31 de maio de 2010

Os brasileiros desejam um Brasil velho ou jovem?


Enquanto no Brasil a população envelhece e a taxa de nascimentos diminui (segundo pesquisa do IBGE), do Chile chega-nos um belo exemplo que, se aplicado em nosso País, poderia reverter o deplorável e triste processo de envelhecimento da população brasileira.

Apesar de eu ter sérias restrições ao novo presidente chileno (na foto com sua família) Sebastián Piñera (devido a algumas inaceitáveis declarações feitas durante sua campanha eleitoral), ele promoverá algo que merece louvor: um fortalecimento da instituição da família — muito debilitada no anterior governo socialista — e um rejuvenescimento de seu país (Vide notícia abaixo*).

Pelo contrário, o governo brasileiro, promovendo a diminuição da natalidade, promove o envelhecimento de nossa nação, propagando métodos contraceptivos; facilitando ao máximo o aborto e a esterilização cirúrgica; com a maciça distribuição de preservativos e de pílulas anticoncepcionais por meio do Ministério da Saúde — que mais adequadamente poderíamos designar como “Cemitério da Saúde”, uma vez que propaga o envelhecimento e a morte, e não a vida.
Famílias diminutas + baixa taxa de nascimentos = país velho e decadente.
Para evitar que o Chile tenha o infeliz resultado dessa equação, vejam o que propõe o governo do país andino, conforme alvissareira notícia publicada no dia 22 último pela “Folha de S. Paulo”:

Chile promete prêmio a casais que chegarem aos 50 anos de matrimônio
GUSTAVO HENNEMANN
De Buenos Aires
"Os casais chilenos que completarem 50 anos de matrimônio ganharão um prêmio do governo por fortalecerem a instituição familiar.

O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, católico conservador que integra o partido de centro-direita Renovação Nacional.

O plano foi divulgado durante a primeira prestação de contas ao Congresso do mandatário, que tomou posse no último mês de março.

Em seu discurso, ele citou Deus cinco vezes e disse que o Chile está em dívida com as famílias, o que exige medidas urgentes para 'proteger e fortalecer' os lares do país.

'Estudamos a chance de dar incentivos tributários e prêmios educativos às famílias com mais de dois filhos e premiaremos com um bônus de bodas de ouro os casais que completarem 50 anos de casamento', disse o presidente.

Ele não disse qual será o valor do prêmio nem como pagará a recompensa. Piñera também prometeu aumentar os valores repassados a famílias pobres por meio de programas sociais, com o objetivo de estimular os casais a terem mais filhos.

'Não podemos seguir indiferentes ante a diminuição da natalidade e dos casamentos, nem ao fato de nascerem mais crianças fora do que dentro do matrimônio'.

Ele disse ainda que a família, além de formar cidadãos, é o melhor caminho para fortalecer valores, evitar a droga, a delinquência e o alcoolismo".
(* http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2205201011.htm ).
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PS: Uma “curiosidade”:
Diversos jornais castelhanos publicaram trecho integral da declaração do novo mandatário chileno, mas a “Folha de S. Paulo” eliminou a frase abaixo, que assinalei em vermelho. Por que será? Falta de espaço? Censura? Ou o “resumidor” seria uma pessoa favorável ao aborto?...

"Não podemos seguir indiferentes ante a diminuição da natalidade e dos casamentos. Nem ao fato de nascerem mais crianças fora do que dentro do matrimônio. Nem ao drama de que a cada criança nascida viva uma deixa de nascer devido aos abortos”.

