Revista Catolicismo, 797, Maio/2017
“Na
confusão da Terra, abriram-se os Céus e a Virgem apareceu em Fátima para dizer
aos homens a verdade. Verdade austera, de admoestação e penitência, mas verdade
rica em promessas de salvação. O milagre de Fátima se repetiu [...] para
atestar que as ameaças de Deus continuam a pairar sobre os homens, mas que a
proteção da Virgem jamais abandonará a Igreja e seus verdadeiros filhos”.1
Fátima
— evocativo nome que lembra bênçãos, graças, esperanças, misericórdias, mas
também castigos. Nome que ecoa pelo mundo há exatos 100 anos, quando Deus
enviou à Terra sua própria Mãe como embaixadora para alertar os homens.
Fátima
— basta alguém pronunciar este abençoado nome para que católicos (e até mesmo
não católicos) de todo o orbe sintam um toque sobrenatural no coração, saudades
da inocência primaveril da vida espiritual, um chamado a abrir suas almas à
graça divina.
Fátima
— palavra sacrossanta que simplesmente pronunciada evoca lembranças de
conversões, de prêmios e punições regeneradoras anunciadas pela Rainha do Céu,
que também será Rainha efetiva na Terra, sobretudo quando for implantado o
Reinado de seu sapiencial, maternal e imaculado coração.
Fátima — palavra que
adquire sonoridade especial neste centenário das aparições de Nossa Senhora a
Lúcia, Jacinta e Francisco. Sonoridade sacral como a do mais famoso verso
cantado em todas as línguas:
A treze de maio
na Cova da Iria
No Céu aparece a
Virgem Maria!
* *
*
Como
é mundialmente reconhecido, o maior propagador da mensagem de Nossa Senhora de
Fátima no século passado foi o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (1908–1995), principal
colaborador de Catolicismo. Assim, se ainda estivesse entre nós, a ele
recorreríamos para pedir-lhe uma matéria exclusiva e/ou entrevista para
publicarmos neste centenário das aparições da “Senhora mais brilhante que o sol” aos três pastorzinhos nos idos
de 1917.
Não
sendo isso possível, compulsamos no vastíssimo acervo intelectual que ele nos
legou — conferências, artigos, entrevistas e livros — alguns textos sobre Fátima,
e encontramos matéria abundante. As análises desse grande pensador e líder
católico, que desde muito jovem procurou investigar tudo que fosse concernente
a Fátima, parecem até mais atuais do que naqueles dias das aparições aos
pequenos pastores de Aljustrel, nas quais a Santíssima Virgem anunciava ao
mundo os terríveis castigos e as grandes recompensas e conversões caso os
homens atendessem a seus pedidos.
Assim, o Prof. Plinio dedicou-se a essa
extraordinária divulgação — inicialmente nas páginas do “Legionário”, então
órgão oficioso da Arquidiocese de São Paulo, do qual era diretor, e a partir de
1951 através do “Grupo de Catolicismo” —, a qual atingiu maior expansão com o
nascimento da Sociedade Brasileira de
Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), por ele fundada em 1960.
Sociedades coirmãs e autônomas foram se sucedendo em vários países, nos quais também
se incumbiam de propagar a Mensagem de Fátima. O triunfo do Imaculado Coração de Maria, o que pode ser?
Imagem de Nossa Senhora de Fátima com o Imaculado Coração no peito |
Vitória
que será total e completa quando se efetivar o Reinado do Imaculado Coração de
Maria — o ressurgimento revigorado e maravilhoso de uma civilização
autenticamente católica, toda voltada para Nosso Senhor Jesus Cristo e sua
Santíssima Mãe. Uma civilização “austera
e hierárquica, fundamentalmente sacral, anti-igualitária e antiliberal”.2
Essa vitória total e completa, quando se dará? O futuro só a Deus pertence, mas
uma das grandes certezas de Plinio Corrêa de Oliveira sempre foi essa vitória
da Contra-Revolução3 e o triunfo da Santa Mãe de Deus com o advento
do Reino de Maria.
Ao
reproduzir aqui os trechos mais elucidativos do líder da Contra-Revolução sobre
Fátima, Catolicismo não deseja senão continuar nos passos de seu
principal colaborador, que orientou nossa revista a expandir ao máximo as
advertências e as promessas de Nossa Senhora na Cova da Iria.
