11 de novembro de 2016

Como ser fiel apesar da infidelidade?


Paulo Roberto Campos

Abaixo, algumas fotos da excelente conferência pública proferida ontem por José Antonio Ureta, membro da TFP francesa, no Club Homs da capital paulista. 

Como o tema é muito profundo e delicado, envolvendo numerosos pormenores, apenas en passant digo uma palavra sobre o conteúdo da conferência, que, certamente em breve, estará disponível no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, que promoveu o evento. 

O conferencista [foto] iniciou fazendo uma correlação “picante”, do tema que desenvolveria, com o livro do Padre Nicola Bux (2010) cujo título é provocador: “Como ir a missa e não perder a fé”. Ele disse que o leitmotiv de sua palestra — para se expressar de modo não “politicamente correto” — poderia ser: “Como assistir ao Pontificado do Papa Francisco sem perder a fé”. 

Apesar da crise atual na Igreja — na linha do “misterioso processo de autodemolição”, segundo o Papa Paulo VI — Ureta fundamentou bem a assistência do Espírito Santo à Igreja, o que garante sua perenidade. 

Entretanto, nem a indefectibilidade e a infalibilidade da Igreja, impedem que a Hierarquia católica possa acabar por favorecer o erro e até mesmo a heresia. O que não justifica nenhuma infidelidade do católico, mesmo estando muito perplexo com o que tem assistido nesses últimos tempos. Disso, apenas dois exemplos recentíssimos: as homenagens no Vaticano e em Lund (Suécia) ao heresiarca Lutero e o incentivo à luta de classes marxista aos movimentos de esquerda, como o MST, também no recinto do Vaticano. 

Na exposição, o membro da TFP francesa lembrou o lema de Paris: “Fluctuat nec mergitur” (“Sou batido pelas ondas, mas não afundo”) — referência ao barco que figura no brasão da Cidade Luz. Aplicando à Igreja, se poderia dizer como Santo Agostinho: “Esta é a Igreja santa, Igreja una, Igreja verdadeira, Igreja católica que combatendo sempre contra todas as heresias, tem que lutar, mas não poderá jamais ser vencida”. 

Simplificando muito, a seguir, apenas os títulos, por assim dizer, das cinco partes desenvolvidas na importante conferência: 
1 — O marco teológico que fundamenta as considerações expostas; 2 — Rápida resenha de alguns exemplos históricos de graves crises na Igreja em seu passado; 3 — Descrição do “caos” que se agravou na Igreja a partir do atual Pontificado; 4 — Algumas iniciativas de resistência a esse caos por parte de prelados e leigos; 5 — Orientações práticas de sobrevivência para os católicos perplexos. 
*       *       * 
Insisto que as breves linhas deste post visam apenas oferecer um avant-goût para nossos leitores não deixarem de assistir, dentro de alguns dias, a própria conferência no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira. Com certeza, ela auxiliará os católicos perplexos com a atual situação, pois ao mesmo tempo em que contamos com a garantia de que as “portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja”, ficamos aflitos com tal situação de crise. Apesar de tudo, temos que permanecer firmes na Fé Católica quando vemos a “barca de Pedro” num mar encapelado, à noite e em meio à tempestade. Ela não submergirá!

____________ 

[Para percorrer a "galeria de fotos", 
click na primeira imagem]






Coube ao Dr. Eduardo de Barros Brotero a abertura do evento

Da esq. p/a direita: José Antonio Ureta, Padre David Francisquini, Eduardo de Barros Brotero, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Luis Eduardo Dufaur, Anselmo de Barcelos Coura (da TFP italiana).

 






  
 
 
Dom Bertrand de Orleans e Bragança, que pronunciou as palavras de encerramento do evento



Os presentes assinaram uma carta que será enviada a Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida, pedindo-lhe não permitir a presença da Imagem de Nossa Senhora Aparecida numa escola de samba no próximo carnaval, o que caracterizaria uma profanação da Sagrada Imagem.
 









Um comentário:

Costa Marques disse...

De pleno acordo com o conferencista, Jose Antonio Ureta. Num auditorio mais qualificado, com base na teologia e em fatos historicos, tratar das perplexidades que o atual Pontifice Francisco causa nos catolicos do mundo inteiro -- so' pode ser salutar e benefico para a Fe'.
Compreendemos entao porque razao o Divino Mestre, no Evangelho, ja nos preveniu dos "lobos com pele de ovelha". Ou ainda, quando se referiu 'a profecia de Daniel.
E' muito bom para todos nos catolicos sabermos que Sao Paulo "resistiu em face " a Sao Pedro "porque merecia repreensao".
Nenhum de nos e' Sao Paulo, mas seu exemplo esta' ai para mostrar qual o caminho quando uma Autoridade Eclesiastica se desvia do ensinamento dos Evangelhos ou do Magisterio Infalivel.CostaMarques