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Trecho do rio Paraíba do Sul onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada pelos três pescadores, em 1717 |
Blog da Família
11 de outubro de 2025
Região de Aparecida do Norte no futuro
5 de outubro de 2025
PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA
Há 30 anos de seu falecimento, relembrando-o primordialmente enquanto o Contra-Revolucionário por excelência
25 de setembro de 2025
GARCIA MORENO — SESQUICENTENÁRIO DE SEU FALECIMENTO
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Gabriel García Moreno faleceu em 6 de agosto de 1875, aos pés do altar de Nossa Senhora das Dores, na Catedral Metropolitana de Quito. Foto: Arquivo Nacional de Fotografia do Equador |
✅ Paulo
Roberto Campos
Modelo perfeito de Presidente de República, Don
Gabriel García Moreno foi o mais católico dos chefes de Estado das Américas.
Grande e exemplar estadista, foi líder político — fundador do Partido
Conservador (1869) — autenticamente imbuído dos ensinamentos perenes da Santa
Igreja Católica Apostólica Romana.
Nascido na véspera do Natal de 1821 em Guayaquil,
principal cidade portuária do Equador, no seio de família aristocrática,
recebeu no Batismo o nome Gabriel Gregorio Fernando José María García y Moreno
y Morán de Buitrón. Em 6 de agosto de 1875, após assistir a Santa Missa e
comungar na Igreja de Santo Domingo, como fazia todos os dias, ele foi
apunhalado e baleado na Plaza de la Independência, junto ao Palácio
Presidencial. Os sicários — chefiados por Faustino Rayo e pagos por
conspiradores anticlericais que odiavam mortalmente o Catolicismo — desfecharam
sobre ele seis ou sete golpes de facão e seis tiros de revolver. Suas últimas
palavras, já agonizando, ecoam até os presentes dias: “Dios no muere!”.
O tumulto atraiu uma multidão, soldados perseguiam os criminosos e sacerdotes correram para assistir o agonizante. Levaram-no para a catedral — a poucos passos da cena do crime —, onde recebeu a absolvição, a extrema-unção e expirou aos pés da imagem de Nossa Senhora das Dores, em meio a lágrimas e soluços dos presentes. Era a primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus.
Com a notícia da tragédia, toda a cidade se cobriu
espontaneamente de luto. Estandartes fúnebres foram estendidos nas janelas das
casas, os sinos dobravam luto, um canhão lançava de hora em hora um fúnebre
estampido, as lágrimas cobriam as faces como se cada um tivesse perdido um
membro de sua própria família.
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Ao ser informado do assassinato de García Moreno, o Papa Pio IX ordenou a celebra ção de uma missa solene de Réquiem na Igreja de Santa Maria in Trastevere. |
Garcia
Moreno preparado para se encontrar com Deus
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Papa Pio IX |
Na véspera do crime, o mártir havia escrito ao seu amigo Juan Aguirre Montúfar: “Vou ser assassinado; sou feliz de morrer pela Fé: nos veremos no Céu”. Neste mesmo dia, discutindo com seu Conselho de Estado essa conspiração para matá-lo, afirmou “Os inimigos de Deus e da Igreja podem me matar, mas Deus não morre!”.
Ainda na véspera desse cruel assassinato, um
sacerdote havia dito a Garcia Moreno: “Alertaram-me de que tua morte foi
decretada pelos maçons; mas não me disseram quando. Ouvi dizer que os
assassinos irão levar o plano deles a cabo logo. Pelo amor de Deus, tome as
medidas necessárias!”.
O Presidente respondeu que já tinha ouvido algo análogo e que, naquele momento,
a melhor medida que poderia tomar era preparar-se para comparecer perante o
Juízo de Deus. Assim, ele já havia feito sua última confissão.
Graça de derramar o sangue por Jesus Cristo
Ao ser informado do
assassinato desse mártir equatoriano, o Papa Pio IX ordenou a celebração de uma
missa solene de Réquiem na Igreja de
Santa Maria in Trastevere. Depois afirmou que Garcia Moreno foi
um filho sempre submisso da Igreja, cheio de devoção à Santa Sé e de zelo para
manter a Religião e a piedade em todo o Equador. O Pontífice concluiu: “Os conselhos das trevas organizados pelas
seitas decretaram o assassinato do ilustre Presidente. Ele caiu sob o aço dos
assassinos como vítima da fé e da
caridade cristã por seu amado país.”
Certamente, motivou esse crime pavoroso o fato de
Don Gabriel Garcia Moreno ter seguido à risca seu lema: “Liberdade para tudo e para
todos, exceto para o mal e os malfeitores”. No sentido desse admirável lema, ele havia enviado uma carta a
Pio IX. Eis um profético trecho dela:
“Que
riqueza para mim, Santíssimo Padre, ser odiado e caluniado por meu amor ao
nosso Divino Redentor! Que felicidade se a sua bênção me obtivesse do Céu a
graça de derramar meu sangue por Ele, que sendo Deus, estava disposto a
derramar Seu sangue por nós na Cruz!”
