Enchente em Valência, Espanha, no dia 30 de outubro |
✅ Daniel Félix de
Sousa Martins
Fonte Revista Catolicismo, Nº 889, Janeiro/2025
O ano que
passou assemelhou-se a um mar revolto. Extraordinariamente revolto. As ondas turbilhonaram
de todos os lados, em sentidos contraditórios e caóticos. Primeiro a água,
depois a lama devastaram regiões no Rio Grande do Sul e mais tarde da Espanha,
parecendo simbolizar as psico-enchentes no mundo, algumas boas, outras
preocupantes.
A esquerda
sofreu um verdadeiro arrastão, tanto no Brasil, quanto nos EUA e Europa.
Em sentido
contrário, a avalanche da autodemolição avançou a passos largos na Santa
Igreja. Na sociedade, a imoralidade e a blasfêmia foram mar alto, em especial
durante as Olimpíadas de Paris.
A
conflagração russo-ucraniana e o crescente poderio chinês ameaçam, qual
tsunami, descarregar-se em conflito mundial, quiçá atômico.
Passemos,
pois, 2024 em revista, para que a visão de conjunto, ancorada nos fatos e
sobretudo na fé, nos prepare para o ano que começa.
Aurora boreal sobre Kiev, capital da Ucrânia, no mês de outubro |
Sinais no firmamento e no céu
Se em 2023 o
mundo foi surpreendido por “auroras boreais” em plena zona mediterrânea da
Europa[1],
2024 assistiu a uma “inundação celeste” em diferentes estações do ano e em
regiões onde tal fenômeno ou não acontece, ou ocorre apenas raríssimamente.
Em março, “uma
severa tempestade solar atingiu a Terra, de acordo com o Centro de Previsão do Tempo
Espacial da NOAA, fazendo com que partes dos Estados Unidos pudessem ver a aurora boreal”.[2]
Em maio,
conforme The New York Times, “as pessoas na Grã-Bretanha ficaram maravilhadas com a visão
incomum e espetacular da aurora boreal. As luzes do norte geralmente não chegam
tão ao sul. Elas são vistas com mais frequência em latitudes mais próximas do Polo
Norte. Pessoas em outros países europeus, incluindo Dinamarca e Alemanha,
também relataram ter visto as luzes”. Os espectadores ficaram maravilhados com
a visão, manifestando sua surpresa, alegria e, às vezes, choque nas mídias
sociais: “Aurora boreal? Nesta época do ano? A essa hora do dia? Nesta parte do
país?”.[3]
Em outubro,
nova ocorrência: a luz vermelha tingiu os céus de Kiev, de cidades russas[4],
e também de diversos outros países. Nos Estados Unidos, até a Flórida (sic!)
assistiu à mudança no firmamento.
Quem tem fé
sabe que a Providência se utiliza dos fenômenos naturais no governo do
universo. E se em 2023 já foi este o caso, quanto mais hoje é nosso dever
considerar com seriedade as palavras da Santíssima Virgem em Fátima: “Quando
virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabeis que é o grande sinal
que Deus vos dá de que vai punir o mundo por seus crimes, por meio da guerra,
da fome, e da perseguição à Igreja etc.[5]”
Sinais no firmamento da Igreja
O Cardeal Víctor Manuel Fernández lançou, com aval do pontífice, a declaração Fiducia Supplicans, promovendo a bênção para duplas homossexuais e casais em situação de concubinato ou adultério. |
As tempestades solares pareciam simbolizar outra tormenta, muito mais transcendente, na Santa Igreja, instituída por Nosso Senhor para ser o farol da verdade, o “sol da justiça”, segundo expressão da Sagrada Escritura (Malaquias, IV).
Com efeito,
a infiltração dos erros na Igreja tentou com renovada sanha obscurecer esse sol
com doutrinas e práticas escusas. No apagar das luzes de 2023, em 18 de
dezembro, o novo prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, Cardeal
Víctor Manuel Fernández, lançou, com aval do pontífice, a declaração Fiducia
Supplicans, promovendo a bênção para duplas homossexuais e casais em
situação de concubinato ou adultério[6].
A
declaração, obviamente errônea e escandalosa, contradizia documento da mesma
congregação vaticana, publicado dois anos antes, que afirmava não ter a Igreja
sequer poder ou autoridade para abençoar uniões ilícitas e pecaminosas[7].
O mês de
janeiro assistiu a uma inundação de posicionamentos pró e sobretudo contra a
declaração, lembrando o que previra Nossa Senhora em Akita sobre o período do
grande castigo: “A obra do maligno vai infiltrar-se até mesmo dentro da
Igreja, de tal modo que se verão cardeais opondo-se a cardeais e bispos contra
bispos.[8]
Vejamos
apenas alguns exemplos da oposição ao documento que tanto escândalo causou:
—
Praticamente todos os bispos da África subsaariana rejeitaram a declaração.
— O bispo
auxiliar de Madrid declarou que “as bênçãos a casais homossexuais são
contrárias à natureza humana”[9].
O bispo de Oviedo disse que a declaração era propositalmente confusa e torcia a
verdade sobre as bênçãos.[10]
— Na França,
nove bispos saíram a público rejeitando a declaração[11].
— O cardeal
Robert Sarah convidou todos a se oporem “a uma heresia que mina gravemente a
Igreja”.[12]
— Arcebispo
de Kansas City: “nenhum Papa nem dicastério pode mudar o ensinamento
bíblico”.[13]
— D.
