verdade de todos nós.
Por falar em verdade, chegamos aqui ao ponto crucial
de tudo o que você me diz em sua carta. O mundo está cheio de filósofos e de
escritores, porém só há uma coisa que justifica a existência de uns e outros: a
paixão da verdade. Sem esta paixão, livros e filosofias nada mais são do que
vaidades, perigosíssimas vaidades que acendem o fogo na Terra e atiçam as
labaredas do inferno.
Quem tem a paixão da verdade está disposto a
despojar-se de si mesmo, sem qualquer restrição. Sacrificará as mais sedutoras
ideias, os mais engenhosos sistemas, as mais profundas e luminosas
elucubrações, as mais caras intuições, as satisfações mais elevadas da
inteligência, e, por fim, as formulações mais cativantes e as imagens mais
esteticamente felizes, para austeramente procurar e manifestar a verdade, só a
verdade, que é sempre dura para a nossa condição humana, por causa de sua
essencial transcendência.
E não é só. A verdade nunca foi muito estimada pelos
homens, sendo positivamente desprezada em nossos dias. A verdade é una e
imutável, mas os homens amam o espetáculo variegado das aparências que se
sucedem; a verdade é eterna, mas os homens seguem as modas; a verdade é séria e
os homens são frívolos; a verdade aponta o dever, ao passo que os homens querem
os prazeres; enfim, a verdade é rija e os homens não têm fibra.
Portanto, quem tem a paixão da verdade se expõe,
necessariamente, à antipatia dos homens, mas preferirá a verdade aos bens
temporais, à carreira, ao renome e à própria reputação. Será perseguido e
acusado por aqueles que prostituem a verdade fazendo dela um simples
instrumento da sua enfatuação e cobiça.
Mas ainda não é tudo. A paixão da verdade pode
levá-lo a silenciar anos a fio, enquanto os outros se alçam perante a opinião e
a crítica, pela sua produção de obras literárias e filosóficas. Ele, no
entanto, permanecerá calado, até que surja o único motivo que o fará
manifestar-se: dar testemunho da verdade.
Diante do que acabo de dizer, você poderá retrucar
que eu, em lugar de indicar o caminho da filosofia, indiquei o da santidade. É
fato. Apenas quero salientar que, para quem tem a vocação dos estudos
filosóficos, a perfeição espiritual se chama paixão da verdade. Para nós,
católicos, a verdade não é apenas uma questão epistemológica ou metafísica, é a
Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Verbo de Deus que se encarnou para nos
salvar.
* * *
E agora que chegamos a esta altura, podemos derivar
as conclusões, para responder às questões particulares que você me propõe em
sua carta.
A primeira é que não deve haver distinção entre sua
vida espiritual e a sua vida intelectual. Uma vez que você diz querer em tudo
fazer a vontade de Deus, e se julga com vocação para os estudos filosóficos,
então não se preocupe com o futuro, nem como haja de ganhar a vida: cumpra
conscienciosamente os seus deveres e espere na Providência. Tenha confiança,
Deus não esquece aqueles que O servem.
Porém, Ele costuma provar a confiança de seus
servos. Quando isto lhe acontecer, não se suponha abandonado: são os caminhos
normais da Providência. Quando tudo parecer perdido ou comprometido, aí virá a
solução. Contudo, não espere soluções definitivas. Ficará sempre certa margem
de incerteza e risco. Isto também é necessário, porque Deus quer que confiemos
só n’Ele, e não nos arranjos humanos.
Por outro lado, não podemos perder de vista que
somos exilados neste mundo, e que a vida presente é provisória e precária. Por
isso não há, nem devemos desejar, situações definitivas nesta Terra. Devemos
viver de fé, e a fé necessariamente é obscura, pois tem por objeto o que é
invisível e inacessível à razão natural. São Pedro, caminhando sobre o mar
tempestuoso, é a imagem da vida cristã. Bem sei que este caminho é difícil. É o
caminho estreito da salvação, que Nosso Senhor apontou. Não há outro.
