29 de janeiro de 2021

Aborto não é uma questão religiosa?


 

  Luiz Sérgio Solimeo

Os católicos argentinos deram um exemplo para o mundo ao lutar valentemente contra a legalização do aborto [Fotos acima e ao lado]. Entretanto, eles não tiveram o apoio do papa argentino, uma vez que a agenda dele não inclui tais preocupações. Com efeito, o silêncio do Papa Bergoglio a propósito da legalização do aborto no seu país foi chocante. 


Por exemplo, o Prof. José Arturo Quarracino destaca que em sua última mensagem de Natal, o Papa Francisco falou sobre os problemas de vários países, mas não disse palavra sobre a Argentina, sua terra natal. Ele ressaltou que esta indiferença confirma o que se comenta entre os bispos e padres amigos de Bergoglio, ou seja, que o aborto não é assunto tão importante como o meio ambiente ou os migrantes.[1] 

Esse silêncio é ainda mais inexplicável considerando que o Papa tem boas relações com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Este, pouco depois de ser eleito, foi calorosamente recebido por Francisco [foto ao lado]. 


Por sua vez o Prof. Rubén Peretó Rivas escreveu: “O presidente argentino, Alberto Fernández, foi quem promoveu a lei e se comprometeu a pressionar pessoal e insistentemente vários legisladores para que mudassem de voto e permitissem sua aprovação [do aborto]. É o mesmo presidente que foi saudado com complacência e largos sorrisos pelo Sumo Pontífice em 31 de janeiro de 2020, o mesmo que naquele dia assistiu à missa celebrada pelo Arcebispo Marcelo Sánchez Sorondo para ele e seus acompanhantes na cripta da Basílica do Vaticano — onde se encontra o túmulo de São Pedro — onde comungou com a sua concubina, a ex-showgirl Fabiola Yañez”.[2] Afinal, estamos no tempo de Amoris Laetitia… 

O Papa Francisco, em cartas privadas às pessoas que o consultaram sobre o seu pronunciamento de o aborto não ser principalmente uma questão religiosa religiosa, repetiu a sua declaração.[3] Essa postura sugere que não se deve empreender uma luta religiosa para bloquear a legalização desse pecado grave. Numa dessas cartas — embora privada, foi publicada pela Conferência Episcopal Argentina — o Papa afirmou: “A [uma carta] me perguntando sobre o problema do aborto, eu respondi [...] [que] o assunto do aborto não é principalmente uma questão religiosa, mas humana, uma questão de ética humana anterior a qualquer confissão religiosa”.[4]

E prosseguiu sugerindo que argumentos não religiosos sejam usados na luta contra o aborto: “Sugiro que você se faça duas perguntas: — É justo eliminar uma vida humana para resolver um problema? — É justo contratar um assassino para resolver um problema?”[5]  Uma coisa é utilizar tanto argumentos religiosos quanto os de bom senso. Outra é dizer que o aborto não é principalmente uma questão religiosa. 

Em questões morais, como o aborto, o argumento mais decisivo é o religioso, pois coloca a pessoa diante de seu destino eterno, seu fim último. Isso é especialmente verdadeiro em um país católico como a Argentina. Afirmar que o aborto não é fundamentalmente uma questão religiosa é negar que ele, acima de tudo, é uma grave ofensa a Deus. É a morte deliberada de um ser humano inocente. É um dos quatro pecados que clamam ao Céu por vingança.[6] 

Além disso, o aborto vai contra a infinita sabedoria de Deus ao vincular a relação sexual natural à procriação da humanidade. Também vai contra Sua adorável vontade, que determina que o ato sexual deve ser realizado apenas no casamento e sem interferências que o tornem infrutífero. O aborto é, portanto, uma revolta contra Deus, “aversio a Deo, conversio ad creaturam” — afastar-se de Deus, voltar-se para algum bem criado — como Santo Agostinho definiu o pecado.[7] 


A mulher que procura um aborto voluntariamente, e a equipe médica que o pratica, pecam por ação. Quem deveria se opor à legalização do aborto e não o faz, peca por omissão. Santo Tomás de Aquino [quadro ao lado] afirma que ser negligente em “um ato ou circunstância necessária à salvação é um pecado mortal”.[8] O aborto é um pecado mortal extremamente grave. Além de uma ofensa grave contra Deus, tem consequências na vida moral e social de um povo. 

Assim, aqueles cuja missão é guiar, sobretudo espiritualmente, e não se opõem de modo ativo ao aborto, mas se limitam a declarações ambíguas ou oposição branda, desproporcional à situação, cometem um pecado grave. Sua omissão contribui para que o pecado do aborto provocado se generalize. Ajuda a fazer com que o crime pareça “normal”, levando muitos a pecar. 

