23 de dezembro de 2009

NATAL: Destrocando o que foi trocado (São Nicolau por Papai Noel)

Que a Sagrada Família, Jesus, Maria e José, concedam especiais graças de Natal a todos que combatem os fatores de desagregação da família e as leis destrutivas dos lares


Com os meus votos de Feliz Natal e Boas Festas sob as bênçãos do Menino Jesus e de Sua Mãe Santíssima e as mais escolhidas graças para a luta em defesa da instituição familiar em 2010, aos correspondentes deste Blog da Família ofereço como “presente” a transcrição de duas evocativas cartas muito apropriadas para a ocasião. A primeira carta escrita por uma menina, Virginia O´Hanlon, quando tinha apenas 8 anos (foto). Ela faleceu em 1971, e durante sua longa vida (vivera 81 anos) recebeu milhares de cartas — todas respondidas anexando a sua missiva e a resposta que recebera e publicada no “The Sun”, jornal nova-iorquino. (mais abaixo fac-símile da publicação).

Trata-se de uma história verídica — tão encantadora que mais parece uma fábula natalina — mas que pede uma explicação. Como de um tempo a esta parte substituiu-se a figura tradicional de São Nicolau pela imagem mercantilista e paganizada do “Papai Noel”, na tradução das cartas eu troquei o segundo pelo primeiro, uma vez que o Natal é a festa magna da Cristandade na qual comemoramos o nascimento do Menino-Deus em Belém.

Falecido em meados do século IV, São Nicolau foi Bispo de Myra, na Turquia meridional, atualmente conhecida como Demre. Ele encantou e povoou durante séculos o imaginário infantil no mundo inteiro, sobretudo na época de Natal. De família muito rica, após a morte de seus pais, distribuiu generosamente seus bens aos pobres e protegeu de modo especial as crianças necessitadas.

A partir do século X, meninos e meninas adquiriram o hábito de confeccionar pequenos navios de papel e deixá-los à porta de suas casas, a fim de que São Nicolau ali depositasse presentes e doces. No século XV, o costume passou a ser, no lugar dos navios de papel, os sapatinhos e meias.



Infelizmente, no século passado fez-se a péssima troca de São Nicolau pelo “Papai Noel”. Com isso, as luzes sobrenaturais do Natal foram como que se apagando, enquanto se acendiam os letreiros luminosos da propaganda comercial — inclusive da Coca-Cola-Company —, utilizando a figura do “Papai Noel”.

Um belo revide seria o de as famílias católicas retomarem a tradição de montar em seus lares os presépios, além da montagem da árvore de Natal, e ensinarem a seus pequenos a história de São Nicolau atendendo generosamente seus pedidos em nome do Menino Jesus. As crianças seriam assim despertadas para aquela propensão ao maravilhoso e ao sobrenatural própria a toda alma inocente, remetendo-as para um mundo parecido com Céu e distanciando-as da conotação materialista e paganizada do “Papai Noel”. A seguir a carta de Virginia (foto abaixo), que o redator-chefe do “The New York Sun” encontrou sobre sua mesa de trabalho numa manhã de setembro de 1897:

Prezado Sr. Redator:
Tenho oito anos de idade. Algumas de minhas amigas sempre me dizem que não existe São Nicolau e que isso é uma antiga lenda, tipo conto de fadas. Porém, meu pai disse-me que se tal existência for confirmada pelo “The Sun”, então é certo que existe São Nicolau. Por favor, diga-me a verdade: existe mesmo o São Nicolau?
Virginia O´Hanlon



Com relutância e hesitação, Francis Pharcellus Church (foto acima), redator do “The Sun”, tomou a si a tarefa de responder à carta da pequena Virginia. Contudo, tendo começado a escrever, as palavras saltaram rápidas sobre o papel, e assim surgiu a seguinte carta:

Virginia:
Tuas amigas não têm razão. Elas sofrem de uma doença péssima e que mais tarde trar-lhes-á ainda muitas dores. Toma cuidado para que essa doença não te pegue. Trata-se de uma doença de alma. Nós, os adultos, chamamo-la de incredulidade, espírito de crítica, falta de inocência. Tuas amigas e outras pessoas que tentaram te convencer pensam que são sábias e espertas, porque só admitem como real aquilo que podem ver com os olhos e tocar com as mãos. Contudo, elas não sabem quão pouco é isso!