Em segundo lugar, no que se refere mais diretamente
aos seus estudos, será preciso evitar cuidadosamente qualquer divórcio entre o
pensamento e a vida. A filosofia não pode ser tratada como quem resolve um
teorema de geometria. Em outras palavras, o filósofo não pode situar-se
confortavelmente “fora” da filosofia, e construí-la com elegância e desapego.
Pelo contrário, ele, a sua vida, o seu destino, o destino da humanidade, estão
visceralmente comprometidos no curso que tomarem as questões filosóficas. O
próprio filósofo deve ser o primeiro problema filosófico em jogo, porque é
através de seu ser de carne e osso que o filósofo tem os pés na realidade.
Assim sendo, o filósofo não deve apenas possuir uma
inteligência aguda e desenvolvida, mas é indispensável que tenha uma
personalidade rica, pujante, vigorosa, em que toda a realidade possa repercutir
amplamente. Para alcançar esta espessura e profundeza de personalidade,
parece-me útil que, além dos estudos propriamente filosóficos, sobre os quais
falarei depois, você cultive seu espírito no contato das grandes obras, em que
se exprimem certas características fundamentais da alma humana, e cuja
frequentação produz um alargamento insuperável da visão de todos os problemas.
Virgílio, Dante, Shakespeare, os clássicos franceses, estão dentro desta linha.
Não que sejam irrepreensíveis, note bem. Mas em todos eles corre o sopro
magnífico, que engrandece o homem.
Também não lhe digo que faça um estudo sistemático
de tais obras. Muito longe disto. Não se trata de estudar, de cumprir uma
tarefa, mas de gostar, saborear. Entre elas você escolherá a que lhe for mais
do agrado. Igualmente, poderá variar, detendo-se ora num trecho de uma, ora
numa passagem de outra. A liberdade é completa. O importante é que sejam lidas
no original.
Não é só a leitura de grandes obras literárias que
conduz ao objetivo visado, mas também a contemplação da grande pintura e a
audição da música dos grandes mestres, como Bach ou Haendel. Nisto tudo, porém,
cada qual deve seguir a própria inclinação, e eu quero mais sugerir do que
influir.
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São Luís Maria Grignion de Montfort e Santo Inácio de Loyola |
Chegando agora aos seus estudos, devo dizer que
compreendo perfeitamente a insatisfação e perplexidade que lhe causam certos
autores contemporâneos que se apresentam como tomistas. Esses autores nem são
verdadeiramente filósofos nem tomistas, e o melhor que você poderá fazer, pelo
momento, é colocá-los de lado. Eles só poderão confundir o seu espírito e
lançá-lo em caminhos perigosos.
Quanto a Maritain, não passa de um vulgarizador
dotado de qualidades literárias e de nenhuma seriedade científica. Aqueles que
o seguem são mentalidades superficiais, que se satisfazem e se embalam com suas
fórmulas lírico-metafísicas, que não resistem a uma análise mais detida, pois
logo manifestam as imprecisões, dubiedades e equívocos, de que estão prenhes.
Quando eu tinha a sua idade, confesso que me deixei seduzir, pois elas
exaltavam a minha sensibilidade. Deus, porém, me fez a graça de que eu visse, a
tempo, o veneno que continham.
Quando a gente trava conhecimento com os verdadeiros
filósofos, fica-se envergonhado das divagações ocas, inconsequentes, bobas e
pretensiosas de certos filosofastros pseudotomistas de nossos dias, que outra
coisa não fazem senão deformar o tomismo, amoldando-o a todas as últimas modas
(que eles nem chegam a compreender), ao mesmo tempo que passam por cima dos
mais profundos pensamentos de São Tomás com a mais cândida das incompetências.
Vá diretamente à fonte. Procure familiarizar-se com
os textos de São Tomás. Não tenha medo, o Doutor Angélico é mais claro do que
qualquer de seus comentadores. Tudo depende de habituarmo-nos ao seu estilo e,
o que é mais importante, à sua disciplina. Isto, porém, não será difícil, desde
que tenhamos aplicação e humildade.
Para começar, eu lhe recomendaria a Prima, da Suma, e o De Veritate. Da
Prima, deixe de lado as questões 2ª,
23ª e 24ª. Quanto ao De Veritate, não
vá, por enquanto, além da questão 3ª. Ainda para começar, não se entregue a um
estudo sistemático, mas faça como recomendei em relação às obras clássicas.
Lembre-se de que ainda não se trata de aprender São Tomás, e sim de
familiarizar-se com ele. Por isso, quando algum texto oferecer uma resistência
maior à sua inteligência, não insista, mas procure outro mais fácil.
E agora vou fazer-lhe uma observação de maior
relevância: a meditação e a reflexão valem mais do que a leitura. Assim,
procure, quanto lhe for possível, resolver por você mesmo, em vez de ir
procurar as soluções já feitas. Sobretudo, cinja-se exclusivamente aos textos
de São Tomás, e não procure ler as notas explicativas que vêm ao pé da página.
Quando você estiver assim ambientado ao espírito de São Tomás, então poderemos
pensar em outra coisa.
* * *
Chegamos, por fim, à última conclusão, que é a de
maior peso. O verdadeiro filósofo só é possível se alimentar o seu pensamento e
a sua personalidade numa vida espiritual autêntica. Segundo me parece, a melhor
base ainda são os Exercícios Espirituais
de Santo Inácio, com o complemento natural da [obra] Imitação de Cristo. De acordo com a orientação que venho dando a
estas minhas sugestões, procure, de preferência, só textos originais; e só os
textos, nada de comentários. Como a piedade católica é fundamentalmente de
inspiração mariana, tenha sempre à mão as excelentes obras de São Luís Maria
Grignion de Montfort; todas elas, se isto lhe for possível.
Assim, penso ter respondido da melhor forma que
esteve ao meu alcance, e depois de ter pedido a Deus luzes para uma tarefa de
tal responsabilidade, as dificuldades que você me apresentou em sua carta.
Certamente você encontrará, nesta minha resposta, muitas deficiências: é a
parte do homem. Deus, porém, suprirá as falhas, recorrendo você a Ele com
confiança.
Antes de tudo, tenha calma e fique em paz.
Pareceu-me discernir em sua carta uma certa agitação. Procure não se perturbar.
O nervosismo é a água turva em que o demônio faz as suas pescarias; e ele é
mestre em irritar os nervos e atormentar as consciências, por meio de
imaginações, sugestões, instigações, e também agindo diretamente sobre o corpo,
onde causa sensações físicas de mal-estar, angústia, repugnância, palpitação, e
o que mais seja. Não se deixe impressionar por nada disto. Olhe em frente, para
os Corações de Jesus e de Maria, e vá caminhando sobre as ondas encapeladas,
com toda a confiança.
E aqui estamos, eu e
meus amigos, à sua disposição, para o que você precisar. Não tenha cerimônias.
E não se esqueça de mim em suas orações.
Seu em Jesus e Maria,
8 de março de 2025
Símbolo da vitória de Nossa Senhora contra o demônio
✅ Plinio Corrêa de Oliveira
Neste confuso e dramático século, o comunismo internacional ameaça desferir contra toda a humanidade o seu assalto supremo.7 de março de 2025
FOTO EM FOCO
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Foto: Reprodução/Fox News/Redes sociais |
6 de março de 2025
DE UMA BOMBA NASCEU UM ORATÓRIO
Com o nome de Nossa Senhora da Conceição Vítima dos Terroristas, o Oratório se transformou num verdadeiro monumento símbolo da fé e da disposição de resistir às forças malignas
— Mãos terroristas estouraram uma bomba de dinamite na sede da TFP situada na Rua Martim Francisco, 665, deixando-a parcialmente desmoronada. Eram três horas da madrugada do dia 20 de junho de 1969. Foi uma honra para a entidade, pois confirmava a eficácia de sua atuação anticomunista.
4 de março de 2025
Espírito da Quaresma nos anos jubilares
✅ Roberto de
Mattei
A maioria
das pessoas ignora ou esqueceu o que é a Quaresma. No entanto, o Catecismo
Maior de São Pio X foi muito claro, chamando-o de "um tempo de jejum e
penitência instituído pela Igreja pela tradição apostólica". No
parágrafo seguinte, São Pio X explicou seus propósitos: "Tornar-nos conhecida a
obrigação que temos de fazer penitência ao longo de nossas vidas; imitar de
alguma forma o estrito jejum de quarenta dias, que Jesus Cristo fez no deserto;
para nos prepararmos, mediante a penitência, para celebrar a Páscoa de modo
santo" (n. 36).
Muitas
vezes, porém, para os bons católicos que não esquecem a Quaresma, ela se reduz
a algumas práticas ascéticas: jejum, mortificações, esmolas, certamente
louváveis e sempre recomendadas pela Igreja, mas não suficientes para nos
transmitir o espírito da Quaresma, que é sobretudo o de nos desapegarmos mais
profundamente do pecado e abraçarmos a vontade de Deus com maior generosidade.
Bento XVI,
na sua Mensagem para a Quaresma de 2009, recorda que nas
primeiras páginas da Sagrada Escritura o Senhor ordena ao homem que se abstenha
de consumir o fruto proibido: "Podeis comer de todas as árvores do jardim,
mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não deveis comer porque, no dia
em que dela comerdes, certamente tereis de morrer” (Gn 2, 16-17).
Esta injunção dada por Deus a Adão é o primeiro preceito de abstinência do
alimento que o homem recebe. Comentando a ordem divina, São Basílio escreve que
“‘não
comerás' é, portanto, a lei do jejum e da abstinência» (Sermo de
jejunio: PG 31, 163, 98). Se, portanto, Adão desobedeceu
ao mandamento do Senhor de "não comer do fruto da árvore do conhecimento
do bem e do mal", com o jejum observa ainda
Bento XVI o crente pretende submeter-se humildemente a Deus, confiando
na sua bondade e misericórdia"
(Mensagem de 11 de Dezembro de 2008).
O espírito
de penitência manifesta-se, antes de qualquer outra prática, no esforço de nos
conformarmos com a vontade de Deus em todos os momentos, mesmo no momento
doloroso e humilhante da nossa vida. Em 26 de março de 1950, por
ocasião da Quaresma do Grande Ano Santo, Pio XII dirigiu-se aos fiéis da
seguinte forma: "Saber suportar a vida! É a primeira
penitência de todo cristão, a primeira condição e o primeiro meio de santidade
e santificação. Com aquela dócil resignação que é própria de quem crê num Deus
justo e bom, e em Jesus Cristo, mestre e guia dos corações, abraça com coragem
a cruz quotidiana, muitas vezes dura. Carregá-lo com Jesus torna seu peso leve”.
O esforço
para unir nossa vontade com a vontade de Deus precede toda prática ascética.
Por isso, Jesus destaca o motivo profundo do jejum, estigmatizando a atitude
dos fariseus, que observavam escrupulosamente as prescrições rituais impostas
pela lei, mas seus corações estavam longe de Deus. O verdadeiro jejum, explica
o divino Mestre, é antes fazer a vontade do Pai celeste, que “vê
no secreto e vos recompensará” (Mt 6, 18). Ele mesmo dá um exemplo
disto, respondendo a Satanás, no final dos quarenta dias transcorridos no
deserto, que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus” (Mt 4, 4). O verdadeiro jejum, conclui Bento XVI, tem
por finalidade comer o "verdadeiro alimento", que é fazer a vontade
do Pai” (cf. Jo 4, 34).
