Paulo Roberto Campos
E-mail: prccampos@terra.com.br
Cresce igualmente nos meios católicos uma enorme perplexidade devido ao silêncio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) por não sair a público manifestando uma santa indignação contra o ignóbil Projeto de Lei. Bem como conclamando todos os católicos à reação, numa verdadeira Cruzada contra tal Projeto diretamente atentatório ao 5º Mandamento da Lei de Deus: NÃO MATAR.
Cresce, de minha parte, também essa indignação. Estou muito perplexo com esse silêncio da CNBB — eloquente silêncio... —, mas não me surpreende, pois, ao longo dos tempos, a história dessa Conferência Episcopal não tem sido de lutar para vencer, mas, sim, de recuar para perder. Ela tem sido no Brasil “a mão que apaga e a voz que adormece!” — frase do escritor francês do século XIX, Louis Veuillot, para expressar sua indignação contra líderes (moles) que deveriam ser os primeiros a sair às ruas conclamando uma Cruzada contra os adversários da Fé Católica, mas que, pelo contrário, "apagavam" e faziam "adormecer" as boas reações que surgiam.
Do Prof. Hermes Rodrigues Nery — especialista em Bioética com pós-graduação pela PUC-RJ e coordenador do Movimento Legislação e Vida, bem como da Comissão Diocesana em Defesa da Vida da Diocese de Taubaté — recebi hoje um e-mail com o link para uma carta-apelo dele ao Presidente da CNBB (segue abaixo). O Prof. Hermes pede, no fundo, para que os bispos não deem apenas um “miadinho” contra o PLC 3/2013. E sua carta, que tenho a alegria de propagar, vem de encontro aos que queremos da CNBB um urro de leão, pois um “miadinho” qualquer não chegará a Brasília nem será ouvido na casa da Dona Dilma — de quem esperamos que VETE INTEGRALMENTE o referido projeto herodiano.
CARTA DO PROF. HERMES NERY À CNBB
Eminência Reverendíssima,Caríssimo Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Dirijo-me em nome próprio, como cidadão brasileiro e cristão, católico apostólico romano, fazendo coro aos que rogam de Vossa Eminência especial atenção em relação ao texto do PLC 3/2013, cujas palavras de Dom Antonio Carlos Rossi Keller, bispo diocesano de Frederico Westphalen, RS, em nota pastoral, explicitaram: “Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra ‘aborto’. Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa agir de acordo com a ideologia abortista”. Daí o apelo que muitas lideranças leigas católicas, e também presbíteros e até bispos (muitos deles ainda não devidamente informados sobre a questão) de que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, sob a vossa Presidência, manifeste-se pelo VETO TOTAL ao referido projeto de lei, tendo em vista que o veto parcial manterá a brecha para a legalização do aborto no Brasil.
Chegou-me a informação de que a CNBB já tem uma nota, pronta para tornar pública, posicionando-se pelo veto parcial, o que será — reafirmo baseado em estudos e farta documentação — um grande equívoco. Daí o apelo para que antes de tornar pública a nota, sejam feitam novos esforços de ponderada reflexão sobre o assunto, com especialistas apropriados, com a prudência da análise de conjunto exigida para questão tão relevante. Mais ainda, chamo respeitosamente a atenção de Vossa Eminência ao fato de que causou muita estranheza a muitos da sociedade, especialmente a comunidade católica, a informação de que a referida nota, antes de ser tornada pública, teria sido encaminhada à apreciação da Sra. Presidente Dilma Roussef, através do ministro Gilberto Carvalho. Solicito de Vossa Eminência a refutação e o desmentido dessa informação, bem como a análise pormenorizada de cada artigo do PLC3/2013, para preservar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de proferir uma posição pública que propicie posteriormente facilidade no alargamento de uma via que efetive a legalização do aborto neste País.
Certo de contar com vosso constante zelo pastoral, rogo em oração a intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, nestes dias que antecedem a Jornada Mundial da Juventude, o discernimento necessário que a hora exige.
Cordialmente em Cristo e Maria,
PROF. HERMES RODRIGUES NERY
3 comentários:
Não conheço bem a história, mas ouvi dizer que Herodes, que ordenou a matança dos inocentes na época do nascimento de Jesus, seguia os sacerdotes da época. Não sei se é verdade, mas bem poderia ser. Em qualquer caso, se a “PREZIDENTA” aprovar o projeto de lei liberando o aborto, teremos um Herodes de saia, que também parece aliada com a CNBB. Isto porque esta conferência de bispos não faz nada de bom para o Brasil e nem para os católicos. Tudo que aparece da CNBB é coisa que apenas favorece os comunas, sobreviventes da era pré-histórica, e que acabaram aportando no Brasil, para nossa infelicidade. Não é sem razão que muitos não dizem CNBB, mas CNB do B, em alusão ao PC do B. Rezo a Deus para que os bispos realmente católicos caiam fora da CNB do B para formar uma verdadeira CNBB, como deu exemplo o bispo gaúcho D. Rossi Keller. Que outros bispos sigam esse bom exemplo.
Gostei e anotei a frase “A mão que apaga e a voz que adormece” do Louis Veuillot, pois sintetiza muito bem a história da CNB do B.
Mas apesar dessa conferência querer nos "adormecer", vamos em frente na reação, não desaminaremos não.
Gostei também da carta do Prof. Nery. Parabéns!
Excelente e oportuníssima postagem. São de vozes assim que o Brasil católico está necessitando!
Quem sabe, não seria o caso de ampliar o apelo que é feito à CNBB e aproveitar a vinda do Santo Padre ao Brasil e pedir a ele que ajude os fiéis nesta luta contra a matança dos inocentes?
Senhora Presidente:
Foi com enorme surpresa que soube da tramitação do antigo projeto de Lei 60/1999, que surpreendentemente se transformou no PLC 3/2013, passando este por uma metamorfose própria às alquimias políticas da ala abortista, ampliando quase ou inteiramente sem restrições a prática do aborto.
Certamente é de seu conhecimento a rejeição da esmagadora maioria da população brasileira ao aborto, prática esta alta e covardemente criminosa, pois que elimina seres totalmente indefesos, além de deixar sequelas irreparáveis na mulher.
Lembro-lhe, Srª Presidente, que no segundo turno das eleições presidenciais, V.S. prometeu que em todo o seu mandato não aprovaria nenhuma lei favorável ao aborto. Assim, recorro a essa sua promessa, assegurando-lhe, ademais, que uma vez cumprida, os céus se regozijarão, pois assim ficará vetada, ao menos no que tange a essa lei, o extermínio de milhares, senão milhões de criancinhas.
Aguardando se sua parte o veto completo e incondicional dessa lei completamente distoante e atentatória dos/aos anseios da população brasileira, subscrevo-me
atenciosamente
Candido Santo Borsato
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