O Papa São Félix III já advertia no século V, que “um erro ao qual não se opõe, é considerado aprovado; uma verdade defendida de modo minimalista, é abolida [...]. Quem não se opõe a um crime evidente, está sujeito à suspeita de secreta cumplicidade”.[9]

As autoridades religiosas que não combateram a legalização do aborto neste país católico como era seu dever, devem prestar contas a Deus por sua responsabilidade neste pecado nacional. “Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra por mim” (Gênesis 4,10). 
______________ 
Notas: 
1. Marco Tossati, “Quarracino. Aborto en Argentina: la Indiferencia del Papa Bergoglio,” Stilum Curiae, Dec. 26, 2020, https://www.marcotosatti.com/2020/12/26/quarracino-aborto-en-argentina-la-indiferencia-del-papa-bergoglio/. 
2. See Aldo Maria Valli, “L’aborto in Argentina e gli amici di papa Francesco,” AldoMariaValli.it, Dec. 30, 2020, https://www.aldomariavalli.it/2020/12/30/laborto-in-argentina-e-gli-amici-di-papa-francesco/. “Presidente argentino concubino y abortista recibe la Comunión en el Vaticano (Vídeo)”, https://gloria.tv/post/hwVfRJqDfVYR343VMcFmfztU8, acessado em 13 de Jan.de 2021. 
3. Elisabetta Piqué, “Fuerte condena del papa Francisco al aborto: ‘¿es justo cancelar una vida humana para resolver un problema?’” La Nación, Jan. 10, 2021, https://www.lanacion.com.ar/politica/fuerte-condena-del-papa-al-aborto-es-nid2566081. 
4. Conferencia Episcopal Argentina, “Carta del Papa Francisco a sus alumnos y compañeros de colegio,” Episcopado.org, Dec. 5, 2020, https://episcopado.org/contenidos.php?id=2707&tipo=unica. 
5. Ibid. 
6. “8. P: Quais são os pecados que bradam ao Céu e pedem a Deus por vingança? – R: Os pecados que bradam ao Céu e clamam a Deus por vingança são quatro: 1º. Homicídio voluntário; 2º. Pecado impuro contra a natureza; 3º. Opressão dos pobres, principalmente órfãos e viúvas; 4º. Não pagar o salário a quem trabalha. P: Por que se diz que estes pecados pedem vingança a Deus? Porque o diz o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos” (Catecismo Maior de São Pio X, Diocese de Campos, RJ). 
7. Battista Mondin, Dizionario Enciclopedico del Pensiero di San Tommaso d’Aquino (Bologna: Edizione Studio Domenicano, 1991), 445. 
8. Summa Theologiae, II–II, q. 54, a.3, c. 
9. Citado por Leão XIII na Encíclica Inimica vis (Sobre a Maçonaria), 8 Dez.1892, no. 7. http://www.vatican.va/content/leo-xiii/en/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_08121892_inimica-vis.html

28 de janeiro de 2021

Pai é homem, Mãe é mulher e ponto final.


C
om o título “Os nossos filhos moldarão o futuro” — uma afirmação da ministra húngara Katalin Novák [foto] — o site “Dies Irae” (Portugal) publicou no dia 26 p.p. uma excelente entrevista com ela. Julgamos de utilidade para os leitores deste blog as muito pertinentes respostas da ministra em defesa do instituto da família. Assim, aqui reproduzimos o texto, com a grafia do português de Portugal, exatamente como estampado naquele conceituado site.

*   *   * 

O portal Dies Iræ teve o privilégio de entrevistar, em exclusivo, a Ministra para os Assuntos Familiares da Hungria, Katalin Novák, no seguimento das alterações realizadas à Constituição e dos inúmeros ataques da Europa ao Governo de Orbán que, ao longo dos seus mandatos, tem introduzido legislação absolutamente fundamental para a defesa dos valores da Família e da Vida. Possa esta entrevista inspirar todos aqueles que, principalmente em Portugal, se empenham nas mais diversificadas acções e campanhas pró-Vida e pró-Família. 


1. Senhora Ministra, começamos por lhe agradecer por nos conceder esta tão importante entrevista e desejamos que este novo ano possa ser repleto das bênçãos de Deus e de Santo Estêvão para a Hungria, para o Governo Húngaro e, claro, para a senhora Ministra. Esperamos, em breve, poder recebê-la no nosso País. Brevemente, que balanço faz de 2020, ano marcado pelo COVID-19, a nível nacional e internacional? 