Aqueles que
amam a vontade do Pai detestam o pecado, que é a violação da lei divina. E
assim, neste tempo de Quaresma do Jubileu de 2025, como não fazer nossas as
palavras que Pio XII dirigiu aos fiéis de todo o mundo para prepará-los para a
Quaresma do Jubileu de 1950:
“Meça, se seus olhos e espírito o seguram, com a humildade de quem talvez deva reconhecer parte da responsabilidade, o número, a gravidade, a frequência dos pecados no mundo. Obra própria do homem, o pecado envenena a terra e desfigura a obra de Deus como uma mancha impura. Pense nas inúmeras falhas privadas e públicas, ocultas e abertas; aos pecados contra Deus e sua Igreja; contra si mesmo, na alma e no corpo; contra o próximo, particularmente contra as criaturas mais humildes e indefesas; finalmente, aos pecados contra a família e a sociedade humana. Alguns deles são tão inéditos e hediondos que novas palavras foram necessárias para indicá-los. Pese sua gravidade: aqueles cometidos por mero descuido e aqueles conscientemente premeditados e friamente perpetrados, aqueles que arruínam uma única vida ou que, ao contrário, se multiplicam em cadeias de iniquidade até se tornarem a maldade de séculos ou crimes contra nações inteiras. Confrontai, à luz penetrante da fé, este imenso montão de baixeza e covardia com a santidade luminosa de Deus, com a nobreza do fim para o qual o homem foi criado, com os ideais cristãos pelos quais o Redentor sofreu dor e morte; e então diga se a justiça divina ainda pode tolerar tal distorção de sua imagem e desígnios, tanto abuso de seus dons, tanto desprezo por sua vontade e, acima de tudo, tanta zombaria do sangue inocente de seu Filho.
“Vigário daquele Jesus, que derramou até a última gota de seu sangue para reconciliar os homens com o Pai celeste, Cabeça visível daquela Igreja que é seu Corpo Místico para a salvação e santificação das almas, exortamo-lo a sentimentos e obras de penitência, para que o primeiro passo para uma reabilitação moral eficaz possa ser dado por você e por todos os nossos filhos e filhas espalhados pelo mundo da humanidade. Com todo o ardor de Nosso coração paterno, pedimos que você se arrependa sincera dos pecados passados, repugnância total do pecado, firme resolução de arrependimento; imploramos que assegureis o perdão divino através do sacramento da confissão e do testamento de amor do divino Redentor; enfim, rogamos-vos que alivieis a dívida das penas temporais devidas aos vossos pecados com as numerosas obras de satisfação: orações, esmolas, jejuns, mortificações, das quais o próximo Ano Santo oferece uma ocasião fácil e um convite".
3 de março de 2025
CARNAVAL — ALGUMAS VERDADES ESQUECIDAS SOBRE ERROS ESQUECIDOS
“No tempo de carnaval, após a comunhão o Senhor se apresentou a mim sob a forma do Ecce Homo, carregando a cruz, todo coberto de chagas e ferimentos. O Sangue adorável corria de toda parte, e Ele dizia com voz dolorosamente triste: ‘Não haverá ninguém que tenha piedade de mim, queira compadecer-se e tomar parte na minha dor, no lastimoso estado em que me põem os pecadores, sobretudo agora?’”(Santa Margarida Maria Alacoque)“O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição.”(São Vicente Ferrer)“Nestes tristes dias [do Carnaval] os cristãos, e quiçá entre eles alguns dos mais favorecidos, trairão como Judas o seu divino Mestre e O entregarão nas mãos do demônio. Eles O trairão, já não às ocultas, mas nas praças e vias públicas, fazendo ostentação de sua traição! Eles O trairão, não por trinta dinheiros, mas por coisas mais vis ainda: pela satisfação de uma paixão, por um torpe prazer, por um divertimento momentâneo!”(Santo Afonso Maria de Ligório)
1 de março de 2025
Exposição da Cátedra usada por São Pedro
O altar feito por Bernini para a Cátedra de Pedro na basílica vaticana encerra a milenar cadeira usada pelo Príncipe dos Apóstolos.