Athanasius Schneider, bispo-auxiliar de Astana, no Cazaquistão: “rezemos
pelo Papa para que se arrependa da confusão que criou na Igreja”[14].
— As
dioceses do Caribe francês repudiaram Fiducia Supplicans[15].
— Os bispos
da Bielorrússia publicamente rejeitaram o documento[16].
— O prelado
de Moyobamba, no Peru, declarou: “Abençoar casais em situação irregular e
casais do mesmo sexo é um abuso grave do Santíssimo Nome de Deus, que é
invocado sobre uma união objetivamente pecaminosa de fornicação, adultério ou,
ainda pior, atividade homossexual”[17].
— D. Héctor
Aguer, arcebispo emérito de La Plata (Argentina): Fiducia Supplicans não
deve ser obedecida: “É perfeitamente correto negar a bênção a casais
homossexuais e àqueles em situação irregular”[18].
— Sacerdotes
espanhóis lançaram campanha pedindo a revogação da declaração.[19]
Foto
do livro “Brecha na Barragem”: O livro de José A. Ureta e Julio Loredo, editado
pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira
e TFPS de mais de 20 países, denuncia a infiltração do lobby homossexual
na Igreja. A obra foi enviada a bispos de todo o mundo.
Lama na face da Igreja
Em meio à
polêmica, descobriu-se que o próprio signatário da inaceitável declaração havia
escrito livros de conteúdo obsceno, como a obra A Paixão Mística. Segundo
conhecida jornalista católica, “a perversidade fica mais evidente nos capítulos
7 a 9, os três últimos capítulos do livro, onde Víctor Manuel Fernández faz uma
longa apresentação do prazer feminino e masculino, não sem ambiguidade, pois
parece querer sugerir que o homem, para se aproximar de Deus, precisa se tornar
mais feminino em sua união com ele. Vamos nos abster de citar longamente os
três últimos capítulos, que obviamente descambam para a pornografia, com seus
termos técnicos e descrições de animais. Enquanto isso, ver o novo cardeal
ditando a lei doutrinária na Igreja hoje é pior do que uma piada de mau gosto:
é um escândalo”.[20]
Buraco negro da autodemolição
O
teólogo-moralista Pe. José Aberasturi comentou com razão: “Se ele não for
removido, seu mentor assume todo o seu currículo", acrescentando que, "continuar
com esse desastre é continuar a ampliar o buraco negro pelo qual a
Igreja está se autodestruindo.”[21]
Como
católicos, sabemos que a Igreja é imortal, amparada pela promessa de nosso
Divino Salvador: “as portas do inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt
16, 18-20). As portas do inferno, portanto, tentarão prevalecer... e é o
que empreenderam em 2024. Citemos alguns exemplos.
O teólogo e professor da PUC chilena, Jorge Costadoat,
afirmou em entrevista para o órgão dos jesuítas no Rio Grande do Sul: “A
própria instituição da confissão auricular é abusiva, pois expõe os católicos a
uma experiência desumana”. Aonde chegamos? Até a confissão sacramental está
sendo posta em xeque![22]
Em setembro,
o Papa Francisco desatou nova onda de perplexidade quando declarou a um grupo
inter-religioso de jovens em Cingapura, durante sua recente viagem à Ásia: “Todas as religiões são caminhos para
Deus. Vou
usar uma analogia, elas são como diferentes idiomas que expressam o divino.”[23] Pouco depois, aos jovens reunidos em Tirana, Albânia,
para os Encontros Mediterrâneos 2024, reafirmou: “A diversidade de nossas
identidades culturais e religiosas é um presente de Deus”[24].
Parêntese:
Nosso Senhor não disse “eu sou um caminho, uma verdade e uma
vida”... Mas sim “eu sou o
caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim”
(Jo 14,6). Fecha parêntese...
Em 22 de
outubro, algo trágico aconteceu com os católicos chineses que sofrem
perseguições há décadas por sua fidelidade a Roma. O Vaticano renovou o acordo
com o regime comunista, reconhecendo as nomeações episcopais feitas pelos
agentes do estado totalitário chinês, abandonando o rebanho à mercê dos lobos[25].
Em novembro,
a visita papal à casa de Emma Bonino também gerou compreensível estranheza,
pois a ativista italiana é “uma das figuras públicas mais incisivas na luta
pela disseminação do aborto, eutanásia, divórcio, drogas gratuitas etc.”[26].
Ritos pagãos introduzidos na Missa
Emma Bonino |
No esforço de “inculturar” a liturgia, os bispos australianos aprovaram em maio o rito aborígine da Missa, repleto de elementos tribais, pagãos, estranhos à prática católica, e completamente dessacralizantes[27].
Em novembro,
o Vaticano aprovou o rito maia da Missa, “que envolve danças rituais e
mulheres tomando o lugar do sacerdote no incensamento do altar”[28].
Enquanto
isso, segundo o site oficial da Arquidiocese de Manaus, está em fase
final de elaboração “o rito amazônico, algo que foi se
configurando a partir do desejo de uma Igreja com rosto amazônico”[29].
Avanço do satanismo e da blasfêmia
As cerimônias de inauguração e encerramento das Olimpíadas de Paris, de que Catolicismo tratou com detalhes em setembro e outubro p.p., foram um sinal emblemático do avanço do satanismo e da blasfêmia.