Em
uma matéria redigida para Catolicismo, ele indagava: “O triunfo do Imaculado Coração de Maria, o
que pode ser, senão o reinado da Santíssima Virgem, previsto por São Luís Maria
Grignion de Montfort? E esse reinado, o que pode ser, senão aquela era de
virtude em que a humanidade, reconciliada com Deus, no regaço da Igreja, viverá
na Terra segundo a Lei, preparando-se para as glórias do Céu?”4
Esse
restabelecimento da ordem católica no mundo, segundo a concepção desse grande santo
e missionário francês (1673-1716), é o modo mais adequado para a instauração na
Terra do Reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo:
“Quando virá este tempo feliz em
que Maria será estabelecida Senhora e Soberana nos corações, para submetê-los
plenamente ao império de seu grande e único Jesus? Quando chegará o dia em que
as almas respirarão Maria, como o corpo respira o ar? Então, coisas maravilhosas
acontecerão neste mundo, onde o Espírito Santo, encontrando sua querida Esposa
como que reproduzida nas almas, a elas descerá abundantemente enchendo-as de
seus dons, particularmente do dom da sabedoria, a fim de operar maravilhas da
graça. Meu caro irmão, quando chegará esse tempo feliz, esse século de Maria,
em que inúmeras almas escolhidas, perdendo-se no abismo de seu interior, se
tornarão cópias vivas de Maria, para amar e glorificar Jesus Cristo? Esse tempo
só chegará quando se conhecer e praticar a devoção que ensino, Ut adveniat
regnum tuum, adveniat regnum Mariae” (Que venha o Reino de
Maria, para que assim venha o vosso Reino — ou seja, o Reino de Jesus Cristo).5
Condições para a plena e autêntica conversão da humanidade
“A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”… Soldados do exército russo no desfile comemorativo da data da Revolução Comunista |
Mas,
para que tal triunfo da Cristandade fosse possível, Nossa Senhora pediu em
Fátima a Consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, além de oração,
penitência, conversão dos homens e a difusão da devoção à Comunhão Reparadora
nos primeiros sábados do mês.
Notamos
em nossos dias uma humanidade convertida? — O que vemos é precisamente o contrário:
a fuga de qualquer penitência e conversão; a busca desenfreada de uma vida uma
“vida deliciosa” e hedonista, oposta aos preceitos divinos, cheia dos deleites
pecaminosos da sensualidade, sendo poucos aqueles que desejam se sacrificar e
lutar em prol da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Notamos
que a prática de “Comunhão Reparadora” se estendeu pelo mundo inteiro? — Infelizmente,
também não! Essa devoção foi negligenciada por boa parte do clero, sobretudo
por aqueles eclesiásticos da chamada “Igreja progressista”, atados às ideias da
“Teologia da Libertação”. A tal respeito, em sua primeira carta dirigida ao
Papa Pio XII, em 1940, a Irmã Lúcia escreveu:
“Pediu [Nossa Senhora] se
propagasse no mundo a Comunhão Reparadora nos primeiros Sábados de cinco meses
seguidos, fazendo com o mesmo fim uma confissão, um quarto de hora de meditação
sobre os mistérios do Rosário e rezando um terço com o fim de reparar os ultrajes,
sacrilégios e indiferenças cometidos contra o seu Imaculado Coração. Às pessoas
que praticarem esta devoção, promete a Nossa boa Mãe do Céu, assistir na hora
da morte com todas as graças necessárias para se salvarem”.6
“Procissão das Velas” realizada em Fátima, no dia 12 de maio de 2016, na Cova da Iria onde Nossa Senhora apareceu aos Três Pastorzinhos em 1917 (Foto: Michael Gorre). |
“O acontecimento mais importante e mais empolgante do Século XX”
Fátima
é sem dúvida uma das mais importantes mensagens marianas de toda a História da
Igreja. Conforme o engenheiro Antonio Augusto Borelli Machado, fatimólogo de
renome internacional e autor do best-seller As
aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia — publicado
em primeira mão por Catolicismo em maio de 1967 e que já ultrapassou os cinco
milhões de exemplares em 20 línguas e 30 países —, “pode-se afirmar categoricamente e sem o menor receio de contradita,
que as aparições de Nossa Senhora de Fátima e do Anjo da Paz em Fátima
constituem o acontecimento mais importante e mais empolgante do Século XX”.7
Talvez
nossos leitores mais recentes ainda não tenham tomado conhecimento dessa obra,
que julgamos fundamental para se ter uma ideia de conjunto de todas as
aparições da Senhora de Fátima aos três pastorzinhos. Neste caso, recomendamos
vivamente sua aquisição, que pode ser feita através do site da Livraria Petrus.8 Deste mesmo
conceituado especialista na temática relativa às mensagens de Fátima
recomendamos ainda a leitura de sua entrevista sobre os famosos “segredos de
Fátima”, publicada em nossa edição de novembro último.