Se alguém desejar, poderá conferir minha crítica, por exemplo no site oficial do governo chileno:

http://www.gobiernodechile.cl/especiales/mensaje-presidencial-21-de-mayo/:
“En Chile necesitamos, y con urgencia, proteger y fortalecer a la familia.
La familia es el lugar donde, por esencia, se forman los ciudadanos, reciben y dan amor, acogimiento, formación y es el mejor camino para fortalecer valores, el desarrollo integral y evitar la droga, la delincuencia y el alcoholismo.
No podemos seguir indiferentes frente a la disminución en la natalidad y nupcialidad. Al hecho que nazcan más niños fuera que dentro del matrimonio. Al drama que por cada niño nacido vivo uno deja de nacer debido a los abortos. Al incremento de los embarazos adolescentes no deseados.
Estamos en deuda con nuestras familias.
Para promover la natalidad aumentaremos el Subsidio Único Familiar y aseguraremos a las familias más vulnerables un Ingreso Ético Familiar. Adicionalmente, estudiaremos la factibilidad de entregar incentivos tributarios o bonos educativos a aquellas familias de más de dos hijos y premiaremos con un bono de Bodas de Oro a las parejas que cumplan 50 años de matrimonio”.

23 de maio de 2010

Nesta semana, ganhamos uma batalha, mas não a guerra!

Sessão da CSSF, no dia 19-5-10, na qual foi aprovado o "Estatuto do Nascituro"
Com os braços levantados, os deputados (derrotados) que votaram contra o "Estatudo do Nascituro". [Para vê-los melhor..., click na foto]
Foto: Agência Câmara/Brizza Cavalcante


Sem dúvida esta semana foi marcante na luta contra o aborto.

Num dos auditórios do Congresso Nacional, após vários embates — nos quais parlamentares da ala abortista conseguiram adiar várias sessões, com “pedidos de vistas”, requerimentos protelatórios e outras manobras regimentais para obstruir a votação —, foi aprovado o texto substitutivo da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) ao Projeto de Lei 478/07, conhecido como "Estatuto do Nascituro".

Dep. Solange Almeida (Foto: Agência Câmara/Luiz Xavier)

No dia 19 último, a Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados aprovou o texto definindo que a vida começa na concepção. De autoria dos deputados Luiz Bassuma (expulso do PT por não ser favorável ao aborto) e Miguel Martini, cria — conforme noticiou a “Agência Câmara” (20-5-10) — “o Estatuto do Nascituro. Pela definição no texto, nascituro é o ser humano concebido, mas ainda não nascido”.

Assim, com alegria registramos no nosso Blog da Família o dia 19 de maio como um marco importante em defesa da criança por nascer.

Transcrevo abaixo alguns trechos relativos à aprovação do “Estatuto do Nascituro”, não sem antes fazer duas ressalvas:

1a.) Foi preciso chegar ao desvario de nosso século para ser necessário um “Estatuto” estabelecendo que o bebê no ventre materno é um ser humano... Uma lei, portanto, prescrevendo algo que para os tempos normais seria óbvio, como é óbvio que o aborto é o assassinato de um ser humano. Contudo, em meio ao caos de nossos dias, o referido “Estatuto” é muito bem vindo, pois levanta um sério obstáculo à prática abortiva no Brasil.

2a.) Ainda segundo a notícia da “Agência Câmara”, houve um acordo entre os parlamentares da CSSF, “Solange Almeida ressaltou no substitutivo que o estatuto não modifica o artigo 128 do Código Penal, que prevê o aborto nos casos de estupro ou quando há risco à vida da mãe”.

Evidentemente, não podemos concordar com tal acordo, uma vez que o aborto é condenável em qualquer caso. O estupro é um crime gravíssimo, mas o aborto é um crime ainda mais grave — um crime não justifica o outro. Quanto ao caso de “risco à vida da mãe”, atualmente, com o progresso da medicina, tal risco é praticamente nulo. Ademais, não se pode eliminar uma vida com o pretexto de salvar outra.

Em outra notícia do mesmo dia 19-5-10 e da mesma Agência, temos um complemento: “A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou hoje o substitutivo da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) ao Projeto de Lei 478/07, dos deputados Luiz Bassuma (PV-BA) e Miguel Martini (PHS-MG), que cria o Estatuto do Nascituro. O texto define que a vida humana começa já na concepção. Diferentemente do que publicou a ‘Agência Câmara de Notícias’, o aborto nos casos de estupro não será proibido. Isso porque houve acordo na comissão para que a deputada ressalte em substitutivo que o aborto nos casos de estupro e de risco de vida para a mãe continua legalizado”.
(http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/SAUDE/147999-SEGURIDADE-APROVA-ESTATUTO-DO-NASCITURO.html)

Uma tremenda contradição, pois, se “a vida humana começa já na concepção”, como se pode afirmar que “o aborto nos casos de estupro não será proibido”? Em certos casos, não será proibido eliminar a vida humana?!!!