Em
março, a arquidiocese de Carpi promoveu uma mostra de arte blasfema (sic!) dentro
da Igreja de Santo Inácio, com Nosso Senhor e Nossa Senhora pintados em
atitudes tão obscenas que nos abstemos de descrever aqui. Os fiéis afluíram em
massa na frente da igreja em protesto e atos reparação, e processaram o
arcebispo, o artista e outros envolvidos na amostra[30].
A
cada ano, em Sevilha, o Conselho Geral de Irmandades e Fraternidades convida um
artista famoso para produzir um pôster promocional das belíssimas e famosas
procissões de Semana Santa na cidade. Neste ano, o pintor Salustiano Garcia
apresentou uma figura de “Cristo ressuscitado” blasfema e provocativa, com um
corpo ultra efeminado e sensual, praticamente nu.[31]
Em
julho, o padre pró-LGBT James Martin proferiu palestra tendo diante de si uma
representação sacrílega de Nossa Senhora vestida com bandeira representando o
movimento homossexual e transexual[32].
Algo semelhante se deu em Aparecida do Norte. Uma romaria sacrílega
envolveu uma cópia da imagem de Nossa Rainha e Padroeira com uma bandeira do
movimento LGBT, e entrou no Santuário[33].
Em
Toulouse, França, um show de grandes proporções promovido em outubro
pelo governo local gerou indignação “devido às suas múltiplas referências satânicas e
esotéricas”. O arcebispo de Toulouse “decidiu
então consagrar a cidade e a diocese ao Sagrado
Coração de Jesus em 16 de outubro,
para proteger a cidade das ‘ameaças das trevas’”[34].
Em
novembro, um afegão entrou em importante santuário na Suíça, retirou as
vestimentas da milagrosa imagem, a “Virgem Negra”, e a golpeou repetidamente,
antes de ser detido pelo sacerdote e preso[35].
Na
Alemanha, uma ópera sacrílega intitulada “Sancta” apresentava um grupo de
freiras, cujo relacionamento na peça se degenera em orgias entre elas sobre uma
cruz, entre outros insultos à Igreja. A peça é de tal forma repugnante que 18
assistentes tiveram de receber cuidados médicos pelas severas náuseas.[36] A
TFP Student Action da Alemanha promoveu vigorosos atos de reparação em
frente aos teatros de Stuttgart e Berlin, com assistência de dezenas de fiéis
indignados.
Estes
são apenas alguns exemplos dos sacrilégios e blasfêmias contra Nosso Senhor,
Nossa Senhora e a Santa Igreja em 2024, que pedem de todo católico
consciencioso um revide espiritual à altura, com atos de reparação públicos e
privados.
Os participantes do Sínodo da Sinodalidade junto ao papa Francisco
Sínodo da Sinodalidade – abriu-se a caixa de pandora
Em outubro
de 2023 e 2024 ocorreu no Vaticano o Sínodo sobre a Sinodalidade. Três meses
antes da primeira sessão, o livro Processo Sinodal, uma Caixa de Pandora,
editado pelo Instituto Plinio Corrêa de
Oliveira e entidades afins de 28 países (Cfr. Catolicismo, outubro/23), alertava para o perigo iminente: sob o
pretexto de reforma, o Sínodo ameaçava minar a estrutura hierárquica da Igreja,
tal como Nosso Senhor a instituiu.
A obra foi
enviada a todos os bispos titulares do mundo e a grande número de sacerdotes e
seminaristas, que responderam concordando com a denúncia: o Sínodo ameaçava
soltar dentro da Igreja o gás tóxico da heterodoxia e da confusão.
Com efeito,
o documento final do evento, bem como as comissões de estudo criadas para
discutir temas como o diaconato feminino, confirmaram os receios expostos no
livro. Segundo comentário de um sacerdote espanhol, “o objetivo pretendido
não é levar o evangelho de Cristo às pessoas, mas estabelecer um novo paradigma
da Igreja, a igreja sinodal, com todas as suas consequências.”[37]
O documento
final do Sínodo promove a descentralização da autoridade eclesiástica, uma
possível mudança no Código de Direito Canônico que dê poder deliberativo a
órgãos colegiados de leigos, cujas decisões poderiam ser vinculantes até para
os bispos. Faz lembrar o socialismo autogestionário, desta vez aplicado à Santa
Igreja.
Em 25 de
novembro, o Sumo Pontífice chancelou a declaração, afirmando que “as igrejas
locais e os grupos de igrejas são agora chamados a implementar, em diferentes
contextos, as indicações autorizadas contidas no documento, por meio dos
processos de discernimento e tomada de decisão previstos pela lei e pelo
próprio documento”[38].
Sínodo do desinteresse
O lema do
Sínodo era Comunhão, Participação e Missão. Ele pretendia haurir sua
autoridade moral da consulta ao “povo de Deus”. Em julho, as redes oficiais do
Sínodo lançaram uma pesquisa para saber o grau de interesse do “povo de Deus”
com a sinodalidade na Igreja: “cerca de 90% votaram negativamente.
Como resultado, a secretaria responsável do sínodo encerrou a pesquisa
prematuramente e colocou os resultados off-line.”[39]
Comentou a
respeito Javier Arias: “os amigos do voto e da sinodalidade receberam uma
boa dose de seu próprio remédio. As pessoas se manifestaram, mas na direção
oposta ao que eles esperavam.”[40]
Pouca comunhão
e quase nenhuma participação do “povo de Deus”... o mesmo que terá de
sofrer as consequências!