“Era uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol”
Para
se compreender melhor alguns pontos essenciais da sacrossanta mensagem, vamos rememorar,
contextualizar e analisar aqui mais detidamente apenas a terceira aparição (13
de julho de 1917), porquanto uma análise de todas as aparições comportaria um
volumoso livro. Contudo, convém antes deixar consignado sinteticamente o
seguinte: Nossa Senhora apareceu seis vezes aos três pastorzinhos (entre 13 de
maio e 13 de outubro de 1917) na aldeiazinha portuguesa de Aljustrel, na região
de Fátima, enquanto eles cuidavam de algumas ovelhas na Cova da Iria. Portanto,
essas seis aparições ocorreram ainda em meio à primeira conflagração mundial
(1914–1918).
Entre
outras sublimes e apocalípticas palavras, a Santíssima Virgem lhes disse: “Vim para vos pedir que venhais aqui seis
meses seguidos, no dia 13, a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que
quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez. [...] Rezem
o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”.9
Assim
Lúcia descreveu essa primeira aparição: “E
começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direcção à estrada. Ao
chegar, mais ou menos a meio da encosta, quase junto duma azinheira grande que
aí havia, vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante, vimos,
sobre uma carrasqueira, uma Senhora,
vestida toda de branco, mais brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e
intensa que um copo de cristal, cheio d’água cristalina, atravessado pelos
raios do sol mais ardente. Parámos surpreendidos pela aparição. Estávamos
tão perto, que ficávamos dentro da luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez
a metro e meio de distância, mais ou menos”.10
Lúcia dos Santos (aos dez anos de idade) e seus dois primos: Francisco Marto (de nove anos) e Jacinta Marto (de sete anos). |
Algumas profecias de Fátima já realizadas, e outras ainda não
Na
já citada terceira aparição, Nossa Senhora — após ter mostrado o inferno a
Lúcia, Jacinta e Francisco [vide
quadro no final, denominado LÚCIA DESCREVE A VISÃO DO INFERNO] — prevê o
fim da Primeira Grande Guerra e a ameaça de outra hecatombe: “A guerra vai acabar. Mas se não deixarem
[os homens] de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior.11 Quando virdes uma noite alumiada
por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai
a punir o mundo de seus crimes, por
meio da guerra e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre.
“Para a impedir, virei pedir a
consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos
primeiros sábados. Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à
Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o
Meu Imaculado Coração triunfará”.12
Ouvindo a celestial voz de Fátima, não endureçamos nossos corações
Quando
a primeira conflagração mundial parecia chegar a seu desfecho, e nos bastidores
políticos já se confabulava a configuração que o mundo teria na nova era pós-guerra, Plinio Corrêa de Oliveira
analisou o acontecimento nas páginas do “Legionário”, de onde extraímos os
seguintes trechos:
“Quando
começavam a delinear-se apenas, timidamente, as primeiras linhas desse mundo
novo, verificou-se um dos fatos mais consideráveis da História contemporânea.
Em nosso mundo são muitos os céticos que não acreditam nesse fato. Os que não
são céticos são tímidos, e não ousam proclamar os fatos em que acreditam. Uns
por falta de Fé, outros por falta de coragem, não ousam incorporar à História
contemporânea esse acontecimento. Mas os mais graves motivos sobre que a
inteligência humana pode basear-se aí estão patentes, a atestar que Nossa
Senhora baixou dos Céus à Terra, e que manifestou a três pequenos pastores de
um recanto ignorado e perdido do pequeno Portugal, as condições verdadeiras, os
fundamentos indispensáveis para a reorganização do mundo. Ouvida essa mensagem,
a humanidade encontraria verdadeiramente a paz. Negada, ignorada essa mensagem,
a paz seria falsa e o mundo imergiria em nova guerra. A guerra veio. A guerra
aí está. Cogita-se agora de reorganizar novamente o mundo. Nenhum momento é
mais oportuno do que este, para recordar a aparição de Nossa Senhora em Fátima.
[…]
“Antes
de tudo, notemos que ela é absolutamente ortodoxa. Não é fácil inventar uma mensagem
ortodoxa. Muito figurão ‘católico’ que serve para discursos de inauguração, de
luto, etc. etc. etc., toma um cuidado tremendo para não preparar um discurso
que cheire a heresia... e solta duas ou três heresias em seu discurso. Ora,
todas, absolutamente todas as palavras da Senhora aos pequenos pastores são de
uma ortodoxia absoluta. Tratando temas complexíssimos, Ela nem uma só vez erra
em doutrina. Positivamente, isto não poderia ser invenção de pequenos pastores.