23 de fevereiro de 2025
O aborto animaliza as pessoas, afirma bispo espanhol
16 de fevereiro de 2025
AS GUERRAS, A CRUELDADE E A BONDADE
Cenário dramático após a bomba atômica no Japão
14 de fevereiro de 2025
CONCHITA FUENTES — sábio conselho da provecta influencer católica
✅ Paulo Roberto Campos
A respeito do sacramento do matrimônio, viralizou conselhos de Conchita Fuentes, residente em Granada (Espanha), mas nascida em Madrid. Ela tem cinco filhos, nove netos e três bisnetos.
Geralmente, ela fala de recordações de tempos passados, particularmente lembranças familiares, mas recentemente fez um vídeo falando da alegria, do sacrifício, da importância e da maravilha de vida daqueles que não se separaram após o casamento.
Do alto dos seus 91 anos, suas valorosas e sinceras reflexões sobre a beleza da vida matrimonial, quando se respeita a Lei de Deus, causaram comoção nas redes sociais e fortificaram a fé de muitos, sobretudo de casais.
Com ajuda técnica de uma neta de 17 anos, a elegante madrilena conta com 172 mil seguidores no Instagram, que ela os chama de “preciosos e queridíssimos”, pelos quais ela reza. Certa vez afirmou: “Minha oração está sempre focada no bem da minha alma e dos outros e quero que cada um que me vê saia melhor. Devo orar por cada um deles.”
Com seu último vídeo, com o qual conquistou muito mais seguidores — alcançou mais de 1 milhão de visualizações, recebeu mais de 60 mil curtidas e uma quantidade enorme de comentários — Dona Conchita respondeu à seguinte questão:
— "O que a senhora recomendaria aos jovens sobre o casamento?"
— "Eles não sabem o que estão perdendo. O casamento é ordem, o casamento é alegria e, claro, sacrifício. Mas é algo maravilhoso. Não sei por que as pessoas hoje em dia não querem se comprometer. Não há nada melhor no mundo do que o compromisso e a seriedade. É daí que nascem a alegria, a esperança e os filhos – e como precisamos de mais filhos! Sou apaixonada pelo casamento. Sei que há momentos difíceis, mas eles podem ser superados. E, claro, devemos estar dispostos a tudo."
Alguns comentários de seguidores, que extraí no Instagram dela:
"Simples, clara e acertada! Impecável, como sempre!"
"Concordo plenamente! Meu casamento teve desafios, mas fui muito feliz. Tenho lindas lembranças do meu esposo e sou grata por ter tido seis filhos e netos."
"Que elegância, o que diz me encanta".
"Lembra-me minha avó! Amo meu esposo e em dezembro completamos 25 anos juntos. Concordo totalmente com ela".
"Eu também sou encantada pelo matrimônio".
"Dou testemunho disso, já estou sete anos casada".
"Fez-me chorar. Que beleza e quão acertado o que diz essa bela senhora. Todo meu respeito!”
“O casamento é lindo, mesmo com tudo que a convivência diária acarreta, não é fácil, claro que não, digo com firmeza, muitas vezes a gente quer dizer basta, mas aí a gente respira e no silêncio você pede a Deus sabedoria, serenidade, paciência para resolver o problema que a pessoa pode estar passando e a paz chega e conversa com o seu marido e a gente percebe que tudo tem solução".
"Fui casada por 50 anos até a morte do meu marido e me lembro dele todos os dias".
Termino com outro conselho de Dona Conchita sobre uma longa existência terrena. Ela diz que podemos todos chegar ao último dia de nossas vidas como um “Bom vinho Jerez: sendo útil, sendo elegante, não sendo vinagre, sendo vinho”...
11 de fevereiro de 2025
71º milagre ocorrido em Lourdes
Recente confirmação da cura, oficialmente reconhecida como milagrosa, do soldado John Traynor, da Marinha Real Britânica.
