10 de agosto de 2014

Massacre de católicos em terras de maioria islâmica

Letra N (em árabe ن de Nazareno) que 
muçulmanos estão pintando nas casas dos cristãos
que devem ser expulsos ou executados 

Paulo Roberto Campos 

Nesses últimos dias, horrorizados temos acompanhado a dramática situação de nossos irmãos católicos perseguidos, sendo trucidados em diversas nações muçulmanas, principalmente no Iraque. Em Mossul (norte do Iraque) muitos cristãos recebem um ultimato do ISIS (sigla em inglês de Estado Islâmico do Iraque e do Levante): “Convertam-se ao Islã ou deixem suas casas sem levar seus bens, ou morte”. Em raros casos, permitem que algumas famílias fiquem na cidade desde que lhes paguem o “imposto dos infiéis” (a jizya) de aproximadamente 500 dólares mensais. Há muitos relatos de mulheres que foram violadas pelos militantes do ISIS.  

No dia 6 último, Qaraqosh (cidade localizada a 50 Km de Mossul, na qual viviam 40 mil cristãos) foi ocupada durante a noite pelos milicianos do ISIS. Quase toda população tinha fugido quando se soube da aproximação dos islamitas. Há falta de informação sobre a situação atual de milhares desses cristãos, mas, segundo a AINA (agência internacional de notícias da Assíria) eles fugiram para cidades do Curdisdão.

Causa-nos perplexidade observar como certas autoridades (eclesiásticas e civis) permanecem num “silêncio ensurdecedor” diante desse martírio de católicos. Causa-nos também perplexidade observar tais autoridades, costumeiramente tão loquazes, apenas emitirem uma notinha de repúdio, quando necessário seria um brado de indignação, o levantamento de uma verdadeira Cruzada em defesa de nossos irmãos que estão sendo escorraçados de suas Igrejas, de suas casas e de suas cidades por agentes da religião islâmica. 

A fim de despertar a autêntica indignação contra tais atrocidades, transcrevo alguns trechos de um artigo, publicado no “O Estado de S. Paulo” de 24 de julho último, de autoria de Gilles Lapouge, correspondente muito bem informado no tema. 

Mártires cristãos no Iraque 

Gilles Lapouge 


Edifício da Igreja Católica incendiado em Mossul 
Há alguns dias, os cristãos da segunda maior cidade do Iraque, Mossul, tomada recentemente pelos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isil, na sigla em inglês), ganharam o direito de escolher seu destino. Os novos donos de Mossul oferecem quatro opções: deixar o Iraque no prazo de 24 horas, converter-se ao islamismo, pagar um imposto especial para os não muçulmanos, tornando-se cidadãos de segunda categoria ou, finalmente, morrer pela espada.

Enquanto Saddam vivia, a comunidade [igrejas católicas do Oriente, rito caldeu, siríaco, armênio, grego ou latino] tinha mais de um milhão de fiéis. 

Era uma espécie de milagre. Fundada no século IV, essa corrente católica teve um papel preponderante naquele tempo. Foi ela que converteu ao cristianismo uma parte dos mongóis. Além disso, transmitiu aos árabes e posteriormente à Europa medieval toda a cultura da Grécia antiga.

Desde que os americanos mataram Saddam, os católicos foram escorraçados do Iraque ou perseguidos. Hoje, com a chegada dos jihadistas do Isil (mais obtusos e perversos do que os de Osama bin Laden e da rede Al-Qaeda), começa o tempo da agonia. Milhares de cristãos iraquianos teriam sido mortos e 600 mil já fugiram do país. 

Um pedaço da história, construído ao longo de 16 séculos, ameaça ser aniquilado, pelo menos se os fanáticos do Isil consolidarem sua vitória e conseguirem criar um califado que ignora as fronteiras políticas habituais e sonha implantar a sharia em grande parte da Síria e do Iraque, de Alepo a Bagdá. As perseguições tem ocorrido desde que, há um mês, foi proclamado o califado islâmico. 


Letra pintada nas casas
para identificar os cristãos
Não conhecemos todos os detalhes e todas as indignidades. Contudo, sabe-se que centenas de iraquianos cristãos teriam sido mortos e mais de 600 mil tomaram o caminho do exílio. Em Mossul, as casas dos cristãos foram marcadas com a letra N (que significa Nassarah ou Nazareno, um pouco como as casas dos judeus eram emporcalhadas por Hitler).