Desfile da vitória nas ruas de Londres, comemorando o triunfo sobre o nazismo e o fim da Segunda Guerra Mundial |
“Mas
há mais. A mensagem da Senhora, que sobreveio precisamente no momento crucial
em que se preparava o pós-guerra, desprezando as manifestações aparatosas de
falso patriotismo e de cientificismo dos ‘técnicos’, colocou com grande
simplicidade todas as coisas em seus termos únicos e fundamentais. A guerra
fora um castigo do mundo, por sua impiedade, pela impureza de seus costumes,
por seu hábito de transgredir os domingos e dias santos. Isto resolvido, todos
os assuntos se resolveriam por si. Isto não resolvido, todas as soluções nada
resolveriam... E se o mundo não ouvisse a voz da Senhora, se ele não
respeitasse esses princípios, nova conflagração viria, precedida de fenômeno
celeste extraordinário. E essa conflagração seria muito mais terrível que a
primeira.
Foto de uma senhora fazendo peregrinação de joelhos no local das aparições. Oração, sacrifício e reparação — atos que comprazem a Deus e à sua Mãe Santíssima. |
“Reuniram-se
os técnicos — que são hoje os reis da Terra, juntamente com os banqueiros — et convenerunt in unum adversus Dominus.
Construíram uma paz sem Cristo, uma paz contra Cristo. O mundo se afundou ainda
mais no pecado, a despeito da mensagem de Nossa Senhora. Em Fátima, os milagres
se multiplicavam às dezenas, às centenas, aos milhares. Ali estavam eles, acessíveis
a todos, podendo ser examinados por todos os médicos de qualquer raça ou
religião. As conversões já não tinham número. E, tudo isto não obstante,
ninguém dava ouvidos a Fátima. Uns duvidavam sem quererem estudar. Outros
negavam sem examinar. Outros criam mas não tinham coragem de o dizer. A voz da
Senhora não se ouviu. Passaram-se mais de 20 anos. Um belo dia, sinais
estranhos se viram no Céu... era uma aurora boreal, noticiada por todas as
agências telegráficas da Terra. Do fundo de seu convento, Lúcia escreveu a seu
Bispo: era o sinal, e dentro em breve a guerra viria. A guerra veio dentro em
breve. Ela está aí e hoje se cuida novamente de ‘reorganizar o mundo’, aos
últimos clarões desta luta potencialmente já vencida.
“Si vocem ejus hodie audieritis, nolite
obdurare corda vestra (‘Se hoje ouvirdes Sua voz, não endureçais vossos
corações’), diz a Escritura. Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no
rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da
mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos pastores. No dia
de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos nossos
corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira”.13
Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos pastores. |
Desabamento do czarismo, implantação do comunismo na Rússia
Nicolau II, Czar russo, abençoa as tropas |
Devido ao não
atendimento do maternal pedido de Nossa Senhora, comunicado na aparição de
Fátima acima referida, explode alguns meses depois a Revolução Comunista na
Rússia, também 100 anos atrás. Comenta o Prof. Plinio:
“Em 1917, um novo sopro de espírito
revolucionário varreu a Europa. Deu-se o imenso estrondo do desabamento do
czarismo, e se implantou o comunismo na Rússia. Toda a vida intelectual e
social se seccionou ainda mais do passado. No Ocidente, a hegemonia se deslocava
cada vez mais da Europa tradicional para os Estados Unidos niveladores”.14
A família imperial russa, pouco antes do levantamento comunista que acabou no sacrifício violento de todos os seus membros |
Fator que “contribui para dar à Mensagem um peso extraordinário”
Lenine arenga os bolcheviques que derrubaram o Czar e implantaram o comunismo na Rússia |
Na
linha da previsão da Senhora de Fátima a respeito “dos erros da Rússia” (questão que, em julho de 1917, fora de
difícil compreensão, uma vez que a Revolução Comunista ainda não havia eclodido), Plinio Corrêa de Oliveira escreveu, em
maio de 1962, um artigo para a revista “Cruzado Espanhol”, de Barcelona:
“Perto
de meio século depois de anunciado por Nossa Senhora — caso seus pedidos não
fossem atendidos e o mundo não fizesse penitência a Rússia espalharia seus
erros por toda a parte — é forçoso reconhecer que os homens não fizeram
penitência, e de fato o mundo inteiro está convulsionado pela ação dos erros
que a Rússia está espalhando por toda a parte [...]
