29 de outubro de 2022

Para tentar vencer, o PT precisa esconder sua cara comunista atrás de uma máscara


✅  Paulo Roberto Campos 

Para quem for imparcial, com um mínimo de discernimento e um pingo de bom-senso, os 13 anos de governo petista foram anos perdidos. Pior. Foram 13 anos de fracasso, em que o Brasil retrocedeu a uma pré-história, a um sistema miserabilista com o objetivo de levar o País a assemelhar-se à Cuba fidelcastrista. 

Esse partido tem agora a pretensão de — conforme o célebre dito de Geraldo Alckmin — “voltar à cena do crime”. Utiliza-se para isso de disfarces sorridentes, a fim de esconder a sinistra carantonha e enganar o povo. Um desses disfarces — entre dezenas de outros — é o próprio Alckmin, que não se enrubesce ao atrelar-se a Lula, o chefe da quadrilha, na condição de vice. Tal partido tem defendido o que sempre atacou e atacado o que sempre defendeu... Quem acreditará que essa máscara é a cara dele?

Em um artigo para a “Folha de S. Paulo” em 15-4-1982, Plinio Corrêa de Oliveira explicita esse processo de “cirurgia plástica” na carranca comunista. O comunismo precisa de camuflagem para avançar, ocultar seu real objetivo e conseguir vencer. Eis um trecho do artigo.

*   *   * 

“De há tempos, o proselitismo doutrinário comunista às escâncaras não rende mais. O Ocidente o rejeita. Ele é como um tumor circunscrito, que não consegue aumentar sua área no organismo. 

Assim, só restava ao socialismo avançar camuflado. Ora, de 1945 para cá, ele tem ensaiado sucessivamente muitas camuflagens. Cada uma dessas ilude, durante algum tempo de uso, um número ponderável de inocentes-úteis. Mas depois se vai desmascarando, e perde seu poder de atração. E assim o comunismo é obrigado a trocá-la por outra, se quiser continuar a avançar às ocultas. 

Remonto até os idos pouco saudosos do segundo pós-guerra: “mão estendida”, “coexistência pacífica”, “queda das barreiras ideológicas”, “détente”, “eurocomunismo”, “comunismo de face humana”, “expansionismo missionário” dos direitos humanos, tudo isso tem uma continuidade evidente. 

Um fio condutor interno percorre todos esses slogans, como — para usar uma imagem culinária — um espeto que perfura os vários pedaços de carne, tomate, toucinho e cebola. Se o prosaísmo da imagem choca o leitor, eu lhe ofereço outra mais poética, mas por isto mesmo menos cabível, em se tratando de socialismo e comunismo: como o fio passa pelas várias pérolas de um colar. 

Essa continuidade consiste na benevolência e no espírito de colaboração com o comunismo, e na execração — oh, quão inexorável e meticulosa — de tudo quanto seja anticomunismo. Pois tal é a característica comum a todas essas camuflagens. Ora, quando se tem benevolência ilimitada para com alguém, e se é adversário irredutível de todos que fazem oposição a esse alguém, o que se é? O aliado discreto e eficaz desse mesmo alguém...

25 de outubro de 2022

PRECE PARA O ATUAL MOMENTO APOCALÍPTICO


“Afastai do Brasil o flagelo do comunismo ateu”
 

✅  Paulo Roberto Campos 

No próximo domingo, dia 30 de outubro, o rumo que tomará o Brasil estará decidido. Saberemos se nossa Pátria permanecerá livre, ou se rumará para um regime parecido ou pior do que o cubano ou o venezuelano. 

Nesse momento decisivo, cada brasileiro tem a sua responsabilidade. Embora o atual governo não seja perfeito, o mais comezinho senso de justiça manda reconhecer que ele tem procurado com sucesso tirar o Brasil do abismo socialista no qual o PT o precipitou. 

Além da nossa importante atuação nos acontecimentos, devemos também voltar os nossos olhos para o Céu e suplicar a Deus, pela intercessão de Sua Mãe Santíssima, que não permita que o País descambe para um sistema comunista de governo. 