De fato, Garcia Moreno derramou seu sangue pelo
Divino Redentor e pela civilização católica. Tal foi sua dedicação à Santa
Igreja, que no pátio Santa Rosa de Lima do Colégio Pio Latino-Americano, em
Roma, por recomendação de Pio IX, foi erigido um monumento. Os dizeres são
eloquentes e exaltam bem a heroicidade de virtudes do Presidente-Mártir:
“Gabriel García Moreno, Presidente da República do
Equador, com ímpia mão morto por traição no dia 6 de agosto de 1875, cuja
virtude e causa de sua gloriosa morte foi admirado, celebrado e lamentado por
todos os bons. O Soberano Pontífice Pio IX, com sua generosidade e as ofertas
de numerosos católicos, ergueu este monumento ao defensor da Igreja e da República.”
“Religionis
integerrimus custos
Auctor
studiorum optimorum
Obsequentissimus
in Petri sedem
Justitiae
cultor; scelerum vindex”.
[Tradução: “O mais íntegro guardião da
religião, / O autor dos melhores estudos, / O mais obediente à Sé de Pedro, / O
adorador da justiça, o vingador dos crimes].
Heroicidade
de virtudes do Presidente-Mártir
Num dos bolsos do traje que o Presidente usava quando caiu morto foi encontrado o livrinho Imitação de Cristo e, dentro, anotado por ele, os oito itens abaixo. Eles bem revelam virtudes próprias a um santo, e que certamente serão de auxilio no processo de sua canonização. Garcia Moreno será, em toda a história da humanidade, o primeiro Presidente de República elevado à honra dos altares.
1.
Cada manhã, enquanto faço minhas
orações, pedirei especialmente a virtude da humildade.
2.
Cada dia assistirei Missa, rezarei
o rosário e lerei, além de um capítulo da Imitação,
esta regra e as instruções anexas.
3.
Procurarei manter-me, tanto quanto
me for possível, na presença de Deus, especialmente na conversação, de modo a
não dizer palavras inúteis. Oferecerei constantemente meu coração a Deus,
principalmente no início de cada ação.
4.
Em meu quarto, nunca rezar sentado
quando puder fazê-lo de joelhos ou de pé. Praticar pequenos atos diários de
humildade, como oscular o chão, por exemplo. Desejar toda sorte de humilhações,
mas ao mesmo tempo tomar cuidado para não as merecer. Regozijar-me quando
minhas ações ou minha pessoa forem insultadas e censuradas.
5.
Nunca falar de mim mesmo, a não ser
para reconhecer meus defeitos ou faltas.
6.
Fazer todo esforço, pelo pensamento
de Jesus e Maria, para controlar minha impaciência e contradizer minhas
inclinações naturais. Ser paciente e amável, mesmo quando quiserem abusar de
mim; nunca falar mal de meus inimigos.
7.
Cada manhã, antes de começar meu
trabalho, escreverei o que tenho que fazer, sendo muito cuidadoso em distribuir
bem meu tempo, entregar-me somente a coisas úteis e necessárias, e continuá-las
com zelo e perseverança. Observarei escrupulosamente as leis da justiça e da
verdade, e não terei intenção, em todas as minhas ações, senão em buscar a
maior glória de Deus.
8.
Farei exame particular duas vezes
por dia do meu exercício das diferentes virtudes, e um exame geral cada noite.
Confessar-me-ei toda semana.
“Uma das maiores
personalidades da história das Américas”
Esse Chefe de Estado providencial proporcionou ao
Equador — além do progresso espiritual e moral — a estabilidade política e a
gozar de muita prosperidade. Ele retirou o país do caos e da pobreza em que se
encontrava devido a várias revoluções internas; conseguiu reorganizar as Forças
Armadas; saneou as contas públicas; aumentou muito o comércio, o número de
escolas, hospitais e estradas — progressos que são reconhecidos até por
adversários. Por isso, o Senado e a Câmara de Deputados do país lhe outorgaram
o título de “Regenerador da Pátria e
Mártir da Civilização Católica”.
O historiador Calderón García assim deixou
registrado: “Infatigável, estoico, justo,
enérgico em suas decisões, admiravelmente lógico em sua vida, García Moreno é
uma das maiores personalidades da história das Américas. Em 15 anos,
transformou completamente seu pequeno país, de acordo com um vasto sistema
político que só a morte o impediu de completar. Era um místico do tipo
espanhol, não satisfeito com a contemplação estéril, necessitava de ação. Era
um organizador e um criador.”
A
cerimônia mais bela da “República do Sagrado Coração”
Mas, entre os grandes lances do Presidente-Mártir que marcaram a História, um dos mais belos e destemidos foi a Consagração de todo o Equador ao Sagrado Coração de Jesus, realizada em 25 de março de 1874. Depois de muitos preparativos e celebrações, o ato oficial do Estado — aprovado pela Hierarquia católica e pelo Parlamento, e acolhido com entusiasmo pelo povo — foi realizado na catedral da capital equatoriana, na presença das principais autoridades religiosas, civis e militares. A solene consagração foi lida pelo Arcebispo de Quito, Dom José Ignácio Checa y Barba, em nome da Igreja, e Garcia Moreno a repetiu em nome do Estado. Há relatos registrando a cerimônia como a mais esplendorosa da Igreja já realizada na “República do Sagrado Coração”.