Novos cardeais
Parece que
da mesma Caixa de Pandora
saíram alguns dos 21 novos cardeais nomeados em outubro. O principal organismo
que promove a infiltração do lobby homossexual na Igreja publicou
matéria em que comemorava: “De modo geral, aqueles que tinham registros
públicos positivos sobre questões LGBTQ+ foram amplamente recebidos.”[41]
Entre os
nomeados está o ex-superior geral dos dominicanos, Pe. Timothy Radcliffe. O
religioso fez recentes declarações blasfemas e escandalosas, como: “certamente
[o ato homossexual] pode ser generoso, vulnerável, terno, mútuo e não violento.
Então, de muitas maneiras, eu acho que ele pode expressar a autodoação de
Cristo (sic!)”[42].
Falsas e verdadeiras reações à crise na Igreja
Era de se
esperar que essas abominações suscitassem reações. De fato, as houve. Mas
infelizmente, talvez levados pelo desespero, muitos começaram a tomar uma
atitude tresloucada e cismática. A mais emblemática delas foi a do Arcebispo
Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico nos EUA.
Confundindo
denúncias documentadas com conclusões precipitadas e linguagem desrespeitosa, o
prelado fez declarações em que não reconhecia o Papa Francisco e desconsiderava
a priori qualquer autoridade vaticana. Tal conduta errada e imprudente
valeu-lhe a declaração de excomunhão por cisma[43].
Bem
diferente foi a postura de outros altos eclesiásticos, como o Cardeal Raymond
Burke. Respeitoso na linguagem, mas decidido em sua posição, denunciou o
documento final do Sínodo: “Ninguém conseguiu definir qual é o significado
de sinodalidade — isso se tornou uma espécie de suporte para o avanço de todos
os tipos de ideias sobre a Igreja, sobre a liturgia sagrada. Isso vai
simplesmente gerar mais confusão e divisão, prejudicando a missão da Igreja.
Deveríamos estar dedicando nossa energia à proclamação da verdade sobre a vida
humana, sobre a natureza humana, o casamento e a família [...]. Portanto, rezo
com todas as minhas forças para que isso seja corrigido”.[44]
O Arcebispo
de Sidney (Austrália) também alertou para os desvios sinodais: “O Sínodo
sobre Sinodalidade não pode reinventar a fé católica”.[45]
Outra declaração, talvez a mais contundente e incisiva até o momento, foi a do bispo emérito de Tyler (Texas, EUA), Dom Joseph Strickland [foto ao lado]. Durante rosário público que promoveu ao lado da reunião anual da conferência episcopal de seu país, o prelado leu carta aos bispos americanos[46]:
“Os senhores
se reúnem aqui hoje, apóstolos dos dias atuais, enquanto a Igreja e, portanto,
o mundo está à beira de um precipício. No entanto, os senhores, a quem foi
confiada a guarda das almas, preferem não dizer uma palavra sobre o perigo
espiritual que sobeja. Hoje estamos à beira de tudo o que foi profetizado sobre
a Igreja e as abominações que surgirão nestes tempos, um tempo em que todo o
inferno atacará a Igreja de Jesus Cristo e um tempo em que os anjos caídos do
inferno não mais procurarão entrar em seus salões sagrados, mas ficarão do lado
de dentro, espreitando pelas janelas e abrindo as portas para dar as
boas-vindas a mais destruições diabólicas.
[...]
Muitas pessoas perguntaram o que será necessário para que mais do que alguns
bispos finalmente se manifestem contra as mensagens falsas que fluem
constantemente do Vaticano [...]
Os
senhores não sabem que Nosso Senhor enviará seus anjos vingadores para amontoar
brasas de fogo sobre as cabeças daqueles que foram chamados para serem seus apóstolos
e que não guardaram o que Ele lhes deu?
No
entanto, quase todos os senhores, meus irmãos, assistiram silenciosamente à
realização do Sínodo sobre a Sinodalidade, uma abominação construída não para
guardar o Depósito da Fé, mas para desmantelá-lo, e ainda assim poucos foram os
gritos ouvidos dos senhores — homens que deveriam estar dispostos a morrer por
Cristo e sua Igreja. [...]
Peço aos
fiéis que rezem fervorosamente para que todos os pastores encontrem suas vozes
e digam comigo: “Que viva Cristo Rei – viva Cristo, o Rei, a Verdade
Encarnada!”
As palavras
do bispo texano foram uma lufada de ar fresco para os fiéis. Em nenhum momento
faltou com o respeito devido à autoridade, mas foi firme. Rezemos e esperemos
que continue nesta linha, sem se desviar para os desatinos do arcebispo Viganò.
O sol de justiça brilhará com toda a intensidade
Nosso Senhor Jesus Cristo, “O Sol de Justiça” |
Diante da avalanche de notícias que acabamos de ver, podemos ser tentados de desânimo. Por isso é oportuno recordar a passagem da Sagrada Escritura a que fizemos breve alusão acima. Trata-se do trecho do profeta Malaquias, capítulo IV, no qual profetiza um grande castigo para os ímpios, seguido da vitória do “sol de justiça”:
“Porque
eis que virá um dia ardente como uma fornalha acesa. Todos os soberbos, todos
os que cometem a impiedade serão como a palha; este dia, que está para vir, os
abrasará, diz o Senhor dos exércitos, sem lhes deixar nem raiz, nem ramos.
"Mas
para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, que traz a salvação
sob as suas asas; saireis então e saltareis (alegres) como novilhos ao sair do
estábulo.
"Calcareis
os ímpios, que serão como cinza debaixo da planta de vossos pés, nesse dia em
que eu agir, diz o Senhor dos exércitos[47]”.