Ora, pequena Virginia, imagina todo este imenso Globo terrestre com seus lagos e montanhas, com seus rios e mares, e, pairando sobre nossas cabeças, o céu infinito com suas miríades e miríades de estrelas. Imagina quantas espécies de seres existem no mar, nos ares e sobre a terra. O homem é apenas um entre milhares de seres, e ademais quão pequeno! Diante das imensidões do universo, ele é pouco mais do que um besouro ou uma formiga. Como então pode o homem ver tudo o que existe e com seu pequeno entendimento querer explicar todas as coisas?

Sim, Virginia, existe o São Nicolau! Tão certamente quanto existem o carinho e a alegria, o amor e a bondade, os quais, porém, não podemos ver com nossos olhos e apalpar com nossas mãos. Mas tudo isso existe. Tu mesmo já os experimentaste. E não trazem eles beleza e alegria em tua vida?

Ah, como seria triste o mundo sem São Nicolau! Tão triste como se não houvesse mais Virginias, como se não houvesse mais os contos de fadas, os anjos, as canções, as histórias infantis escritas pelos poetas. Ou, pelo contrário, só houvesse gente que jamais se encanta com nada, que jamais sorri! Então estaríamos todos perdidos. E aquela luz eterna, que jamais se apaga, com a qual as crianças iluminam o mundo e que acompanha toda criancinha que nasce, esta apagar-se-ia para sempre.

Não acreditar em São Nicolau?! Então ninguém mais precisaria crer em fadas e anjos. Tu poderias convencer teu pai a colocar vigias diante de cada chaminé, na noite de Natal, para que eles pudessem agarrar o São Nicolau. O que ficaria então provado se eles não o vissem descer pela chaminé? Ora, ninguém vê o São Nicolau! Isso porém não prova que ele não existe. As coisas que neste mundo são verdadeiramente reais, não as podem ver nem crianças nem adultos. Já viste alguma vez uma fada dançar sobre os prados floridos? O fato de não a teres visto não prova que a fada não dance na pradaria. Ninguém pode compreender todas as maravilhas invisíveis do universo.

Tu podes bem desmontar um chocalho de bebê, a fim de ver como se produz propriamente o ruído das pedrinhas que se chocam umas contra as outras. Porém, sobre o mundo invisível há um véu estendido, o qual não pode ser rasgado nem mesmo pelo homem mais forte da Terra, e nem sequer pela força conjunta de todos os homens fortes de todas as épocas. Somente a fé e a caridade podem levantar um pouquinho a ponta deste véu e assim contemplar a beleza e o esplendor sobrenaturais que se escondem atrás dele.

Será tudo isso realidade? Ó, Virginia, sobre a Terra não há nada de mais real, de mais verdadeiro do que isso! Graças a Deus que São Nicolau vive e viverá eternamente! Nos próximos mil anos — oh! que digo, pequena Virginia —, nos próximos 10 mil anos multiplicados por outros tantos mil anos, o São Nicolau continuará a fazer com que os corações puros das crianças se alegrem e batam com mais força na abençoada noite de Natal.