No entanto, numa notícia da “Agência Brasil”, o repórter Iolando Lourenço afirma que “Embora a proposta não altere o Artigo 128 do Código Penal, que autoriza o aborto praticado por médico nos casos de estupro e de risco de vida para a mãe, ela estabelece condições para que a mãe possa ter o filho. Entre as condições estabelecidas no caso de estupro, o projeto garante assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico para a mãe, direito de ser encaminhado à adoção, caso a mãe concorde. O texto também estabelece que caso o pai da criança seja identificado ele será responsável por pensão alimentícia e no caso de não identificação, o Estado será responsável pela pensão”.

Em todo caso, argumentando contra minha própria ressalva, uma noticia da ACI (Agência Católica de Informações), de 19-5-10, não trata do Artigo 128, nem do inadmissível acordo. Segundo a ACI, “O texto define que a vida humana começa na concepção, o que eliminaria a hipótese de aborto em qualquer caso. O texto aprovado pode mudar a legislação para que a mulher vítima de estupro seja proibida de abortar”. E acrescenta: “A parlamentar Solange Almeida ressaltou no substitutivo que, desde a concepção, são reconhecidos todos os direitos do nascituro, em especial o direito à vida, à saúde, ao desenvolvimento e à integridade física. ‘A criança não pode pagar pelo erro dos pais’. A principal mudança em relação à legislação atual, segundo Almeida, é que, se o projeto virar lei, a mulher vítima de estupro não poderá mais abortar. Hoje, além dos casos de estupro, é assegurado o direito de abortar quando há risco de vida para a mãe”.

Oxalá está versão da ACI seja verdadeiramente a resolução aprovada na CCSF, sem o inaceitável acordo noticiado pela “Agência Brasil” e “Agência Câmara”. Se realmente não se deu tal “acordo”, poderemos cantar um “Magnificat” em agradecimento!

Rezemos em ação de graças, mas ao mesmo tempo estejamos vigilantes e estimulando os parlamentares contrários ao aborto, pois, o texto aprovado encontrará muitos obstáculos em algumas comissões do Congresso — sem falar de propostas de “acordos” —, depois no Plenário da Câmara e também no Senado Federal. Por fim, seguirá para aprovação do Presidente da República.

Nesta semana, ganhamos uma batalha, mas não a guerra! Portanto, o combate continua e, se lutarmos, Deus nos dará a Vitória!
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PS: Ainda a respeito do tema em questão, transcrevo uma declaração muito interessante da deputada amapaense Fátima Pelaes (foto abaixo: Agência Câmara/Saulo Cruz), feita durante a referida sessão na CSSF e publicada pela ACI no dia 20 último:

“A Deputada Fátima Pelaes durante reunião que aprovou o Estatuto do Nascituro na Comissão de Seguridade Social e Família, na última quarta-feira, 19, comoveu os deputados na Comissão que aprovou o texto substitutivo deste projeto ao compartilhar que ela mesma foi concebida depois de uma violação e ainda assim sua mãe optou por não abortá-la. Por isso hoje, Fátima luta pelo direito à vida desde a concepção seja qual for a circunstância em que esta seja ocasionada. O projeto define o direito à vida desde a concepção e protege o nascituro contra qualquer forma de discriminação que venha privá-lo do seu direito a nascer.

A deputada conta que veio à luz num presídio misto e viveu aí por três anos após um ato de violência sexual sofrido por sua mãe. Fátima Pelaes, deputada pelo Estado do Amapá, militante pelas causas das mulheres, das crianças e dos adolescentes foi quem relatou a CPI sobre o extermínio de crianças e adolescentes (1992), presidiu a CPI que investigou a mortalidade materna no Brasil (2000/2001) e criou a lei, de 2002, que estendeu a licença-maternidade para mães adotivas.

