1 de outubro de 2017

Santa Teresinha do Menino Jesus

Gravemente enferma, Santa Teresinha em seu leito, colocado no claustro do Carmelo de Lisieux, aproximadamente um mês antes de seu falecimento

Neste dia 1º de outubro a Santa Igreja celebra a festa de Santa Teresinha do Menino Jesus, falecida no dia 30 de setembro de 1897. Portanto, há exatos 120 anos — 120 anos de visão beatífica no Céu!(*) 

Em sua memória, segue trecho de um brilhante artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado em 1947 (*), ano em que se comemorou o cinquentenário de falecimento da monumental Santa. O autor disse que tal artigo foi redigido por “alguém que muito e muito lhe deve [a Santa Teresinha] procurará saldar com respeitoso amor parte desta dívida, fazendo como que um comentário doutrinário à sua vida”.



O sentido mais profundo da heróica vocação de Santa Teresinha 

Plinio Corrêa de Oliveira


“Há no jardim da Igreja almas que Deus chama à vida contemplativa. Em conventos reclusos, certas almas de escol se dedicam especialmente a amar a Deus e a expiar pelos pecados dos homens. Estas almas corajosamente pedem a Deus que lhes mande todas as provações que quiser, desde que com isso se salvem numerosos pecadores. 

Deus as flagela sem cessar, de um modo ou de outro, colhendo delas a flor da piedade e do sofrimento, para com estes méritos salvar novas almas. Consagrar-se à vocação de vítima expiatória pelos pecadores, nada há de mais admirável. E isto tanto mais quanto muitos há que trabalham, muitos que rezam, mas quem tem a coragem de expiar? 

Este é o sentido mais profundo da vocação dos Trapistas, Franciscanas e Dominicanas, e também das Carmelitas entre as quais floriu a suave e heróica Teresinha. 


Seu método foi especial. Praticando a conformidade plena com a vontade de Deus, ela não pediu sofrimentos, nem os recusou. Deus fizesse dela o que entendesse. 

Santa Teresinha esmerou-se nesse tipo de mortificação: fazer a toda hora, a todo instante, mil pequenos sacrifícios. Jamais a vontade própria; jamais o cômodo, o deleitável; sempre o contrário do que os sentidos pediam. E cada um desses pequenos sacrifícios era uma pequena moeda no tesouro da Igreja. Moeda pequena, sim, mas de ouro de lei: o valor de cada pequeno ato consistia no amor de Deus com que era feito.


E que amor cheio de méritos! Santa Teresinha não tinha visões, nem mesmo os movimentos sensíveis e naturais que tornam por vezes tão amena a piedade. Aridez interior absoluta, amor árido, mas admiravelmente ardente, da vontade dirigida pela Fé, aderindo firme e heroicamente a Deus na atonia involuntária e irremediável da sensibilidade. Amor árido e eficaz, sinônimo, em vida de piedade, de amor perfeito… 

Grande caminho, caminho simples. Não é simples fazer pequenos sacrifícios? Não é mais simples não ter visões do que as ter? Não é mais simples aceitar os sacrifícios em lugar de os pedir? 

Caminho simples, caminho para todos. A missão de Santa Teresinha foi de nos mostrar uma vida em que pudéssemos todos trilhar. Oxalá ela nos auxilie a percorrer esta estrada real, que levará aos altares não apenas uma ou outra alma, mas legiões inteiras”. 

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(*) Segundo o “Novo Catecismo” (item 1023): “Os que morrem na graça e na amizade de Deus e estão perfeitamente purificados, viverão para sempre com Cristo. Serão para sempre semelhantes a Deus, porque O verão ‘tal como Ele é’ (1 Jo 3,2), ‘face a face’ (1 Cor 13,12)”

(**) Fonte: “Legionário” de 29-9-1947. Aqueles que desejarem ler a íntegra deste artigo, podem fazê-lo acessando o link: 

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