19 de outubro de 2022

MAGNÍFICA FLORESCÊNCIA DA ARTE


 ✅ Plinio Corrêa de Oliveira

Considero que a antiga Câmara de Ouro Preto é o prédio civil mais bonito do Brasil. Uma lindíssima construção do século XVIII, que serviu como Casa da Câmara e Cadeia da antiga Vila Rica, capital da Província de Minas Gerais. Hoje é um museu. 

Se fizermos a confrontação entre as edificações de São Paulo e as de Minas do século XIX, as de São Paulo vão crescendo cada vez mais em riqueza e tendem a ficar mais pomposas, enquanto as de Minas vão se acentuando cada vez mais na simplicidade, com uma preocupação de economia e pobreza. 

Mas no século XVIII, que motivos levaram os prédios daquele tempo em Minas Gerais a serem superiores àqueles construídos em São Paulo? 

Em São Paulo a produção de café começou a render mais no século XIX, e a cidade então passou a se enriquecer. Com a Independência, o Brasil passou a tomar mais contato com a Europa e, assim, comprava muita coisa europeia, o que arejou o ambiente colonial no País. 


Mas em Minas houve uma magnífica florescência da arte, o que não ocorreu tanto em São Paulo. Minas teve artistas tão bons que fizeram obras esplêndidas num tempo em que São Paulo estava nos primeiros vagidos da cultura. 

Esse é um dos assuntos interessantes da História do Brasil. Como explicar que de um modo autóctone tenha florescido uma cultura tão própria e tão superior à de um Estado que tinha um litoral amplo como o de São Paulo ou do Rio de Janeiro, então capital do Império? 

Como explicar que — muito antes do renascimento medieval observado na Europa no século XIX, depois de um período em que o Velho Continente abominou estupidamente o estilo medieval — o Aleijadinho tenha produzido imagens que os atuais críticos da arte julgam de inspiração medieval? É uma curiosidade de nossa História para se considerar. 

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Excertos de uma conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

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