O decreto do Poder Legislativo assim referendou a
Consagração: “Considerando que o III
Concílio de Quito, por um decreto especial, consagrou a República ao Sagrado
Coração de Jesus, colocando-a sob a defesa e proteção d’Ele; que esse ato, o
mais eficaz para conservar a Fé, é também o melhor meio de assegurar o
progresso e a prosperidade do Estado; o Congresso decreta que a República,
doravante consagrada ao Coração de Jesus, O toma como padroeiro e protetor.”
Em ação de graças, e para perpetuar a memória de tão magnífico acontecimento — o primeiro país do mundo consagrado oficialmente ao Sagrado Coração —, organizou-se a construção, no centro histórico quitenho, repleto de belas igrejas, da monumental “Basílica del Voto Nacional” em estilo neogótico [foto abaixo]. Essa iniciativa surgiu em meados de 1883 através do venerável Pe. Julio María Matovelle Maldonado (1852-1929). Em nome de todo o povo equatoriano, a pedra fundamental foi colocada em 1892, mas a basílica só foi inaugurada em 1988.
Considerando a edificante vida de Garcia Moreno,
assim como suas numerosas ações pelo bem de seu país, percebemos quanta falta
faz atualmente ao Brasil e ao mundo um estadista da altura e categoria desse
Chefe de Estado equatoriano do século XIX. Ele era tão querido pelo povo, que
foi escolhido com larga maioria em três eleições presidenciais. Infelizmente,
neste século XXI, pobre de líderes autênticos e valorosos, a mediocridade toma
conta dos postos públicos até das mais importantes nações.
Em homenagem a esse magnânimo Chefe de Estado, herói
e mártir da Fé, oferecemos aos nossos leitores dois artigos do provecto
colaborador de Catolicismo, Dr. Celso da Costa Carvalho Vidigal, publicados
nas edições de abril e de julho de 1964 [brevemente tais artigos serão aqui reproduzidos]. E fechamos a matéria de capa com artigo
do Prof. Luis Eduardo Dufaur expondo as recentes manifestações organizadas em
cidades do Equador pelos membros da Sociedade
Equatoriana Tradição e Ação Pro Cultura Ocidental em honra de Garcia Moreno
e do centésimo quinquagésimo aniversário de seu falecimento — de sua entrada no
Céu, pode-se afirmar, pois morreu como mártir, uma vez que assassinado “in odium fidei” (por ódio à fé
católica).
____________
Obras consultadas:
·
R.P. Augustin
Berthe, Gabriel García Moreno, Dios no muere - Ideal de un fervoroso Católico
jefe de Estado. Sociedad Equatoriana Tradicíon y Acción. Segunda Edición:
Quito, Ecuador, 2025.
·
Macpherson, E.
(1909). Gabriel García Moreno. Em The Catholic Encyclopedia. Nova York: Robert
Appleton Company. http://www.newadvent.org/cathen/06379b.htm
·
Gary Potter,
Garcia Moreno, Stateman and Martyr,
http.www.catholicism.org/bookstore/private/Housetops.htm
22 de setembro de 2025
EQUINÓCIO DE PRIMAVERA, VOLTAM AS CHUVAS
✅ Evaristo de Miranda
Chegou o equinócio de primavera, 22 de setembro. É o fim do inverno e da estação seca, tanto aqui, como no Peru, Namíbia, Moçambique ou Timor. O clima em regiões tropicais é um relógio: chove no verão e o auge da seca é sempre no inverno. Ele não é caótico, nem a incerteza apregoada por alguns.
Se nos trópicos, o máximo das chuvas é sempre no verão, em climas temperados é o contrário: chove no inverno. O povoador português trouxe a expressão “inverno”, como sinônimo do tempo das chuvas. No Nordeste e em outras regiões, quando os agricultores falam do “inverno", da estação chuvosa, eles estão falando do verão.
Nos cenários mais catastróficos dos “especialistas” sobre o futuro do clima, ninguém chegou a ponto de sugerir mudanças no regime das chuvas ou nas estações. A dinâmica física da atmosfera é colocada em ação por quantidades colossais de energia solar e sua absorção, sobretudo, pelos oceanos.
A Terra tem quatro estações pelo fato de seu eixo de rotação estar inclinado 23 graus e 27 minutos em relação ao plano eclíptico, o de sua translação em torno do Sol. E o eixo se mantem paralelo a si mesmo ao longo do ano. Se o eixo de rotação fosse perpendicular, não haveria estações. Apenas um gradiente de calor entre o equador e os polos.