Beata Catarina Racconigi, em êxtase. |
O castigo do mau clero revelado a uma santa
Muitas são
as profecias particulares que detalham o grande castigo e o grande triunfo do
bem. Abaixo reproduzimos um pequeno trecho de revelações de Nosso Senhor à
Beata Catarina Racconigi.
A Beata Catarina Racconigi (1486-1547), virgem mística italiana da Ordem
Terceira de São Domingos, recebeu os estigmas e sofreu todas as dores da
Paixão. Tendo se oferecido em holocausto por todos os mortos da batalha de
Marignan (1515), sua vida foi, a partir de então, um calvário atroz. Deus a
cumulou dos maiores favores. O Pe. Morelli O.P., que foi seu confessor, narra
suas visões.
Uma espada, um punho, mas três lâminas
“Em
diferentes circunstâncias, a Beata Catarina viu no futuro as tribulações que
devem preceder a futura renovação da Igreja. Lembro-me de tê-la ouvido
dizer que não veria em sua vida mortal a maior dessas provações. Assim, em
1543, ela viu uma pessoa bela e venerável vestida de branco, segurando uma
espada, com apenas um punho, mas três lâminas, com a qual ameaçava os povos com
calamidades sangrentas. Ela entendeu que a pessoa armada com a espada era a
Santíssima Trindade que havia resolvido conduzir a Igreja, por meio de
numerosos flagelos, ao seu estado inicial e florescente de santidade.
Flagelo que atingiria o clero seria o último
“Naqueles
dias, ela me disse com toda a simplicidade que o flagelo que atingiria o clero
seria o último, mas ao mesmo tempo o mais terrível”. Certo dia, “Catarina,
arrebatada em êxtase na festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, viu Nosso
Senhor indignado contra os pastores da Santa Igreja: os dois apóstolos
intercederam em favor dos culpados e ela se juntou a eles, mas sem ser
atendida.
O Barco da Igreja
“Sete dias
depois, rezando pelas pessoas que lhe eram queridas, bem como por toda a
Cristandade, ela viu a si mesma e a seus amigos em um barco que o mar, em sua
fúria, ameaçava com seus abismos. O barco da Igreja foi lançado entre as rochas
sob o efeito de ventos contrários, de modo que parecia ter que sucumbir de um
momento para outro, para se perder nas profundezas do mar, mas o barco
sempre escapou desse perigo supremo, e muitos dos passageiros foram puxados
para fora e desapareceram nas águas. São Pedro não tirava os olhos do barco
guiado por São Gregório.
“Esse
espetáculo das provações do Santo Barco foi dado a ela no final de sua vida.
Naqueles dias, ela disse que a renovação da Igreja por meio do flagelo não
estava longe; que os turcos viriam. Eles devastariam a Itália e a tornariam
sangrenta por meio de grandes batalhas”[48].
Sinais de conversão?
Apesar de
toda a decadência nos meios católicos, a Santíssima Virgem parece estar
derramando um orvalho de graças em muitos setores da Igreja e da sociedade,
fomentando um renascer da fé, ainda muito incipiente, mas que alimenta nossa
confiança para o futuro.
Segundo
pesquisa da Associated Press, “os
padres progressistas que dominaram a Igreja dos EUA nos anos que se seguiram ao
Concílio Vaticano II estão agora na casa dos 70 e 80 anos. Muitos estão
aposentados. Alguns já morreram. Os padres mais jovens são muito mais
conservadores”[49].
No Canadá, “relatos
de declínio da prática religiosa entre os católicos no Canadá estão se tornando
mais frequentes a cada ano, mas uma tendência diferente, mostrando maior
interesse de jovens adultos, dá esperança de um possível renascimento da
Igreja em breve”[50].
O Arcebispo
de Utrecht (Holanda), Cardeal Willem Eijk, declarou no mesmo sentido que “as
paróquias onde a fé é bem proclamada e celebrada com dignidade estão cheias”[51].
A
peregrinação de 100 quilômetros entre Paris e Chartres, na festa de
Pentecostes, de católicos ligados à liturgia tradicional, teve participação
recorde em 2024, deixando toda a mídia francesa de queixo caído: 18.000
peregrinos, a grande maioria jovens, fizeram o caminho a pé[52].
Na Áustria,
o mosteiro cisterciense mais antigo do mundo teve este ano o maior número de
monges de sua história, desde 1133. Segundo o abade, o segredo é a adoração ao
Santíssimo Sacramento que fazem toda sexta-feira, onde sempre comparecem de 150
a 250 jovens[53].
