• Julio Loredo
O desfile começou em lugar altamente simbólico: a Basílica de Santa Maria dos Anjos e dos Mártires [foto], situada na Piazza della Repubblica, construída pelos Romanos Pontífices para comemorar os milhares de mártires cristãos mortos nas Termas de Diocleciano. Após atravessar as ruas do centro histórico de Roma, terminou na Praça de São Pedro.
Hoje, dois mil anos depois, o sangue inocente corre novamente. Não mais nas Termas, no Circo ou no Coliseu, mas nas clínicas de aborto. É para deter este massacre que os defensores da vida se mobilizam a cada ano para fazer ouvir sua voz no coração do cristianismo.
No dia anterior, a TFP italiana havia participado de dois importantes congressos: um nacional e outro internacional. O primeiro, realizado no Pontificio Ateneo Regina Apostolorum, contou com a participação de importantes figuras do mundo prolife italiano. Representantes da TFP da Itália tomaram parte nas conferências e nos círculos de estudo.
O outro congresso realizou-se no Auditório São Pio X, do Vaticano. Na parte da manhã participaram apenas líderes prolife de nível mundial; o presidente da TFP italiana [foto à direita] teve então ocasião de apresentar as atividades em defesa da vida inocente levadas a cabo pela vasta família de almas fundada pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. À tarde, o congresso era aberto ao público, tendo sido novamente concedido à TFP apresentar suas atividades no plenário. O congresso foi encerrado pelo Cardeal Raymond Leo Burke [foto abaixo], Prefeito da Signatura Apostólica, que declarou não ser lícito dar a comunhão aos políticos que favorecem o aborto.
O Cardeal Raymond Leo Burke, Prefeito da Signatura Apostólica, conversa com manifestantes da Marcha contra o aborto em Roma |
A Marcha pela Vida de Roma envolve uma ampla coalizão de associações religiosas e leigas, unidas no desejo comum de defender a vida humana desde a concepção até a morte natural, cancelando a Lei 194 — que em 1978 abriu a porta para a matança dos inocentes na Itália. A marcha teve que superar muitos obstáculos, tanto psicológicos quanto políticos. Não é incomum, de fato, encontrar a ideia, professada sobretudo por católicos ditos “moderados”, de que a lei 194 é “uma lei boa, mas mal aplicada”. Segundo essa ideia, tal lei italiana conteria também aspectos positivos, que no entanto nunca foram implementados. Ao invés de pedir a sua abolição, dizem, deveríamos lutar pela sua plena implementação. Esta, que é a posição de até não poucos bispos, constitui uma armadilha que se deve dissipar.
Nos regulamentos legais anteriores à lei 194, o aborto na Itália não era permitido, e de fato era punido pelas leis contidas no X Título do Livro II do Código Penal, que previa pena de reclusão de dois a cinco anos para quem praticasse o aborto numa mulher, mesmo com o seu consentimento. No caso de a mulher não consentir, a pena subia de sete a quinze anos. No entanto, à luz do artigo 54 do mesmo Código, eram contempladas algumas exceções, como, por exemplo, para salvar a vida da mãe.
A lei 194 inverte essa lógica jurídica: considera o aborto totalmente legal, mas depois aplica algumas restrições. Ela divide, de forma completamente arbitrária, a vida intra-uterina em três períodos, e aplica para cada um deles critérios jurídicos diferentes. O ponto de referência é sempre a saúde ou os direitos da mãe, sem a mínima alusão aos direitos do nascituro, a quem assim se vê negada a condição de pessoa. Eis a intrínseca maldade dessa lei.
Para transmitir esta mensagem é que nasceu a “Marcha pela Vida em Roma”, da qual participa desde o início a Associazione Tradizione Famiglia Proprietà. (http://www.atfp.it)
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Um comentário:
A revolta contra Deus tem muitas caras... o assassinato de inocentes é uma delas... que fazer, a não ser rezar, esperar, confiar e lutar?
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