Em 22 de setembro, equinócio, faça chuva ou faça sol, o dia durará 12 horas. A noite também. No Brasil, Europa, Austrália, Japão, Canadá e Polo Sul. Em todo o planeta. Equinócio: do latim aequinoctĭu, igualdade de dia e noite.
Todo dia, o sol nasce a Leste e se põe a Oeste. No equinócio, ele nasce no Leste. Ele marca exatamente no horizonte o ponto cardeal Leste. E se põe no ponto cardeal Oeste. Bom para calibrar bússolas! E para observar da janela e marcar esses dois pontos de referência no horizonte: Leste e Oeste.
No equinócio, o sol a pino traça no solo a linha do Equador. Postes não terão sombra ao meio dia na região equatorial, como em Macapá. Ali será possível ver o disco solar no fundo de um poço ao meio dia, algo impossível em Santa Catarina ou Rio Grande do Sul, onde o sol nunca vai a pino.
Por seis meses, desde o equinócio de outono, ele esteve a pino em localidades da zona tropical do hemisfério Norte. O sol deslocou-se até o Trópico de Câncer e agora retornou ao Equador. Do equinócio de primavera em diante, se deslocará para o Sul até o solstício de verão, em dezembro, perto do Natal.
O dia da árvore, da Polícia Florestal e do fazendeiro antecederam o do equinócio de primavera. Lembram o tempo de plantar árvores, em cidades e fazendas. Em campanhas escolares, municipais e empresariais plantam árvores no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). Data importada. No hemisfério boreal, lá no Norte, é primavera. Faz sentido plantar. Aqui não. As mudas sofrem com secas e queimadas. Poucas sobrevivem. Pode-se plantar árvores o ano todo. Na primavera, chuvas e luz ajudam.
A beleza dos ciclos celestes está no trabalho rural. Cultivar a terra no ritmo da natureza. Com a primavera, chegam as chuvas. Produtores, como sempre, preparam máquinas, sementes e planejam. Olham para o céu, para as nuvens, semeiam e têm esperança. O Brasil se prepara para plantar, de novo, a maior safra de grãos da história. Deus ajuda, quem cedo madruga.
21 de setembro de 2025
DESABAMENTO DA CIVILIZAÇÃO EUROPÉIA
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Varsóvia em ruínas após o intenso bombardeio promovido pela Luftwaffe alemã durante a invasão da Polônia. |
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O encouraçado USS West Virginia (BB-48) em chamas após ser atingido por um bombardeio japonês durante o Ataque a Pearl Harbor. |
“A Europa e os Estados norte-americanos estão a braços com problemas tremendos. Dentro em pouco — e só os cegos podem contestá-lo — virá um dilúvio internacional: a guerra mundial está a bater às portas da civilização do Ocidente. Depois deste dilúvio, o que ficará da velhíssima Ásia, da Europa agonizante, da América do Norte precocemente arrastada a uma crise mortal? Ninguém poderá dizê-lo. Mas o que é certo é que, à margem deste mundo corrompido e destruído, ficará, virginalmente intacta, a América Latina. E é de suas entranhas, que terá de brotar a nova civilização.“Se esta civilização for católica, apostólica e romana, estará firmada a humanidade, por muitos séculos, nos caminhos de Deus. Se ela não for católica, quem poderá prever em que erros despenhará a humanidade?”E um ano antes da eclosão mundial, no “Legionário” de 18 de setembro de 1938, ele prognostica que os acordos de paz — então em curso — não conseguiriam evitar a guerra:“Por mais que se procure impedir que o grande público tenha uma visão direta de todas as consequências das últimas negociações de Berchtesgaden [pequena cidade bávara, refúgio alpino de Hitler, palco de decisões políticas cruciais, por exemplo, neste local ele recebeu, em 1938, o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain], tudo leva a crer que se o espectro da guerra for realmente afastado em virtude do encontro Hitler-Chamberlain, a conflagração não será propriamente ‘evitada’, mas adiada [...].“Que extensão poderá ela tomar? Não o sabemos. Quando poderá ela explodir? Amanhã? Daqui a 6, 10, 12 ou 24 meses? Não o sabemos. Mas enquanto Hitler estiver no poder, ela será inevitável [...].“A guerra significaria necessariamente o desabamento da civilização europeia, e o Velho Continente se transformaria, caso a Alemanha vencesse, em um montão de ruínas policiadas pelos camisas pardas. O nazismo acha que ainda assim vale a pena”.
13 de setembro de 2025
GARCÍA MORENO
Quadro de Don Gabriel Garcia Moreno, herói e mártir da fé, grande estadista equatoriano, o mais católico dos Chefes de Estado de nosso Continente, considerado uma das maiores personalidades do século XIX.