Assistimos a um ano como nenhum outro. É a primeira vez, em mais de um século, que uma pandemia coloca o Mundo de joelhos. Forçou os decisores, líderes políticos e económicos, bem como os cidadãos, a reavaliar as suas prioridades e a pensar sobre o que realmente importa. Também podemos concluir que, entre os efeitos negativos da globalização, não podemos falar apenas das alterações climáticas ou da migração ilegal, mas devemos também dirigir a nossa atenção para os riscos relacionados com a saúde pública. Cada crise internacional mostrou que os estados-nação continuam a ser os actores mais capazes e poderosos para defender os interesses dos seus cidadãos. Isto foi verdade depois da crise económica de 2008, igualmente depois da crise migratória, em 2015, e também é verdade agora. Não importa o potencial das organizações internacionais em ajudar os países a coordenar e mitigar os efeitos das crises, têm sido incapazes de prever, preparar e aconselhar os governos nacionais. Os governos nacionais puderam tomar decisões responsáveis e arriscar, e tomar medidas quando se tratou de limitar as viagens, ajudar sectores, limitar a liberdade de movimento, adquirir, urgentemente, equipamentos médicos e de protecção meses antes da UE ou outros. 
Na verdade, devo observar, com tristeza, que, no caso da Hungria, organizações internacionais e adversários políticos tentaram impedir os nossos esforços de protecção, rotulando a nossa lei de emergência, aprovada nesta Primavera, como um retrocesso autoritário – até mentiram sobre o Parlamento, dizendo que a questão não esteve na sessão, quando, na verdade, esteve.


2. É Ministra para os Assuntos Familiares, do Governo de Viktor Orbán, desde Outubro de 2020. Todavia, há já longos anos que conhece de perto a política húngara. Para além disso, é casada e tem três filhos. O que a levou a defender tão convictamente a Nona Emenda à Constituição da Hungria, aprovada, a 15 de Dezembro, por grande maioria parlamentar? 

Na sessão plenária do Parlamento húngaro, 
em 21 de setembro de 2020,
Katalin Novák fez o juramento



Como disseram, em primeiro lugar, sou a mulher do meu marido e mãe dos nossos três filhos. Antes da minha nomeação, fui responsável, durante anos, pela política familiar húngara. Com a alteração da nossa Lei Fundamental, registámos coisas que são óbvias para o povo Húngaro. Há uma tendência alarmante em que verdades básicas, que a humanidade considerou óbvias e inquestionáveis, estão, agora, a ser contestadas. A ideologia política parece superar a ciência e a razão. Esta tendência ainda não está presente na Hungria, as pessoas ainda acreditam que homens são homens e mulheres são mulheres, e que não se pode mudar o seu ADN ou fingir que é possível. Aprovámos legislação para fechar brechas legais e determinar quem é que o Estado reconhece como homem ou mulher, com base na biologia e na ciência, e não na ideologia social e política. Em Dezembro, acrescentámos à Constituição que pai é homem, mãe é mulher. Mesmo que isso seja óbvio para nós, actualmente é contestado. Queremos defender os nossos filhos e deixá-los ser crianças sem os usarmos para qualquer base ideológica. Parte central do pensamento do governo Húngaro é que o interesse superior da criança e o seu bem-estar são fundamentais. 


3. Um pouco por todo o Mundo, fazendo-se notar particularmente na Europa, assistimos a uma rejeição da Cultura Cristã enquanto garante da unidade e da coesão dos Estados. Ao invés disso, a Hungria, através do seu Governo, opta por vincar e reforçar esta importância do Cristianismo como valor essencial para a preservação da identidade húngara. O que move o Governo? 

O estado Húngaro está profundamente entrelaçado com o Cristianismo. Tribos húngaras chegaram, no século VIII, à Europa e os líderes Húngaros foram aceites pelos líderes na Europa quando nos convertemos ao Cristianismo, e o Papa enviou uma coroa para o nosso primeiro rei. Ao longo dos séculos, o Rei Santo Estêvão I da Hungria, bem como outros reis Húngaros, foram canonizados. A Hungria travou muitas guerras para defender o Cristianismo Húngaro e Europeu. Estamos na fronteira do Cristianismo Oriental e Ocidental, estivemos na fronteira entre os mundos Cristão e Muçulmano durante séculos, e estivemos na fronteira da Guerra Fria, infelizmente, no lado Oriental, onde o império Soviético tentou erradicar a Cristandade. A nossa história é uma história de sobrevivência para os Húngaros, mas também uma história de sobrevivência do Cristianismo. Mesmo os Húngaros que não acreditam em Deus entendem e reconhecem a profunda ligação entre a identidade Cristã, a identidade Húngara e a condição do estado Húngaro. 


4. Ainda no seguimento da questão anterior, mas abordando o assunto da Família natural, isto é, constituída por um homem, uma mulher e os eventuais filhos, qual lhe parece ser a centralidade que a Família deve ter numa sociedade? E porquê? 

As famílias são as unidades básicas de qualquer sociedade, a menor e mais próxima comunidade de todas as comunidades. São o tecido da nossa sociedade. Se desfizermos esse tecido, as nossas sociedades desintegrar-se-ão como um todo. É onde as crianças experimentam e aprendem o amor, a solidariedade, mas também a responsabilidade e o valor da comunidade. Nem todas as crianças têm a sorte de crescer numa família feliz, mas é do interesse da sociedade e, portanto, dever do Estado ajudar e defender as famílias. Uma sociedade onde as pessoas não querem ter filhos, não acreditam que vale a pena reproduzir-se, está condenada à morte. O facto de a taxa de natalidade em todos os países Europeus não corresponder à fecundidade de reposição diz muito sobre os nossos valores e o nosso modelo socioeconómico. Por alguma razão, os líderes Europeus não querem reconhecer esta situação. Preocupamo-nos com as mudanças climáticas e com o futuro do nosso planeta, mas não nos importamos com o facto de que é preciso haver novas gerações para lhes darmos o nosso planeta. É por isso que queremos dar oportunidade aos Húngaros de terem quantos filhos quiserem. 