A tendência
dos jovens ao Catolicismo tradicional manifesta-se até nas práticas exteriores
mais simples, como o uso do véu para mulheres. O que levou Madeleine Kearns, jornalista
da mídia The Free Press, de Los Angeles, a se perguntar: “Por que
tantas mulheres católicas jovens de toda a América aparecem na igreja usando
véus? É fácil descartá-las como millennials superficiais, atraídas por
algo bonito, mas seus motivos vão ao cerne de nossa liturgia. É aqui que a fé e
a moda se encontram.”[54]
Um famoso site
progressista americano lamentou que as mulheres tradicionalistas representam “uma
formidável força religiosa e política”:
“As
esposas tradicionalistas se opõem coletivamente ao feminismo [...] Minha
preocupação não é apenas que a minoria de esposas católicas esteja crescendo,
mas que ela esteja mobilizando um grupo de eleitores católicos conservadores
que veem um retorno à vida anterior ao Vaticano II como uma questão religiosa e
política. [...] Graças à sua conexão com os principais influenciadores
católicos e suas contrapartidas republicanas de extrema direita, as esposas
católicas fazem parte de um contingente crescente de eleitores católicos que
confundem a luta pelo catolicismo tradicionalista com a luta pelos valores
políticos americanos conservadores. Elas geralmente se identificam como parte
da geração pró-vida, refletindo um número crescente de jovens padres que são
mais tradicionalmente católicos e politicamente conservadores. À medida que
a eleição presidencial de 2024 se aproxima, esse movimento crescente de esposas
católicas provavelmente desempenhará um papel importante na forma como os
católicos votam nas eleições e nos futuros líderes políticos e católicos
americanos.[...]”[55]
Trump declarou que sua administração “será ótima para as mulheres e seus direitos reprodutivos”, em clara alusão ao aborto, afastando-se da posição pró vida de seu primeiro mandato |
Eleições pelo mundo: arrastão contra a esquerda
O panorama
político internacional de 2024 foi marcado pelas derrotas fragorosas da
esquerda.
Em junho, as
eleições para o Parlamento europeu registraram uma das maiores derrotas da
esquerda na história do bloco. A BBC assim registrou a surpresa: “Uma noite
de drama na Europa: o parlamento da UE se volta para a direita”[56].
Na França,
as eleições parlamentares foram antecipadas pelo presidente Emmanuel Macron, em
um cálculo político para evitar a maioria absoluta da direita em 2025. Apesar
de frustrar tal maioria, a manobra tornou sua governabilidade ainda mais
obstruída, além de pavimentar o caminho da direita para uma possível vitória
nas eleições presidenciais de 2027.
No Brasil,
as eleições municipais marcaram época, deixando a esquerda em uma crise
existencial, talvez a maior desde o fim do governo militar.
Na
Venezuela, Maduro precisou recorrer a uma enorme fraude eleitoral para
manter-se no poder.
Até na
Holanda e na Bélgica, uma enchente conservadora pôs os esquerdistas com as
barbas de molho...
Mas nenhum choque
foi tão grande para a esquerda mundial do que as eleições norte-americanas, que
se desenrolaram quase como um filme surreal.
O presidente
Joe Biden manifestou sua decrepitude em debate com o candidato republicano em
junho, e foi forçado por seus correligionários a renunciar à disputa, passando
o bastão para a vice-presidente de esquerda, Kamala Harris.
Donald Trump
havia sido indiciado em diversos processos, com o claro intuito de torná-lo
inelegível. A tentativa de assassinato na Pensilvânia esteve a um centímetro de
tirar-lhe a vida. A cena emblemática do candidato sangrando e de pulsos para o
ar dominou o noticiário e as redes sociais durante várias semanas. Outro
atentado frustrado foi interceptado a tempo pelo serviço secreto.
Apesar dos
esforços midiáticos sem precedente, e de somas astronômicas de donativos para o
cofre dos democratas, a esquerda perdeu em todas as frentes: a Câmara, o
Senado, a Presidência, e até o voto popular, fato que de há muito não ocorria[57].
Sombras no quadro
Todas essas
derrotas da esquerda pelo mundo deram grande alívio e foro de cidadania às
correntes conservadoras. E isto é evidentemente bom.
Certas
sombras, entretanto, não deixam de preocupar os observadores atentos. Várias
lideranças políticas de direita têm favorecido uma mudança de eixo da reação
conservadora. Tanto na Europa quanto nos EUA, há uma tendência dessas cúpulas
de se afastarem dos temas morais — aborto, família etc. — e focalizarem
a agenda direitista apenas no aspecto econômico e no problema das imigrações
em massa.
Talvez o
fato mais emblemático deste fenômeno tenha sido a vergonhosa e decisiva votação
de todos os senadores e de vários deputados do Rassemblement National, o
maior partido de direita da França, a favor de incluir na constituição o assim
chamado direito ao aborto.[58]
Durante a
campanha presidencial, Trump declarou que sua administração “será ótima para
as mulheres e seus direitos reprodutivos”[59],
em clara alusão ao aborto, afastando-se da posição pró vida de seu primeiro
mandato.
O problema
da imigração é assustador em alguns países e deve ser tratado com bom senso e
firmeza, sobretudo na Europa, em que o Islã ameaça tomar posições-chave na
sociedade, com o grave risco de descristianizar e caotizar ainda mais aquele
continente. Entretanto, a amnésia do aspecto moral ameaça desvirtuar a onda
conservadora para uma posição francamente materialista e, dependendo do
país, nacionalista, no sentido pejorativo da palavra.
Por exemplo,
cresce a preocupação de que o presidente eleito dos EUA possa abandonar a
Ucrânia às traças, sob pretexto de atender “primeiro” aos interesses
americanos, o que poderia dar livre curso às pretensões tirânicas do ex-agente
da KGB, Vladimir Putin.
Soldado ucraniano lança um drone contra as linhas russas |
Ucrânia por um fio
Segundo o
jornal El Pais, em outubro “Volodymyr
Zelenskiy retornou de uma viagem a Washington com sinais desencorajadores de
que é cada vez mais improvável que a Ucrânia afaste as forças russas no campo de
batalha. Os
republicanos deixaram claro que sua prioridade é que Kiev faça concessões para
acabar com a guerra.”[60]
De fato, o
ano terminou com perspectivas sombrias para Kiev. De outro lado, o conflito
subiu de grau. Em fins de novembro, o presidente americano e o
primeiro-ministro britânico permitiram à Ucrânia usar seus mísseis balísticos
em território russo. Logo em seguida, o exército ucraniano bombardeou um centro
militar em Maryno, na Rússia[61].