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PS: Com esta matéria, montei uma apresentação de slides (em arquivo PPS, com música de Natal). Aqueles que desejarem receber tal arquivo por e-mail, basta enviar o pedido para o e-mail: prccampos@terra.com.br

2 de dezembro de 2009

Vitória do NÃO à “Lei do Zipper”

A enquête organizada pela “Agência Senado” e pela “SEPOP” (Secretaria de Pesquisas e Opinião Pública), durante todo o mês passado, teve seu resultado final divulgado ontem, dia 1º-12-09:
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“Você é a favor da
aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra
homossexuais?”
• Sim - 48,46%
• Não - 51,54%
Total:465.326 votos



Venceu o NÃO, evidentemente, mas a vitória teria sido bem mais folgada não fossem a má formulação da pergunta e as diversas sabotagens, sobre as quais já tratei (vide Você é a favor da aprovação da “Lei do Zipper”? )

Mas gostaria de neste post apenas comentar a má vontade dos responsáveis por tal enquête e pela notícia — tremendamente tendenciosa — divulgada pela “Agência Senado”, em 01/12/2009. Ei-la:
51,54% dos internautas defendem discriminação de homossexuais,idosos e deficientes
A maioria dos internautas que votou na enquete do mês de novembro da Agência Senado se posicionou contra a aprovação do PLC 122/06, que torna crime a discriminação contra idosos, deficientes e homossexuais. Do total, 51,54% foram contrários à proposta e 48,46% a favor. A enquete recebeu 465.326 votos, e foi a que mais mobilizou votantes desde que esse tipo de consulta foi criado.
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(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=97888&codAplicativo=2&codEditoria=8

1 – Cumpre primeiramente dizer que não se trata de defender a “discriminação de homossexuais, idosos e deficientes”. Aqueles que são contrários ao homossexualismo não o são por preconceito, mas por fidelidade aos preceitos decorrentes da moral, da lei natural e da lei Divina. E, devido a esses mesmos preceitos, não passarão a agredir os homossexuais. Para a proteção destes, como de qualquer cidadão brasileiro, já existe legislação penal estabelecida. Portanto, o projeto de lei 122/2006 é absolutamente dispensável. Ademais, justamente em razão dos preceitos mencionados, asseguram todo desvelo e carinho aos “idosos e deficientes”.

2 – Os responsáveis pela notícia maliciosa e pelo PL 122/06 “embrulham” promiscuamente, no mesmo “pacote” dos homossexuais, os respeitáveis “idosos e deficientes”. – Quem seria tão cruel a ponto de não desejar aos últimos especial proteção? Só mesmo algum tipo tão desumano e perverso como Calígula ou Stalin. Merecedores de todo o nosso desvelo e carinho, os “idosos e deficientes” foram incluídos no esdrúxulo PL para, “no tapetão”, ser também considerado crime qualquer crítica à prática homossexual. Nessa trapaça, o grande beneficiado é o vício antinatural.

Embora não seja “preconceito” a não aceitação do homossexualismo como coisa normal, os promotores deste insistem em tachar de “preconceituosos” os que lhe são contrários. Estes, sim, seriam discriminados, proibidos de falar e penalizados.

Seria a abolição da democracia e o estabelecimento de uma “ditadura homossexual” no Brasil? Passaria a vigorar no País a “Lei do Zipper”, com a supressão do direito constitucional da liberdade religiosa e da liberdade de expressão e o início de uma nova era de perseguição aos defensores dos valores familiares.
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Agradecendo a todos que votaram na enquête na defesa desses valores, alertamos que o perigo da aprovação em Brasília do PLC 122/2006 continua. Uma batalha foi ganha, mas não a guerra; esta será árdua enquanto o despropositado projeto estiver tramitando no Congresso Nacional. Estejamos sempre bem atentos, pois, segundo consta no portal do Senado: “A matéria ainda deve ser analisada, além da CDH, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pelo Plenário do Senado. Se aprovada por essas duas instâncias, volta à Câmara, pois o texto proveniente daquela Casa foi modificado”.http://www.senado.gov.br/sf/senado/centralderelacionamento/sepop/?page=enquete_ant
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PS: Uma boa notícia que me acaba de chegar: o “casamento” homossexual foi derrotado ontem no Senado do Estado de Nova York, por 38 votos contra 24! Como sobre os EUA se pode dizer com acerto aquilo que alguém afirmou erroneamente a respeito da Venezuela, ou seja, que há “excesso de democracia”, os senadores novaiorquinos souberam interpretar o sentimento da população; e não se puseram a fazer joguinhos como aqui, misturando homossexuais com velhinhos, a fim de confundir a opinião pública e fazer passar aquilo que ela rejeita.

