5 de agosto de 2018

De volta as escolas que respeitam a psicologia dos meninos e das meninas

Rendimento escolar específico cresce em escolas que não são mistas. (Escola católica nos EUA).

➤  Luis Dufaur

Ressurgem as escolas exclusivas para meninos ou meninas. Elas favorecem o melhor desenvolvimento de uns e de outras. E estão aumentando a cada ano. Hoje somam 240 mil escolas em 70 países no mundo. 

Uma moda inspirada no espírito anárquico igualitário da Revolução da Sorbonne (Maio de 68) e no relativismo moral espalhado em nome de Concílio Vaticano II desqualificou as escolas single-sex (só para meninos ou só para meninas). 

A revolução cultural-sexual da Sorbonne começou em marco de 1968 na Universidade de Nanterre, na periferia de Pais, reclamando toaletes comuns para homens e mulheres. 

Hoje, essa reivindicação está no cerne da agenda LGBT e causa profundas divisões nos EUA, onde a população recusa a mistura de toaletes que admitiria transexuais. 


Na Austrália também comprovam os benefícios
das escolas diferenciadas para meninos.
As escolas mistas não deram os resultados prometidos pela utopia igualitária e danificaram várias gerações. 

Por isso as escolas que não são mistas (só para meninos e ou só para meninas) voltam a ganhar espaço. Elas mostraram se adaptar melhor aos ritmos diferentes de cada gênero. 

Elas são apoiadas por estudos que apontam diferenças no desenvolvimento cognitivo e social de meninos e meninas, informou o jornal. “Gazeta do Povo”. 

Também como vem sendo observado por pais de família e comentaristas do blog e nas redes sociais, as escolas separadas por gênero criam um ambiente propício para a moralidade e os bons costumes. 
“As aulas single-sex podem tornar mais fácil aos professores adaptar o ensino às características comportamentais dos alunos. As meninas parecem preferir ambientes mais quietos em que possam trabalhar em grupo e chegar a um consenso. Meninos costumam preferir um ambiente mais competitivo, com mais atividades físicas e mais barulho”, afirma o psicólogo da escola norte-americana Clover Park School District, Robert Kirschenbaum. 
Nas escolas single-sex não há diferenças nos conteúdos, mas sim nos métodos, que são mais adequados aos perfis de meninos ou meninas. 

O resultado é uma educação personalizada, que atende às necessidades específicas e gera resultados mais eficazes. 

As moças estão sendo muito beneficiadas pelas escolas single-sex em Londres “Em um ambiente single-sex, principalmente nas idades de 13, 14 e 15 anos, há a oportunidade, tanto para os meninos como para as meninas, de serem eles mesmos por mais tempo”, disse o ex-diretor da faculdade Eton College, Tommy Little, no Fórum Global de Educação e Habilidades (GESF, Global Education and Skills Forum). 

No Brasil, as escolas single-sex entraram em declínio depois da década de 1950, quando as instituições públicas passaram a ser mistas. 

Mas elas não desapareceram. De acordo com o Censo Escolar da Educação Básica, em 2010 existiam pelo menos 612 escolas públicas e privadas em regime não misto no País. 

Em Curitiba (PR), o Colégio do Bosque Mananciais tem como objetivo atender aos ritmos e perfis distintos de meninos e meninas. 

“A sociedade estava carente desse sistema educacional”, analisa Leandro Pogere, diretor da instituição. 

“Encontramos nesse modelo aquilo que muitas famílias estavam buscando: maior foco no estudo, relacionamentos mais saudáveis e respeitosos, professores que compreendem o universo dos alunos com mais facilidade, os respeitam e motivam, e que auxiliam os pais”, afirmou. 


Meninas são muito mais beneficiadas
pelas escolas single-sex em Londres
No ambiente escolar, a separação por sexo é total: meninos têm professores e as meninas têm professoras, com aulas em prédios distintos, que ficam separados por um bosque. 

Nos EUA a procura de escolas single-sex cresceu muito. “Certamente todos já constatamos que há profissões comumente exercidas por homens e outras por mulheres. Na educação single-sex podemos encontrar uma solução, uma vez que trabalhamos as habilidades que comumente são encontradas no outro sexo”, concluiu. 

Nos EUA, o sistema single-sex, ainda restrito quase exclusivamente às escolas privadas de elite e religiosas, começa a ser usado no ensino público, principalmente em regiões de baixa renda. 

Na escola primária Charles Drew, na Flórida, um quarto das turmas é separado por sexo. O alto desempenho observado em escolas single-sex compensa o baixo desempenho característico de uma escola periférica. 


Nos EUA a procura de escolas single-sex cresce cada vez mais
A avaliação estadual da escola subiu de nota D para C. Resultados similares foram encontrados em outras escolas públicas que adotaram turmas single-sex em centros urbanos como Nova York, Chicago e Filadélfia. 

Segundo o Departamento de Educação dos EUA, o país contava em 2014 com 850 escolas públicas single-sex e cerca de 750 escolas públicas que oferecem pelo menos uma turma single-sex. Cfr. Blog do BG. 

O modelo de educação personalizada ganhou força nos EUA em 2002, quando uma lei permitiu às agências educacionais locais usar fundos públicos — destinados a “programas inovadores”— para apoiar escolas que separavam estudantes por gênero. 

Em 2002 só uma dúzia de escolas públicas oferecia o serviço. Menos de uma década depois, em 2011, pelo menos 506 instituições públicas tinham atividades desse tipo. 

Só na Espanha — país de origem do criador da Educação Personalizada, Victor García Hoz — há pelo menos 219 centros de estudo oferecendo educação diferenciada. 

A informação provém da Associação Europeia de Educação Single Sex (Easse, na sigla em inglês). 

A Suprema Corte da Espanha reconheceu esse direito a nove colégios da Andaluzia. Cfr. Solar Colegios.

Esse tipo de escola tende a se disseminar pela América Latina, diz o secretário geral da Associação Latino-americana de Centros de Educação Diferenciada (Alced), Ricardo Carranco. 

Em 1995, a Escola Catamarã, em São Paulo, foi fundada sob o projeto pedagógico de Hoz. 

Além dela, o Colégio do Bosque Mananciais, em Curitiba, virou símbolo da educação diferenciada por sexo no país.

Um comentário:

Costa Marques disse...

Oportuno comentário recordando que meninos e meninas têm diferentes psicologias e merecem cada qual atenção particular.
Boas iniciativas de Escolas retomando o ensino em separado a fim de favorecer o pleno desenvolvimento das crianças.
Essa malsã ideologia de gênero -- sem fundamentação científica -- é fator determinante de desorientação cultural e psiquica. CostaMarques