Ontem, durante a sessão da Comissão de Seguridade e Família na Câmara dos Deputados em Brasília, quando ainda estava em pauta o Estatuto do Nascituro, Fátima tomou do microfone e contou ser fruto de um estupro realizado dentro da prisão. Sua mãe quis abortá-la, a princípio, mas decidiu por sua vida e para isto ela nasceu: para que sua história pudesse salvar a história de muitos outros, muitas outras.

"Nasci depois de um estupro. Não posso ser a favor do aborto!", relatou.

Quando ela acabou de falar, todos estavam chorando, emocionados. O deputado Arnaldo Faria de Sá tomou o microfone e convocou uma resposta à altura do depoimento de Fátima:
"Senhores, depois deste testemunho como não ser a favor da vida dos nascituros?"

Os deputados pró-vida defenderam a urgência da aprovação do projeto durante a acalorada votação.

Os deputados abortistas denunciavam falsamente que o Estatuto do Nascituro tinha por objetivo criminalizar as mulheres e revogar o Artigo 128 do Código Penal, que autoriza o aborto praticado por médico em casos de estupro e de risco de vida para a mãe. Mesmo assim, depois de quatro horas de discussão, e ante as provocações das abortistas enfurecidas com um projeto que (se chega a ser sancionado pelo Presidente da República) terá o poder de paralisar as ações contrárias ao bem-estar da mãe e do bebê, foi finalmente aprovado por esta comissão o texto substitutivo do Estatuto do Nascituro.

O projeto define o direito à vida desde a concepção e protege o nascituro contra qualquer forma de discriminação que venha privá-lo do seu direito a nascer, mesmo em razão de deficiência física ou mental, ou ainda por causa de delitos cometidos por seus genitores”.

8 de maio de 2010

A Mãe Católica: fonte das virtudes dos filhos

Com minhas felicitações a todas as mães, e como homenagem para esse dia a elas dedicado, transcrevo trechos do magnífico livro “O Espírito de Família — no Lar, na Sociedade e no Estado”, de autoria de Mons. Henri Delassus (escritor e polemista católico, 1836 – 1921). Os trechos que escolhi tratam a respeito da influência das virtudes das boas mães na formação dos filhos, da instrução — pelo exemplo de vida — nos princípios da moral católica e da tão árdua quanto meritória condução da vida familiar.

Santa Gianna Bereta Molla


“Feliz o homem a quem Deus concedeu uma santa mãe! — disse Lamartine. Apesar dos desvios da sua imaginação, ele guardou sempre a lembrança da educação cristã que lhe deu sua mãe. Dois anos antes de sua morte, ele ajoelhou-se na semana de Páscoa à Santa Mesa, ao lado de sua mãe.

‘Se a mãe tomou como um dever imprimir profundamente na fronte de seu filho o caráter divino, pode-se estar praticamente seguro de que a mão do vício nunca o apagará inteiramente’ — afirmou Joseph de Maistre.

Quantas outras mães imprimiram profundamente, na alma dos filhos, o respeito, o culto, a adoração de Deus, de Quem elas eram para eles, pela pureza de vida, a imagem viva!

Como mãe, a mulher cristã santifica o homem-filho; como filha, ela edifica o homem-pai; como irmã, ela melhora o homem-irmão; como esposa, ela santifica o homem-esposo.

‘Eu quero fazer do meu filho um santo’ — dizia a mãe de Santo Atanásio.

‘Graças mil vezes, meu Deus, por nos terdes dado por mãe uma santa!’ — exclamaram por ocasião da morte de Santa Emília seus dois filhos, São Basílio e São Gregório Nazianzeno.

Imagem de Santa Mônica,
mãe de Sto. Agostinho

‘Ó! meu Deus, eu devo tudo a minha mãe!’ — dizia Santo Agostinho.

