7 de julho de 2010

O lobo apressado e o cordeiro de mentirinha

Um programa (petista) sem máscara e outro mascarado

O prazo estava vencendo. Na pressa, para entregar no Tribunal Superior Eleitoral o programa de um eventual governo Dilma Rousseff, o lobo saiu correndo. Claro, saiu com a roupa com a qual se vestia no momento: a própria pele. Depois que retornou à sua toca, percebendo o susto que certamente causara em muita gente, o lobo voltou correndo ao TSE, mas, desta vez, vestido de cordeiro...






Utilizo esta breve metáfora para explicar uma “confusão”. Esta foi noticiada pelo “Estado de S. Paulo” (5-7-10) com o título “Dilma apresenta ao TSE programa de governo radical e depois recua” (transcrição abaixo *) e se refere ao fato (gravíssimo!) de o PT primeiramente ter entregado na Justiça Eleitoral um programa de governo e, horas depois, um segundo programa para substituir o primeiro.

Por quê? Foi mesmo uma mera “confusão”? Não será que, se eleita, a candidata do PT aplicará o primeiro programa (original-radical) e não o programa substituto (maquiado-moderado)? Depois, se instalado um novo governo petista, se alguém perguntar: Por que se está aplicando o primeiro programa (retirado do TSE) e não o segundo? Poderão responder:
Ora bolas, foi uma mera “confusão”...

Tanto o primeiro quanto o segundo programa correspondem a um saco cheio de idéias realmente muito confusas. Mas o programa original é sem dúvida de extrema-esquerda — tipo chavista.

Chávez também costuma “se confundir”. Entre milhares de outros absurdos, ele “se confunde” e chama de “defesa da soberania” o fechamento de jornais, a prisão de seus proprietários, o confisco de propriedades daqueles que criticam seu (des)governo etc.

No caso da “confusão” do PT, tudo leva a crer que tal substituição de programas foi um mero recuo tático, para não assustar os incautos (numerosíssimos, infelizmente) e, assim, não perder seus votos.

Afinal, com que “cara” a candidata petista governará? Com a “cara” maquiada por seus marqueteiros, ou com “cara” original do primeiro programa? Com essa “cara”, sem a máscara, já podemos conhecer sua verdadeira fisionomia. Seu retrato está na versão original e não nesta nova versão “cosmética” (ligth, tipo “dilminha paz e amor”) para enganar os bobos.

Só falta ela dizer: “eu não sabia de nada”... E eu penso com meus botões: “eu já vi este filme”...


Dilma apresenta ao TSE programa de governo radical e depois recua

Advogado do PT foi ao TSE para substituir documento por outro sem propostas polêmicas, como controle externo da mídia, taxação de grandes fortunas e revogação do dispositivo que torna propriedades invadidas indisponíveis para reforma agrária


05 de julho de 2010
Marcelo de Moraes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Uma confusão da equipe de apoio da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, fez com que fosse registrado nesta segunda-feira, 5, no Tribunal Superior Eleitoral, um resumo errado de seu programa de governo. O documento entregue originalmente trazia a defesa de propostas polêmicas, como controle de mídia, taxação de grandes fortunas e a revogação do dispositivo que torna indisponível para reforma agrária qualquer propriedade que tenha sido invadida. No início da noite, o advogado da campanha, Sidnei Neves, foi ao TSE para trocar o documento, substituindo-o por outro sem as idéias controvertidas.

A proposta foi apresentada ao TSE para cumprir uma exigência da Justiça Eleitoral que cobra dos candidatos à Presidência um resumo do programa de governo. A campanha de Dilma enviou ao tribunal um documento com diretrizes básicas, aprovado em fevereiro pelo PT, quando foi lançada sua pré-candidatura.

O problema é que esse texto estava repleto de idéias defendidas pelos grupos mais radicais do partido e que foram aceitas durante essa reunião. Como seria homologado junto ao TSE, funcionaria como documento oficial e público sobre as principais linhas de atuação que seu eventual governo seguiria.

No caso da proposta sobre o controle de mídia, o primeiro documento repetia os pontos pregados pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e defendia controle de produção de conteúdo.

“Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1.ª Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, e que prevêem, entre outras medidas, o estabelecimento de um novo parâmetro legal para as telecomunicações no País; a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social; o fim da propriedade cruzada; exigência de urna porcentagem de produção regional, de acordo com a Constituição Federal; proibição da sublocação de emissoras e horários; e direito de resposta coletivo”, pregava o documento.

O conceito desapareceu na nova versão, embora tenha sido mantida a crítica à existência de “monopólio e concentração dos meios de comunicação”.

Outras polêmicas. O texto original também abria brecha para a interpretação de uma suposta defesa da legalização do aborto. De forma velada, o documento citava que "o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde". E reforçava a referência logo em seguida, citando que “o governo do PT desenvolverá ações que assegurem autonomia das mulheres sobre seu corpo, qualidade de vida e de saúde em todas as fases de sua vida”. Ambas as citações sumiram no papel entregue à noite ao tribunal, sendo substituídas pela afirmação de que “o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres ao aborto nos casos já estabelecidos pela legislação vigente, dentro de um conceito de saúde pública”.