“Há
uma circunstância que torna particularmente digna de nota essa profecia. É que
ela foi anunciada aos pastorzinhos de Fátima por Nossa Senhora em 13 de julho
de 1917. Ora, nessa data, a própria Rússia ainda não se fizera comunista, pois
a revolução irrompeu a 7 de novembro desse mesmo ano. Isto é, nem ela mesma
abraçara os erros dos quais, segundo a revelação de Nossa Senhora, se faria
propagadora mundial. Aquilo que a três pequenos pastores analfabetos havia sido
anunciado como certo, inúmeros estadistas europeus, americanos ou asiáticos nem
de longe o previam.
“Este
particular muito contribui para dar à Mensagem de Fátima um peso
extraordinário”.
Cumprida a previsão da hecatombe mundial pior que a primeira
Ainda
na revelação acima mencionada (do dia 13 de julho), na qual a Santíssima Virgem
alertou que “[se os homens] não deixarem
de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra [guerra] pior”,
pairavam um pedido e uma ameaça: se seu pedido não fosse atendido, viria uma
guerra ainda pior. A humanidade ficou surda à celestial voz de Fátima, e a
hecatombe eclodiu, envolvendo o mundo inteiro. [vide quadro no final, denominado FÁTIMA —
EXPLICAÇÃO E REMÉDIO DA CRISE CONTEMPORÂNEA].
Em
março de 1938, a Alemanha nazista anexou a Áustria e, em seguida, o território
sudeto. Discernindo os acontecimentos, o Prof. Plinio fez um prognóstico num
artigo publicado no “Legionário”: “A
guerra é uma questão de dias, ou de meses, mas fatalmente explodirá”.15
Ela
não tardou. Em 1º de setembro do ano seguinte, o Führer alemão ordenou a invasão da Polônia. A Grã-Bretanha e a
França declararam guerra ao invasor nazista. Iniciou-se a Segunda Grande
Guerra. Os Estados Unidos somente entrariam no conflito em 1941, após o
bombardeio lançado pelos japoneses contra a base naval norte-americana de Pearl
Harbor, no Pacífico.
Após
seis anos de conflito, resultou um mapa mundial completamente mudado,
fracionado em dois blocos: a URSS, que graças ao Tratado de Yalta abocanhou
vários países, especialmente do Leste europeu, escravizando-os, escravizando-os,
segregando-os do Mundo Livre e separando-os com uma “Cortina de Ferro”, segundo
a feliz expressão de Churchill; e o mundo não comunista, sob a liderança dos
Estados Unidos.
Erros espalhados pelo mundo e “fumaça de Satanás” na Igreja
Participantes do Concílio Vaticano II, na Basílica de São Pedro, em Roma |
Quase
todas as previsões da Santa Mãe de Deus na terceira aparição de Fátima se
cumpriram: o término da Primeira Grande Guerra um ano depois; a Rússia espalhou
intensamente seus erros pelo mundo inteiro; a mencionada perseguição à Igreja e
aos bons, ora cruenta, ora moral, é um fato doloroso e cotidiano — basta
recordar as invasões e investidas islâmicas no mundo inteiro; os católicos
sendo martirizados em diversos países; no Ocidente, leis ímpias contrárias à
Lei Deus e à Lei Natural destroem a instituição familiar (divórcio, controle
artificial da natalidade, aborto, eutanásia, Ideologia de Gênero, “casamento” homossexual e adoção de crianças
por esses “casais” etc.); os verdadeiros fiéis enfrentam o martírio de alma
devido à imoralidade galopante e à sociedade cada vez mais distanciada dos
preceitos divinos; o processo de “autodemolição da Igreja” registrado por Paulo
VI após o Concílio Vaticano II, quando afirmou: “Por alguma fissura a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus”.16
Constatamos assim um panorama assustador, na Igreja e no mundo.
Perecimento de tradições, naufrágio da História e restauração da civilização
Êxodo de multidões na Síria. Cresceu nos últimos anos na Europa uma perigosa situação: um número extraordinário de refugiados desestabilizou a maior parte dos países que a compõem. |
Em
artigo para a “Folha de S. Paulo”, o Prof. Plinio sintetiza assim as sequelas
deixadas pela Segunda Guerra Mundial:
“Para não alongar por demais as
coisas, consideremos só as décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.
Incontáveis mudanças se têm produzido, nesse período, no modo de pensar, de
sentir, de viver e de agir dos homens. Consideradas essas mudanças em seu todo
— e descontadas as exceções — é inegável que elas rumam para uma situação
violentamente oposta a todas as tradições espirituais e culturais que
recebemos. Essas tradições ainda estão vivas, mas a todo momento alguma
modificação as debilita. Logicamente, se ninguém se levantar em favor delas,
acabarão por perecer. Ora, o perecimento dessas tradições importa, a meu ver,
no maior naufrágio da História”.17 [vide quadro no final,
denominado FÁTIMA, NUMA VISÃO DE
CONJUNTO].
Londres foi surpreendida por um violento atentado jihadista nas portas do Parlamento |
Nesse
“naufrágio”, a humanidade perece e os que desejam a salvação necessitam de um
farol que lhes ilumine o caminho e indique o “porto seguro”, o rumo desejado
por Deus para suas vidas. É caso de todos nós. Mas onde encontrar esse “farol”,
no qual podemos olhar com confiança e seguir com toda certeza? — Claro que em
Deus. Mas Ele, que nunca abandona seus filhos, enviou-nos sua própria Mãe, para
nos orientar, alertar, preservar do pecado e indicar o rumo certo. As
proféticas revelações de Fátima constituem esse sacrossanto “farol” para nos iluminar
neste mundo tão afastado dos divinos ensinamentos.
“Farol”
que é um verdadeiro luzeiro também para nos conduzir no período dos terríveis
castigos de proporções universais anunciados pela “Senhora mais brilhante que o Sol” os quais desabarão sobre o mundo
contemporâneo porque a humanidade pecadora não atendeu seus pedidos e não se
converteu.
“Várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”
Na
revelação acima citada, Nossa Senhora prognostica que “várias nações serão aniquiladas”...
Neste ano em que se comemora o centenário de Fátima, o
noticiário geral vem nos informando acerca de acontecimentos trágicos que fazem
temer a eclosão de uma grande guerra. Muitos intuem até a iminência de uma
terceira guerra mundial. Aproxima-se a grande punição anunciada por Ela em 1917?
É
algo cujo conhecimento só a Deus pertence. Em qualquer caso, fundados nas
revelações de Fátima e com nossos olhos sempre voltados para a Rainha dos Anjos
e dos homens, poderemos atravessar as catástrofes e chegar regenerados à bendita
época do Reino do seu Imaculado Coração, de cuja plena glorificação — queira
Deus — possamos participar em um mundo todo consagrado a Ela!
____________
Notas:
1. Catolicismo,
janeiro/1952. A íntegra desse artigo, assim como dos demais aqui reproduzidos
apenas parcialmente, encontra-se disponível no site http://www.pliniocorreadeoliveira.info
2. Revolução e Contra-Revolução, Artpress,
S. Paulo, 4a. edição em português, 1998, Parte II, Cap. II, 1, p. 93.
3. Revolução é o processo quatro vezes secular que vem
desagregando a civilização cristã; Contra-Revolução é o movimento que
visa restaurar essa mesma civilização. Ambos os termos são empregados nesta
matéria conforme exposto na obra Revolução e Contra-Revolução —
publicada em primeira mão por Catolicismo,
Abril/1959 —, disponível no site: http://www.pliniocorreadeoliveira.info
4. Catolicismo, dezembro/1957.
5. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima
Virgem, São Luís Maria Grignion de Montfort, Editora Vozes, Petrópolis, 1961,
VI ed., pp. 210-211.
6. Um caminho sob o olhar de Maria – Biografia
da Irmã Lúcia Maria de Jesus e do Coração Imaculado, Carmelo de Coimbra,
Edições Carmelo, Coimbra, 2013, p. 248.
7. Antonio
Augusto Borelli Machado, As aparições e a
mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia, Editora Vera Cruz
Ltda., 46ª edição, São Paulo, 1997, 3a. capa.
9. Um caminho sob o olhar de Maria – Biografia
da Irmã Lúcia Maria de Jesus e do Coração Imaculado, Carmelo de Coimbra,
Edições Carmelo, Coimbra, 2013, pp. 50-51.
10. Id., Ib.
p. 50.
11. Para a
Irmã Lúcia não representa maior dificuldade o fato de se entender habitualmente
que a guerra começou somente sob o pontificado de Pio XII. Observa ela que a
anexação da Áustria, e vários outros acontecimentos políticos no fim do reinado
de Pio XI que poderíamos acrescentar, constituem autênticos prolegômenos da
conflagração, a qual se configuraria inteiramente como tal algum tempo depois
(cfr. Entrevista ao Pe. Iongen, fevereiro de 1946, apud Pe. João M. de Marchi,
I.M.C., Era uma Senhora mais brilhante que o sol, Edição do Seminário das
Missões de Nossa Senhora de Fátima, Cova da Iria, p. 58.
