5 de junho de 2017

Quem são as crianças luminescentes?



James Donlon (*) 

Um leitor poderia franzir estupefato o semblante ao ler o título desse livro e perguntar: “Que espécie de criança ‘luminescente’ é essa?”. Não se assuste, pois quem escreve este pequeno artigo fez-se a mesma pergunta quando um amigo lhe recomendou o livro Crianças luminescentes: como a tela vicia e sequestra nossas crianças — e como romper o transe [capa abaixo]. Após a leitura das primeiras páginas, o leitor percebe que o termo "menino luminescente" é habilidoso, embora inquietante.

O Dr. Nicolas Kardaras cunhou o termo para se referir à cena que vemos por toda parte: crianças fascinadas pela luminescência de pequenas telas azuladas. Seus dedinhos agarram aparelhos luminescentes que monopolizam sua atenção. O problema, onde está? 

O livro trata do efeito causado nas crianças pelo uso descontrolado do smartphone. O desenvolvimento das funções cerebrais, o convívio social e da própria personalidade são afetados. Exemplos e provas mostram que a tecnologia visual moderna não é uma panaceia. Videogames em excesso têm efeito destrutivo na mente e causam dependência à semelhança das drogas, dificultam a atenção e a concentração da mente. A moda escolar crescente de adotar essa tecnologia nas aulas também contribui para esse efeito nocivo. 

O Dr. Kardaras aduz exemplos pessoais, tirados de sua vida profissional, ao fazer tratamento de viciados em drogas. O problema das tecnologias visuais modernas é inteiramente semelhante. Certa vez o Dr. Kardaras teve de convencer um menino de que ele não era um dos personagens de seus videogames preferidos. Esse paciente perdia o sono, caía em estado de psicose tecnológica, de tal modo estava viciado. Seu caso foi decisivo para levar o Dr. Kardaras a enfrentar o problema com maior afinco. 


Ele não apresenta apenas casos diagnosticados, mas também tratamentos diversos para superar o vício tecnológico, com soluções que vão desde a "abstenção" até o uso moderado das tecnologias modernas. O Dr. Kardaras utiliza bom senso e lógica para resolver os problemas. Seus métodos são confirmados: ele trabalha num centro de recuperação de viciados em drogas, em Nova York. Muitos de seus métodos para curar o vício tecnológico são os mesmos utilizados para recuperar drogados. Suas soluções são sérias e efetivas.  

O leitor que conhece o problema, hoje tão sério e crescente, do vício tecnológico, deveria ler Crianças luminescentes. O assunto abrirá seus olhos. Esse livro é mais importante ainda para os pais e professores, que verão mais claramente o perigo, e também como utilizar corretamente essas tecnologias modernas no lar e na escola.

(*) James Donlon is a graduate of the St. Louis de Montfort Academy and a full-time volunteer for the American Society for the Defense of Tradition, Family, and Property (TFP).
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Senhores pais: para se evitar tão grave problema mental em seus pequeninos (o mencionado "vício tecnológico" -- uma espécie de droga cibernética que poderá tornar seus filhos dependentes), este Blog da Família aconselha acostumá-los desde a mais tenra infância ao gosto pela leitura e pela conversa em família. Creio que a foto abaixo bem expressa nosso conselho. 

O bebê parece encantadíssimo com o que sua mãe fala e mostra nos desenhos do livro infantil. Ela poderá repetir a mesma historinha 100 vezes e ele continuará maravilhado com a voz de sua mãe, e pouco-a-pouco vai compreendendo, formando sua mentalidade e desenvolvendo sua inteligência. 

Imaginem o contrário: a mãe, em vez de estar contando historinhas para seu filhinho, estivesse conferindo seu smartphone, postando coisas no seu facebook e, para que o pequenino não a incomodasse, colocasse em suas mãozinhas um tablet... As consequências em sua formação espiritual, psicológica e intelectual poderiam ser bem desastrosas...

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