✅ Afonso de Souza
Fonte: Revista Catolicismo, fevereiro/2025
No dia 8 de dezembro passado, festa da Imaculada Conceição,
Dom Malcolm McMahon, Arcebispo de Liverpool (Inglaterra), comunicou a cura
milagrosa do soldado da Marinha Real Britânica, John Traynor, no 81º
aniversário de sua morte.John Traynor
com uniforme
de marinheiro
Esse foi o 71º milagre ocorrido em Lourdes a ser aprovado,
depois de o Dr. Alessandro de Franciscis ter pedido, no ano passado, a revisão
do caso Traynor, realizada pelo médico inglês Dr. Kieran Moriaty, membro do
Comitê Médico Internacional de Lourdes.
Em
sua pesquisa, o Dr. Moriaty descobriu várias pastas nos arquivos de Lourdes,
que incluíam os depoimentos dos três médicos que naquela época examinaram
Traynor antes e depois de sua cura, juntamente com outras evidências.
Isso
levou a que o caso de Traynor fosse declarado não explicável pela ciência
médica e considerado milagroso pela Igreja.
O
arcebispo Dom McMahon declarou: “Dado o
peso das evidências médicas, o testemunho da fé de John Traynor e sua devoção a
Nossa Senhora, é com grande alegria que declaro que a cura de John Traynor, de
múltiplas condições médicas graves, deve ser reconhecida como um milagre
realizado pelo poder de Deus por meio da intercessão de Nossa Senhora de
Lourdes.”
O fato de o Arcebispo de Liverpool declarar depois de tanto
tempo que a cura do militar inglês pode ser considerada milagrosa, mostra todo
o rigor da Igreja em aprovar um milagre. Para se ter ideia disso, constate-se
que o Bureau Médico de Lourdes,
encarregado de analisar as possíveis curas tidas por milagrosas, registrou,
desde 1905, sete mil curas “medicamente
inexplicáveis”. Entretanto, destas, só 70 foram declaradas “milagrosas”
pela Igreja.
John Traynor ainda debilitado sobe no trem em Lourdes e desce em Liverpool, após a cura milagrosa, levando sua antiga cadeira de rodas
De família profundamente católica
John Traynor nasceu em Liverpool, em 1883, de mãe irlandesa.
Ela faleceu quando ele ainda era jovem. Em seu testemunho apresentado no site
do santuário, Traynor afirma que “sua
devoção à Missa e à Sagrada Comunhão e sua confiança na Mãe Santíssima
permaneceram com ele como uma memória e um exemplo frutífero”. Pois sua mãe
era, naquela época, “comungante diária
quando poucas pessoas o eram”.
Consequências das batalhas
No início da Primeira Grande Guerra (1914-1918), participando
no sítio de Antuérpia como membro da Reserva da Marinha Real, John Traynor foi
atingido na cabeça por estilhaços ao tentar carregar um oficial para fora do
campo. Recuperando-se rapidamente, voltou ao serviço.Em 1940, John Traynor na sua última visita
a Lourdes (no centro)
Em 25 de abril de 1915, ele participou de um desembarque
anfíbio nas costas de Galípoli, como parte de uma tentativa mal-sucedida das
tropas britânicas e francesas de capturar a península na Turquia ocupada pelos
otomanos. Traynor foi dos poucos soldados a chegar à costa naquele primeiro dia,
apesar do ataque de fogo de metralhadora pelas forças turcas que estavam no
topo de barrancos íngremes junto à praia. Por mais de uma semana ele permaneceu
ileso enquanto tentava liderar o pequeno contingente que sobrevivera ao ataque.
Entretanto,
no dia 8 de maio o destemido militar recebeu uma rajada de metralhadora na
cabeça, no peito e no braço, durante uma carga de baioneta. Seus ferimentos o
deixaram com o braço direito paralisado e o tornaram suscetível a ataques
epiléticos. Os médicos tentaram várias cirurgias para reparar os nervos
danificados em seu braço e tratar dos ferimentos na cabeça que se acreditava
serem a causa de sua epilepsia, mas sem sucesso.
