27 de dezembro de 2020

Quantos Beethovens foram abortados?

 


Quantos homens que teriam futuro brilhante foram abortados? Mas ainda que não viessem a ser brilhantes, milhões de inocentes são executados todos os anos. 

✅ Paulo Roberto Campos 

No dia 17 de dezembro, em todos os países foram celebrados os 250 anos de nascimento daquele que é considerado um grande gênio musical e um dos maiores compositores clássicos dos séculos XVIII e XIX: Ludwig van Beethoven.

De extraordinário talento, com apenas 10 anos de idade, Beethoven dominava brilhantemente todo o repertório de Johann Sebastian Bach, e com 12 anos compôs as suas primeiras peças, hoje ouvidas e admiradas no mundo inteiro. 

A propósito da celebração, para este Blog da Família convém lembrá-lo sob um ponto de vista diferente para se execrar a prática do aborto. 

Um muito interessante diálogo imaginário entre dois médicos foi publicado pelo jornal portuense “A Ordem”. 

Eis o diálogo: 
— Suponhamos que você seja o médico de uma família em que o pai é sifilítico, o primeiro filho é cego, o segundo nasceu aleijado, o terceiro tuberculoso, o quarto oligofrênico, e a mãe, que espera o quinto filho vem-lhe pedir que faça um aborto. O que você faria?

O outro médico responde prontamente: 

— Neste caso não teria dúvidas em atendê-la. Seria mais do que justo. 

O primeiro médico, jocoso, arremata em tom fulminante: 

— Parabéns! Você acaba de assassinar Ludwig van Beethoven... 

A atitude irracional, precipitada e pecaminosa do médico abortista teria assim não só privado um ente do mais elementar dos direitos — o direito à vida — mas impedido a humanidade de enriquecer-se com um inegável talento musical...

24 de dezembro de 2020

Senhor, venha a nós o Vosso Reino!


“Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura. E subitamente ao Anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia: Glória a Deus no mais alto dos Céus e na Terra paz aos homens de boa vontade” (São Lucas 2, 10-14). 

✅  Paulo Roberto Campos 

Com meus votos de um Abençoado e Feliz Natal, assim como de um Novo Ano repleto com as melhores bênçãos divinas para os diletos leitores do Blog da Família, rogo a Jesus, Maria e José que a todos concedam abundantes graças para suas atividades em 2021. Assim, ainda que muitas dificuldades tenhamos que enfrentar, teremos forças para vencê-las.

Neste 2020, que caminha para seu fim, certas forças revolucionárias pretenderam, em nome da pandemia, eliminar as celebrações de Natal com as famílias reunidas; pretenderam fechar as igrejas e “apagar” as luzes sobrenaturais de Natal; pretenderam um Natal sem as alegrias próprias desta magna celebração da Cristandade. Até as onipresentes máscaras concorreram para tapar a fisionomia sorridente própria à felicidade natalina; máscaras que colaboraram para esconder a alegria de Natal até mesmo nas faces infantis. Mas tais forças nada conseguirão contra o “Lumen Christi”, pois nunca se apagará, brilhará sempre alimentando nos corações e nas almas a esperança de uma época maravilhosa que virá. Esse sonho não é devaneio, é a certeza da Vitória final que a Deus pertence e revelado em Fátima em 1917. 

Rezemos para que neste Novo Ano a Luz de Cristo, pela intercessão da Santíssima Virgem, possa se manifestar mais intensamente sobre todos nossos Amigos e iluminar com a verdade divina todos os acontecimentos que nos aguardam. 

Genuflexo diante do Santo Presépio, de todo coração agradeço à Sagrada Família pelos favores que nos concedeu neste ano findo e que não permita a dissolução moral que a Revolução gnóstica e igualitária planeja para destruir a instituição da família como Deus estabeleceu. 

“Domine, adveniat regnum tuum!” Senhor, o quanto antes venha a nós o Vosso Reino, que logo seja feita Vossa vontade assim na Terra como no Céu!

23 de dezembro de 2020

O Salvador desceu do Céu para te procurar

 


Nesta véspera do Natal do Divino Infante, seguem alguns pensamentos para meditarmos sobre o magno acontecimento da Cristandade 


“Tendo, pois, nascido Jesus em Belém de Judá, nos dias do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, dizendo: ‘Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Porque nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo’”. 
(São Mateus, 21-12) 


“Aquele que só pertencia a si mesmo, quis nascer para nós e dar-se a nós”. 
(São Bernardo) 


“Que queres mais, ó homem? Que esperas ainda para te dares sem reserva a teu Deus? Considera as penas que Jesus sofre por ti. Vê com que amor esse terno Salvador desceu do Céu para te procurar. Não ouves os seus gritos, os seus vagidos infantis? Apenas nascido, dirige-se a ti; escuta como ele te chama com seus vagidos. Parece dizer-te: ‘Ó alma a quem amo, eu te procuro; é por amor de ti, para obter o teu amor, que vim do Céu à Terra’”. 
(São Bernardino de Sena) 


“Não tendes razão de vos afligirdes por causa da sentença de morte pronunciada contra vós, pois hoje nasceu-vos Aquele que vos traz a vida”. 
(São Leão) 


“Para que o servo se tornasse Senhor, Deus quis fazer-se servo”. 
(Santo Agostinho)

17 de dezembro de 2020

Na mesa se decide o fracasso ou triunfo familiar e social


   Luis Dufaur

Numa refeição em família, o mais importante da mesa não é a comida, e sim o relacionamento, a conversa na qual se modela o espírito familiar. 