Onde se refugiam esses cristãos expulsos de suas casas? Muitos se dirigem para Qaraqosh, 30 quilômetros a leste de Mossul, por ser uma cidade de maioria cristã. Além disso, a localidade é predominantemente curda. Os curdos opõem-se aos fanáticos do califado. Seus guerreiros, os peshmergas, são muito fortes. Eles lutam contra as tropas jihadistas e protegem os cristãos. Surpreende um pouco que esse fato não tenha provocado indignação nas capitais ocidentais. É claro que todas essas calamidades são tão numerosas e asquerosas que cada horror atua como um filtro para impedir que se percebam outros horrores: Síria, Faixa de Gaza, a Líbia à beira do abismo, Sudão, República Centro-Africana, Ucrânia, etc. O mundo hoje não passa de uma extensa decepção, um longo soluço. Mas, no caso dos cristãos de Mossul, estamos diante de uma das mais violentas crueldades.
Católicos do Iraque refugiados na Igreja de São José, em Erbil (norte do Iraque) depois de fugirem de suas aldeias invadidas por guerrilheiros muçulmanos
PS: De outro boletim que recebi hoje da "ACI/EWTN Noticias", de 8-8-14, informa que a situação se agrava drasticamente dia-a-dia. O Patriarca católico caldeu, Dom Louis Raphael Sako, exortou a comunidade internacional a tomar consciência do êxodo, da “via sacra que milhares de cristãos iraquianos estão sofrendo para escapar da violência dos extremistas muçulmanos do Estado Islâmico (ISIS)”, que nesta quinta-feira tomaram Qaraqosh. Ele descreveu essa tragédia “Cerca de 100 mil cristãos, horrorizados e em pânico, fugiram das suas aldeias e casas sem nada mais do que a roupa que tinham vestida [...]. É um êxodo, uma verdadeira Via Sacra, cristãos, incluindo doentes, idosos, crianças e grávidas, estão a caminhar a pé no calor ardente do verão iraquiano para se refugiarem nas cidades curdas de Erbil, Duhok e Soulaymiyia”.

                Em outra notícia da mesma agência e do mesmo dia, a “ACI/EWTN Noticias”, transcreve uma declaração de Mark Arabo, líder da comunidade caldeia, à CNN denunciando que os jihadistas do Estado Islâmico (ISIS), estão decapitando crianças cristãs em Mosul, pendurando os seus pais e estuprando as mulheres, as quais são sequestradas e vendidas como escravas. “No parque (de Mossul) o Estado Islâmico decapita sistematicamente as crianças, colocando as suas cabeças em cima de paus e cada vez mais crianças estão sendo decapitadas. As suas mães são estupradas e assassinadas e estão pendurando os seus pais”. 

6 comentários:

Nelson Fragelli disse...

Segundo o Cardeal de Milão, Angelo Scola, esta perseguição é ainda mais feroz do que o martírio sofrido pelos cristãos nos três primeiros séculos de nossa era.

Lucas Janusckiewicz Coletta disse...

Os curdos, os muçulmanos, e qualquer bandido tem suas armas, agora os cristãos falam de ecumenismo. Desculpe, mas o seu artigo diz que as pessoas estão horrorizadas, aonde? No Brasil? Dentro das igrejas católicos pós CVII o pessoal está comemorando...

Paulo Roberto Campos disse...

Prezado Lucas
No artigo afirmo o que esta afirmado e nada mais... Não afirmei que “todas as pessoas”, nem que “todos os brasileiros”, nem muito menos que “todos os católicos” estão horrorizados. O que consta no texto é simplesmente que “horrorizados temos acompanhado a dramática situação de nossos irmãos católicos perseguidos”. Temos acompanhado, ou seja, este que lhe escreve e as pessoas com quais tenho conversado a respeito desse massacre de católicos no Iraque. Estes estão, realmente, horrorizados! Assim, como o imagino também horrorizado com toda essa perseguição islâmica.
É evidente que a grande maioria, inclusive dos católicos, como o senhor escreve: “Dentro das igrejas católicos pós CVII o pessoal está comemorando...”. Mas estes não são católicos verdadeiros, são falsos católicos ou têm apenas o nome de católico. Sem dúvida, devido ao pseudo ecumenismo (maldito ecumenismo), desde o CVII se prega o oposto à luta que Nosso Senhor Jesus Cristo veio trazer à Terra — a luta entre os “filhos da luz” contra os “filhos das trevas”. Em nome do falso “ecumenismo” se prega a acomodação, o “diálogo”, e não a resistência!
No caso da cruel perseguição aos católicos no Iraque, o ecumenismo prega o “ceder para não perder”. Resultado estão perdendo tudo — seus filhos, suas casas, seus bens, suas igrejas, suas cidades — pois a reação verdadeiramente católica seria “não ceder para vencer”. Os guerrilheiros da religião muçulmana só avançam e vão ganhando terreno porque não encontram à frente católicos preparados e com forças suficientes para resistir.
Claro que seria incomparavelmente mais louvável, ver nossos irmãos resistindo às invasões e não fugindo como está ocorrendo. Se eles não estivessem “trabalhados” pelo falso ecumenismo, já há muito tempo estariam preparados para o pior e com forças suficientes para lutar e vencer. O problema vêm de longe, “O fraco rei faz fraca a forte gente... (já escrevia o velho Camões). Quando a liderança é mole, amolece toda sua gente.
Rezemos à Divina Providência para que intervenha nos acontecimentos atuais e para que os autênticos católicos se dêem conta da tradição da liderança que impossibilita qualquer resistência e que comecem a lutar. Claro que não será fácil, pois sem recursos, sem forças armadas... Assim, temos a luta de David contra Golias. Mas, como disse Santa Joana D´Arc, “os homens combatem e Deus lhes dará a vitória”!! Ou como escrevera Tertuliano: “O Sangue dos mártires é semente de novos cristãos”!!
Agradeço seu comentário, que me propiciou ocasião para manifestar, uma vez mais, meu horror ao aludido massacre, e envio-lhe forte abraço,
Paulo R. Campos

