9 de dezembro de 2012

FRANÇA: Parada pela Família e pela Infância, contra o “casamento” homossexual

Papai + Mamãe. Nada melhor para uma criança!
A mídia nacional se fez de cega quanto às gigantescas manifestações ocorridas na França nos dias 17 e 18 de novembro. Nossa mídia “não viu”, “nem ficou sabendo”, das multidões reunidas em Paris e em diversas importantes cidades para se manifestarem contra o pseudo casamento homossexual.  

A motivação foi a pretensão do neo-presidente francês, François Hollande, de apressar a legalização de tal arremedo de “casamento”, bem como a inconcebível permissão para que tais “casais” adotem crianças.

A “cegueira” midiática, evidentemente, é bem articulada pelas conhecidas “patrulhas ideológicas” que determinam o que convém ou não publicar, o que os brasileiros podem ou não ficar sabendo.

Segundo algumas agências internacionais, mais de 200 mil pessoas saíram às ruas em defesa da família, do matrimônio autêntico e da criança. Elas bradaram slogans e portaram cartazes, como estes: “A França precisa de filhos, não de homossexuais”; “Não há nada melhor para uma criança que um pai e uma mãe”; “As crianças nascem com direito a um pai e a uma mãe”; "Um papai e uma mamãe para todas as crianças". [foto abaixo]
Segundo o diário “Le Monde”, “O governo subestimou a rejeição da opinião pública ao seu Projeto de Lei”, e o jornal francês informa que estão anunciadas outras grandes manifestações para o dia 13 de janeiro próximo.

Mulheres do movimento feminista, semi-nuas e com véu de freira nas cabeças, e ativistas do lobby homossexual tentaram violentamente impedir as manifestações em defesa dos valores da família. A respeito, transcrevo para nossos leitores um excelente artigo de Luis Sérgio Solimeo.
Na faixa: "Liberté, Egalité, Homosexualité"


“Liberdade, Igualdade, Homossexualidade”?


Luiz Sérgio Solimeo 


A Revolução Francesa (1789) teve como base ideológica a filosofia do Iluminismo, sintetizada na famosa trilogia: “Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Impondo a total igualdade na sociedade, essa filosofia julgava que daí adviria a completa liberdade e uma idílica fraternidade entre os homens. 

A “fraternidade” da guilhotina 
Como se sabe, os efeitos imediatos dessa igualdade foram a execução do rei Luis XVI [quadro ao lado], de sua irmã a princesa Elisabete e da Rainha Maria Antonieta; milhares de nobres foram guilhotinados; o clero foi perseguido e massacrado ou teve que entrar na clandestinidade. Os camponeses da Vandéia que se levantaram em defesa do altar e do trono sofreram um verdadeiro genocídio e sua região foi devastada pelas “colunas infernais” do general Turreau.[1] 

O terror instaurado pelos revolucionários franceses em nome da igualdade não foi o único; desde então igual terror tem sido responsável por genocídios nazistas ou comunistas, estes últimos na Rússia, China e no Camboja. Para os revolucionários do Khmer Rouge, bastava ser intelectual, ou usar óculos, o que tornava suspeito de intelectual, para ser morto.[2] 

A igualdade absoluta destrói a liberdade 
A razão pela qual a igualdade absoluta destrói a liberdade e impede a fraternidade é que se trata de uma utopia, um mito ideológico, que contraria a natureza humana. 

Embora os homens sejam iguais por natureza, eles são desiguais em talento, em força de vontade, inteligência, etc. E a liberdade e a fraternidade só são possíveis quando existe respeito mútuo, o qual, por sua vez, requer o reconhecimento dessas diferenças naturais. O único jeito de impor a igualdade utópica é por meio de uma feroz ditadura. 

Após a Revolução Francesa surgiu o mundo igualitário e secularizado de nossos dias e, levando os princípios de 1789 até o fim, chegou-se ao comunismo. Se toda desigualdade é má, porque aceitar as desigualdades econômicas?[3] 

É significativa a comparação feita por Lenine entre a Revolução Francesa e a Revolução Comunista:  “A Revolução Francesa é chamada grande porque ela […] foi uma efetiva revolução que, depois de derrubar a monarquia, esmagou completamente os monarquistas. E nós faremos o mesmo com esses senhores capitalistas […] sua ‘liberdade’ deve ser abolida ou diminuída. Isso ajudará a emancipar o trabalho do jugo do capital".[4] 

Da Revolução Francesa à Revolução Cultural 
Mas, levando a igualdade da trilogia da Revolução Francesa até as últimas consequências ela vai mais além do igualitarismo sócio-político e econômico tendendo a destruir a própria desigualdade dos sexos, no que serve de base para a ideologia homossexual.[5] 

Essa ligação entre os princípios da Revolução Francesa e a ideologia homossexual manifestou-se recentemente. Nos dias 17 e 18 de novembro últimos, foram realizadas marchas na França contra o “casamento” homossexual. Tais marchas [à esquerda, foto de uma das marchas] reuniram mais de 200 mil pessoas em todo país. Um cartaz de uma contra-manifestação homossexual a essas marchas proclamava: “Liberdade, igualdade, homossexualidade".[6] 

Tal adaptação do lema da Revolução Francesa não parece ser uma coisa esporádica, mas pode ser encontrada em sites homossexuais da França, Canadá e mesmo Polônia, como em artigos que tratam sobre homossexualismo.[7] 

Inclusive, numa foto de um participante de uma parada homossexual em Paris, vê-se a mesma adaptação tatuada [foto] no braço de um manifestante.[8] 

Socialismo, Homossexualismo e violência 
Não é de se admirar que os governos socialistas apoiem a agenda homossexual, como está ocorrendo agora na França onde o executivo está procurando impor o “casamento” homossexual. 

Ao mesmo tempo, um dos movimentos mais extremista do socialismo internacional, o anarco-feminista FEMEN, manifestou-se em apoio ao “casamento” homossexual na França. 

Mulheres militantes do “FEMEN”, provocativamente de topless e com um véu de freira na cabeça [foto abaixo, devidamente censurada] e dizeres obscenos ou blasfemos escritos no corpo, investiu contra famílias e crianças que marchavam pacificamente em defesa do casamento tradicional, atacando-as com um gás fumígeno.[9] 

Embora as fotos e os vídeos mostrem claramente as anarquistas atacando os manifestantes, os quais procuraram contê-las e afastá-las da manifestação, grande parte da mídia inverteu o acontecido e apresentou as mulheres semi-nuas como vítimas dos católicos que participavam da marcha. O governo socialista logo tomou posição condenando a organizadora de uma das marchas, o Instituto Civitas, ameaçando fechá-lo.[10] 

Um movimento anarquista sexual 
O movimento revolucionário FEMEN teve sua origem na Ucrânia mas encontra-se agora espalhado por inúmeros países. Em seu site ele se define como segue: 
“FEMEN – é um novo tipo de Amazonas, capazes de solapar os fundamentos do mundo patriarcal por meio de sua intelecto, sexo, agilidade, fazer desordem, conduzir à neurose e ao pânico o mundo dos homens. 
“FEMEN – é uma ideologia do SEXTREMISMO. FEMEN – é uma nova ideologia do protesto sexual das mulheres por meio de campanhas de extremo topless e ação direta. 
FEMEN – é o sextremismo servindo para proteger os direitos das mulheres, guardiãs da democracia atacando o patriarcalismo em todas suas formas: ditaduras, a Igreja, a indústria sexual.”[11] 

O fim do processo revolucionário 
O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, em seu ensaio "Revolução e Contra-Revolução", analisou o processo histórico que vem destruindo a Civilização Cristã através da Revolta Protestante, a Revolução Francesa e o Comunismo. 

A isso ele dá o nome de “As três Revoluções,” as quais desembocaram numa “Quarta Revolução” representada pelas Guerras Culturais de hoje e cuja ponta de lança é sem dúvida o movimento homossexual negador da lei natural.[12] 

Nessa fase final do processo revolucionário, a luta se ampliou do campo sócio-político e econômico para o da destruição da lei natural. O socialismo, em aliança com o movimento homossexual, quer impor um estado de coisas completamente oposto ao ditames da moral natural, da lei natural e do Cristianismo e da verdadeira liberdade dos filhos de Deus (Romanos, 8:21). 

Uma confrontação de certezas 
A luta é sobretudo uma luta de ideias, um confronto de certezas. Confronto entre o ódio revolucionário contra a hierarquia social, a moral, e a Deus, de um lado e a fé altaneira e destemida, que proclama as verdades da fé, da moral e da lei natural e está disposta a dar a vida em sua defesa, do outro. 

Numa luta desse porte, precisamos, mais do que tudo, da ajuda da graça de Deus, a intercessão da Santíssima Virgem. Com a sua ajuda, a luta conduzirá à vitória final, mesmo que passemos por túneis de incertezas e de aparentes derrotas. 

Sempre confiantes na mensagem trazida por Nossa Senhora em Fátima, de que, por fim, seu Imaculado Coração triunfará. 
__________________ 
Notas:
[1] Cf. Francois Furet-Mona Ozouf, A Critical Dictionary of the French Revolution, Cambridge, Mass: Belknap Press of Harvard University Press, 1989. 
[2] Cf. The Khmer Rouge and Cambodia, http://www.coldwar.org/articles/70s/KhmerRougeandCambodia.asp. 
[3] Para uma visão geral deste tópico ver Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp. 
[4] V. I. Lenin, First All-Russia Congress on Adult Education, May 6-19, 1919, http://www.marxists.org/archive/lenin/works/1919/may/06.htm. 
[5] Cf. TFP Committee on American Issues, Defending A Higher Law – Wy we Must Ressit same-sex marriage and the Homossexual Movement, Capitulo 3, Spring Grove, Penn, 2004. 
[6] Over 100,000 French protesters rally against gay marriage, adoption (PHOTOS) Published: 18 November, 2012, 02:05, http://rt.com/news/france-gay-marriage-protest-955/. 
[7] Cf. Liberté Égalité Homosexualité! http://www.etudiant-ontario.ca/Actualites/2010-11-23/article-1987908/Liberte-Egalite-Homosexualite!/1; Liberté, Égalité, Homosexualité, http://fillecherchefilledu86.skyrock.com/2364202551-liberte-egalite-homosexualite.html; Liberté! Égalité! Homosexualité!, http://polandian.wordpress.com/2008/06/12/liberte-egalite-homosexualite/, Yannis Palaiologos, Liberté, Égalité, Homosexualité, November 12, 2012, http://prospect.org/article/libert%C3%A9-%C3%A9galit%C3%A9-homosexualit%C3%A9. 
[8] Cf. http://www.flickr.com/photos/fil/714793659/. 
[9] Cf. Cavan Sieczkowski,Topless ‘Nuns’ From Activist Group Femen Allegedly Attacked By Anti-Gay Catholic Protesters In Paris (NSFW VIDEO) The Huffington Post, 11/19/2012 11:21 am EST Updated: 11/19/2012 11:31 am EST, http://www.huffingtonpost.com/2012/11/19/topless-nuns-anti-gay-catholic-protesters-paris-femen_n_2158033.html; Topless Femen members clash with anti-gay marriage protestors, 18/11 22:57 CET, http://www.euronews.com/2012/11/18/topless-femen-members-clash-with-anti-gay-marriage-protestors/; Civitas porte plainte contre les Femen et dénonce la disinformation, http://www.itinerarium.fr/civitas-porte-plainte-contre-les-femen-et-denonce-la-desinformation/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Itinerarium+%28Itinerarium%29. 
[10] http://galliawatch.blogspot.com/2012/11/civitas-november-18.html. 
[11] http://femen.org/en/about. 
[12] Cf. nota 3.

Um comentário:

João Carlos Bulla disse...

Quem dera se o povo brasileiro acordasse e pegasse de exemplo essa atitude... Estamos esquecendo nossas raízes cristãs.