O Senado do Estado de Nova York

12 de novembro de 2009

Você é a favor da aprovação da “Lei do Zipper”?

Recebi alguns e-mails de leitores reclamando que não conseguiram emitir seu voto na enquête disponibilizada no portal do Senado Federal, que interrogava:
“Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?
Com razão, pois tal enquête, no dia 6 último, “misteriosamente” ficou off-line. Até então — ou seja, do dia 1º ao dia 5 — ela havia registrado 63246 votos. O NÃO contava com 62% e o SIM com 38%. Eis o documento que comprova este placar às 17h33` do dia 5:

Para ampliar as fotos, click sobre elas.

Para ampliar o texto, acione: Ctrl + Para reduzí-lo: Ctrl -

Com a notória derrota daqueles que votaram SIM à aprovação do absurdo projeto de lei, a enquête “sumiu”... Durante quatro dias o espaço a ela reservado foi substituído por um “brancão” com o seguinte aviso:

Este serviço está
temporariamente
Indisponível.

Devido a esse “buraco branco” — ou “apagão no site do Senado”... —, os encarregados do portal receberam inúmeras reclamações. Com isso, no dia 1º, a enquête voltou a ficar on-line. Mas vejam a “gracinha” que fizeram: zeraram o placar... (isto mesmo, recomeçaram a contagem a partir do ZERO). Eis a explicação da Sra. Ana Lúcia Novelli, diretora da Secretaria de Pesquisas e Opinião Pública do Senado: “Percebemos que a chave de segurança estava sendo burlada, então resolvemos refazê-la”.

E os referidos encarregados se desculparam alegando que a enquête “está fora do ar em decorrência de problemas técnicos”... Vejam: Nessas “explicações”, acredite quem quiser...

O que não posso acreditar é que se o placar contasse com um resultado inverso, ou seja, se a maioria estivesse aprovando o [mal]dito PL, eles não o teriam "zerado".

Em qualquer caso, àqueles leitores desse blog que já tinham emitido seus votos, peço-lhes o favor de votar novamente; e aqueles que ainda não o fizeram, que votem desta vez. Como a enquête está formulada de modo a induzir ao erro, insisto que o voto “pró-família”, contra a "Lei do Zipper", é NÃO.

http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0

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PS – 1: No momento em que redijo este post (às 23:00 do dia 11-11-09), o placar assim se encontra:

“Você é a favor da aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que pune a discriminação contra homossexuais?”
• Sim - 46%
• Não - 54%

Sendo que no dia 6-11-09, o placar era o seguinte: _____________

PS - 2: Ontem, 10-11-09, devido a mais uma manobra do lobby homossexual e numa votação apressada, esse abominável projeto de lei foi aprovado na “Comissão de Assuntos Sociais” (CAS). Agora ele segue para exame nas Comissões de “Direitos Humanos e Legislação Participativa” (CDH) e de “Constituição, Justiça e Cidadania” (CCJ). Depois será encaminhado para votação em Plenário, mas, devido à alteração inserida no Senado, o projeto voltará à Câmara dos Deputados.

7 de novembro de 2009

Você é favorável à ditadura homossexual?

Na pintura, Lot e sua família abandonando a cidade de Sodoma (ao fundo sendo destruída pelo fogo).
Na sua Segunda Epístola, São Pedro mostra como a punição de Sodoma e Gomorra permanece como advertência aos que praticam o mal:
“Deus condenou à destruição e reduziu a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra para servir de exemplo para os ímpios do porvir”.