Como gratidão por tê-lo tão profundamente impregnado da doutrina de Cristo, São Gregório Magno mandou pintar sua mãe Sílvia ao seu lado, com vestido branco e a mitra dos doutores, estendendo dois dedos da mão direita, como para abençoar, e tendo na mão esquerda o livro dos santos Evangelhos diante dos olhos de seu filho.

Quem nos deu São Bernardo, e o fez tão puro, tão forte, tão abrasado de amor por Deus? Sua mãe, Aleth.

Mais perto de nós, Napoleão disse: ‘O futuro de uma criança é a obra da sua mãe’. E Daniel Lesueur afirma: ‘Quando se é alguém, é muito raro que isso não se deva à própria mãe’. Pasteur afirmou: ‘Ó meu pai e minha mãe, que vivestes tão modestamente, é a vós que eu devo tudo! Teus entusiasmos, minha valorosa mãe, tu os fizeste passar para mim. Se eu sempre associei a grandeza da ciência à grandeza da pátria, é porque eu estava impregnado dos sentimentos que tu me havias inspirado’.

A alguns que o felicitavam por ter o gosto da piedade, o Santo Cura d'Ars disse: ‘Depois de Deus, isto se deve à obra de minha mãe’.

Quase todos os santos fizeram remontar as origens da sua santidade à própria mãe. Pode-se acrescentar que os grandes homens também foram feitos pelas próprias mães.

O Bispo Castulfo, numa missiva a Carlos Magno, recorda-lhe a lembrança de sua mãe, Berta, e lhe diz: ‘Ó rei, se Deus todo poderoso vos elevou em honra e glória acima de vossos contemporâneos e de todos os vossos predecessores, vós o deveis sobretudo às virtudes de vossa mãe!’

‘É sobre os joelhos da mãe – disse Joseph de Maistre – que se forma o que há de mais excelente no mundo’.

Ela é no lar essa chama resplandecente de que fala o Evangelho, distribuindo sobre todos a luz da Fé e o ardor da caridade divina. A ela incumbe vivificar na família a idéia da soberania de Deus, nosso primeiro princípio e nosso último fim, o amor e reconhecimento que devemos ter por sua infinita bondade, o temor da sua justiça, o espírito de religião que nos une a Ele, a lei dos castos costumes, a honestidade dos atos e a sinceridade das palavras, o devotamento e ajuda mútua, o trabalho e a temperança.

‘Na família — diz Augustin Cochin — a figura dominante é a da mãe. Tudo depende da sua virtude e acaba por se modelar de acordo com ela. Ao marido competem o trabalho e o aprovisionamento do lar, e à mulher os cuidados e a direção interior. O marido ganha, a mulher poupa. O marido alimenta os filhos, a mulher os educa. O marido é o chefe da família, a mulher é seu elo de união com ela. O marido é a honra do lar, a mulher a sua bênção’.

O Visconde de Maumigny escreveu em 1862, quando os Zuavos Pontifícios derramavam seu sangue para defender o Papado: ‘Devemos às nossas mães e irmãs o fundo de honra e de devotamento cavalheiresco que é a vida da França. Nós lhes devemos a Fé católica. Discípulas da Rainha dos Apóstolos e dos Mártires, as mães fizeram passar seus corações aos dos filhos. Maria Santíssima, o modelo das mães, ensinou-lhes como se sacrifica um filho único a Deus e à Igreja. Ao ouvir as narrações dessas imolações sublimes, o Papa Pio IX comentava: Não, a França que produziu tais santas não perecerá jamais!’

