13 de abril de 2010

O esdrúxulo encontro

No dia 21 de dezembro de 2009, o ato de lançamento do PNDH-3 (Fotos: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil)

• Paulo Roberto Campos
E-mail:
prccampos@terra.com.br

Intitulada “Via sacra”, uma breve notícia na coluna da Mônica Bérgamo (“Folha de S. Paulo”, 30-3-10) diz muito em poucas linhas. Mas suscita indagações. Em estilo “curto e grosso”, a renomada jornalista escreve:

“A ministra Dilma Rousseff, que já disse que ‘aborto é uma questão de saúde pública’ para defender a legalização, vai se encontrar com bispos católicos, depois da Páscoa, para discutir o tema. O vereador Gabriel Chalita (PSB-SP), que tenta se lançar ao Senado com apoio do PT, é um dos interlocutores da reunião. Os cardeais de São Paulo, dom Odilo Scherer, e do Rio, dom Orani Tempesta, estão entre os 50 clérigos convidados”.

Também procurando ser “curto e grosso”, comento: A ministra é favorável ao aborto. A Igreja Católica é categoricamente contrária ao aborto. O novo “Programa Nacional de Direitos Humanos” (PNDH-3), assinado por Dilma Roussef [foto], defende a legalização do aborto “considerando a autonomia das mulheres para decidir sobre seus corpos”. Também julga a matança dos inocentes um “direito humano” e — exatamente como a ministra — “uma questão de saúde pública”.

O ministro Paulo Vannuchi, um dos principais mentores do PNDH-3

A Igreja Católica sempre considerou o aborto como uma evidente violação do 5º Mandamento da Lei de Deus (“Não Matarás”). De acordo com o Catecismo, o aborto é um pecado gravíssimo que brada aos Céus e clama a Deus por vingança. Portanto, o encontro “com bispos católicos” seria uma reunião entre quem defende a morte do nascituro no seio materno e aqueles que devem defender “o valor sagrado da vida humana desde o seu início até o seu termo” — conforme afirmou o Papa João Paulo II em sua encíclica Evangelium vitae (1995).

Ainda na mesma encíclica o Papa condena nos seguintes termos quem defende a “legalização do aborto”: “Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo poderá jamais tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão e proclamada pela Igreja”.

No dia da assinatura do PNDH-3. No centro, da esquerda para a direita, Vannuchi, Dilma e Lula

Então, qual a razão de um encontro de uma Ministra, que defende o aborto, com pastores, cuja missão natural, e também sobrenatural, é defender de todos os modos e sem exceção a vida inocente?

Entre várias suposições possíveis de se fazer, trago à baila duas. Imaginem que ambos os lados adotem a política do “ceder para não perder” — o governo se comprometeria a fazer alguns recuos no PNDH-3, enquanto os pastores se comprometeriam a não atacá-lo por inteiro e veementemente.

Ou um outro acordo: a ministra cederia na questão do aborto, retirando-a do PNDH-3, em troca de os pastores não atacarem as outras inúmeras aberrações contidas no Programa. Por exemplo, a sovietização de nossos campos através de uma Reforma Agrária radical bafejada por órgãos da CNBB a reboque dos quais atua o MST.

Terá esse encontro o desfecho merecedor da reprovação feita por Churchill à política entreguista de Chamberlain em relação aos nazistas: “Tínheis a escolher entre a vergonha e a guerra: escolhestes a vergonha e tereis a guerra”? Quem viver, verá!

Rezemos para que o esdrúxulo encontro não traga como resultado uma vergonhosa derrota dos defensores naturais da ortodoxia e da moral, por terem preferido ceder em vez de lutar. E seja, pelo contrário, o de lutar para vencer!

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Mobilização Nacional contra o PNDH-3

www.ipco.org.br

Convido os leitores deste blog, preocupados com os rumos que o País está tomando em direção a uma radical sovietização, a engajarem-se na importante campanha promovida pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, contra o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).

Lançado pelo governo Lula às vésperas do último Natal, tal programa, caso venha a ser aprovado no Brasil, corresponde à implantação no País de uma implacável perseguição religiosa, sob pretexto de “Direitos Humanos”.

Acessando o site em epígrafe, clique na figura das mãos segurando o terço. Assim, o leitor poderá enviar seu “cartão amarelo” a todos os Senadores e Deputados Federais manifestando suas preocupações com os graves riscos de “cubanização” do Brasil com a implantação do
obscurantísta e jurássico PNDH-3.

Não deixe para amanhã, envie o quanto antes sua advertência aos nossos representantes em Brasília. É muito fácil e rápido.

www.ipco.org.br

2 comentários:

André disse...

Mais uma vergonha,como tudo nesse governo.

POR QUE NÃO ?! disse...

Dá pena esses "pastores" que deveriam zelar pelos princípios, para que os católicos se firmassem ainda mais, e não ficarem fazendo acordos com o lado que só deseja a destruição da própria igreja católica. Entre 0 e 10, minha nota é 9 no sentido de que os "pastores" cederão às exigências petistas. São fracos e fico com pena deles. Rezemos para que o Senhor nos dê novos pastores de verdade. Seu rebanho precisa de proteção forte e urgentíssima!!!