21 de março de 2013

O BOFE DA IGREJA

Segundo Leonardo Boff, a Igreja deveria ser destituída de todo poder. Seria uma "igreja ecológica" (sic) e que vivesse "fora dos palácios e dos símbolos do poder" 

Paulo Roberto Campos


No último post tratamos de quanto é contrária à da Igreja Católica a visão de Frei Beto (A concepção de Frei Beto sobre a Igreja é diametralmente oposta à Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo). No mesmo sentido, recebi ontem um artigo de outro “teólogo” da libertação. Trata-se de Leonardo Bof, cujo sobrenome — como fiz em relação ao pseudônimo de Frei Beto  grafo com um só “f”, pois ambos são miserabilistas e contrários ao supérfluo, devendo, portanto, ser “simples” em tudo... 


Leonardo Boff e sua atual companheira
Aliás, Bof também deveria, em razão da “pobreza” e da “simplicidade” que defende, desapegar-se do prenome “Leonardo”, pois este é seu nome religioso, ao qual só tinha direito enquanto foi franciscano. Desde que abandonou sua Ordem religiosa, em 1992, e juntou-se à madame aí do lado, voltou de fato a ser o Genézio Boff constante de seu registro civil. 

Mas, voltando ao mencionado artigo, trata-se de uma matéria do Sr. Genézio Bof para o “Jornal do Brasil (on-line), do dia 17 último, intitulada “O papa Francisco chamado a restaurar a Igreja”. Nela não transparece a humildade franciscana — a cujo chamado ele voltou as costas —, mas sim a pretensão de querer dar lições de “Teologia da Libertação” ao próprio Papa. Imaginem só! Vejamos um trecho do artigo:
“Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja, pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos; que cria as primeiras comunidades de irmãos que rezam o breviário debaixo de árvores junto com os passarinhos. É uma Igreja ecológica (sic) que chama a todos os seres com a doce palavra de ‘irmãos e irmãs’. Francisco se mostrou obediente à Igreja dos papas e, ao mesmo tempo, seguiu seu próprio caminho com o evangelho da pobreza na mão. Escreveu o então teólogo Joseph Ratzinger: ‘O não de São Francisco àquele tipo imperial de Igreja não poderia ser mais radical, é o que chamaríamos de protesto profético’ (em “Zeit Jesu”, Herder 1970, 269). Ele não fala, simplesmente inaugura o novo. Creio que o papa Francisco tem em mente uma Igreja assim, fora dos palácios e dos símbolos do poder”.
Ao ler tal sofisma, uma “bofada”, recordei-me de Joãozinho Trinta. Lembram-se? Com muito conhecimento de causa, o carnavalesco afirmara em 1978: “O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria e intelectual”. É por isso que se vê no carnaval o povo vestido de príncipes, princesas, reis e rainhas, com seus coloridos mantos e coroas douradas. 


Por isso também é que se costuma dizer que “a Igreja é o palácio dos pobres”. O povo gosta de pompa e circunstância, de esplendor, de coisas maravilhosas que lembrem o Céu, de belas e ricas cerimônias religiosas como as de antigamente, que faziam superlotar praças e igrejas — hoje esvaziadas por causa das pregações da doutrina miserabilista da “Teologia da Libertação”.

E por que o povo gosta de tudo isso? Simplesmente porque, conforme disse Tertuliano, “a alma humana é naturalmente cristã”, feita à imagem e semelhança de Deus, que é Soberano Todo-Poderoso, Senhor do Céu e da Terra, dos Anjos e dos Homens. 

A fim de nos mostrar a verdadeira doutrina católica, segundo a qual não existe contradição entre as grandezas esplendorosas da Igreja e o autêntico espírito de pobreza — refutando assim o sofisma do Sr. Genézio Bof —, recorro novamente ao líder católico brasileiro Plinio Corrêa de Oliveira, de quem reproduzo uma matéria publicada na revista Catolicismo em dezembro/1958. Mais de meio século depois, a mesma se mostra hoje mais atual do que nunca.


Pobreza e fausto: extremos harmônicos no firmamento da Igreja 


Plinio Corrêa de Oliveira (*) 


Um aspecto da Santa Igreja 

Numa cela cheia de penumbra, ante um crucifixo que relembra a morte mais dolorosa que jamais houve, um monge cartuxo [foto] folheia um devocionário. Revestido de um simples e pobre burel, com uma longa barba, esse Religioso parece a personificação de todos os elementos que impregnam o ambiente que o rodeia: gravidade extrema, resolução varonil de só viver para o que é profundo, verdadeiro, eterno, nobre simplicidade, espírito de renúncia a tudo quanto é da Terra, pobreza material enfim, iluminada pelos reflexos sobrenaturais da mais alta riqueza espiritual. 