5. Em 2017, um partido de extrema-esquerda português, que actualmente apoia o Governo, defendeu que os menores de idade, a partir dos 16 anos, devem poder processar os pais caso não lhes concedam a permissão para a mudança de sexo. Já o Governo, contra um parecer técnico e ético, aprovou a possibilidade de mudança de sexo a partir dos 16 anos, ainda que com a autorização dos representantes legais dos menores de idade. Assiste-se, assim, a uma desconstrução da identidade com que cada um nasce e a uma completa rejeição e banalização do poder de influência que a Família, e bem, pode e deve exercer sobre os seus filhos, mormente quando menores. Que comentários que lhe merecem medidas como estas? Há quem as proponha também na Hungria? 

Katalin Novák entre o Primeiro Ministro Viktor Orbán (esq.)
e o Presidente da República, János Áder,
no Salão dos Espelhos do Palácio Sándor


Há um ditado na Hungria para quem está completamente perdido: nem sabe se ele é menino ou se ela é menina. Daí resulta também que, para uma criança, um dos principais pontos de segurança é o seu sexo. Não existem tais propostas na Hungria como em Portugal, mas esta tendência é, exactamente, porque aprovámos certas medidas legislativas na Hungria. O desenvolvimento mental e físico das crianças é algo muito frágil. Os adolescentes são, de modo especial, vulneráveis à influência – todos os pais podem ser testemunhas disso. Temos leis que tornam os pais responsáveis pelas acções e pelo desenvolvimento dos filhos por um motivo. As crianças têm responsabilidade limitada pelas suas próprias acções por um motivo. Não podem beber álcool, conduzir um carro ou votar nas eleições abaixo de uma certa idade por um motivo. O estado e a sociedade têm a obrigação de defendê-los e também de proteger os seus melhores interesses. Veja-se os regulamentos de escolaridade obrigatória, por exemplo. Não acompanhei esse debate em Portugal, mas a sociedade portuguesa, provavelmente, passou pelos mesmos debates e argumentos. Se foi o que a maioria apoiou, devemos respeitar. Se a opinião da maioria mudar, será possível mudar essa legislação. Acredito que esta é uma boa luta e uma luta que vale a pena travar, mas cada sociedade deve assumir a responsabilidade pelo seu futuro e pelo futuro dos seus filhos.


6. Perante o actual quadro político europeu, os constantes ataques que a Hungria sofre, um pouco a par da Polónia, podem ser vistos como uma confirmação de que estão no caminho certo?

Se somos atacados pela esquerda, deve isso significar que não estamos a procurar ideologias de esquerda, mas valores conservadores. É para isso que fomos eleitos. Há alguns anos, um comunista português liderou esse esforço, no Parlamento Europeu, contra a Hungria. Fomos reeleitos duas vezes desde então. Essas são questões que cada pessoa deve decidir por si mesma. A Hungria testemunhou quatro décadas de imposição do modelo comunista e socialista. As pessoas que viveram num país socialista nunca compreendem por que motivo o socialismo ainda possa ser um sonho romântico para muitos na Europa Ocidental. Na Hungria, os governos socialistas destruíram o país, com consequências duradouras, em 1919, 1989 e 2009. Sentimos o efeito e sofremos as consequências de todos os três até hoje. 


7. Em Portugal, temos acompanhado com muito interesse toda a acção do Governo Orbán, sobretudo em matérias que dizem respeito à liberdade religiosa, à Família e à imigração. A invasão muçulmana à Europa, com os seus milhares de migrantes ilegais, é um dos factores que, a seu ver, levam à adopção de políticas absolutamente anti-Família natural e anti-Matrimónio? Que resposta deu a Hungria perante tal cenário? E, em concreto, o seu Ministério? 

A esquerda não acredita no papel das nações e dos estados-nação ou da identidade. Desejam substituir os valores e a identidade tradicionais por uma nova identidade despojada de herança. Vimos várias tentativas disso na história. 

Rejeitar os valores familiares e promover a imigração andam de mão dada. Se a família, a maternidade e o património comum não têm valor, os imigrantes ilegais não representam nenhum risco e a imigração em massa é apenas uma questão de números exigidos no mercado de trabalho. As famílias saudáveis já não são necessárias porque a reprodução não tem importância e a imigração pode resolver a demografia. É uma visão muito materialista e não a partilhamos. Se as famílias e a reprodução já não estão ligadas, então família, casamento e sexualidade podem ser o que se quiser e não passam de uma questão de moda e ideologia. Na Hungria, acreditamos que vale a pena proteger e transmitir a nossa cultura e herança às gerações futuras, por isso concentramo-nos na construção de uma sociedade onde o casamento é definido como uma união entre um homem e uma mulher, onde as famílias são definidas pelo casamento ou pela relação progenitor-filho, e a sociedade valoriza as crianças e recompensa a procriação. É por isso que temos construído um país amigo da família desde 2010. O objectivo é permitir que os jovens casais realizem os seus objectivos familiares, por um lado, e, por outro, fortalecer famílias que já criam filhos. Construímos o mais amplo sistema de benefícios familiares do Mundo Ocidental. O orçamento central alocado para apoiar as famílias é duas vezes e meia maior do que em 2010 e representa 5% do PIB total. Temos um sistema tributário favorável à família, o que significa que menos impostos se paga quantos mais filhos se tiver. Mães com, pelo menos, quatro filhos, estão isentas do pagamento dos impostos para o resto das suas vidas. Estamos a construir novas creches para facilitar o equilíbrio entre vida profissional e familiar, a ajudar as famílias por meio de subsídios para a habitação e a garantir a liberdade de escolha para as mulheres. Na Hungria, as mães ou os pais podem optar por ficar em casa e receber uma prestação até a criança atingir os 3 anos de idade. Também receberão benefícios caso regressem ao mercado de trabalho. Graças a uma nova lei, as mulheres ganharão, imediatamente, mais do que o seu ordenado líquido após o parto. A boa notícia é que os resultados são encorajadores: a taxa de fertilidade aumentou em mais de 20%, o número de casamentos atingiu o máximo em quarenta anos, o número de divórcios atingiu o mínimo em seis décadas.


8. Comummente ouvimos dizer, por parte de líderes europeus, que a Hungria, ao adoptar medidas como as já referidas, não cumpre o “estado de direito”. Que resposta lhe merece uma Europa que, aos poucos, se tem vindo a tornar refém dos lobbies defensores das mais abjectas concepções de Estado, de Direito, de Família e de Liberdade? 

A Europa está, lentamente, a despertar para a ideia de que a sua visão sobre dados demográficos, famílias e imigração falhou. Em 2019, pela primeira vez, foi nomeado um Comissário Europeu para a Demografia. A crise da imigração de 2015 destacou as tensões sociais e o custo social da imigração. Ataques terroristas e jovens a partir para a Síria, para lutar pelo ISIS, provaram os fracassos da integração. As políticas a nível europeu mudarão se os eleitores exigirem mudanças a nível nacional. Nesse ínterim, defenderemos os nossos valores e os interesses. Fomos escolhidos, pelos Húngaros, para fazê-lo pelo terceiro mandato consecutivo no governo. 


9. Para terminar, gostaríamos de lhe pedir que deixasse uma mensagem aos portugueses, principalmente àqueles que, através dos diversos meios, lutam pela defesa da Família natural, pela inviolabilidade da Vida desde a concepção até à morte natural, pela conservação da identidade nacional e pelo aprofundamento de saudáveis relações entre os diversos Estados, sem que isso interfira na vida interna de cada País, algo que a actual União Europeia, lamentavelmente, não sabe, aliás, não quer fazer. 

A minha mensagem é que devem defender a verdade e que esta é uma luta que vale a pena travar. Ninguém o fará por vós. Estamos a travar esta luta há 10 anos. Foi muito difícil, mas também gratificante. Estamos prontos para partilhar as nossas experiências sobre o que funciona e o que não funciona. Mas, no final, cada pessoa e cada país são donos do seu próprio destino. Os nossos filhos moldarão o futuro. A questão é de quem serão os nossos filhos.

16 de janeiro de 2021

A VIRTUDE DA CONFIANÇA


P
ara este início de ano, com prospectivas sombrias e não cognoscíveis, nos convém alguns pensamentos sobre a virtude da confiança, que, segundo São Tomás de Aquino, “É uma esperança fortalecida por sólida convicção”. 

“Avance muito simplesmente com a Cruz de Nosso Senhor, e tenha paz consigo mesmo. Passará por toda tempestade com segurança, enquanto a sua confiança se fixar em Deus”. 
(São Francisco de Sales) 

“Ó meu Deus, longe de me desencorajar à vista de minhas misérias, venho a vós com confiança”. 
(Santa Teresinha) 

“A minha incapacidade é grande, mas Deus é todo-poderoso; deposito n’Ele somente toda a minha confiança”. 
(São Francisco Xavier) 

“Tornai-vos almas confiantes. Nosso Senhor e Nossa Senhora a isso vos convidam. Tornar-vos-eis, ao mesmo tempo, almas de paz”. 
(Pe. Thomas de Saint Laurent) 

“Essas vossas dores, como espero, na hora de minha morte me hão de dar coragem, força e confiança para não desesperar, à vista do muito que ofendi ao meu Senhor”. 
(Santo Afonso de Ligório) 

“Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu. Se tiveres de atravessar a água, estarei contigo, e os rios não te submergirão; se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e a chama não te consumirá”. 
(Isaías 43, 1-2)

15 de janeiro de 2021

CONFIANÇA

 

Foto: Frederico Viotti

Nossa Senhora superará todos os obstáculos superiores às nossas forças 


✅  Plinio Corrêa de Oliveira 

Neste momento de aflições e de perigos, quando a humanidade inteira geme sob o peso de desditas que se multiplicam a cada momento, crescem nossas necessidades e tornam-se mais prementes as nossas preces. Nestas circunstâncias, mais importante se torna sabermos rezar bem. 