Pouco depois, Biden aceitou fornecer minas à Ucrânia, o que ajudaria na defensa
do front[62]. Tudo isso parecia ser
uma resposta à participação de 10.000 soldados norte-coreanos lutando do lado
russo[63].
A retaliação
foi dupla: Putin assinou documento definindo novos parâmetros para a doutrina
militar russa quanto ao uso de armas nucleares. Segundo ele, a Rússia se vê
agora no direito de reagir com armas nucleares a ataques com armas
convencionais vindas de países que possuem arsenal atômico[64].
Em seguida, lançou sobre a Ucrânia um míssil com capacidade de carregar ogivas
nucleares. A ameaça estava feita[65].
Alguns
analistas se perguntaram se essa escalada não seria um show de ambas as
partes para aumentar as vantagens em uma possível mesa de negociações. Pode bem
ser. Mas isso levanta para o Ocidente uma importante questão:
Em 2014 a
Rússia já se havia apossado de um enorme naco do território ucraniano. Dez anos
depois está fazendo o mesmo: está no momento em posse de aproximadamente 20% da
área do país[66]. Quando isso vai parar? É
lícito às nações ocidentais aceitarem um acordo espúrio e abandonar um país
soberano, que luta heroicamente pela integridade de seu território? Quem será o
próximo: Lituânia? Polônia?
A resposta a
esta pergunta crucial só os próximos meses poderão dar. Eis a análise do
conhecido colunista espanhol Andrea Rizzi:
“Uma
vitória total da Rússia seria um ponto de virada histórico. Mas mesmo um
acordo que sancionasse uma perda territorial significativa e a inibição da
liberdade de política externa do que restou da Ucrânia seria um sucesso
geoestratégico para a Rússia que não só teria um impacto na região, mas mudaria
as relações globais, com o entendimento de que as democracias ocidentais
podem ser derrotadas em questões de extrema importância por pura superioridade
de força de vontade. Seria uma mensagem de efeito imensurável em escala global:
tanto para os aliados europeus, que seriam tocados pela realidade do
distanciamento americano da região, quanto para toda a galáxia de regimes
autoritários insatisfeitos com a primazia ocidental, que veriam seu
enfraquecimento e a desintegração do vínculo entre seus principais
representantes.”[67]
Guerra no Oriente Médio
Até o
momento em que escrevo, Israel parece estar com quase total vantagem sobre o
Irã e seus proxies Hamas (Faixa de Gaza) e Hezbollah (Líbano). Grande
parte da liderança destes últimos foi dizimada, e sua cadeia de comando
parcialmente desmantelada[68].
Em fins de
outubro, as forças armadas israelenses bombardearam centenas de alvos
estratégicos em território iraniano, incluindo bases militares e depósitos de
armas, impedindo uma retaliação significativa do Irã[69].
Exatamente
um mês depois, Israel e Hezbollah assinaram um cessar-fogo no Líbano e
iniciaram a retirada de tropas das zonas de conflito. Se o frágil acordo for
observado por ambas as partes até fins de janeiro, ele seria permanente[70].
Estamos nos
encaminhando para o fim do atual conflito no Oriente Médio? É difícil prever. O
grande receio dos analistas militares é o papel que desempenhará a China neste
e outros casos.
China: a grande ameaça
Segundo o
presidente do Instituto para o Estudo da Guerra, general Jack Keane (ret.),
“A maior
mudança geopolítica nos últimos 3 ou 4 anos é o grau de cooperação e
coordenação entre Irã, China, Rússia e Coreia do Norte. Isso cria uma situação
muito perigosa globalmente. Por quê? Porque se a China começasse uma guerra na
região do Indo-Pacífico, no mar do sul da China, ou com Taiwan, é provável que
então a Rússia faça o mesmo, porque eles sabem que os EUA não poderiam lidar
com duas guerras simultâneas, e nos acharíamos em um conflito global. Este é o
perigo diante de nós. Eu estive em uma comissão do congresso americano por 20
meses, e esta foi a grande conclusão no que se refere aos perigos para os EUA e
seus aliados”[71].
Em setembro,
China e Rússia realizaram exercícios militares conjuntos próximos ao Japão: “90.000
soldados e mais de 500 navios e aeronaves foram mobilizados para o maior
exercício do tipo em 30 anos”.[72]
Antes, em
maio, a China já havia realizado extenso exercício militar aéreo e naval em
torno de Taiwan, em claro sinal de protesto e ameaça pelos resultados das
eleições na ilha, que elegera um presidente anti-Pequim[73].
Em 19 de
novembro, uma comissão de estudo do Congresso americano publicou um relatório
de 793 páginas sobre a ameaça chinesa para os Estados Unidos. As conclusões são
preocupantes para o equilíbrio mundial: “Pequim agora têm o potencial de derrotar os EUA em um futuro
conflito regional”.
A China também está “escalando as tensões na região do Indo-Pacífico contra o Japão,
além da pressão militar contínua visando Taiwan e as Filipinas”.