Outro aspecto da Santa Igreja 

Na imensa nave central da Basílica de São Pedro, movimenta-se majestoso o cortejo papal. Na fotografia, percebe-se apenas uma parte dele, isto é, alguns Cardeais e os dignitários eclesiásticos e leigos que precedem imediatamente a sedia gestatória. Nesta, o Sumo Pontífice, ladeado dos famosos flabelli e seguido da Guarda Nobre. Ao fundo, ergue-se o Altar da Confissão, com suas elegantíssimas colunas e seu esplêndido dossel. E bem mais atrás a célebre Glória de Bernini. As altas paredes recobertas de mármores admiráveis e adornadas de relevos, os arcos a um tempo leves e imensos, as luzes que resplandecem como se fossem estrelas ou fulgidíssimos brilhantes, tudo enfim se reveste de uma grandeza, de uma riqueza que é bem o supra-sumo do que a Terra pode apresentar de mais belo. É a maior pompa de que o homem seja capaz, realçada pela magnificência da arte e pelo esplendor dos recursos naturais da pedra. 
*     *     *
O que em um quadro é gravidade recolhida, no outro é glória irradiante. O que em um é pobreza, no outro é fausto. O que em um é simplicidade, no outro é requinte. O que em um é renúncia às criaturas, no outro é a superabundância das mais esplêndidas dentre elas. Contradição? É o que muitos diriam: pode-se, então, amar a um tempo a riqueza e a pobreza, a simplicidade e a pompa, a ostentação e o recolhimento? Pode-se a um tempo louvar o abandono de todas as coisas da Terra, e a reunião de todas elas para a constituição de um quadro em que reluzem os mais altos valores terrenos?


O problema é muito atual, no momento em que Sua Santidade o Papa João XXIII se mostra tão edificantemente zeloso das esplêndidas tradições vaticanas, com manifesto desconcerto de elementos que têm uma mentalidade à Aneurin Bevan (o líder trabalhista que foi paladino na luta contra todas as pompas, e assistiu de costas a uma parte da cerimônia de coroação da Rainha Elizabeth II).


Não, entre uma e outra ordem de valores não 
existe contradição, senão na mente dos igualitários, servos da Revolução. Pelo contrário, a Igreja se mostra santa, precisamente porque com igual perfeição, com a mesma sobrenatural genialidade, sabe organizar e estimular a prática das virtudes que esplendem na vida obscura do Monge, e das que refulgem no cerimonial sublime do Papado. Mais ainda. Uma coisa se equilibra com a outra. Quase poderíamos dizer que um extremo (no sentido bom da palavra) compensa a outro e com ele se concilia.


O fundo doutrinário no qual estes dois santos extremos se encontram e se harmonizam é muito claro. Deus Nosso Senhor deu-nos as criaturas, a fim de que estas nos sirvam para chegarmos até Ele. Assim, cumpre que a cultura e a arte, inspiradas pela Fé, ponham em evidência todas as belezas da criação irracional e os esplendores de talento e virtude da alma humana. É o que se chama cultura e civilização cristã. Com isto, os homens se formam na verdade e na beleza, no amor da sublimidade, da hierarquia e da ordem que no universo espelham a perfeição d’Aquele que o fez. E assim as criaturas servem, de fato, para a nossa salvação e a glória divina. Mas, de outro lado, elas são contingentes, passageiras; só Deus é absoluto e eterno. Cumpre lembrá-lo. E por isto é bom afastar-se dos seres criados, para no desprezo de todos eles pensar só no Senhor. 


Do segundo modo, considerando tudo o que as criaturas são, se sobe até Deus; e do outro modo, se vai até Ele considerando o que elas não são. A Igreja convida seus filhos a irem por uma e outra via simultaneamente, pelo espetáculo sublime de suas pompas, e pela consideração das admiráveis renúncias que só Ela sabe inspirar e fazer realizar efetivamente. 

_____________ 
(*) Catolicismo, Nº 96 – Dezembro/1958.

5 comentários:

Anônimo disse...