Deus quer nossas preces confiantes. Não deseja Ele que nos apresentemos ante seu trono como escravos se aproximando de um temível senhor, com medo, e sim como filhos diante de um Pai infinitamente generoso e bom. Essa confiança é mesmo uma das condições para a eficácia de nossas preces.

Mas como podemos ter confiança, se examinando a nós mesmos sentimos faltar-nos as razões de confiar? E se não temos confiança, como esperarmos ser atendidos? 

Assim, por mais miseráveis que sejamos, podemos apresentar a Deus confiantemente nossos pedidos. Se eles forem sempre apoiados por Nossa Senhora, encontrarão um valor inestimável aos olhos de Deus, e certamente nos obterão os favores pedidos. 

Convém meditarmos incessantemente sobre esta grande verdade. Como católicos, devemos enfrentar nesta vida as lutas comuns a todos os mortais, e além destas as decorrentes do serviço de Deus. 

Embora os horizontes pareçam prestes a verter sobre nós um novo dilúvio, mesmo que diante de nós os caminhos se fechem, os precipícios se abram, e a própria terra se abale debaixo de nossos pés, não percamos a confiança, pois Nossa Senhora superará todos os obstáculos superiores às nossas forças. 

Enquanto esta confiança não desertar de nosso coração, a vitória será nossa. De nada valerão os ardis de nossos adversários; caminharemos sobre as áspides e os basiliscos, e calcaremos aos pés os leões e os dragões. 
____________ 
Excertos de artigo do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (“Legionário”, 1º de junho de 1941).

11 de janeiro de 2021

RETROSPECTO — Pânico do contágio, perseguição à Igreja, República Universal


O vírus chinês espalhou pânico, caos no mundo e perseguição à Igreja. A grande ameaça à Civilização pela implantação de um tirânico governo mundial visando o domínio das mentes e das nações, assim como subjugar a Religião Católica aproveitando da infidelidade de certas autoridades eclesiásticas que colaboram com a autodemolição da Igreja. 


✅  Fonte: Revista Catolicismo, Nº 841, Janeiro/2021 

2020 poderá ser estigmatizado como o ano pandêmico. O novo coronavírus oriundo da China comunista se disseminou pelo mundo inteiro, causando enfermidades e mortes em todos os países.

Por meio da mídia com suas notícias poluidoras, muitas delas distorcidas, espalhou-se por todos os continentes o pânico em relação ao vírus. Muitos especialistas consideram que o pânico coletivo foi pior que a própria doença, pois provocou incontáveis traumas psicológicos. Portadores de outras doenças, com receio de serem contaminadas pelo vírus, deixaram de fazer seus exames médicos rotineiros e de procurar clínicas e hospitais para tratar de suas enfermidades (cânceres, problemas pulmonares, cardíacos etc.). Poderiam ser curadas, se dedicassem aos seus males a atenção habitual, contudo muitas acabaram morrendo... por medo de morrer. 

Drásticas medidas de distanciamento social geraram desemprego e muita pobreza em numerosas regiões. Houve também os que se enriqueceram, e muitos outros que continuarão a enriquecer em decorrência de todo esse processo. 

Enquanto a atenção mundial era focada principalmente nos aspectos práticos para debelar a pandemia, em certos setores dirigentes mundiais estudava-se como aplicar o pânico da pandemia para conseguir o domínio das mentes e das nações, com a implantação de um governo mundial despótico — ‘República Universal’, ou ‘Nova Ordem Mundial’, que poderia ser a meta final. No Fórum Econômico Mundial falou-se claramente no ‘Great Reset’. Seria um grande reinício do mundo após a covid-19, onde uma “nova humanidade” viveria de modo subconsumista, ecológico, em novo ‘formato’ globalizado de regime comunista.


Subindo a um patamar espiritual, malefícios atingiram não só os corpos, mas também as almas. Os ditatoriais decretos de lockdown (com o mantra ‘fique em casa’), resultaram em igrejas fechadas com a anuência, e mesmo complacência, de autoridades eclesiásticas. Assim foi negada a assistência religiosa aos fiéis católicos, abandonados num momento em que mais necessitavam — mais um triste exemplo do processo de autodemolição da Igreja.

Essa pandemia de pânico — que certamente será lembrada por muitas décadas como um verdadeiro pandemônio — é um dos temas principais da matéria de capa da revista Catolicismo deste mês [capa acima], que, como de costume, publica como retrospectiva do ano findo. 