12. Um caminho sob o olhar de Maria – Biografia
da Irmã Lúcia Maria de Jesus e do Coração Imaculado, Carmelo de Coimbra,
Edições Carmelo, Coimbra, 2013, pp. 63-64.
13.
“Legionário”, 4-5-1944.
14.
“Legionário”, 13-5-1945.
15.
“Legionário”, 18-9-1938.
16. Insegnamenti di Paolo VI, Alocução de 29
de junho de 1972, Tipografia Poliglota Vaticana, vol. X, pp. 707-709).
17. “Folha de
S. Paulo”, 20-3-69 .
Foto dos pastorzinhos tirada logo após a visão do inferno |
LÚCIA DESCREVE A VISÃO DO INFERNO
A Santíssima Virgem,
a fim de favorecer a conversão dos pecadores empedernidos e evitar assim que
afundem nos tormentos eternos, na terceira aparição (13 de julho de 1917)
mostrou o inferno aos três confidentes de Fátima. Visão extraordinariamente bem
narrada pela Irmã Lúcia.*
“Abriu
[Nossa Senhora] de novo as mãos, como nos dois meses passados. O reflexo pareceu
penetrar a terra e vimos como que um mar de fogo. Mergulhados em esse fogo, os
demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou
bronzeadas, com forma humana, que flutuavam no incêndio, levadas pelas chamas
que delas mesmas saíam juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os
lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes incêndios, sem peso nem
equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia
estremecer de pavor (deveu ser ao deparar-me com esta vista que dei esse ‘ai!’ que dizem ter-me ouvido).
“Os
demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos
e desconhecidos, mas transparentes como negros carvões em brasa. Assustados e
como que a pedir socorro, levantamos a vista para Nossa Senhora que nos disse,
com bondade e tristeza:
“Vistes o inferno, para onde vão as
almas dos pobres pecadores; para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a
devoção a Meu Imaculado Coração”.
___________________
(*) Um caminho sob o olhar de Maria – Biografia da Irmã Lúcia Maria de
Jesus e do Coração Imaculado, Carmelo de Coimbra, Edições Carmelo, Coimbra,
2013, p. 63.
FÁTIMAExplicação e remédio da crise contemporânea
[Excertos]
Plinio
Corrêa de Oliveira
Catolicismo, nº 29 - maio de 1953
Os três videntes de Fátima junto ao arco levantado no local das aparições, em 13 de outubro de 1917 |
A Guerra Mundial de 1914-1918 pareceu uma tragédia
insuperável. Na realidade, a de 1939-1945 a superou do ponto do vista da
duração, da universalidade, da mortandade, e das ruínas que ocasionou. Ela nos
deixou a dois passos de uma nova guerra ainda pior sob todos os pontos de
vista. Massas humanas têm vivido estes últimos anos no terror dessa
perspectiva, cônscias de que um terceiro conflito mundial talvez acarrete o fim
de nossa civilização.
O elemento essencial das mensagens do Anjo de
Portugal e de Nossa Senhora consiste em abrir os olhos dos homens para a
gravidade destes fatos, em lhes ensinar sua explicação à luz dos planos da
Providência Divina, e em indicar os meios necessários para evitar a catástrofe.
É a própria História de nossa época, e mais do que isto o seu futuro, que nos é
ensinado por Nossa Senhora.
O Império Romano do Ocidente se encerrou com uma
catástrofe iluminada e analisada pelo gênio de um grande Doutor, que foi Santo
Agostinho.
O ocaso da Idade Média foi previsto por um grande
profeta que foi São Vicente Ferrer.
A Revolução Francesa, que marca o fim dos Tempos
Modernos, foi prevista por outro grande profeta que foi ao mesmo tempo um
grande Doutor, São Luís Maria Grignion de Montfort.
Os Tempos Contemporâneos, que parecem na iminência
de se encerrar com nova crise, têm um privilégio maior. Veio Nossa Senhora
falar aos homens. Santo Agostinho não pôde senão explicar para a posteridade as
causas da tragédia que presenciava. São Vicente Ferrer e São Luís Grignion de
Montfort procuraram em vão desviar a tormenta: os homens não os quiseram ouvir.
Nossa Senhora a um tempo explica os motivos da crise, e indica o seu remédio
profetizando a catástrofe caso os homens não a ouçam.
De todo ponto de vista, pela natureza do conteúdo
como pela dignidade de quem as fez, as revelações de Fátima sobrepujam pois
tudo quanto a Providência tem dito aos homens na iminência das grandes
borrascas da História.
Os diversos pontos das revelações relativos a este
tema constituem propriamente o elemento essencial das mensagens. O mais, por
importante que seja, constitui mero complemento.
