Anchieta, Apóstolo do Brasil, fundador da cidade de São Paulo e co-fundador do Rio de Janeiro. Pintura de Oscar Pereira da Silva (1865-1939). |
Paulo Roberto Campos
E-mail: prccampos@terra.com.br
Beatificado por João Paulo II em junho de 1980, Anchieta é agora canonizado pelo Papa Francisco. Mas já nos idos de 1736, Clemente XII fez a proclamação da heroicidade das virtudes do Venerável Apóstolo do Brasil. Podendo-se então, desde aquele longínquo ano, recorrer à intercessão desse prodigioso santo junto a Deus. Assim, particularmente para nós brasileiros, é recomendável pedir tal intercessão em nossas orações.
Também cognominado Apóstolo do Novo Mundo, José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534 em São Cristóvão de La Laguna, Tenerife (Arquipélago das Canárias). Iniciou seus estudos universitários em Coimbra no ano de 1548, e três anos depois ingressou na Companhia de Jesus. Com apenas 19 anos, embarcou como missionário para o Brasil, aportando na Bahia de Todos os Santos, Salvador, em 13 de julho de 1553.
Não se trata de narrar aqui a empolgante epopeia desse prodigioso santo missionário, mas dentre os numerosos fatos épicos da sua vida, destacamos um: em 25 de janeiro de 1554, o jovem jesuíta fundou a Vila de Piratininga, no Pátio do Colégio, berço da capital paulista.
Em homenagem a este grande herói da Fé católica, a quem todos os brasileiros tanto devem, reproduzimos a seguir algumas palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, publicadas em “O Século”, do Rio de Janeiro, em 4-9-1932.
“A Fundação de São Paulo”, pintura de Oscar Pereira da Silva (1865-1939). |
“Se pudéssemos recorrer a uma comparação profana, para dar a ideia da importância de Anchieta em nossa história, diríamos que ele foi para o Brasil o que Licurgo foi para Esparta e Rômulo para Roma. Isto é, um desses heróis fabulosos que se encontram nas origens de algumas grandes nacionalidades, a levantar os primeiros muros, edificar os primeiros edifícios e organizar as primeiras instituições.
Sua figura, de uma rutilante beleza moral, se ergue nas nascentes da nação brasileira, a construir seu primeiro hospital e seu primeiro grupo escolar, e a redigir, confiando-os às praias do oceano, os primeiros versos compostos em plagas brasileiras.
O fundador de São Paulo foi, portanto, simultaneamente, nosso primeiro mestre-escola, nosso primeiro fundador de obras pias e o patriarca de nossa literatura, o mais antigo vulto da literatura brasileira, como o chamava Silvio Romero.
E sobre esta tríplice coroa fulgura ainda o diadema de uma virtude que fez reproduzirem-se em selvas brasileiras os milagres do Poverello de Assis, que, com sua simples presença, amansava feras e atraía os passarinhos, nas florestas densas da Umbria”.
Relicário contendo a tíbia de São José de Anchieta |
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