Com o
denominado “divórcio instantâneo”, aumenta o número de separações, aumenta o
número de famílias dissolvidas “instantaneamente”, aumenta o número de filhos
com perturbações psíquicas
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Paulo Roberto Campos
A conclusão recentemente divulgada pelo IBGE — com base nas “Estatísticas do Registro Civil 2010” — sobre o aumento do número de divórcios no Brasil é assombrosa: em 2010, o crescimento de 36,8% em relação ao ano anterior (vide notícia abaixo).
Entretanto, apesar de espantosa, tal alarmante conclusão não me surpreendeu. Por quê? — A dissolução dos costumes que há muito vem minando a instituição da família em nosso País (por meio, por exemplo, das imoralíssimas novelas televisas) só poderia gerar este efeito desastroso. Mas, a este fator, devemos também atribuir a culpa à nova legislação (Emenda Constitucional 66, publicada em julho de 2009), que facilitou as separações ao extinguir as exigências legais e até mesmo os prazos, com o chamado “divórcio instantâneo”.
Assim sendo, podemos afirmar que aqueles que comemoraram a simplificação na “Lei do divórcio” (melhor seria dizer “Lei do concubinato”) comemoraram, no fundo, a simplificação para se destruir “instantaneamente” a família.
Com efeito, segundo um muito competente estudo da psicóloga e pesquisadora social norte-americana, Judith Wallerstein [foto], o aumento do número crianças com problemas psicológicos e psíquicos, bem como de adolescentes que entram no mundo do álcool e das drogas, é devido à separação dos pais. Ademais, ela demonstra, num segundo livro sobre a questão, fundamentado em centenas de entrevistas, que o divórcio gera um tal trauma nas crianças e adolescentes, que produz gerações de adultos com problemas mentais. Nesse livro, que obteve muito reconhecimento nos Estados Unidos, a autora analisa um grupo de filhos de divorciados rondando pelos 40 anos. Destes, apenas 30% se casaram. E daqueles que o fizeram, 50% já se divorciaram. Esses dados estatísticos se repetem em estudos semelhantes de outros autores, como Vangyseghem e Appelboom (2004) e Marquardt (2005).
Aviso aos navegantes: aqueles que “sonham” com o divórcio, saibam que estarão embarcando num "navio-fantasma", numa grande ilusão povoada de pesadelos, com filhos depressivos, com problemas na escola e com propensão a se afundarem no mundo das drogas. Portanto, para salvarem suas famílias do naufrágio, não permitam que elas sejam atingidas pela bomba divorcista.
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Após mudança na lei, nº de divórcios
cresce 36,8% e bate recorde no País
“O Estado de S. Paulo”, quinta-feira, 1º de dezembro de 2011
Clarissa Thomé
Para o gerente da coordenadoria da População e Indicadores Sociais do IBGE, Cláudio Dutra Crespo, o aumento foi impulsionado pela mudança na legislação, no ano passado, com a promulgação da Emenda Constitucional 66, que acabou com a necessidade de separação judicial prévia e com os prazos para o divórcio.
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