No sesquicentenário de seu martírio, considerações da heroicidade das virtudes de um modelo perfeito de um Presidente de República
8 de setembro de 2025
BRASIL SOB ESPECIAL PROTEÇÃO DE SÃO MIGUEL ARCANJO
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Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados |
CONSAGRAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO
Ó grande Príncipe do Céu, fidelíssimo guardião da Igreja, São Miguel Arcanjo, eu, embora muito indigno de aparecer diante de vós, cheio de confiança em vossa bondade e em vossa poderosa proteção, apresento-me e me consagro a vós.Coloco-me a mim mesmo, a minha família e tudo o que me pertence sob a vossa proteção poderosa. É pequena a oferta que vos faço, sendo eu miserável pecador, mas vós enalteceis o afeto do meu coração. Lembrai-vos que, doravante, estou debaixo do vosso patrocínio; deveis assistir-me em toda a minha vida e obter-me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça de amar de todo o coração o meu Deus, o meu dulcíssimo Salvador Jesus Cristo, e a minha Mãe Maria Santíssima.Obtende-me aqueles auxílios que me são necessários para alcançar a coroa da eterna glória. Defendei-me dos inimigos da alma, especialmente na hora da morte. Vinde então, ó príncipe gloriosíssimo, assisti-me na última luta, e com a vossa arma poderosa, lançai para longe, precipitando nos abismos do inferno, aquele anjo quebrador de promessas e soberbo que um dia prostrastes no combate no Céu.São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, para que não pereçamos no dia do juízo.Amém!
7 de setembro de 2025
NATIVIDADE DA SANTÍSSIMA VIRGEM
"Vinde e contemplai a vida e a virgindade de Maria, que será como um espelho, no qual vereis o modelo da castidade e da virtude. O primeiro motivo de imitação é a nobreza do modelo. E o que há de mais nobre que a Mãe de Deus? […]. Era virgem de corpo e de alma, de uma pureza incapaz de simulação, humilde de coração, grave em suas palavras, prudente em suas resoluções. Falava pouco e só dizia o necessário […].“Cifrava sua confiança não nas riquezas perecíveis, mas nas orações dos pobres. Fervorosa sempre, só queria a Deus por testemunha de quanto se passava em Seu coração, e só a Ele encomendava o que fazia e possuía. "Longe de fazer a menor injúria a alguém, todos reconheciam seu caráter benéfico. Honrava seus superiores e não invejava seus iguais. Evitava a vanglória, seguia a razão e amava ardentemente a virtude […].“Toda sua conduta levava o timbre da modéstia. Nada se podia observar em suas ações que não fosse conveniente. Sua alegria não era superficial, nem sua voz anunciava o que procedesse de um fundo de amor próprio. Seu exterior estava ordenado com tanta harmonia, que o movimento de seu corpo era a imagem de sua alma e um completo modelo de todas as virtudes. Sua caridade para com o próximo não conhecia limites […].“Se saía, era apenas para ir ao Templo e sempre em companhia de seus pais".
6 de setembro de 2025
O IPIRANGA E OS PLANOS DE DEUS PARA O BRASIL
30 de agosto de 2025
QUANDO A RESPOSTA É O HEROÍSMO
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À semelhança dos anos 80, a Rússia de Putin coloca de novo o Ocidente diante da falsa alternativa “better red than dead” |
Em matéria publicada nesta revista em maio passado, intitulada “Não ceder, resistir e vencer” — diante de uma eventual eclosão da Terceira Guerra Mundial causada pelo ditador comunista Vladimir Putin em resposta à ajuda ocidental aos heroicos ucranianos —, acentuou-se que a capitulação é a pior resposta às chantagens ameaçadoras do uso de armas nucleares pela Rússia.Na referida matéria, um texto de Plinio Corrêa de Oliveira denunciou a mentalidade entreguista de muitos que, postos frente à alternativa do famoso slogan “Better red than dead or better dead than red?” (Melhor vermelho do que morto ou melhor morto do que vermelho?), optam por não combater o perigo comunista alegando um suposto risco de perderem suas vidas.O Prof. Plinio conclama o oposto, ou seja, resistir e lutar para se alcançar a verdadeira paz — “a paz de Cristo no Reino de Cristo”.Continuando esta oportuna temática, segue um trecho de outro artigo dele, exaltando a virtude do heroísmo católico e mostrando que o amor à Fé, à independência da pátria, à dignidade pessoal e à honra, não pode ser menor do que o amor à vida.Antes da leitura do referido artigo, convém esclarecer que o autor cognomina de “sapo” ou “saparia” a burguesia endinheirada, nada hostil aos comunistas, porém muito hostil aos anticomunistas. Esse tipo de “sapo” comete suicídio ajudando economicamente o comunismo, que deixará o próprio “sapo” na miséria...
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Lojas de Apple em Moscou. |
OS SAPOS... ATÉ QUANDO OS SAPOS?
É a apoteose de Sancho Pança. Para que este século terminasse coerente com o longo processo de decadência no qual ele estava engajado quando despertou para a História, seria mesmo necessário que ele descesse assim tão baixo...
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Lojas do McDonal’s em Moscou. |
14 de agosto de 2025
NOSSA SENHORA ASSUNTA AOS CÉUS PRIVILÉGIO ÚNICO NA HISTÓRIA
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“Com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” (Papa Pio XII).