Em Castelfidardo os zuavos pontifícios combatiam sob os olhos de suas mães, presentes em seu pensamento e entre as paredes do santuário onde a Rainha dos Mártires gerou o Rei dos Mártires. Todos, enquanto marchavam contra o inimigo, repetiam esta frase de um deles: ‘Minha alma a Deus, meu coração à minha mãe, meu corpo a Loreto’. À mãe deles, a Maria Santíssima, que a todos inspirava, reverte a honra da batalha. Como outrora os cruzados, e mais tarde os vendeanos, foi sobre os joelhos das mães que eles aprenderam a morrer por Deus, pela Igreja e pela Pátria”.
__________
(Mgr Henri Delassus, L'Esprit Familial dans la Maison, dans la Cité et dans l'État, Société Saint-Augustin, Desclée, De Brouwer, Lille, 1910, pp. 165 a 175).
Em outras ocasiões, poderemos transcrever neste Blog da Família outros trechos do interessantíssimo livro de Mons. Delassus, mas para encerrar esta homenagem pelo dia das mães, queria recordar que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira atribuía o melhor de sua formação moral e religiosa a sua querida mãe, a tradicional dama paulista, Da. Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira [foto abaixo]. Exemplo de mãe extremamente carinhosa, mas firme, Da. Lucília realizou o ideal de mulher inteiramente brasileira, inteiramente católica e inteiramente aristocrática, numa época em que a figura materna já ia sendo obscurecida pelas ondas revolucionárias das modas e dos hábitos modernos.

6 de maio de 2010

Um belo exemplo nos chega de São Bento do Sapucaí

Em meio a tantas más notícias que se sucedem dia-a-dia em nosso conturbado País, eis que hoje (5-5-10) deparo-me com uma EXCELENTE notícia e apresso-me a transcrevê-la para animar os amigos que lutam em defesa da instituição da família, atualmente tão corroída por fatores desagregadores. Vamos incentivar outros municípios a imitar o belo exemplo da simpática São Bento do Sapucaí — “o primeiro município pró-vida da nação”.

Promulgada lei orgânica pró-vida em município de São Paulo
SÃO PAULO, 05 Mai. 10 / 03:26 pm (ACI). — A Câmara Municipal de São Bento do Sapucaí (São Paulo), promulgou, em Sessão Solene, a Lei Orgânica do Município revisada, declarando a primazia da vida e a dignidade da pessoa humana como princípios fundamentais no texto constitucional local. Os 129 artigos da lei, dão destaque à defesa da vida e promoção da estrutura natural da família (primeira e principal instituição humana), para declarar oficial e solenemente que “o direito à vida, desde a concepção até a morte natural” é “o primeiro e principal de todos os direitos humanos”. Desta forma São Bento do Sapucaí se torna o primeiro município pró-vida da nação.

No discurso do vereador Prof. Hermes Rodrigues Nery (na foto, à esquerda), Presidente da Câmara Municipal de São Bento do Sapucaí, durante a Sessão Solene de Promulgação da primeira Lei Orgânica pró-vida do País, o político destacou que “chegamos hoje, depois de muito trabalho, ao momento da promulgação da Lei Orgânica do Município revisada de São Bento do Sapucaí, num processo amplamente democrático, transparente e participativo, (...). Daí que quando propusemos a reforma da Lei Orgânica, foi para que pudéssemos garantir em lei o direito a vida como primeiro e principal de todos os direitos humanos, e políticas públicas em defesa da estrutura natural da família, primeira e principal instituição humana”.


Na mesma sessão solene o vereador fez uma análise da cultura atual assinalando que “é uma crise muito séria a que vivemos, pois a humanidade inteira está sendo vítima de muitos ataques e violências, atentados e agressões em nível sem precedentes, especialmente contra princípios e valores que por durante séculos elevaram o gênero humano à consciência de que sua dignidade é um bem precioso, que precisa ser defendido de todas as ameaças. Daí o nosso compromisso, desde o início, com formação e depois com a própria revisão da lei orgânica, foi conjugar legislação e vida, como um primeiro passo, pois sabemos que há muito que ser feito para que alcancemos um nível de consciência que reconheça o valor da pessoa humana” (...), comentou o vereador.