De acordo com Denise Beckford, especialista em relacionamento familiar, este é o ‘prato’ mais saboroso e agradável do contato humano. O Pediatric Academic Society Meeting concluiu que as crianças que partilham da mesa com os pais são mais bem sucedidas na vida, com bom equilíbrio emocional, além de serem menos propensas a atos violentos. 


Quem se acostumou a uma mesa caótica não fará orçamentos ou relatórios ordenados. Que imagem passará um profissional que num almoço de trabalho não sabe utilizar adequadamente os talheres? 

Uma cerimonialista acrescenta: “A violência familiar resulta de uma comunicação paupérrima, falida, que começou à mesa. Os adolescentes não sabem se expressar com palavras, então apelam aos golpes”.

12 de dezembro de 2020

Variedade e Unidade nas Canções de Natal

 

Por meio de seus cantos natalinos, cada povo glorifica a seu modo o Menino Jesus 

  Plinio Corrêa de Oliveira

Nas diversas nações, os cânticos de Natal variam de acordo com a índole nacional, mas em todos estão sempre presentes as mesmas notas apropriadas à Noite Santa. Há canções natalinas norte-americanas, brasileiras, italianas, alemãs, francesas, espanholas etc. São bem diferentes umas das outras, entretanto manifestam-se em todas os mesmos sentimentos despertados pelo Menino Jesus, por Nossa Senhora, por São José, pelo presépio. Quais são esses sentimentos? 

O primeiro é a inocência. Os vários povos souberam compor verdadeiramente hinos de entusiasmo à inocência do Menino Jesus, que repercutem sob a forma de acordes a inocência de cada um ao glorificá-Lo. O entusiasmo que cada povo manifesta pela inocência do Divino Menino reflete um elemento de inocência que há em nós. Se não tivéssemos inocência alguma, não nos interessaríamos por Ele. Há quem não se interesse por Ele, ou aparenta interesse por pura formalidade. Como há em nós uma inocência, nos interessamos e cantamos a inocência presente n’Ele. 

Está presente também o sentimento de ternura, pelo fato de o Menino Jesus ser tão frágil e pequeno, sendo ao mesmo tempo Deus. Há uma espécie de ternura, de compaixão, pois Ele é o Homem Deus — tão grande, entretanto contido naquela Criancinha. Disso decorre a vontade de proteger o Menino Jesus contra qualquer fator agressivo. Assim, algumas canções de Natal sugerem uma nota de defesa do Divino Infante. 


As canções natalinas dos diversos países apresentam certa analogia com o sol, cuja luz tem a mesma cor; porém, quando ela atravessa um vitral, seus raios tomam coloridos diferentes, mas harmoniosos. A luz do sol que incide sobre o vitral projeta belezas como a de pedras preciosas. 

Da mesma forma, o Menino Jesus é um só. Mas, quando cantado pela alma anglo-saxônica, notamos certo tipo de beleza; pela alma germânica, outro aspecto do belo; pela alma latina, brasileira, hispano-americana, surgem outras belezas. Já ouvi canções eslavas, inclusive russas; muito bonitas, mas com outras notas. Todas essas canções formam como que um vitral do Menino Jesus. 
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 30 de dezembro de 1988. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

Aproximando-nos de Maria, estaremos próximo do Menino Jesus

 


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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 840, Dezembro/2020
 

Não deixemos o Natal morrer! 

Sobretudo neste ano em que, a pretexto da pandemia, são anunciadas suspensões ou restrições às belas e tradicionais cerimônias natalinas, especial dedicação e amor devemos consagrar às celebrações em honra do Menino Jesus. Com o fiat da Virgem Maria, Ele assumiu diante de Deus a missão de resgatar a culpa da humanidade pelo pecado de Adão, e sua vinda ao mundo abriu a redenção à humanidade pecadora. 

Nesse sentido, e a fim de auxiliar os leitores em uma proveitosa meditação junto ao presépio — o qual recomendamos empenhadamente seja montado em cada lar, como antigamente —, a revista Catolicismo publica na edição deste mês [capa acima] quatro matérias relacionadas ao Santo Natal. 

Na mais profunda delas, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira comenta uma evocativa jaculatória: “Coração de Maria, no qual o Sangue de Jesus, preço de nossa redenção, foi formado”. O autor considera a sublime e insondável união entre Nossa Senhora e seu Filho Divino, na bendita noite de Natal, e expõe como nós, aproximando-nos d’Ela, nos aproximaremos do Menino Jesus. Tendo vindo ao mundo por meio d’Ela, por este mesmo caminho chegaremos a Ele, pois Nosso Senhor deseja que nos aproximemos d’Ele por intercessão de Sua Mãe Santíssima. 

