A Adoração dos Pastores (detalhe) — Anton Raphael Mengs (1728-1779). Museu do Prado, Madri.
Plinio Corrêa de Oliveira
A Mãe de Deus, majestosíssima, transcendente, puríssima, rezando ao Menino-Deus. Os Anjos entoando em volta canções de glorificação, e toda atmosfera reinante saturada de valores tais, que dir-se-ia haver na pobreza da Gruta de Belém uma atmosfera de corte.
O Divino Infante atrai para junto de Si, ao mesmo tempo, todas as formas de grandeza que d´Ele dimanam, e que não constituem senão reflexos de sua Pessoa; todas as formas de pureza, todas as formas de santidade, que são apenas uma participação da santidade d´Ele.
Imensamente acessível, este Rei, tão cheio de majestade, abre para nós os olhos. Notamos que seu olhar puríssimo, inteligentíssimo, lucidíssimo penetra nossos olhos. Vê o mais profundo dos nossos defeitos, como também o melhor de nossas qualidades. E nesse momento toca nossa alma, como comoveu São Pedro durante a Sua Paixão.
Esse olhar ocasiona em nós uma tristeza profunda por nossos defeitos. Ele nos inspira horror por nossos pecados. Mas também, penetrando em nós tal olhar, manifesta o Redentor recém-nascido seu amor não só em relação às nossas qualidades, mas também pela condição de criaturas feitas por Ele. Um amor dedicado a nós, apesar de nossos defeitos, por termos sido criados por Ele e destinados a um grau de santidade e de perfeição enquanto podendo existir em nós, e que Ele conhece e ama.
____________
Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 29 de dezembro de 1973. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário