Revista Catolicismo, nº 776, agosto/2015
Então a criança que nasce com todas as características próprias de um menino, ancoradas na natureza, poderia ser considerada menina? E a menina viria a ser um menino? E haveria ainda diversos outros gêneros!
Estupidez ou má fé?
Por mais que haja gente asnática e imbecilizada, e a espécie não é tão rara, entretanto não foi dado ao ser humano levar a estupidez tão longe a ponto de achar que a Mariazinha pode ser um menino e que o Chiquinho possa ser menina. A imbecilidade humana não comporta tal extremo.
A maldade humana, esta sim, pode chegar a radicalismos insuspeitados, sobretudo quando se deixa inspirar pelo demônio e adere a ele.
Ora, ao que a “Teoria de Gênero” conduz, antes de qualquer modificação física, é a uma mudança mental nas pessoas. É a alma que deve mudar. Uma mudança tão medular e desmedida que dela resulte uma espécie de infra-homem, do qual a lógica tenha sido totalmente extirpada, os conceitos mais elementares abolidos, e extintas as evidências mais palpáveis. Fabrica-se assim um ser ex-humano que não seja mais capaz de pensar, analisar ou julgar. Robô perfeito para ser conduzido pela propaganda e por manobras parapsicológicas.
Atingido esse patamar infra-humano, espera-se, talvez, nesses mesmos laboratórios psicológicos nos quais a “Teoria de Gênero” foi urdida, ter desconstruído a própria ideia de ser humano, e a partir de então criar o “homem novo”, já anteriormente esboçado pelas correntes comunistas, nazistas e por certos veios ecologistas.
A obra do Deus criador teria sido vulnerada em seu âmago, nem homem nem mulher, e em seu lugar uma nova “criação”, diferente e oposta àquela que nos é revelada no Livro do Gênesis.
O demônio odeia a Deus, mas como é totalmente impotente para O atingir, volta seu ódio contra a natureza humana, feita à imagem e semelhança do Criador, para conspurcá-la e infeccioná-la com sua baba imunda. Como alguém que, odiando muito determinada pessoa, mas não podendo alcançá-la pelo fato de ela residir em outro continente, atira-se contra sua fotografia, cobre-a de imundícies e depois a rasga em pedaços.
Essa face religiosa da “Teoria de Gênero” é o seu aspecto mais sinistro e profundo, e explica por que seus arautos põem tanto empenho em que as crianças em idade escolar sejam nela doutrinadas, a fim de (de)formar os futuros adultos segundo os novos parâmetros.
E explica também por que tantas reações nobres e boas se levantaram indignadas contra esse atentado às mentes infantis, pois muitas pessoas, mesmo quando não chegam a uma explicitação cabal dos males aí contidos, têm a consciência de sua própria natureza conspurcada, sentem no ar o nauseabundo bafo de Satanás e o repelem. É um embate digno dos Últimos Tempos.
Nossa Senhora, de um lado, chora ao presenciar tão grande pecado contra a natureza humana criada por Deus. Mas, de outro lado, Ela dá lucidez, força e coragem a seus filhos e seguidores para lutarem sem esmorecer e até o fim.
Ipsa conteret. Ela esmagará!
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