Se tal desgraça acontecer, Cuba, Venezuela, Nicarágua e outras ditaduras socialistas se rejubilarão. Alguns ditadores já devem estar com suas champanhes prontas para comemorarem, pois serão sustentados pelas abundantes riquezas que Deus concedeu a esta Terra de Santa Cruz.

O maior líder anticomunista do século XX, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP brasileira, compôs algumas décadas atrás uma belíssima oração que parece ter sido feita para o preciso momento crítico que atravessamos. 

Aqui segue a transcrição da oportuníssima oração, que recomendo divulgar entre parentes, conhecidos e amigos, e rezar diariamente até o dia decisivo da eleição. 

Oração a Nossa Senhora de Fátima 

Ó Rainha de Fátima, nesta hora de tantos perigos para as nações cristãs, afastai delas o flagelo do comunismo ateu.

Não permitais que consiga instaurar-se, em tantos países nascidos e formados sob o influxo sagrado da Civilização Cristã, o regime comunista, que nega todos os Mandamentos da Lei de Deus.

Para isto, ó Senhora, conservai vivo e aumentai o repúdio que o comunismo encontrou em todas as camadas sociais dos povos do Ocidente cristão. Ajudai-nos a ter sempre presente que:

1°) O Decálogo nos manda “amar a Deus sobre todas as coisas”, “não tomar seu Santo Nome em vão” e “guardar os domingos e festas de preceito”. Mas o comunismo ateu tudo faz para extinguir a Fé, levar os homens à blasfêmia e criar obstáculos à normal e pacífica celebração do culto.

2°) O Decálogo manda “honrar pai e mãe”, “não pecar contra a castidade” e “não desejar a mulher do próximo”. Mas o comunismo deseja romper os vínculos entre pais e filhos; quer entregar ao Estado a educação dos filhos; nega o valor da castidade; e ensina que o casamento pode ser dissolvido por qualquer motivo, pela mera vontade de um dos cônjuges.

3°) O Decálogo manda “não furtar” e “não cobiçar as coisas alheias”. Mas o comunismo nega a propriedade privada e a sua importante função social.

4°) O Decálogo manda “não matar”. Mas o comunismo emprega a guerra de conquista como meio de expansão ideológica, promove revoluções e crimes em todo o mundo.

5°) O Decálogo manda “não levantar falso testemunho”. Mas o comunismo usa sistematicamente a mentira como arma de propaganda.

Fazei que, tolhendo resolutamente os passos à infiltração comunista, todos os povos do Ocidente cristão possam contribuir para que se aproxime o dia da gloriosa vitória que predissestes em Fátima, com estas palavras tão cheias de esperança e doçura: “Por fim, o meu imaculado coração triunfará”.

19 de outubro de 2022

MAGNÍFICA FLORESCÊNCIA DA ARTE


 ✅ Plinio Corrêa de Oliveira

Considero que a antiga Câmara de Ouro Preto é o prédio civil mais bonito do Brasil. Uma lindíssima construção do século XVIII, que serviu como Casa da Câmara e Cadeia da antiga Vila Rica, capital da Província de Minas Gerais. Hoje é um museu. 

Se fizermos a confrontação entre as edificações de São Paulo e as de Minas do século XIX, as de São Paulo vão crescendo cada vez mais em riqueza e tendem a ficar mais pomposas, enquanto as de Minas vão se acentuando cada vez mais na simplicidade, com uma preocupação de economia e pobreza. 

Mas no século XVIII, que motivos levaram os prédios daquele tempo em Minas Gerais a serem superiores àqueles construídos em São Paulo? 

Em São Paulo a produção de café começou a render mais no século XIX, e a cidade então passou a se enriquecer. Com a Independência, o Brasil passou a tomar mais contato com a Europa e, assim, comprava muita coisa europeia, o que arejou o ambiente colonial no País. 


Mas em Minas houve uma magnífica florescência da arte, o que não ocorreu tanto em São Paulo. Minas teve artistas tão bons que fizeram obras esplêndidas num tempo em que São Paulo estava nos primeiros vagidos da cultura. 

