16 de fevereiro de 2015

Alô PROCON — O próprio Ministério da Saúde fazendo propaganda enganosa

Vírus da AIDS 

A falsa segurança do preservativo de látex 

(a castidade continua sendo o único preservativo eficaz no contágio da AIDS) 

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Imagine que o governo brasileiro distribuísse milhões de coletes a prova de balas a fim de que os brasileiros pudessem praticar “roubo seguro”. Tal atitude, se não fosse cômica, seria insultuosa. Ao fazer isso, o governo estaria chamando os cidadãos de ladrões. Mais que isso: estaria legitimando o roubo. 

“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito de roubar. Se roubar, já deve estar contando com a possibilidade de ser preso ou de receber tiros da polícia. Não é função do governo garantir aos ladrões a segurança em seu “trabalho”. 

Coisa semelhante, mas muito pior, está acontecendo agora. O Ministério da Saúde distribui anualmente milhões de preservativos durante o carnaval a fim de que os brasileiros possam praticar “sexo seguro”. Ao fazer isso, o governo está chamando os cidadãos de devassos e libertinos. Mais que isso: está legitimando a devassidão e a libertinagem

“Quem procura o bônus deve aceitar o ônus”. Ninguém tem o direito de unir-se ao corpo alheio antes do casamento (fornicação), de trair o cônjuge (adultério), de vender o próprio corpo (prostituição), de praticar atos antinaturais (homossexualismo). Quem pratica tais pecados contra a castidade, já deve estar contando com a possibilidade de contrair a AIDS ou outra doença sexualmente transmissível. Não é função do governo garantir aos devassos a segurança em suas aberrações. 

Há defensores do governo que dizem que a campanha em favor do preservativo é um “mal necessário”. Argumentam eles que, como hoje é inútil falar de castidade aos jovens e adolescentes, a única “solução” é oferecer-lhes um meio para pecar com segurança. 

Tal argumentação é falaciosa. Para uma população que já se houvesse bestializado a ponto de não querer ouvir falar de castidade, a solução seria alertá-la para os riscos do pecado que pretende cometer. Assim, os libertinos, cientes de que podem contrair uma moléstia mortal e incurável, ainda que levados pelo instinto de sobrevivência, abandonariam a libertinagem. 

Além disso, para decepção dos defensores do “pecado seguro”, os jovens não estão tão endurecidos como se pensa. Prova disso é a ótima aceitação que tem tido no meio juvenil o livro “Descobrindo a castidade”, cuja segunda edição está para ser lançada. Os jovens gostam de desafios. Alegram-se quando veem alguém que não os trata como quadrúpedes. Entendem perfeitamente que não são como os irracionais, escravos dos seus instintos, que na época do cio agridem cegamente o animal do outro sexo para acasalar-se. Compreendem que o instinto reprodutor, presente no homem, deve ser governado pela razão. Daí a necessidade de guardar a virgindade antes do casamento, e de guardar a fidelidade conjugal depois dele. 

Existe pecado seguro? 

Há muito tempo os criminosos estão à procura do crime perfeito. Enquanto isso, o Ministério da Saúde apregoa o pecado seguro. Mas pode haver segurança para quem transgride a lei de Deus? 

São Paulo diz que os gentios (os não judeus), “tendo conhecido a Deus, não o honraram como Deus nem lhe renderam graças” (Rm 1,21). E prossegue: “Por isso Deus os entregou a paixões aviltantes. Suas mulheres mudaram as relações naturais por relações contra a natureza (alusão ao homossexualismo feminino); igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns para com os outros, praticando torpezas homens com homens (alusão ao homossexualismo masculino) e recebendo em si mesmo a paga da sua aberração” (Rm 1,26-27). 

Quem profana o sexo, que é tão sagrado quanto a vida, não deixa de receber o castigo. No exemplo fictício dos ladrões, o colete a prova de balas de maneira nenhuma asseguraria um “roubo seguro”. Mesmo usando o colete, os ladrões poderiam ser atingidos na cabeça, nas pernas ou nos braços. Da mesma forma, o famigerado “preservativo” de maneira nenhuma assegura aos fornicadores, adúlteros, prostitutos e homossexuais um “pecado seguro”.

Contra fatos não há argumentos 

Imagine-se sentado na cadeira de um consultório odontológico e sentindo uma dor alucinante enquanto o dentista aplica a broca sobre um dente cariado. O profissional argumenta que você não pode, de modo algum, estar sentido dor. E isso, por vários motivos: a região foi bem anestesiada; já houve tempo mais do que suficiente para que o anestésico fizesse efeito; e, além disso, a perfuração da broca não foi muito profunda. Pergunto: toda essa argumentação faria a dor desaparecer? Você simplesmente responderia: “Sinto muito, doutor, mas apesar de tudo, estou sentindo dor”. 