Três outros textos incluem: um conto de Natal; um relato sobre preciosos costumes de Natal (como o ‘pudding’ real inglês); outro sobre canções natalinas, mostrando a unidade presente na variedade dos cânticos com os quais cada povo louva o Divino Infante com o seu modo peculiar. 
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Em outra ordem de assuntos, a revista destaca também o importante manifesto lançado recentemente pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, juntamente com 25 associações coirmãs e autônomas nos cinco continentes. Indica ele a necessidade de se resistir a diversos fatores — elencados e analisados no documento — que estão concorrendo para a autodemolição da Igreja, lamentavelmente executada por mãos de altas autoridades eclesiásticas. Ação traiçoeira, que agrava a crise e arruína a Cristandade. 

Entre os mencionados fatores de autodemolição, a título de exemplo, menciona-se o pronunciamento do Papa Francisco sobre “o reconhecimento legal das uniões homossexuais” e sua última encíclica Fratelli Tutti, contradizendo e entrando em confronto com o Magistério Tradicional da Igreja. 

Persiste, portanto, a necessidade de uma resistência respeitosa e efetiva a algumas posições da autoridade eclesiástica, lastreada na célebre declaração de resistência — de autoria de Plinio Corrêa de Oliveira, publicada no mundo inteiro em 1974, e também transcrita em Catolicismo (Vide: http://catolicismo.com.br/Acervo/Num/0280/P01.html). 
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A dramática situação na qual nos encontramos neste fim de ano contém um convite a que nos voltemos especialmente para a Sagrada Família — Jesus, Maria e José —, depositando a seus pés nossas súplicas pela urgente vitória da Igreja e da Cristandade, hoje tão ameaçadas pela autodemolição. 

São esses nossos votos de Natal, extensivos a todos os nossos leitores e suas respectivas famílias. Que Deus, pela mediação de sua Mãe Santíssima, a todos abençoe e ilumine em suas atividades ao longo do Novo Ano que se aproxima. 
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Para fazer uma assinatura da revista Catolicismo, envie um e-mail para catolicismo@terra.com.br

7 de dezembro de 2020

A Imaculada Conceição na luta entre a Revolução e a Contra-Revolução

 


O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado por Pio IX com a bula Ineffabilis Deus, de 8 de dezembro de 1854. Em memória desse acontecimento, seguem alguns comentários de Plinio Corrêa de Oliveira. 


Um dos fatos mais culminantes do pontificado de Pio IX [1846-1878] — depois de São Pedro, o pontificado mais longo da história — foi a definição do dogma da Imaculada Conceição, proclamando que a Virgem Maria foi concebida sem pecado original. 

Desde sempre houve duas correntes ante a definição do dogma da Imaculada Conceição: uma que o defendia, e outra que o combatia. Durante o pontificado de Pio IX, combateram a Imaculada Conceição os que se moviam de acordo com os pruridos revolucionários; e se empenharam a favor d’Ela os contra-revolucionários, que pediram ao Papa a proclamação do dogma. De algum modo, a luta entre a Revolução e a Contra-Revolução estava presente na luta entre essas duas correntes. 

Pio IX foi um dos Papas mais contra-revolucionários da história, o que se manifesta particularmente em duas notas contidas nessa definição: em primeiro lugar, a Virgem Santíssima tinha, em sua vida terrena, o perfeito uso da liberdade; aceitava sempre tudo que lhe indicava de ordenado a razão, iluminada pela fé, e não encontrava em si qualquer espécie de obstáculo interior à voz da razão e da fé. Ela era cheia de graça, e suas decisões se voltavam sempre para tudo o que é bom e verdadeiro. Esse privilégio de Nossa Senhora, por si só, deixa os revolucionários furiosos. 

Mas havia uma razão ainda mais profunda para a Revolução odiar esse dogma. O revolucionário ama o mal, é simpatizante do mal, alegra-se quando encontra em alguém um traço de mal; ele procura o mal em tudo, age em sintonia com o que não é bom; e tem, pelo contrário, grande revolta diante de uma pessoa sem qualquer vestígio de mal. Ora, a simples ideia de um ser tão excelsamente bom e santo, desde o primeiro instante de sua concepção, causa ódio num revolucionário. 

Um indivíduo afundado na impureza sente que as inclinações impuras o dominam. Naturalmente se envergonha e sente-se deprimido por estar nessa condição, e revolta-se ante a simples ideia de existir uma pessoa como Nossa Senhora, que não tinha nenhuma mácula, nenhuma inclinação para a impureza e para o mal, e era toda feita da mais transcendental pureza. O orgulho revoltoso, esmagado pela pureza imaculada da Virgem Santíssima, o conduz a um alto grau de antipatia e ódio. E a definição de tal privilégio — ausência de qualquer prurido de Revolução em Maria — provoca repulsa, dor e ódio nos revolucionários. 

Podemos assim compreender que no século XIX, época em que a Revolução já espalhara labaredas por todo o mundo, houvesse pessoas indignadas com a definição do dogma proclamado pelo Bem-aventurado Pio IX. 

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 15 de junho de 1973. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.