Sobre a defesa da família o legislador mencionou que “quisemos nesta Lei Orgânica incluir um capítulo especial sobre a defesa da estrutura natural da família. O ser humano tem necessidade de viver comunitariamente em sociedade. Tem direitos e deveres naturais, e a exigência da vida em sociedade, no convívio com os demais, se faz necessário justamente para que ela se realize como pessoa. Ninguém é uma ilha. Não se é feliz sozinho, isolado. O homem e a mulher não foram feitos para a solidão. Por isso, é impelido pela sua própria natureza, a atender as suas necessidades (materiais e imateriais) no convívio com os demais, numa relação de mútua-ajuda, e não de espoliação uns dos outros”.

“A Constituição Federal coloca a dignidade da pessoa humana como princípio fundamental — continuou o político pró-vida — mas ‘faz um silêncio de morte sobre o início da vida humana’, como afirmou o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito. A Carta Magna garante a inviolabilidade da vida humana, mas não deixa claro a partir de que momento a vida humana deve ser protegida, provocando assim erros hermenêuticos com conseqüências que banalizam o valor e o sentido da vida, porque não a promove integralmente”.

Referindo-se à apresentação da Lei Orgânica revisada de São Bento do Sapucaí, o Dr. Ives Gandra da Silva Martins, renomado jurista brasileiro, salienta que “nada impede que nas constituições estaduais e nas leis orgânicas sejam reproduzidas normas da Constituição da República, com explicitações. O que a Câmara de São Bento faz é exatamente explicitar a inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural, garantindo assim a primazia do direito à vida, pois não há direito à saúde, à educação, à liberdade de expressão, à moradia, etc., se não estiver assegurado o direito à vida”, destacou.

Trata-se de uma iniciativa pioneira, a Câmara promulgar a nova Lei Orgânica, e conjugar legislação e vida, "inspirado nos princípios da lei natural", enfatizando a defesa da vida humana, "a partir dos valores do humanismo integral". Dessa forma, São Bento do Sapucaí torna-se o primeiro Município pró-vida do Brasil.

3 de maio de 2010

“Poesia” e “aborto” — termos que não rimam

De Rosalina Herai, professora e poetisa, recebi para este blog uma poesia sobre aborto. “Poesia” e “aborto” — termos que não rimam, pelo contrário, destoam, “berram” por estarem juntos. Mas ela expressa muito bem em versos a mais pura verdade do que se passa numa prática abortiva: o crime em si (o infanticídio); e o trauma que sucede àquela que em vez de embalar seu bebê, “embala” aflitivos pesadelos, por não ter em seus braços a inocente criança que Deus lhe deu.
Eis a transcrição do texto que nos foi enviado:
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Prezado amigo, boa tarde!
É maravilhosa sua luta pelo bem, pela vida... São tantos os choros dos inocentes, um choro dentro da mãe... Meu Deus que pecado imenso elas cometem!
Deus o abençoe meu amigo. É uma honra poder contribuir para esta luta.
Atenciosamente
Rosalina Herai

Aborto

Uma criança suplica
Do ventre de sua mãe
Não retire os meus membros
Que a mim ele compõe

Desesperada a criança
Foge no líquido amniótico
Senti que lá fora
Há uma seringa de plástico

Sugando seu corpinho
O monstro varre o ventre
Desmanchando o ninho
Do pobre inocente

Já sangrando lá dentro
Indefesa a pobre criança
Chora por sua mãe
Interrompe a matança

Nas dobras que tem
O seu corpinho se espalha
E a mãe assassina
Se senti aliviada

Passa o primeiro momento
A mãe tem um só pensamento
Passando a mão pelo ventre
Senti falta da criança lá dentro

Passam: minuto a minuto
Hora por hora
Mês a mês
Ela a mãe está morta
No seu coração a assassina
Matou também ela própria

Em todo lugar que vai
Senti a criança gritar
E seus braços sentem
A falta da criança embalar

Já toda ressequida
Pelo crime que cometeu
Vê que seus puros sonhos
Com a criança morreu

Chora por muitos anos
No vazio da vida em seu quarto
Sabe que naquele dia fatídico
Deveria salvar o bebê, amá-lo

Agora já sem ninguém
Vê, foi uma covarde na vida
Podia ter trabalhado
Criado sua criança
Que estaria adormecida


Rosalina Herai