O site do Senado Federal esta promovendo a seguinte enquête:
"Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006)
que torna crime o preconceito contra homossexuais?
Sim [ ]
Não [ ]


Tal famigerado PLC (Projeto de Lei da Câmara, da deputada petista Iara Bernardi) também conhecido como "lei da homofobia" — e que bem poderíamos chamar de "lei da mordaça homossexual" —, pretende punir com prisão (de dois a cinco anos) qualquer um que manifeste sua opinião contrária ao homossexualismo.

Se aprovado o PLC 122/2006, perderemos até o direito à liberdade de expressão. Todos os brasileiros podem expressar livremente sua opinião sobre qualquer assunto, podem discordar de qualquer tema, EXCETO emitir uma opinião contra o vício antinatural da homossexualidade. Se o fizer, poderá ser preso! É o que acontecerá se tal lei passar pela votação do Senado. Será, portanto, a aprovação de uma “ditadura homossexual” no Brasil.

Pior que perder nossa liberdade de expressão, é nos privar do direito de defender a lei de Deus que condena o homossexualismo: “um pecado que brada aos céus por vingança”.

Assim sendo, convido todos os leitores a votarem NÃO à aprovação dessa aberração moral, tão contrária à instituição da família e aos preceitos divinos. Uma aberração que viola a ordem natural dos sexos, estabelecida por Deus na criação. Vamos votar na referida enquête para dizer que NÃO se podem conceder direitos ao vício! Para dizer que o Brasil NÃO é uma Sodoma! Que o Brasil NÃO é uma Gomorra! Para isto, basta um click no portal do Senado:

http://www.senado.gov.br/agencia/default.aspx?mob=0

PS: Os defensores dessa abominável prática estão articulando os chamados GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e travestis) pelo SIM. Vamos reagir e mobilizar todos nossos conhecidos pelo NÃO.

31 de outubro de 2009

Um “oceano” de quase dois milhões de anti-abortistas tomou a capital espanhola

Como mineiro, na minha infância intrigava-me, não sem franca simpatia, o nome de uma cidade próxima da minha: Mar de Espanha. E me punha a imaginar como seria o mar ibérico. Essa imagem voltou-me há pouco, quando das recentes manifestações contra o aborto ocorridas naquele país, reunindo um verdadeiro mar; não de água, mas de espanhóis.

Com efeito, as ruas do centro de Madrid ficaram abarrotadas pelo protesto contra a lei do aborto proposta pelo primeiro-ministro José Luis Zapatero. A manifestação --­­ talvez a maior na história da Espanha -- foi um verdadeiro clamor popular contra o massacre silencioso de nascituros.

Recebi de nosso amigo Miguel Vidigal -- que participou da gigantesca manifestação enquanto representante de algumas associações anti-aborto do Brasil -- um CD com muitas fotos que ele tirou, bem como um artigo de sua autoria, que a revista Catolicismo publica em sua edição de novembro.

Faço questão de transcrevê-lo neste blog, porquanto em massa nossos meios de comunicação de massa não deram o destaque que merecia uma manifestação jamais vista contra a prática abortiva.

Em solidariedade ao grandioso evento de Madrid, em diversos países ocorreram protestos frente às embaixadas espanholas. Mais abaixo, transcrevo notícias de dois países, Colômbia e Polônia, dos quais recebi informações e fotos.

Proximamente, veremos se o governo socialista acatará a vontade popular contrária ao aborto -- 77% dos espanhóis se opõem à lei genocida do primeiro-ministro --, arquivando seu projeto de lei; ou se obedecerá à palavra de ordem do lobby internacional, que não poupa esforços e dinheiro para impor as mais radicais leis favoráveis ao crime do aborto. Neste caso, a crescente indignação dos espanhóis poderia exigir a renúncia de Zapatero, que melhor faria se deixasse a política e fosse buscar, por exemplo, a digna -- mas quão diversa -- profissão indicada pelo seu sobrenome.