✅ Paulo Roberto Campos
Neste mês celebramos uma das mais sublimes festividades
marianas da Igreja: a gloriosa Assunção
da Santíssima Virgem aos Céus. Sempre festejada no dia 15 de agosto, neste ano
acentua-se-lhe um fator muito especial, que merece destaque, pois completam-se
75 anos da solene proclamação e definição do Dogma da Assunção.
Trata-se da celebração litúrgica mais remota em homenagem a Nossa Senhora, que ocorre desde o século IV. São Gregório de Tours (séc. VI), no Ocidente, foi o primeiro a falar da Assunção d´Ela em corpo e alma aos Céus. No século seguinte, o Papa Sérgio I estabeleceu uma procissão noturna em honra da Assunção. Na França, a procissão do dia 15 de agosto recorda a consagração do país à Santa Mãe de Deus, proferida pelo rei Luís XIII, em 1638. E somente no século XX raiou o tão esperado bendito dia da proclamação do dogma.
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Papa Pio XII |
A proclamação de um dogma, uma verdade de fé incontestável, constitui um ato tão sério, tão meticulosamente estudado e tão raro, que este, de 75 anos atrás, é o mais recente na história do Supremo Magistério da Igreja.
O termo Dogma é assim
definido pelo Manual de Instrução Religiosa, um clássico da doutrina
católica, do Cônego Auguste Boulenger: “É
uma verdade revelada por Deus, e proposta pela Igreja, à nossa crença.
Infere-se desta definição que duas condições são requeridas para constituir um
dogma. É preciso: a) que tal verdade seja revelada por Deus, ou garantida pela
autoridade divina; — b) que seja proposta pela Igreja, à nossa crença, quer por
sua proclamação solene, quer pelo ensino comum e universal. As verdades que têm
estes caracteres são chamadas verdades de fé católica.”1
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O Papa Pio XII proclama o Dogma da Assunção de Nossa Senhora no dia 1º de novembro de 1950. |
À
semelhança de Jesus, a glorificação do corpo virginal da Mãe Santíssima
Baseado em intensos
estudos exegéticos, históricos e teológicos, após consulta ao episcopado do
mundo inteiro e contando com o pedido de 2.505 bispos a Pio XII para que
proclamasse do Dogma da Assunção,
ele, no exercício da infalibilidade papal, atendeu e mandou dar a público a Constituição
Apostólica Munificentissimus Deus (Generoso
Deus) no dia 1º de novembro de 1950. Na ocasião desse ato solene, o Pontífice,
contou com a presença de mais de 800 mil fiéis!
Com essa Constituição dogmática foi declarado ex cáthedra um privilégio único na
História concedido a um ser humano, mas que já estava consignado na tradição da
Igreja; já era preconizado pelos Apóstolos e desde os primeiros séculos da
Igreja acreditado pelos fiéis, ou seja, o que assinala o documento do Papa Pio
XII:
“Convém
sobretudo ter em vista que, já a partir do século II, os santos Padres
apresentam a Virgem Maria como nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao
novo Adão [Jesus Cristo] na luta contra o inimigo infernal. E essa luta, como
já se indicava no Protoevangelho, acabaria com a vitória completa sobre o pecado
e sobre a morte, que sempre se encontram unidas nos escritos do apóstolo das
gentes (cf. Rm 5; 6; l Cor 15,21-26; 54-57). Assim como a ressurreição gloriosa
de Cristo constituiu parte essencial e último troféu desta vitória, assim
também a vitória de Maria Santíssima, comum com a do seu Filho, devia terminar
pela glorificação do seu corpo virginal. Pois, como diz ainda o apóstolo,
‘quando... este corpo mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá o
que está escrito: a morte foi absorvida na vitória’”
(1Cor 15,14).2
“A
Mãe de Deus não morreu de doença, por não ter pecado original”
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A Dormição da Virgem Hugo van der Goes (1440 1482). Museu Groeninge, Bruges, Bélgica. |
A Assunção de Nossa Senhora aos Céus transcorreu após uma morte suavíssima — semelhante ao adormecer de um leve sono de uma criança —, qualificada pelos Padres da Igreja, por grandes santos e teólogos como a Dormitio Beatae Mariae Virgine (Dormição da Bem-Aventurada Virgem Maria”).
Alguns autores crêem que Ela não teria morrido
propriamente, mas que ocorrera um suave “trânsito” da vida terrena para a vida gloriosa
e eterna no Céu. Donde a invocação de Nossa
Senhora do Trânsito, celebrada no mesmo dia 15 de agosto. Outros, como o
grande São Francisco de Sales, defendem a tese que sim, Ela desejou morrer a
fim de assemelhar-se mais ao seu Divino Filho, mas não padeceu as dores
próprias à separação da alma do corpo, pois isenta de qualquer falta. Tendo
adormecido no sono da morte, Ela foi assunta ao Céu, onde foi de imediato recebida
gloriosamente e coroada como Rainha dos anjos e dos homens.3
Mas, tendo morrido, seu imaculado corpo não sofreu a
corrupção da sepultura. Que filho, se desejasse e pudesse, não faria isso por
sua mãe? Que filho não deseja o melhor para ela? Evidentemente, Nosso Senhor
Jesus Cristo desejou isso para sua Santíssima Mãe, e podia, pois detém todos os
poderes. Assim, pôde suspender as leis naturais relativas ao corpo humano após
a morte d’Aquela que foi concebida sem pecado original, escolhida para ser a
obra-prima de toda a Criação. Desse modo, Ela não padeceu a decomposição —
própria a todos nós, concebidos com o pecado de nossos primeiros pais —, mas A
elevou ao mais alto do Céu em corpo e alma.
A respeito, assim se expressou um Doutor da Igreja —
chamado também como “Doctor Assumptionis” (Doutor da Assunção), devido a seus
escritos a respeito — São João Damasceno (675-749): “A Mãe de Deus não morreu de
doença, porque ela, por não ter pecado original, não tinha porque receber o
castigo da doença. Ela não morreu de velhice, porque não tinha por que
envelhecer, já que a ela não lhe chegava o castigo do pecado dos primeiros
pais: envelhecer e acabar por fraqueza. Ela morreu de amor. Era tanto o desejo
de ir para o Céu onde estava o seu Filho, que este amor a fez morrer”.
“Para
aumento da glória da sua augusta Mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja”
A proclamação do dogma dessa gloriosa Assunção era
esperada pelos católicos de todo o mundo há muitos séculos, assim como foi
ardentemente desejada pelo povo fiel a proclamação do dogma da Imaculada
Conceição, pelo Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, com a Bula dogmática Ineffabilis
Deus.
Proclamações esperadas pelos católicos porque Deus
concedeu à Virgem das virgens privilégios, dons muito especiais e a plenitude
de graças, o que A elevava muito acima de qualquer outro mortal.
Da magistral Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, a parte
certamente mais relevante é o final — e que bem expressa a santidade da Igreja
e a beleza do poder das chaves concedido por Nosso Senhor Jesus Cristo a São
Pedro e a seus sucessores de “ligar e
desligar”4 na Terra —
com os itens de 44 a 47:
“Pelo
que, depois de termos dirigido a Deus repetidas súplicas, e de termos invocado
a paz do Espírito de verdade, para glória de Deus onipotente que à virgem Maria
concedeu a sua especial benevolência, para honra do seu Filho, Rei imortal dos
séculos e triunfador do pecado e da morte, para aumento da glória da sua
augusta mãe, e para gozo e júbilo de toda a Igreja, com a autoridade de Nosso
Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos S. Pedro e S. Paulo e com a
nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que:
a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida
terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial.
“Pelo
que, se alguém, o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em
dúvida esta nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.
“Para que chegue ao conhecimento de toda a
Igreja esta nossa definição da assunção corpórea da Virgem Maria ao Céu,
queremos que se conservem esta carta para perpétua memória; mandamos também
que, aos seus transuntos ou cópias, mesmo impressas, desde que sejam subscritas
pela mão de algum notário público, e munidas com o selo de alguma pessoa constituída em dignidade eclesiástica, se lhes
dê o mesmo crédito que à presente, se fosse apresentada e mostrada.
“A ninguém, pois, seja lícito infringir esta
nossa declaração, proclamação e definição, ou temerariamente opor-se-lhe e
contrariá-la. Se alguém presumir intentá-lo, saiba que incorre na indignação de
Deus onipotente e dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo.
“Dado em Roma, junto de São Pedro,
no ano do jubileu maior, de 1950, no dia 1 ° de novembro, festa de todos os
santos, no ano XII do nosso pontificado.
Eu
PIO, Bispo da Igreja Católica assim definindo, subscrevi”.5
Assunção
como antecipação da glorificação de Nossa Senhora no Céu
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Dormição e Assunção da Virgem (detalhe) Fra Angelico (1434). Isabella Stewart Gardner Museum (Boston). |
Suplicando à Santa Mãe de Deus para todos a graça do nosso bom trânsito deste “vale de lágrimas” para a glória celestial e o ressurgimento da Santa Igreja da terrível crise progressista que procura abatê-la em nossos dias, encerramos essas considerações com comentário do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (texto abaixo), não sem antes recomendar aos leitores duas coisas: assistir a uma velha filmagem, de 1950, com cenas históricas, na Praça de São Pedro, da solene cerimônia da proclamação do Dogma da Assunção (link abaixo indicado6) e uma atenta leitura do muito evocativo texto do sacerdote francês Thomas de Saint-Laurent, célebre autor de espiritualidade e grande devoto de Nossa Senhora [matéria que postaremos amanhã, 15 de agosto].
“A Assunção representa para a Virgem Santíssima uma
verdadeira glorificação aos olhos dos homens e de toda a humanidade até o fim
do mundo, bem como proêmio da glorificação que Ela deveria receber no Céu.
“A Igreja triunfante [no Céu] inteira vai recebê-la,
com todos os coros de Anjos; Nosso Senhor Jesus Cristo a acolhe; São José
assiste à cena; depois Ela é coroada pela Santíssima Trindade. É a glorificação
de Nossa Senhora aos olhos de toda a Igreja triunfante e aos olhos de toda a
Igreja militante [na Terra].
“Com certeza, nesse dia, a Igreja padecente [no
Purgatório] também recebeu uma efusão de graças extraordinárias. E não é
temerário pensar que quase todas as almas que estavam no Purgatório foram então
libertadas por Nossa Senhora nesse dia, de maneira que ali houve igualmente uma
alegria enorme. Assim podemos imaginar como foi a glória de nossa Rainha.
“Algo disso repetir-se-á, creio, quando for
instaurado o Reino de Maria, quando virmos o mundo todo transformado e a glória
de Nossa Senhora brilhar sobre a Terra”7
__________
Notas:
1.
"Manual de Instrução Religiosa" — Doutrina Católica, por Boulenger,
Curso Superior, Coleção FTD, Livraria Francisco Alves Paulo de Azevedo &
Cia. (1927). Primeira Parte, p. 18.
2.
Munificentissimus Deus, § 39. https://www.vatican.va/content/pius-xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-xii_apc_19501101_munificentissimus-deus.html (acessado em 12 de julho de 2025).
3.
Cfr. Obras Selectas de San Francisco de
Sales, I, preparadas sobre la edición típica de las “Obras Completas de
Annecy”, por el P. Francisco de la Hoz, S.D.B., de la real Academia Sevillana
de Buenas Letras, Asuncion de la Santissima Virgen, pp. 471 a 489, B.A.C.,
Madrid (1953).
4.
“Eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as
portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino
dos Céus: tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus, e tudo o que
desligares na Terra será desligado nos Céus” (Mt 16, 18-19).
5.
Munificentissimus Deus, § 44 e 45.
6.
https://www.youtube.com/watch?v=S3qnNZ78k3M
7.
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 14 de
agosto de 1965. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 896, Agosto/2025.
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Assunção da Virgem Matteo di Giovanni (1474). The National Gallery (Londres) |
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA ASSUNTA AO CÉU
[Composta
pelo Papa Pio XII]
Oh Virgem Imaculada, Mãe de
Deus e dos homens. Cremos com todo o fervor de nossa fé em tua triunfante
Assunção em alma e corpo ao Céu, onde és aclamada rainha por todo o coro dos
Anjos e por todos os Santos, e a eles nos unimos para louvar e bendizer o Senhor
que Te exaltou sobre todas as demais criaturas: para oferecer-se a veemência de
nossa devoção e de nosso amor. Sabemos que teu olhar, que maternalmente
acaricia a humilde e sofredora humanidade de Cristo na Terra, se sacia no Céu
na contemplação da gloriosa humanidade da sabedoria incriada, e que o gozo da
tua alma, ao contemplar face a face a adorável Trindade faz com que teu coração
palpite com beatífica ternura.
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Coroação de Nossa Senhora Fra Angelico (1395–1455). Museu do Louvre, Paris. |
E nós, pobres pecadores, nós, a quem o corpo se sobrepõe aos anseios da alma, nós Te imploramos que purifique nossos sentidos, de maneira a que aprendamos, cá embaixo, a deleitar-nos em Deus, tão-somente em Deus, no encanto das criaturas. Estamos certos de que teus olhos misericordiosos fixar-se-ão em nossas misérias e em nossas angústias: em nossas lutas e em nossas fraquezas; que teus lábios sorrirão sobre nossas alegrias e em nossas vitórias; que Tu ouvirás a voz de Jesus dizer-Te de todos nós, como o fez Ele de seu amado discípulo: Aqui está teu filho.
E nós, que Te invocamos, Mãe nossa, nós
Te tomamos como o fez João, como guia forte e consolo de nossa mortal vida. Nós
temos a vivificante certeza de que teus olhos, que choraram na Terra, banhada
pelo sangue de Jesus, voltar-se-ão uma vez mais para este mundo presa da
guerra, de perseguições, de opressão dos justos e dos fracos. E, em meio à
escuridão deste vale de lágrimas, nós esperamos de tua luz celestial e de tua
doce piedade, consolo para as aflições de nossos corações, para atribulações da
Igreja e de nosso país.
Cremos finalmente que na glória, na qual Tu reinas, vestida de sol e coroada de estrelas Tu és, depois de Jesus, o gozo de todos os Anjos e todos Santos. E nós, que nesta Terra passamos como peregrinos, animados pela fé na futura ressurreição, olhamos para Ti, nossa vida, nossa doçura, nossa esperança. Atraí-nos para Ti com a mansidão de tua voz, para ensinar-nos um dia, depois de nosso exílio, a Jesus, bendito fruto de teu seio, ó graciosa, ó piedosa, ó doce Virgem Maria!