Esse é um dos assuntos interessantes da História do Brasil. Como explicar que de um modo autóctone tenha florescido uma cultura tão própria e tão superior à de um Estado que tinha um litoral amplo como o de São Paulo ou do Rio de Janeiro, então capital do Império? 

Como explicar que — muito antes do renascimento medieval observado na Europa no século XIX, depois de um período em que o Velho Continente abominou estupidamente o estilo medieval — o Aleijadinho tenha produzido imagens que os atuais críticos da arte julgam de inspiração medieval? É uma curiosidade de nossa História para se considerar. 

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Excertos de uma conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

14 de outubro de 2022

Oh! majestade. Oh! seriedade. Oh! amenidade


✅  Plinio Corrêa de Oliveira 

Considerem a Rainha Elizabeth II nesta foto. Seu traje solene se compõe de duas peças: o manto com um pingente e franjas prateadas, e o vestido branco com algo de prateado também. Tudo em harmonia com ela. Ostenta uma bela condecoração da Ordem da Jarreteira. 

O conjunto está em harmonia com a impressão solene que a rainha causa, que dá uma ideia de nobreza e de pureza muito próprio a uma mãe de família. 

O tecido do vestido é leve como convém à fragilidade e à idade dela. E a capa de veludo de seda é séria e majestosa, com variedade de tons. Dir-se-ia que ela está vestida de luz. O contraste entre o verde e o branco é harmonioso e belo. 

Ela olha os circunstantes com superioridade, mas com cordialidade, afabilidade e graça feminina. Porte ereto, sobranceiro, elegante e digno, de quem teve uma acurada educação. O pescoço é projetado do tronco como uma árvore majestosa. Para isso, ela não faz força, pois é o natural dela. 

Convém a uma rainha ser graciosa e leve. Mas também convém que a mais alta dignitária do Estado represente a força e o poder da Inglaterra, a majestade, a seriedade e a elevação. 

A primeira impressão que me causou foi de agrado e de harmonia. Minha alma, exausta e poluída pela vulgaridade moderna, olha esta foto da Rainha e sente uma espécie de prazer, de boa surpresa, de bom encontro. Tenho vontade de dizer: “Oh! nobreza, oh! pureza, oh! afabilidade, oh! distinção, oh! virtude, oh! harmonia presente em todas essas coisas e mais bela do que cada uma em particular”. A vontade é exclamar: “Oh! majestade. Oh! seriedade. Oh! amenidade.” 

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 11 de novembro de 1975. Esta transcrição não passou pela revisão do autor.

13 de outubro de 2022

ARTILHARIA DO ROSÁRIO


✅  Paulo Roberto Campos

Em Fátima, no dia 13 de outubro de 1917, há exatos 105 anos, Lúcia perguntou a Nossa Senhora o que desejava. Ela respondeu: 

“Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra; que sou a Senhora do Rosário; que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias”. 

Naquele dia, data da última Aparição e durante a qual ocorreu o Milagre do Sol, desenrolaram-se aos olhos dos videntes, Lúcia, Francisco e Jacinta, três quadros simbolizando primeiro os mistérios gozosos do Rosário, depois os dolorosos e por fim os gloriosos. Apareceram, ao lado do sol, São José com o Menino Jesus, e Nossa Senhora do Rosário. 

A fim de incentivar nossos leitores a fazerem a uma "Cruzada" de orações pedindo à Santíssima Virgem não permitir que o Brasil seja tomado por um regime comunista e a rezarem ainda mais fervorosamente todos os dias o Rosário — uma verdadeira artilharia contra a Revolução gnóstica e igualitária e contra o demônio e seus sequazes — seguem alguns pensamentos de grandes devotos do Santíssimo Rosário.
 