Neste novo ano, quando parece estar próximo também o final desse pesadelo de pânico, devemos voltar nossas almas a Deus e curvar-nos aos seus Mandamentos, com o que obteremos dias melhores, mesmo que sejam mais árduos. Desejamos a todos os leitores, e às suas respectivas famílias, um novo ano com muitas graças de Deus e da Virgem Santíssima.

10 de janeiro de 2021

Quem como a Virgem Maria?

"Matança dos Inocentes" (ordenada por Herodes), quadro de Duccio Di Buoninsegna (1308), Museu dell'Opera del Duomo (Siena, Itália).


  Pe. David Francisquini 

O ano de 2021 se inicia sombrio e imprevisível, deixando as pessoas cheias de perplexidade. O que esperar dos dias vindouros? Se o passado recente não é penhor para o presente e o futuro próximo, como nos guiar e ajudar o próximo durante a confusão e as trevas? Que luz poderá ser orientadora para nos fazer chegar a um porto seguro? 

A única luz verdadeira brilhou num presépio em Belém para dar certezas e convicções profundas neste desterro e num vale de lágrimas. Essa luz se consubstanciou na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, contra a qual Deus prometeu que as portas do inferno não prevaleceriam. Como instituição divina, ela é a nossa bússola a apontar sempre o Norte, ainda que em meio à escuridão não possamos ver nada ao nosso redor. 


O mundo pagão se contorcia numa agonia sem precedentes quando a luz de Belém surgiu num cenário único e dividiu a História em antes e depois de Cristo. As trevas foram então pouco a pouco se dissipando para dar lugar à Cristandade, na qual reinava o Rei de Judá, o Rei Imortal, sempre a guiar os homens proporcionando-lhes todos os meios possíveis para alcançar o porto seguro. 

Contudo, o “não servirei” de Lúcifer repetiu-se na Terra para impedir os homens de seguirem o caminho da verdade e terem a verdadeira vida, fazendo desta Terra de exílio uma antecâmara do Céu. E à semelhança da revolta celeste, grande parte dos homens virou as costas para Jesus Cristo e a Igreja, seu corpo místico, para cavar a própria tumba.

Como maus mercadores, os homens caminham hoje perdidos e desamparados nas trevas cada vez mais densas, entregues à sua própria sorte. E Deus se ri deles. Vejamos. Acabamos de assistir estarrecidos à aprovação do aborto na vizinha e católica Argentina. Mais ao longe, no Extremo Oriente, a Coréia do Sul repetiu a medida, enquanto as autoridades mundiais fingem querer salvar vidas durante a pandemia que grassa. 

Parece que a História se repete, pois enquanto reis iam adorar o Menino Jesus em Belém, o sanguinário Herodes procurava um meio de matá-Lo, e para tal promoveu a matança dos inocentes [quadro acima]. Aqui e agora, o estado laico introduz o assassinato de crianças no ventre materno. Será que o justo Deus, Senhor dos Exércitos, assistirá a tudo isso sem fazer justiça? Oportunamente tratarei deste particular. 

Acalentados pelas promessas de Nosso Senhor, sobretudo assistidos por graças muito particulares, fiéis do mundo inteiro que seguem os ditames perenes da única e verdadeira Igreja de Deus vêm manifestando uma fé cheia de esperança quanto ao futuro da Santa Igreja. 

Ademais, iluminados pela luz do Espírito Santo, conseguem discernir bem o joio do trigo, o que lhes permite fazer apostolado em âmbito mundial por meio da comunhão dos santos, e também pela facilidade e rapidez das comunicações em nossos dias. As mensagens de Nossa Senhora crescem aos nossos olhos. Em Fátima, por exemplo, nos foi assegurado o triunfo do Imaculado Coração de Maria. 

Num ímpeto de entusiasmo, São Luís Maria Grignion de Montfort perpassa o tempo e o espaço quando prevê os acontecimentos em nossos dias: 
“Vossa divina fé é transgredida; vosso evangelho é desprezado; abandonada vossa religião; torrente de iniquidade inunda toda a Terra, e arrasta até os vossos servos; a Terra toda está desolada. A desolação das desolações cobriu a Terra inteira; a impiedade está sobre um trono; vosso santuário é profanado e a abominação entrou no lugar santo.”

“Tornar-se-á tudo, afinal, como Sodoma e Gomorra? Calar-vos-eis sempre? E nós, grande Deus! Embora haja tanta glória e tanto lucro, tanta doçura e tanta vantagem em Vos servir, quem tomará vosso partido? Quase nenhum soldado se alistará em vossas fileiras? Quase nenhum São Miguel clamará, no meio de seus irmãos, cheio de zelo pela vossa glória: Quis ut Deus?” 
Sejamos ardorosos em lutar pela glória de Deus, elevando os nossos corações e os nossos olhos a Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, e roguemos a Ela, que é plena de prerrogativas, uma das quais é a onipotência suplicante, ou seja, tudo o que Ela pede a Deus é obtido, que nos conceda a graça de sermos guardiões zelosos da Santa Igreja de Deus e de sua santa doutrina, hoje tão conspurcadas.

