Igreja Santa Teresinha, no tradicional bairro de Higienópolis da capital paulista, lotada de devotos na veneração às relíquias da santa carmelita. |
✅ Luis Dufaur
Em 20 de outubro 2024 uma bela urna com relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus (fêmur e ossos do pé) completou sua 4ª peregrinação pelo Brasil. Iniciada em 13 de janeiro deste ano, ela percorreu 70 cidades e numerosas igrejas, especialmente aquelas vinculadas ao Carmelo.
A abençoada urna passou os últimos dias da peregrinação na igreja dedicada a Santa Teresinha, situada à Rua Maranhão, no tradicional bairro de Higienópolis da capital paulista.
Essa romaria fez parte da comemoração dos 150 anos do nascimento da santa, ocorrido em 2 de janeiro de 1873; do centenário de sua beatificação, em 29 de abril de 1923, e de sua canonização em 17 de maio de 1925.
Essa urna é também conhecida como “Relicário do Centenário”, “Grão Relicário” ou “Relicário do Brasil”, porque foi confeccionada com doações de fiéis brasileiros ao Carmelo de Lisieux (França). É utilizada para as peregrinações internacionais.
Um segundo relicário permanece no Carmelo de Lisieux e é conhecido como “Urna do Brasil” e “Relicário Gótico”. Ele peregrina apenas na França, levando a relíquia de uma vértebra da santa.
Numa nave lateral da igreja do Carmelo de Lisieux encontra-se a estátua “reclinada” de Santa Teresinha no leito de morte, feita em 1920. Sob ela, colocadas numa primorosa caixa, estão mais algumas relíquias dos ossos. Conhecida como “Primeiro Relicário”, a confecção dessa caixa — realizada em Paris com pau-rosa, madeira amazônica nativa no Brasil — deveu-se também a uma coleta pública brasileira.
A imensa afluência de devotos implorando a sua intercessão para as necessidades crescentes e até angustiantes geradas pela crise moral e social que agita o Brasil, lotou diversas igrejas desde a chegada das relíquias ao Brasil até o momento da sua partida da igreja de Santa Teresinha na capital paulista, no final da tarde do dia 20 de outubro [foto no topo].
Como entender uma tão popular e enraizada devoção a uma santa francesa falecida no silêncio e no isolamento de um longínquo Carmelo na Normandia? Na realidade, entende-se bem à luz daquilo que a própria Santa confiou à sua irmã e mãe adotiva, a Madre Inês de Jesus: “Depois de minha morte, eu farei cair uma chuva de rosas”. E daquela frase famosa manifestando o desejo mais profundo que a animava no auge da agonia: “Eu quero passar meu Céu fazendo bem sobre a Terra”.
São desses bens espirituais que um número cada vez maior de pessoas mais tem necessidade e mais imploram.
Santa Teresinha, talvez a santa mais venerada pelos brasileiros, cumpre sua promessa também nos mostrando uma via superior para o Céu que todos podemos trilhar. É uma estrada real que pode levar aos altares não apenas uma ou outra alma, mas legiões inteiras delas que hoje gemem no abandono e talvez no estado de pecado.
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Ó Santa Teresinha do Menino Jesus, após essa abençoada peregrinação de vossas relíquias pelo Brasil, lançai um olhar de compaixão sobre nós e fazei vossas as nossas intenções. Dizei por nós uma palavra junto à Virgem Imaculada que vos sorriu no amanhecer da vida e suplicai-Lhe que com seu tão grande poder sobre o Coração de Jesus, nos conceda a graça que tanto desejamos nesta hora. Que sua bênção nos fortifique durante toda a vida, nos defenda na hora da morte e nos conduza à bem-aventurança eterna!
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