Nós católicos temos que tomar muito cuidado com essa "Teologia da Pobreza". Igualar todo mundo na miséria como em Cuba? NÃO É a solução para nada.
Aqui colo uma carta, que expressa o acho de tudo isso. Copiei essa carta do jornal carioca O GLOBO, do dia 15-3-2013, da página CARTA DOS LEITORES, com o título "A Igreja e o novo papa"
■ Gostaria de crer que o novo papa, figura simpática, apesar de ser argentino, vá conseguir melhorar um pouco este mundo! Mas pelo seu velho, batido e ineficiente jargão do “tudo pelos pobres”, já estou desanimada! O jargão certo não seria “tudo por todos”? Abraham Lincoln já dizia: “Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos!” A filosofia latino-americana de querer acabar com a pobreza com bolsas e benesses, sem pensar em educar e responsabilizar o povo, é visível na Venezuela, de Chávez, e na Cuba, de Fidel ! E está cada vez mais visível aqui no Brasil, de Lula e cia! Papa Francisco, reconsidere, por favor! — Anita M. S. Driemeier, Campo Grande, MS

Marcio disse...

RETRATO DO PT ALIADO AOS "BOFFS DA VIDA" QUE VIERAM DE RECENTE CONGRESSO NA UNISINOS-RS, TENDO ATÉ BISPOS COMO D DEMETRIO VALENTINI E D JOSE MARIA PIRES ETC.
RETRATO DE QUEM PÕE FÉ NO DIABO!
ERSOS PARA SE COPIAREM, SEREM MEDITADOS E GUARDADOS!
Do aluizioamorim.blc, cantor gaúcho José Fighera Salgado.

Que heróis são esses que ergueram massas
Pregando o fim de alheias propriedades!
Tramando golpes com base em mentiras,
Ideologias de falsa igualdade!
Que heróis fajutos, que com mil falácias
Organizaram hordas de iludidos!
Disseminando ódio entre as classes
Com seus conceitos falsos e falidos!
Que heróis de araque que até hoje guiam
Servos que travam inúteis contendas;
E assim militam por ruas e becos,
E cortam cercas pra invadir fazendas!
Que heróis bandidos que pregaram roubo
E caridade com dinheiro alheio!
Mas cujo bolsos de seus seguidores
Não se abstém de os manterem cheios!
Legado tosco o destes heróis,
que greves tolas vão influenciando!
Pelas escolas, poluindo livros;
Nas faculdades, mitos se tornando!
E os seguidores dos heróis de barro,
Que alcançando pleno poder,
Confiscam armas do povo que, assim,
Nem mais a vida pode defender!
Sagaz macabras as destes heróis,
Cujos ideais, pátrias degeneram!
Destroem jovens, corrompendo mentes
Com utopias que nunca prosperam!
São cultuados em todas as partes;
Cidades, campus e universidades!
E assim, aos poucos, seus servis soldados
Calam as vozes que falam verdades!
Triste destino o dos que lutaram
Nas intentonas dos heróis falsários!
Fortalecendo o perigo vermelho,
Feito de ódio e rancor proletário!
Pobre cabeça que acata as ideias
De um falso herói mal-intencionado!
Pobre do homem, que iludido entrega
Sua devoção aos heróis errados!

Anônimo disse...

É COMO JESUS DISSE: POBRES SEMPRE TEREIS AO VOSSO LADO!
ESSE NEGÓCIO DE NÃO QUERER USAR A CRUZ DO PAPA, NÃO QUERER USAR O CARRO DO PAPA, NÃO QUERER USAR A CASA PAPAL, USADA A MAIS DE 110 ANOS, ISSO TUDO FAZ DA IGREJA TIPO ASSIM: "A IGREJA NÃO É ISSO TUDO NÃO..."
ISSO É FUGIR DA DOUTRINA, É SÓ REPARAREM, AS CELEBRAÇÕES SOLENES, ESTÃO SENDO FEITAS EM CADEIAS, ... NOSSA! TO CONFUSO! ESSE NEGÓCIO DE SIMPLICIDADE, PARA UM PAPA, NÃO ME ENTRA NA CABEÇA. SE ALGUÉM TEM UMA PALAVRA DE CONFORTO PARA MIM, ME DÊ.

Anônimo disse...

RELIGIÃO JÁ ERA

TENHO NOJO

FÁBIO

Paulo Roberto Campos disse...

Fábio, você diz ter nojo de Religião. Rezarei para que vc. se arrependa do que disse e, assim, misericordiosamente, Deus não tenha nojo de você. Do contrário, seu destino esta selado. Cuidado! Deus é Misericórdia, mas também é JUSTO. Converta-se enquanto é tempo!