Gigantesca marcha contra o aborto
em Madrid


• Miguel da Costa Carvalho Vidigal



Em 17 de outubro, tive a honra de participar da grande manifestação que encheu as principais avenidas de Madrid: 41 associações da sociedade civil espanhola nomearam a cidade Capital of Life e reuniram quase 2 milhões de pessoas sob o lema "Cada Vida Importa", para protestar contra a atual lei abortista vigente na Espanha, bem como rejeitar o aberrante projeto de lei proposto pelo governo socialista.

O aborto nunca foi aceito pelos espanhóis, embora manobras políticas escusas o tenham parcialmente legalizado no país em 1985. O governo socialista do primeiro-ministro Zapatero, que vem colecionando quedas de popularidade, enviou ao Congresso um projeto de lei que amplia a prática do aborto e, entre outras medidas, autoriza adolescentes de 16 anos a abortar sem consentimento dos pais.

Miguel Vidigal, representando associações anti-aborto do Brasil, no momento de seu discurso

As associações brasileiras Brasil pela Vida, Juventude pela Vida e Nascer é um Direito, após aderirem à manifestação anti-abortista, foram convidadas a participar de forma mais ativa na mesma. Tive a oportunidade de pronunciar, em nome delas, um discurso em apoio àquela importante iniciativa de defesa de dois princípios básicos da civilização cristã: o da vida e o da família; e transmitir aos participantes a garantia de que tais princípios seriam sempre defendidos em nosso País por todos os aderentes das referidas associações.




A mensagem do presidente do “Foro Español de la Familia”, Benigno Blanco

O Foro Espanhol pela Família organizou o que provavelmente foi a principal marcha anti-abortista de todo o mundo. A mensagem era clara: “Queremos fazer chegar ao mundo a mensagem de que o debate sobre o aborto não está fechado, e que somos milhões de pessoas comprometidas a não deixar que se encerre o assunto até que não haja mais nenhum aborto”, como declarou Lourdes del Fresno y Torrecillas, uma das mais atuantes organizadoras da marcha. Suas palavras foram repetidas no discurso pronunciado pelo presidente do Foro Espanhol pela Família, Benigno Blanco. Lembrou ele ainda que a manifestação não podia encerrar-se ali, mas deveria ser o início de uma luta que cada um teria de conduzir no dia-a-dia, sobretudo em face de leis e pessoas que se esforçam por destruir a vida. Blanco pediu ainda que se estabeleça uma união entre todos os pró-vida do mundo, e que nenhum egoísmo particular faça separar os soldados desse combate.

Organizações de todo o mundo aderiram à imponente manifestação. Além dos representantes brasileiros, membros de organizações americanas, italianas, alemãs e francesas se dirigiram ao público. Assim, o Sr. Georges Martin (na foto acima, à direita), representante da associação francesa Droit de Naître (Direito de Nascer), lembrou que o resultado de 34 anos de lei do aborto em seu país foi terrível; mas, se o projeto espanhol for aprovado, será sem dúvida o mais grave ordenamento jurídico da Europa em matéria de aborto.

Aspectos marcantes da multitudinária manifestação
Destacamos alguns pontos desta marcha espanhola, genuinamente popular.
Em primeiro lugar, a quantidade de pessoas presentes: o cortejo deveria transcorrer tão somente numa larguíssima avenida que liga a Porta do Sol até a Porta de Alcalá; esse espaço foi insuficiente, e as principais avenidas da região central, como Goya e Serrano, também foram ocupadas. Nesse sentido são ilustrativos os vídeos filmados por helicópteros que sobrevoaram o centro madrilenho. Ademais, os maiores jornais europeus viram-se obrigados a estampar em suas primeiras páginas um tema que costuma receber pouco destaque da mídia: manifestação pública de peso contra o aborto. Três dias após o acontecimento, ainda havia debates em colunas dos principais periódicos sobre o enorme sucesso da marcha.