Não há uma só aparição em que não se insista sobre
um fato: os pecados da humanidade se tornaram de um peso insuportável na balança
da justiça divina. Esta a causa recôndita de todas as misérias e desordens
contemporâneas. Os pecados atraem a justa cólera de Deus. Os castigos mais
terríveis ameaçam pois a humanidade. Para que não sobrevenham, é preciso que os
homens se convertam. E para que se convertam é preciso que os bons orem
ardentemente pelos pecadores e ofereçam a Deus toda a sorte de sacrifícios
expiatórios.
FÁTIMA, NUMA VISÃO DE CONJUNTO
[Excertos]
Plinio
Corrêa de Oliveira
Catolicismo, nº 197 - Maio de 1967
O
mundo de hoje se vai dividindo cada vez mais em duas famílias de almas. Uma
considera que a humanidade é presa de um feixe de erros e de iniquidades, as
quais começaram na esfera religiosa e cultural com o Humanismo, a Renascença e
a Pseudo-Reforma protestante. Tais erros se agravaram com o iluminismo e o
racionalismo, e culminaram na esfera política com a Revolução Francesa. Do
terreno político passaram eles para o campo social e econômico, no século XIX,
com o socialismo utópico e com o socialismo dito científico. Com o advento do
comunismo na Rússia, toda essa congérie de erros passou a ter um começo de
transposição, incipiente mas maciça, para a ordem concreta dos fatos, nascendo
daí o império comunista moloch. Ao
mesmo tempo, sobretudo a partir da Grande Guerra, a moralidade se pôs a
declinar com rapidez espantosa no Ocidente, preparando-o para a capitulação
ante o comunismo, o qual é a mais audaciosa expressão doutrinária e
institucional da amoralidade.
A
concepção histórica contida nessas considerações se encontra exposta no artigo A cruzada do século XX publicado no
primeiro número deste órgão. Procuramos dar-lhe um mais amplo desenvolvimento
no ensaio Revolução e Contra-Revolução,
que Catolicismo
estampou em seu nº 100. Por fim, encontra-se ela enunciada com grande elevação
e clareza no histórico documento em que duzentos Padres do II Concílio
Ecumênico do Vaticano, por iniciativa dos Exmos. Revmos. Srs. D. Antonio de
Castro Mayer e D. Geraldo de Proença Sigaud, pediram uma nova condenação do
marxismo. Para as incontáveis almas de todos os estados, condições de vida e
nações, que condividem este modo de pensar, a mensagem de Fátima é tudo quanto
há de mais coerente com a doutrina católica e com a realidade dos fatos.
Há
também outra família de almas, para a qual os problemas do mundo contemporâneo
pouca ou nenhuma relação têm com a impiedade (considerada enquanto desvio
culposo da inteligência) e a imoralidade. Nascem eles exclusivamente de
equívocos involuntários, que uma boa difusão doutrinária e um conhecimento
objetivo da realidade podem dissipar. Esses equívocos resultam, aliás, de
carências econômicas. Filhos da fome, morrerão quando no mundo não houver mais
fome. E não morrerão antes disto. Com o auxílio da ciência e da técnica, a
crise da humanidade se resolverá. Não só isto. Não havendo como nota tônica das
catástrofes e dos perigos em meio aos quais nos debatemos, o fator culpa, a
noção de um castigo universal se torna incompreensível. Tanto mais quanto, para
esta família de almas, o comunismo não é intrinsecamente mau, e com ele são
possíveis acomodações que evitem incômodas perseguições.
É
claro que por amor à brevidade a descrição dessas duas famílias de almas
esquematiza algum tanto o panorama. Entre uma e outra há muitas gamas. Não
haveria porém espaço para retratá-las aqui. Na medida em que qualquer das
correntes intermediárias se aproxima de um polo ou do outro, para ela se vai
tornando compreensível ou incompreensível a mensagem de Fátima. Fátima se
encontra pois, neste sentido, como um verdadeiro divisor de águas das
mentalidades contemporâneas.
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Um comentário:
Nossa Senhora,como Mãe amorosa, veio Ela mesma alertar a humanidade contra os perigos do Comunismo. Mostrou o inferno aos três pastorinhos,Jacinta e Francisco então, dão suas vidas para converter os pecadores e salvar almas.
Apesar da humanidade a cada dia se afastar de Deus e da Santa Igreja Católica,
Quem poderá imaginar o número de almas que vão se salvar pela reza do terço e pela devoção à Nossa Senhora. Minha Nossa Senhora salvai-nos. Santa Jacinta e São Francisco, rogai por nós.
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