5 de dezembro de 2011

Facilidade de divórcio — facilidade de destruição da família

Com o denominado “divórcio instantâneo”, aumenta o número de separações, aumenta o número de famílias dissolvidas “instantaneamente”, aumenta o número de filhos com perturbações psíquicas

Paulo Roberto Campos


A conclusão recentemente divulgada pelo IBGE — com base nas “Estatísticas do Registro Civil 2010” — sobre o aumento do número de divórcios no Brasil é assombrosa: em 2010, o crescimento de 36,8% em relação ao ano anterior (vide notícia abaixo). 


Entretanto, apesar de espantosa, tal alarmante conclusão não me surpreendeu. Por quê? — A dissolução dos costumes que há muito vem minando a instituição da família em nosso País (por meio, por exemplo, das imoralíssimas novelas televisas) só poderia gerar este efeito desastroso. Mas, a este fator, devemos também atribuir a culpa à nova legislação (Emenda Constitucional 66, publicada em julho de 2009), que facilitou as separações ao extinguir as exigências legais e até mesmo os prazos, com o chamado “divórcio instantâneo”. 


Assim sendo, podemos afirmar que aqueles que comemoraram a simplificação na “Lei do divórcio” (melhor seria dizer “Lei do concubinato”) comemoraram, no fundo, a simplificação para se destruir “instantaneamente” a família. 


Com efeito, segundo um muito competente estudo da psicóloga e pesquisadora social norte-americana, Judith Wallerstein [foto], o aumento do número crianças com problemas psicológicos e psíquicos, bem como de adolescentes que entram no mundo do álcool e das drogas, é devido à separação dos pais. Ademais, ela demonstra, num segundo livro sobre a questão, fundamentado em centenas de entrevistas, que o divórcio gera um tal trauma nas crianças e adolescentes, que produz gerações de adultos com problemas mentais. Nesse livro, que obteve muito reconhecimento nos Estados Unidos, a autora analisa um grupo de filhos de divorciados rondando pelos 40 anos. Destes, apenas 30% se casaram. E daqueles que o fizeram, 50% já se divorciaram. Esses dados estatísticos se repetem em estudos semelhantes de outros autores, como Vangyseghem e Appelboom (2004) e Marquardt (2005). 

Aviso aos navegantes: aqueles que “sonham” com o divórcio, saibam que estarão embarcando num "navio-fantasma", numa grande ilusão povoada de pesadelos, com filhos depressivos, com problemas na escola e com propensão a se afundarem no mundo das drogas. Portanto, para salvarem suas famílias do naufrágio, não permitam que elas sejam atingidas pela bomba divorcista. 

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Após mudança na lei, nº de divórcios cresce 36,8% e bate recorde no País 

“O Estado de S. Paulo”, quinta-feira, 1º de dezembro de 2011 
Clarissa Thomé 

O número de divórcios no País bateu recorde no ano passado. Em 2010, foram registrados 243.224 divórcios, entre processos judiciais e escrituras públicas  36,8% mais que em 2009. Significa que 1,8 em cada mil pessoas com 20 anos ou mais dissolveu o casamento legalmente. Os dados são das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o gerente da coordenadoria da População e Indicadores Sociais do IBGE, Cláudio Dutra Crespo, o aumento foi impulsionado pela mudança na legislação, no ano passado, com a promulgação da Emenda Constitucional 66, que acabou com a necessidade de separação judicial prévia e com os prazos para o divórcio.

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