O resumo do programa de governo manteve, porém, críticas feitas pelo PT ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, sucedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. “Ao contrário daquela que Lula recebeu, a herança a ser transmitida à próxima presidenta será bendita. Essa herança oferece as bases para a formulação das propostas do Programa de Governo 2010. O que até agora foi feito dá credibilidade e garantia às Diretrizes que agora apresentamos”.
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Trechos


“Ao contrário daquela que Lula recebeu, a herança a ser transmitida à próxima presidenta será bendita”.

“Continuar, intensificar e aprimorar a reforma agrária de modo a dar centralidade ao programa na estratégia de desenvolvimento sustentável do País, com a garantia do cumprimento integral da função social da propriedade, da atualização dos índices de produtividade, do controle do acesso à terra por estrangeiros, da revogação dos atos do governo FHC que criminalizaram os movimentos sociais e com a eliminação dos juros compensatórios nas desapropriações e das políticas complementares de acesso à terra, entre outras medidas, implementação de medida prevista no PNDH-3, de realização de audiência pública prévia ao julgamento de liminar de reintegração de posse”.

“Compromisso com a defesa da jornada de trabalho de 40 horas semanais, sem redução de salários”.

“Promover a saúde da mulher, os direitos sexuais e direitos reprodutivos: O Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde."

“Medidas que promovam a democratização da comunicação social no País, em particular aquelas voltadas para combater o monopólio dos meios eletrônicos de informação, cultura e entretenimento. Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1.ª Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, e que prevêem, entre outras medidas, o estabelecimento de um novo parâmetro legal para as telecomunicações no País; a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social”.
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(*) http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100706/not_imp576896,0.php

8 comentários:

luis disse...

Se a versão "original-radical", retirado às pressas do TSE, não é o verdadeiro programa de governo-Rousseff, eu sou o chapeuzinho vermelho e Dilma a vovozinha. Deus nos livre dessa "dama de vermelho", pois o Brasil já sofreu muito nas mãos dos lobos petistas, aliás, "muy amigos" do lobo vermelho da Venezuela.

Natally disse...

É triste enxergar uma grande massa de seres humanos se deixando enganar em virtude dos seus interesses (bolsa família) e por causa da preguiça de pensar. Tenho a infeliz oportunidade de testemunhar a existência de uma ''raça'' que permite que outros cérebros pensem em lugar.
Alguém pode me responder como uma pessoa em sã consciência confia o governo de um país a uma mulher que comandou assaltos a bancos, sequestros e badernas semelhantes???

Anônimo disse...

Veja que pela notícia da "Folha de SãO Paulo", não foi "confusão" que nada, foi feita a entrega do programa radical DELIBERADAMENTE. Certamente, não tal programa assustou, os petralhas mandaram dizer no TSE que houve uma "confusão" e pediram para trocar pelo programa mais moderado, sem os pontos polêmicos.
Eis a notícia da "Folha de SP":
Folha de S. Paulo, terça-feira, 6 de julho de 2010
Dilma apresenta programa polêmico, mas depois recua
Ranier Bragon, Márcio Falcão, Felipe Seligman e Valdo Cruz
BRASÍLIA — O programa de governo de Dilma Rousseff registrado no final da manhã de ontem pelo PT propunha taxação de grandes fortunas, combate ao “monopólio da mídia” e realização de audiência prévia para reintegração de terras invadidas por sem-terra.
Após a repercussão das propostas, principalmente na internet, o PT recuou, voltou ao TSE no início da noite, retirou o texto e apresentou nova redação sem os pontos mais polêmicos.
Denominado de A grande transformação, o primeiro programa de governo foi protocolado no fim da manhã no TSE. Além dos pontos polêmicos, o texto não contemplava as propostas de partidos aliados, como o PMDB. Oficialmente, o PT afirmou que cometeu um erro técnico e entregou à Justiça Eleitoral um texto desatualizado, datado de 19 de fevereiro.
A Folha apurou, porém, que uma ala da campanha optou deliberadamente por apresentar como programa de Dilma o texto aprovado no congresso do partido, em fevereiro, com concessões às alas mais à esquerda.