Maria das Graças Dourado Pimenta disse...

Em face dessa terrível perseguição contra os cristãos no Oriente Médio, surge uma pergunta: Onde estão os defensores dos direitos humanos?
Que papel têm feito a ONU para defender as crianças decapitadas e mulheres violentadas?

Paulo disse...

Antes de mais nada, a não ser que não sejamos católicos, podemos negar a validade do V II, mas é bom considerar que ele esteve - ainda hoje a Igreja - infiltrado de muitos inimigos maçons, comunistas e protestantes travestidos de bispos e cardeais - no fundo mesmo é a luta Satã x Jesus - e esses malfeitores representam as hostes infernais internas.
O caso do V II: quantos bispos e cardeais eram comunistas ou maçons nele - caso Bugnini, na liturgia nele, D Clemente Isnard aqui, nele o Cardeal Leo Suenens trazendo pentecostalismo protestante, os RCCs, etc. e aqui no Brasil a equipe do "Pacto das Catacumbas", nele o vermelho D Hélder et alii.
Todo esse problema ainda veio de que os liberalistas desse concilio arranjaram um tal de "Espírito do Concilio", fabricaram e relativizaram temas como se ele recomendasse, inclusive nesse época o Papa Paulo VI disse: "que por uma fresta da Igreja a fumaça de Satanás havia adentrado a Igreja" - e sim, por meio desses Judas Iscariotes, como se dele proviesse tudo de ruim que existe hoje, logicamente com pleno apoio da mídia globalista!
Lembra-se do caso, depois descoberta a farsa: Pio XII, o papa de Hitler, armação da KGB?
Quem nega a validade do V II não é católico, idem os concílios anteriores, não distingue as obras dos infiltrados passando-se por hierárquicos etc.
Já leu a lista há décadas sobre os maçons cardeais considerados suspeitos? Os 2 acima constavam lá!
Todos esses desviaram e desviam os espíritos dos católicos incautos para o relativismo, para um falso ecumenismo, até como aos inimicíssimos de Deus e da Igreja, os pagãos do Islã, adoradores da deusa da lua Alah, que mais se parece sincretismo e essa adesão a ele pode ser a causa maior de domínio no Ocidente cada vez maior por eles; afinal, silencio é conivência!
De onde Cristo é expulso o diabo toma conta!
Um exemplo? O Brasil de tradição católica sob as patas de Satã via comunistas implantando suas leis, que povo e sacerdotes e alguns bispos que os apoiam são esses?
Comportar-se-iam como os Judas Iscariotes versão século XXI, nada mais!

Fernando L.A.Soares disse...

Senhor Editor,

Marina, num jogo
de cintura, feito o Lula
vende alma ao diabo?
- Fernando L.A.Soares

EVANGÉLICA MUSA GAY?

Alopradamente outrora adorando à bicharada e abominando ao mecenas
agronegócio que paga as contas nacionais, mas oportunistamente agora fã quando
em fortuita bolha emocional lidera as pesquisas, acaso o tupiniquim eleitorado
seria mesmo ingênuo a ponto de - votando numa debutante musa gay evangélica
e veterana marionete dos espiões pastores gringos - trocar por míseras folhas
de papel-bíblia a fabulosa riqueza mineral sob o verde tapete de Amazônia?

Alusivo

Poema
de haicais,

BIRUTA MARINA?

- Fernando L.A.Soares

Aloprando à Terra
de Santa Cruz, protestante
bafo do Anticristo?

Ao luso barroco
transplante, uma iconoclasta
rejeição dos crentes?

Com chutes na Santa
evangélicas serpentes
brasileiro encantam?

Pastores à grana
e hinduista Marina aos bichos,
só um rei ama o povo?
Poder aos mentores
voto entrega de protesto
na biruta ecóloga?