Nas últimas duas décadas, diz o estudo, o governo comunista chinês concentrou
seus esforços em “construir um grande número de mísseis, navios, aeronaves e
outros sistemas para um futuro conflito no Indo-Pacífico”.[74]
Virgem do Apocalipse – Miguel Cabrera (1695-1768). Museu Nacional de Arte, Cidade de México
Conclusão
Esta visão
panorâmica pode nos inundar de preocupações. Entretanto, se colocamos a glória
de Deus no centro e não nossas pessoas, começaremos a ver o grandioso do
quadro. É quando tudo parece irremediavelmente perdido que a Divina Providência
costuma intervir: a História dá disso abundantes exemplos.
Se é verdade
que em 2024 apareceram muitos sinais no céu, muito mais expressivo é o Sinal,
com S maiúsculo, que Deus quis dar
ao mundo: “uma Senhora mais brilhante que o sol”, como descreveu um dos
pastorinhos de Fátima, “uma Mulher vestida do sol com a lua
debaixo dos pés, e uma coroa na cabeça”, como descreve o Apocalipse (12,1).
Sim, essa
Senhora tem coroa porque é Rainha, e tudo o que Ela pede a seu Divino Filho,
obtém. Ela nos promete seu auxílio se a Ela recorremos com confiança e
persistência em todas as vicissitudes, quaisquer que sejam.
Tudo o que
Ela promete, Ela cumpre.
Ela prometeu
intervir, intervirá.
Prometeu
triunfar, triunfará!
[1]Euronews,
6-11-23.
[2] AOL, 25-3-24
[3] The New
York Times, 10-5-24
[4] The New
York Times, 11-10-24
[5] Cfr.
Catolicismo, nº 159.
[6] Site oficial do
Vaticano, 18.12.24. Cfr:
https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_ddf_doc_20231218_fiducia-supplicans_en.html
[7] Site oficial do
Vaticano, 15.3.21. Cfr:
https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/2021/03/15/210315b.html
[8] Mensagem de Akita,
13.10.73
[9] Infovaticana, 5-1-.24
[10] Infovaticana, 14-1-24
[11] Catholic World Report, 6-1-24
[12] Diakonos.be, 8-1-24
[13] Infovaticana, 13-1-24
[14] Infovaticana, 16-1-24
[15] Infovaticana, 23-1-24
[16] Il Messagero, 2-4-24
[17] LifeSiteNews, 4-1-24
[18] LifeSiteNews, 4-1-24
[19] Infovaticana, 3-1-24
[20]SMITS, Jeanne. Le cardinal pornographe : Victor Manuel Fernandez et la
« passion mystique ».Reinformation.tv,
8.1.24. Disponível em :
https://reinformation.tv/cardinal-pornographe-fernandez-mystique/
[21] Infocatolica, 9-1-24
[22] Instituto Humanitas Unisinos, 4-11-24.
Disponível em:
https://www.ihu.unisinos.br/645573-o-grande-sinal-dos-tempos-e-a-consciencia-da-catastrofe-ecologica-e-ambiental-entrevista-especial-com-jorge-costadoat
[23] America Magazine, 25-9-24
[24] Catholic News Agency, 17-11-24
[25] Site oficial do Vatican, 22.10.24. Cfr.:
https://press.vatican.va/content/salastampa/en/bollettino/pubblico/202410/22/241022c.html
[26] La Nuova Bussola Quotidiana, 7-11-24
[27] Crux, 8-5-24
[28] LifeSiteNews, 15-11-24
[29] 22-8-24
[30] La Nuova Bussola Quotidiana, 11-3-24
[31] The Pillar, 5-2-24
[32] Infovaticana, 2-7-24
[33] Pleno.news, 19-11-24
[34] Aleteia, 19-10-24
[35] Infovaticana, 20-11-24
[36] The Guardian, 10-10-24
[37] Stillum Curiae, 1-11-24
[38] Site oficial da Conferência Nacional dos Bispos dos EUA, 25-11-24
[39] Stillum Curiae, 2-9-24
[40] Infovatica, 26-7-24
[41] New Ways Ministry, 7-10-24
[42] New Ways Ministry, 7-10-24
[43] Vatican News, 5-7-24
[44] LifeSiteNews, 1-11-24
[45] Catholic World Report, 16-10-24
[46] Catholic.org, 14-11-24
[47] (Malaquias 4, 1-3)
[48] SERVANT, Michel, Veillez et Priez car l'heure est proche, Saint
Germain en Laye, 1972.P. 229-232. Ver
também, sobre a Bem-Aventurada, M. C. Garray, Les Bienheureuses dominicaines,
Paris, 1913.
[49] Il Timone, 3-5-24
[50] Catholic World Report, 22-7-24
[51] Infovaticana, 16-10-24
[52] L’ÉchoRepublicain, 20-5-24
[53] Infovaticana, 18-3-24
[54] The Free Press, 25-8-24
[55] National Catholic Reporter, 17-5-24
[56] BBC, 10-6-24
[57] PBS News, 24-11-24
[58] Le Monde, 4-3-24
[59] Infocatolica, 16-8-24
[60] El Pais, 4-10-24
[61] The Guardian, 20-11-24
[62] The New York Times, 20-11-24
[63] The Guardian, 20-11-24
[64] Euronews, 19-11-24
[65] Reuters, 22-11-24
[66] Reuters, 2-6-22
[67] El Pais, 12-11-24
[68] Site da Foundation for Defense
of Democracies, 21-9-24
[69] BBC, 28-10-24
[70] The New York Times, 27-11-24
[71] Entrevista para Fox News, 14-9-24
[72] CNN, 17-9-24
[73] The New York Times, 22-5-24
[74] The Washington Times, 19-11-24
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