Assim, é totalmente inútil que o Ministério da Saúde tente convencer que o preservativo é impermeável ao HIV usando argumentos como este:
Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos esticaram e ampliaram 2 mil vezes o látex do preservativo masculino (utilizando-se de microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros[1]. 
Toda essa argumentação de que o preservativo não deveria deixar passar o HIV cai por terra diante do fato de que ele deixa passar não só HIV, mas até mesmo o espermatozoide! 

De fato, os preservativos de látex nunca foram considerados um método eficaz de se evitar gravidez (eu disse gravidez e não AIDS). Os preservativos têm uma taxa anual de sucesso de 85% na prevenção da gravidez. Há uma falha de 15%[2]. Ninguém até agora foi louco o suficiente para negar que a mulher que usa preservativo pode engravidar, e que de fato, muitas vezes engravida

Mas convém lembrar duas coisas: 

a) a mulher só engravida em cerca de 6 dias por mês, enquanto o HIV pode infectar uma pessoa durante os 30 dias do mês. 

b) o espermatozoide, que consegue passar pelas fissuras microscópicas do preservativo em 15% dos casos, é 450 vezes maior que o HIV! Só a cabeça do espermatozoide (que mede 3 milésimos de milímetro) é 30 vezes maior que o HIV, cujo diâmetro é 0,1 milésimo de milímetro! 

O que relatei acima são fatos, e contra fatos não há argumentos. Como uma peneira que não consegue reter pedras poderá impedir a passagem de grãos de areia 

Os efeitos da propaganda enganosa 

Ao afirmar categoricamente que o preservativo é impermeável, o Ministério da Saúde está oferecendo ao público uma falsa segurança. O resultado dessa publicidade enganosa é um aumento da prática sexual indiscriminada (antes ou fora do matrimônio, com pessoas do mesmo sexo, com prostitutos e prostitutas...) e, em consequência, o aumento da propagação da AIDS. Isso é coerente com o que admite o Ministério da Saúde sobre o crescimento de infectados entre os jovens: “Em relação aos jovens, os dados apontam que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV”[3]. 

Segundo relatório da ONU[4], na América Latina “aproximadamente 10 novas infecções por HIV ocorrem a cada hora” (p. 84). “Tem havido um lento, quase estagnante declínio no número de novas infecções entre 2005 e 2013. [...] Entretanto, em países como o Brasil, com um grande número de pessoas vivendo com HIV, as novas infecções cresceram 11%” (p. 88). 

Segundo o Código de Defesa do Consumidor, “é proibida toda publicidade enganosa ou abusiva” (art. 37, caput). Ao omitir a informação de que o preservativo é permeável e, mais ainda, ao assegurar que ele é impermeável, a União federal está incorrendo em publicidade enganosa. Está incorrendo também em publicidade abusiva, uma vez que “é abusiva, dentre outras, a publicidade [...] que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança” (art. 37, §2º). O Código pune com detenção de seis meses a dois anos e multa a conduta seguinte: “fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança” (art. 68). Além disso, ao infrator é imposta uma contrapropaganda “de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade enganosa ou abusiva” (art. 60, §1º). 

Como se percebe, em nosso país essa lei tem sido simplesmente ignorada. Se fosse aplicada, o governo seria forçado a ensinar que não existe segurança fora da lei de Deus. 

Anápolis, 2 de fevereiro de 2015
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz 
Presidente do Pró-Vida de Anápolis

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Notas: 
[1] Por que usar a camisinha. Disponível emhttp://www.aids.gov.br/pagina/por-que-usar. 
[2] Cf. JONES, Elise F. & FORREST, Jacqueline Darroch, “Contraceptive Failure Rates Based on the 1988 NSFG (National Survey of Family I Growth)”:'Family Planning Perspectives 24:1 (Jan.-Feb. 1992), pp. 12, 18. Disponível emhttp://www.jstor.org/stable/2135719. 
[3] Aids no Brasil. Disponível emhttp://www.aids.gov.br/pagina/aids-no-brasil 
[4] UNAIDS. The gap report. 16 jul. 2014. Disponível emhttp://ep00.epimg.net/descargables/2014/07/15/af1da747cfd1bb233d64d9ac04939ab1.pdf

Um comentário:

Paulo Roberto Campos disse...

O governo petista, por meio do Ministério da Saúde, distribuiu mais de 50 milhões de preservativos (e espera distribuir mais 50 milhões) para estes dias carnavalescos. Inclusive instaram máquinas de distribuição gratuita de preservativos em alguns aeroportos. Ou seja, o próprio governo incentivando o desbragamento moral. Entretanto, vários estudos de conceituados pesquisadores comprovam que os tais profilácticos não são seguros. E ainda que fossem, pergunto: pode-se praticar o pecado, desde que seja de modo seguro? Bem sabemos que a única vacina segura contra o vírus da AIDS é a prática da castidade. Segundo São Francisco de Sales, “A castidade é o lírio das virtudes, e torna o homem quase iguais aos anjos; nada é belo senão pela pureza, e a pureza dos homens chama-se castidade”.