4 de janeiro de 2021

Oh Argentina! A que divinas punições tu te expões com a aprovação da lei que decreta a morte de inocentes?

Revolucionárias feministas comemoram aprovação da matança de inocentes nascituros na Argentina 

“Ai daqueles que estabelecem leis perversas e continuamente escrevem leis de injustiça” (Isaías 10, 1).


“Há algo mais iníquo do que a exaltação do orgulho; há algo mais perverso do que a ignorância da Soberania de Deus; há uma coisa mais perversa do que a universalidade da impiedade [...]. Esta coisa mais perversa do que todas as iniquidades é a introdução do mal nas leis”. (Padre Augustin Lemann) 


      Fonte: Sociedad Ecuatoriana Tradición y Acción 

Diante da aprovação do hediondo crime do aborto na Argentina, quisemos destacar o texto citado acima, do Padre Augustin Lemann [foto abaixo], a fim de expor a gravidade do pecado que acaba de ser institucionalizado naquele país vizinho e os castigos aos quais se expõe uma nação que pratica uma ofensa tão grande que, de acordo com a doutrina da Santa Igreja Católica Romana Apostólica, clama ao Céu e a Deus por punição. 


Uma análise séria da situação argentina nos leva a considerar que os demais países da América Latina também se encontram em grave perigo, pois uma onda radical, revolucionária e anticristã, apoiada por diversos organismos internacionais, trabalha incansavelmente há vários anos para destruir os princípios básicos da civilização cristã.

Múltiplas leis perversas vão sendo paulatinamente implantadas, diante do olhar impassível de muitos que cruzam os braços e continuam indiferentes suas vidas como se nada estivesse acontecendo. Porém, até quando tardará a Justiça Divina em intervir?

Padre Augustin Lemann

É uma pergunta que no início de 2021 todos devemos fazer. Basta um breve olhar sobre a atuação de Deus ao longo da História da humanidade, consignada nas Sagradas Escrituras, para saber que o Supremo Juiz não deixa impunes crimes tão hediondos como o assassinato de inocentes, sobretudo quando tais crimes se tornam lei. Explica o Abade Lemann, ao interpretar as palavras do profeta Isaías: 
“A exaltação do orgulho, a ignorância da Soberania de Deus, a própria universalidade da impiedade, coisas tão perversas em si mesmas, nada mais são do que o mal nos fatos. É o mal, sem dúvida sempre crescente, mas ainda limitado à região dos fatos; enquanto as leis ímpias e os decretos perversos são o mal que vai além dos fatos e atinge os princípios, é o mal transportado para a essência das coisas e acantonado no alto. 

“Assim morrem as nações: não de maneira precipitada ou repentina, mas gradualmente e como que por etapas, por causa das iniquidades dos homens e os correspondentes golpes da justiça de Deus.”

“Com a introdução do mal nas leis, o cativeiro e a morte” 

Ante o perigo iminente do castigo, o que fazer? 

Nínive e os ninivitas são o exemplo perfeito dado pelas Sagradas Escrituras de um povo que, percebendo a iniquidade de seus atos, fez penitência e retornou ao caminho do bem:
“Jonas entrou na cidade e andou um dia proclamando: ‘Em quarenta dias, Nínive será destruída’. Os ninivitas acreditaram na advertência de Deus e ordenaram um jejum e se vestiram de saco, do mais velho ao mais novo. A notícia chegou ao rei de Nínive, que se levantou de seu trono, tirou a capa, vestiu um saco e sentou-se sobre cinzas. Depois publicou esta ordem em Nínive: ‘Homens e animais nada comerão nem beberão. Deixe-os vestir sacos e clamar a Deus com insistência. Que cada um corrija seu mau comportamento e suas más ações. Quem sabe se Deus se arrependerá e cessará sua ira, para que não nos faça morrer?’ Quando Deus viu o que eles estavam fazendo e como se arrependeram de seu mau comportamento, Ele também se arrependeu e não os puniu como os havia ameaçado" (Jonas 3, 6-10).  

Penitência, oração e verdadeiras conversões é o caminho traçado não apenas pelas Sagradas Escrituras, mas também por Aquela que é a porta do Céu sempre aberta e Mãe de Misericórdia, Maria Santíssima, que em suas múltiplas aparições nos últimos séculos tem avisado a humanidade sobre a consequência dos pecados do mundo e a Grande Consolação para aqueles que, permanecendo fiéis, lutam pela implantação de seu Reino na Terra.

“Quando eles parecerem triunfantes, e quando a autoridade abusar de seu poder, cometendo injustiças e oprimindo os fracos, estará próximaa sua derrota. Cairão por terra estatelados...!” “Terá chegado minha hora em que Eu, de maneira assombrosa, destronarei o orgulhoso Satanás, pondo-o debaixo de meus pés e acorrentando-o no abismo infernal, deixando finalmente a Igreja e a Pátria livres dessa cruel tirania”. (Revelação de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Quito - Equador).