Anônimo disse...

olá,
Concordo que esta troca de propostas do PT seja estratégica, mas por conta disso criticar um governo que vai lutar contra MONOPÓLIO DA IMPRENSA(libertinagem de imprensa) e DESIGUALDADES SOCIAIS(Monopólio da Terra - LATIFUNDIO IMPRODUTIVO) é um equívoco deste blog católico e voces estão sendo contraditório com o que o Cristo pregou.. Sou Católico, e, é claro, sou contra o aborto, mas queremos, enquanto Cristãos-Católico, um país mais justo, ético(imprensa e latifundiário desconhece esta palavra, muitos politicos tb)e com qualidade de vida p todos(Jo 10,10.
Voces poderiam ter criticado apenas a liberação do aborto ou voces querem PSDB DE VOLTA?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Ontem enviei para o BLOG DA FAMÍLIA a notícia da FOLHA DE SÃO PAULO que tratava do caso deliberado (e não mera "confusão" como noticiou o ESTADO DE SÃO PAULO) na entrega na "Justiça Eleitoral" do programa (radical) para o disputado governo da Dilma Rousseff, agora envio outra notícia da mesma FOLHA, tratando de que Dilma disse que não leu o programa antes da entrega no TSE, que apenas rubricou suas páginas sem fazer sua leitura... Quem acredita??? Acho que somente aqueles que acreditam no falante gato de botas!!! Está tudo muito parecido com o modo de agir de seu patrão que, quando o bicho pegava, saia de fininho pela tangente dizendo que não tinha lido... (como no caso do horrível Plano Nacional de Direitos Humanos, que assinou "sem ler"). Nunca na história "destepaís" se viu tamanho atropelamento da inteligência do povo brasileiro.
Então aí tem a tal notícia.
Renato Augusto Gomide (não um homônimo de Curitiba mas do RAG do Rio de Janeiro)
NB: NO ENVIO QUE EU FIZ ONTEM SAIU O COMENTÁRIO COMO SENDO DE UM ANÔNIMO. Mas assim saiu, não porque tenho medo de assinar o que escrevo, mas sim porque o meu e-mail é do hotmail e para publicar nominalmente no Google eu precisaria ter o gmail, que não possuo.

Anônimo disse...

Eu, Renato Augusto Gomide, publiquei o comentário sobre a notícia abaixo, mas como junto com o comentário não coube a notícia, esta vai aqui à parte:
Dilma diz não ter assinado plano de governo do PT, apenas rubricado páginas
9/07/2010 / ITALO NOGUEIRA DO RIO
A candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou na manhã desta sexta-feira, em entrevista à rádio "Tupi", do Rio, que houve erro do partido na entrega do plano de governo ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ela reconheceu não ter lido o documento antes de ser enviado, mas disse que rubricou os papéis.
"Não assinei documento nenhum porque não tem documento nenhum a ser assinado. Eu rubriquei páginas. Eu não olhei porque achei que era aquele programa não achei que iam colocar outro programa. Tinha que colocar o que nós tínhamos acertado em junho [com os partidos aliados]."
Dilma admitiu que o episódio "foi um erro", mas disse ter sido equívoco "humano", não "arquitetado". Ela chegou a esboçar um contra-ataque a José Serra, adversário tucano na disputa.
"Os meus adversários, principalmente o adversário, eles sistematicamente erram. Fizeram coisas assim que... Por exemplo... Eu não vou dar exemplo porque não é da minha responsabilidade falar sobre ele."
O primeiro programa de governo apresentado ao TSE propunha taxação de grandes fortunas, combate ao "monopólio da mídia" e realização de audiência prévia para reintegração de terras invadidas por sem-terra.
Após a repercussão das propostas, principalmente na internet, o PT recuou, voltou ao TSE sete horas depois e apresentou nova redação sem os pontos mais polêmicos.
Além dos pontos polêmicos, o texto não contemplava as propostas de partidos aliados, como o PMDB. Oficialmente, o PT afirmou que cometeu um erro técnico e entregou à Justiça Eleitoral um texto desatualizado, datado de 19 de fevereiro.

Anônimo disse...

Sobre este negócio do governo petista recebi a anedota que copio, porque, apesar de anedota, diz muito. É de crianças assim que precisamos, o futuro do Brasil, esta nestes garotos, verdadeiros, politizados, não é mesmo?

Uma professora petista do ensino fundamental explicava aos alunos o
"ser petista".
Pediu que levantassem a mão todos aqueles que fossem simpáticos ao
partido.

Todos os alunos, por temerem represálias, levantaram a mão, exceto

um menino que estava sentado no fundo da sala.

A professora olhou para o menino com surpresa e lhe perguntou:

- Joãozinho, por que não levantou a mão?

- Por que não sou petista! - respondeu.

A professora perguntou de novo:

- Se não é petista, então com quem se simpatiza?

- Com aqueles que não são petistas! - respondeu com orgulho o menino..

A professora cujos ouvidos fanáticos não podiam dar crédito a
algo assim, exclamou:

- Joãozinho, me diga: porque não és simpático aos petistas?

O menino muito tranqüilo respondeu:

- Minha mãe não é petista, meu pai não é petista, meu irmão não é petista, por isso eu também não sou petista! - arrematou.

- Bem, replicou a professora - mas isso não é um bom motivo. Você
não tem que ser como seus pais. Por exemplo, se sua mãe fosse
mentirosa, seu irmão um meliante vagabundo e contraventor e seu pai
um fraudador, ladrão de
dinheiro público, o que você seria?

- Bom... aí eu seria petista!