Convém destacar outro aspecto: a convicção dos presentes. Não se tratava de simples protesto contra o projeto de lei do governo socialista, mas uníssona exigência de que o aborto volte a ser considerado crime. Mesmo estando presentes diversos líderes políticos do PP (partido considerado de centro-direita), os manifestantes ressaltaram que, durante oito anos de governo, o ex-primeiro-ministro Aznar (PP), também ele participante da manifestação, não se ocupou do tema aborto, permanecendo a atual lei abortista.

As promessas de uma luta constante em defesa da vida foram marcantes. Mas será preciso que esse movimento siga as palavras de Benigno Blanco: que a luta não se limite a uma única manifestação.
Madrid foi a Capital of Life 2009. Qual será a de 2010?


Melhor que as palavras, as fotos falam por si. As ruas abarrotadas mostram que o dia 17 de outubro de 2009 deve ser considerado histórico. Chamo a atenção para a quantidade de jovens presentes e famílias inteiras unidas -- avós, pais, filhos, muitos em carrinhos de bebês.




Poloneses solidários aos espanhóis no combate ao aborto



Leonardo Przybysz

Por iniciativa da Associação pela Cultura Cristã Padre Piotr Skarga e da Federação Polonesa dos Movimentos em Defesa da Vida, numerosos poloneses realizaram no dia 17 de outubro manifestação contra o aborto diante da embaixada da Espanha em Varsóvia, sob o lema Solidários com os espanhóis em defesa da vida. Empunhando cartazes e bradando slogans, os poloneses solidarizaram-se com a grande manifestação de centenas de milhares de pessoas realizada nesse mesmo dia em Madrid. Entre os slogans e cartazes, destacaram-se os seguintes: Cada vida é inestimável Zapatero, não mate a consciência da Espanha.

Os manifestantes rezaram um terço na intenção das vítimas do aborto, pedindo a Deus que não permita na Espanha a aprovação do projeto de lei que admite o aborto até entre adolescentes de 16 anos, mesmo sem autorização dos pais. O projeto pretende ainda obrigar os médicos e todo o serviço hospitalar a realizar abortos, sob as penas da lei, sem direito a alegar a questão de consciência.

No final do ato, os manifestantes entregaram ao embaixador da Espanha na Polônia um apelo contrário ao iníquo projeto de lei.

Colombianos solidários aos espanhóis
no combate ao aborto


• Luis Fernando Escobar

No dia 17 de outubro, centenas de milhares de pessoas encheram as ruas de Madrid para protestar contra o aborto. Manifestações com o mesmo objetivo realizaram-se em outros locais em todo o mundo.

A Colômbia não ficou atrás: a multidão que saiu às ruas de Medellín e Bogotá contou com caloroso apoio dos passantes. Às 10 horas, as representações espanholas em ambas as cidades viram-se cercadas por estandartes, faixas e numeroso público, que ali se congregou para iniciar uma caminhada. Em Bogotá, ela seguiu até a casa do embaixador espanhol. Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima presidia a marcha, seguida pelos jovens da associação Colômbia necessita de Fátima, entidade co-irmã da família de associações que, em diversos países, defendem a tradição, a família e a propriedade.

À manifestação uniram-se destacados políticos católicos e uma constelação de entidades religiosas e civis. No final, foi entregue uma carta de protesto ao secretário do embaixador, que garantiu fazê-la chegar às mãos do primeiro ministro-espanhol.

Um dos participantes declarou: “A marcha foi brilhante, seja pelos brados contra o aborto, seja pela recitação do Santo Rosário; ela cortou a aparente apatia dos transeuntes, os quais aplaudiam os manifestantes. O trânsito numa importantíssima avenida parou, e os motoristas esperaram sem reclamar”.




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A multitudinária manifestação anti-aborto foi largamente noticiada por grandes jornais da Espanha (abaixo algumas capas)