10 de julho de 2016

Outros motivos do “Tchau Querida” do Reino Unido para a União Europeia


Paulo Roberto Campos

O fato de o Reino Unido ter abandonado a União Europeia (UE) não reside meramente em questões econômicas, como certa mídia tem trombeteado em sua visão superficial dos acontecimentos. Outros fatores mais profundos — como o verdadeiro perigo da “invasão islâmica” na Inglaterra; do desvanecimento de sua gloriosa História; do desbotamento de seu rico passado; de suas “pompas e circunstâncias” etc. — pesaram mais significativamente na resolução da maioria dos britânicos em “pular fora” do barco furado da União Europeia, conduzido (ditatorialmente) pelos arrogantes burocratas de Bruxelas.


Parece não deixar dúvidas que o “Tchau Querida” à UE — com a vitória do Brexit, que surpreendeu os europeístas de plantão, devido ao resultado do plebiscito do último dia 23 no Reino Unido — se deve ao receio dos britânicos de perder algo de suas belas e gloriosas tradições.


O grave perigo de uma unificação forçada e artificial de povos tão desiguais, com costumes tão diversificados quanto seus sabores e aromas, suas músicas e seus trajes típicos, foi motivo para que Plinio Corrêa de Oliveira, já durante a II Guerra Mundial, alertasse a opinião pública para catastróficas consequências de um projeto de reorganização das nações em blocos superpoderosos, dirigidos por supergovernos, como se começava a cogitar numa “nova ordem mundial” para o pós-guerra. 

A respeito, recomendo dois memoráveis artigos do Prof. Plinio (links no final deste post) sobre o mesmo problema de se constituir blocos de países fundidos numa federação, regida por tratados impositivos, com leis únicas, moeda única etc. — conforme as convenções da atual UE. 

A data da publicação de ambos artigos(*) é bem remota, dista de 73 anos da referida vitória. Entretanto, já naquele longínquo passado, o autor previra o que assistimos em nossos dias: a realização, com a “União Europeia”, de um projeto antinatural que debilitaria o poder das nações, quase conseguindo extingui-las com a formação de grandes federações de países, com a finalidade de se estabelecer no futuro a tal “ordem nova”, no sentido de se constituir uma só nação universal — uma “República Universal” dirigida por um só “governo mundial”. 


Naquela época, o autor advertira: “Para o progresso da humanidade, para a grandeza espiritual e material do gênero humano, é preciso que os homens vivam unidos na variedade. Cada povo tem a sua índole nacional, sua psicologia coletiva, suas tradições próprias. Este fato, que é de comezinha observação, não existe sem um sábio e amoroso desígnio da Providência Divina [...]. Como teria sido mais pobre a civilização ocidental e cristã, se todos os povos europeus tivessem tido a mesma arte, a mesma cultura, a mesma mentalidade!”.


Entretanto é essa pobreza cultural que os burocratas de Bruxelas por meio de decretos vem estabelecendo para cada nação dentro de seu intuito de absorver os regionalismos, frutos de séculos da Civilização Cristã no Velho Continente. Isto com o pretexto de se criar uma “Europa sem fronteiras”, e que, de tal “globalização”, adviria abundância de bens materiais.

Continua o Prof. Plinio: “Que produções intelectuais e culturais terá um homem assim prisioneiro de um mundo que parece mais feito contra ele do que para ele? Provavelmente a mesma que teria uma sardinha enlatada viva. [...] E quando o homem vive oprimido, contrafeito, subjugado pela ditadura cultural do cosmopolitismo, ele mingua, definha, se deforma e finalmente decai.”

Plinio Corrêa de Oliveira mostra ainda que o projeto da criação de grandes federações detentoras de soberanias nacionais, desorganizando a ordem natural das nações, poderia contribuir para a eclosão de nova grande guerra mundial mais catastrófica que as duas anteriores. Ele expõe também a respeito da necessidade de uma reforma do mundo, mas que antes implica na reforma moral do homem. Ademais, ele indicou a solução: o retorno da humanidade “às rotas gloriosas da civilização cristã católica”

Mas também o recente “NÃO” à UE revelou uma represália da parcela mais conservadora das famílias do Império Britânico devido às pressões de Bruxelas em forçar a aprovação do “casamento” homossexual, da adoção de crianças por parte desses “pares”, da prática da eutanásia e outras imposições atentatórias aos valores tradicionais inerentes à instituição familiar. 


Assim, vemos com bons olhos a reviravolta surpreendente com a vitória do Brexit e que, depois da retirada do Reino Unido, surgem manifestações pela saída da França (Frexit), saída da Suécia (Swexit), saída da Espanha (Espxit)...

E para se evitar tal diáspora é que a mídia esquerdista vem gastando rios de tinta... e também de lágrimas... 
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(**)http://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_430509_ReformemosoHomem.htm#.V4A96NKU3IU

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