Rodrigo da Costa Dias
São Paulo – Sob os auspícios do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e das associações Devotos de Fátima e Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, realizou-se no dia 11 de
maio no Club Homs, nesta capital, uma conferência sobre o Centenário de
Nossa Senhora de Fátima.
Dr. Eduardo de Barros Brotero, abriu o evento |
Com o auditório lotado, o evento iniciou-se com um pequeno
cortejo conduzindo uma imagem d’Ela sob essa invocação, a qual foi coroada em
seguida pelo Pe. Tarcísio Alexandre
Marques em meio a cânticos e aclamações marianas.
Os palestrantes foram o Dr. Antônio Augusto Borelli
Machado e o Pe. Renato da Silva Leite Filho, pároco da Igreja Santa Isabel de
Portugal em Santo Amaro, bairro da capital paulista. O primeiro conferencista, consagrado
fatimólogo, é autor do best-seller Fátima,
conforme os manuscritos da Irmã Lúcia, que alcançou 260 edições em diversos
países, totalizando aproximadamente 5.000.000 de exemplares. Ele tratou do tema
“Por que o terceiro Segredo de Fátima não
foi divulgado em 1960?”.
Dr. Antônio A. Borelli Machado |
O público acompanhou atentamente toda a sua exposição.
Citou, por exemplo, a resposta que o Cardeal Ratzinger deu à questão acima, em
26 de junho de 2000: “Em 1960 estávamos
no limiar do Concílio, essa grande esperança de poder alcançar uma nova relação
positiva entre o mundo e a Igreja, e também de abrir um pouco as portas
fechadas do comunismo”.
O palestrante explicou que durante o Concílio Vaticano
II os bispos conciliares pretendiam fazer um ralliement [acordo] com o mundo moderno e uma abertura da Igreja em
relação à doutrina comunista. Justamente o comunismo que Nossa Senhora havia denunciado
na segunda parte do segredo de Fátima: “A
Rússia espalhará seus erros pelo mundo”.
O orador insistiu que não se deve fazer qualquer ralliement com o mundo moderno, pois este
se encontra em estado de revolta contra Deus e as leis da Igreja.
Padre Renato Leite |
Por sua vez, o Padre Renato Leite discorreu sobre o
pedido de reparação feito pela Santíssima Virgem em 1917. Ele começou sua exposição
citando o Apostolo São Paulo, que se dirigindo aos cristãos de Colossos (cidade
da Ásia Menor) lembrava algo fundamental, presente na raiz das profecias de
Nossa Senhora de Fátima e uma realidade para todo verdadeiro católico.
O sacerdote citou o seguinte trecho da carta aos
Colossenses: “Agora me alegro nos sofrimentos
suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha
carne, por seu corpo que é a Igreja”. (1, 24). Observou ainda que Nossa Senhora
de Fátima nos recorda que precisamos reparar junto com Nosso Senhor Jesus
Cristo. Tanto na aparição do Anjo aos três pastorzinhos em 1916, quanto nas da
Santíssima Virgem em 1917, pede-se sacrifícios em reparação pelos pecados
cometidos contra Deus.
O Pe. Renato Leite constatou que boa parte dos
cristãos não considera essa obrigação na vida cristã a que se refere São Paulo.
Eles estão persuadidos, ao menos na prática, de que há pelo menos duas
doutrinas cristãs, ou duas maneiras de interpretar a lei de Cristo: uma que
aceita a abnegação e outra que se esforça por evitá-la sistematicamente. O cristianismo
austero e crucificador, seria para poucas almas, para certas pessoas de caráter
mais sombrio, ou seduzidas por um atrativo especial mais extravagante.
Nosso Senhor Jesus Cristo quis salvar o mundo com seu
sofrimento, e nós estamos associados obrigatoriamente à sua missão, pela
solidariedade com Ele na unidade do Corpo Místico, que é a Igreja. Estamos, por
isso, associados à sua Paixão. E a Mãe de Deus apareceu em Fátima para nos recordar
que devemos oferecer sacrifícios.
Sr. Luis Dufaur |
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