Tendo sido considerado “completa
e incuravelmente incapacitado”, oito anos depois da batalha Traynor foi
designado para internação em um hospital para incuráveis. Ele, entretanto,
ignorando os apelos da esposa, dos médicos e sacerdotes, insistiu em participar
da peregrinação de sua paróquia a Lourdes, de 22 a 27 de julho de 1923.
Efeito dos banhos nas piscinas
Nos três primeiros dias da viagem, Traynor esteve gravemente
doente. Já em Lourdes, enfrentando a resistência de seus cuidadores, conforme
ele afirma em seu depoimento, “conseguiu
ser banhado nove vezes na água da piscina da gruta”.John Traynor após o milagre
“Levanto sacos de carvão que
pesam quase 100 qauilos”
No segundo dia em Lourdes, o militar sofreu um severo ataque
epilético enquanto era levado à piscina. Diz ele: “Sangue escorria da minha boca, e os médicos ficaram muito alarmados”.
Mas quando tentavam levá-lo de volta ao seu alojamento, Traynor se recusou,
puxando os freios da cadeira de rodas com sua mão sadia. Então, afirma ele em
seu depoimento, “eles me levaram para o
banho e me banharam da maneira usual. Nunca mais tive um ataque epilético
depois disso”.
Quando estava na piscina no dia seguinte, sentiu que sua
perna direita, até então paralisada, tornou-se “violentamente agitada”, e ele sentiu como se tivesse recuperado o
uso dela. Como deveria retornar para a procissão eucarística, os seus
cuidadores, que acreditavam que ele estava tendo outro ataque epilético,
levaram-no às pressas para a igreja do Rosário.
Lá, quando o Arcebispo de Reims passou por ele com o
Santíssimo Sacramento, também seu braço direito foi “violentamente agitado”. Então ele rompeu suas bandagens e fez o
Sinal da Cruz, pela primeira vez em oito anos.
Sentindo-se curado, na manhã seguinte Traynor pulou da cama e correu para a gruta. Diante da imagem da Virgem, ele disse:
“Minha mãe sempre me ensinou quando alguém pede um favor a Nossa Senhora ou deseja mostrar a Ela alguma veneração especial, deve fazer um sacrifício”. Então, continua,“eu não tinha dinheiro para oferecer, pois havia gastado meus últimos shillings em rosários e medalhas para minha esposa e meus filhos. Mas, ajoelhado diante da Mãe Santíssima, fiz o único sacrifício que pude pensar: resolvi parar de fumar”.
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Imagem de Nossa Senhora na gruta das aparições |
Conclui Madalaine Elhabbal, no artigo em que nos baseamos:
“Na manhã de 27 de julho, Traynor foi examinado por três médicos, os quais descobriram que ele havia recuperado sua capacidade de andar perfeitamente, assim como o uso e a função completos de seu braço e perna direita. As feridas em seu corpo haviam cicatrizado completamente e seus ataques epiléticos cessaram. Uma abertura em seu crânio, criada durante uma de suas cirurgias, também havia diminuído consideravelmente.
“Um dos relatórios oficiais emitidos pelo Bureau Médico de Lourdes em 2 de outubro de 1926 — mais tarde descoberto por Moriarty — afirma que a ‘cura extraordinária de Traynor está absolutamente além e acima dos poderes da natureza’.”1
Traynor
teve três filhos após sua cura; deu a uma das filhas o nome de Bernadette.
Acredita-se que John Traynor seja o primeiro católico britânico a ser curado em
Lourdes, de acordo com o site do santuário.
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Notas:
Healing at
Lourdes of British World War I soldier declared ‘miraculous’ By Madalaine
Elhabbal Catholic News Agency Dec 10, 2024. https://www.catholicnewsagency.com/news/260945/healing-at-lourdes-of-british-world-war-i-soldier-declared-miraculous?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=catholic_news_healing_at_lourdes_of_british_world_war_i_soldier_officially_declared_miraculous&utm_term=2024-12-10