“Armai-vos, pois, com estas armas de Deus, armai-vos do Santo Rosário e esmagareis a cabeça do demônio, e vivereis tranquilos contra todas suas tentações. Daí vem que o Rosário, mesmo o objeto material, seja tão terrível ao diabo, que os Santos se tenham servido dele para encadear o demônio e expulsá-lo do corpo dos possessos, segundo testemunham várias histórias”. 
(São Luis Maria Grignion de Montfort) 

“Um cristão sem Rosário é um soldado sem armas.” 
(São Miguel Febres) 

“Com esta arma, afastei muitas almas do diabo.” 
(São João Maria Vianney) 

“O Rosário é uma arma, não política, certamente, mas uma das armas mais poderosas do combate espiritual que existem”. 
(Eduard Habsburgo) 

“Um generoso doador nos surpreendeu com um presente. Ele enviou à Guarda Suíça a arma mais poderosa que existe no mercado: o ‘Rosário de Combate’, literalmente, o Rosário da luta. Agora, foi distribuído a todos os guardas”. 
(Coronel Christoph Graf, da Guarda Suíça) 

“Ganhamos [em 1964] graças à Rainha do Rosário. A situação era muito grave [..]. A guerra foi vencida sem uma gota de sangue derramado [..]. As mulheres andavam pelas ruas rezando o Terço em voz alta.”
(Padre Valerio Alberton) 

“Recomendo a oração do Rosário como sendo a arma do contra-revolucionário para perseverar, para se santificar e para derrotar as heresias”. 
(Plinio Corrêa de Oliveira)

12 de outubro de 2022

Tufão igualitário X Tradição


Plinio Corrêa de Oliveira 

Enquanto o tufão igualitário sopra com uma força sem precedentes, em pleno desenvolvimento deste imenso processus mundial, uma Rainha é coroada segundo ritos inspirados por uma mentalidade absolutamente anti-igualitária. 

Este fato não irrita, não provoca protestos, e pelo contrário é recebido com uma imensa onda de simpatia popular. O mundo inteiro festejou a coroação da jovem soberana inglesa, quase como se as tradições que ela representa fossem um valor comum a todos os povos. 

De toda parte afluíram para Londres pessoas desejosas de se embevecer com espetáculo tão antimoderno. Diante de todos os aparelhos de televisão, se aglomeraram ávidos, sedentos de ver a cerimônia, homens, mulheres, crianças de todas as nações, falando todas as línguas, exercendo as mais variadas profissões, e, o que é mais extraordinário, professando as mais diversas opiniões. 

Neste imenso movimento de alma da humanidade contemporânea, há algo de surpreendente, de contraditório, de desconcertante talvez. 

Uma explicação: há na natureza humana uma tendência profunda, permanente, vigorosa, para o que é gala, honraria, distinção, e o igualitarismo hodierno comprime essa tendência, gerando uma nostalgia profunda que explode sempre que para isto encontra uma ocasião.
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Excertos de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, Julho/1953

11 de outubro de 2022

ELEIÇÕES — com os olhos postos em Na. Sra. Aparecida


À
s vésperas do segundo turno das eleições, mais do que nunca precisamos recorrer à nossa Rainha e Padroeira. 

Supliquemos-lhe ardentemente que nos proteja não permitindo que o Brasil seja tomado por mãos de gente que tudo fará para aqui implantar um regime neo-comunista, aliado de Cuba, Venezuela, Nicarágua e outras ditaduras marxistas. 

Para esta terrível encruzilhada na qual nos encontramos, vem a propósito algumas palavras de Plinio Corrêa de Oliveira pronunciadas em 1991: 

“É com os olhos postos em Nossa Senhora Aparecida que transpomos os umbrais desse ano sem nos deixarmos flectir pelas ameaças que o futuro parece trazer consigo, e ao mesmo tempo sem nos deixarmos seduzir pelas perspectivas não raramente ilusórias, que ainda se apresentam por vezes ao homem contemporâneo. 

O Brasil terá um esplêndido porvir, se ele seguir o caminho de Nossa Senhora. E é esse provir, carregado de bênçãos, de virtude e de grandeza cristã, que imploro a Nossa Senhora Aparecida para nossa Pátria”.

6 de outubro de 2022

God Save The Queen!


A revista Catolicismo prepara para sua próxima edição reportagem especial a propósito das extraordinárias e tocantes cerimônias que cercaram as exéquias da Soberana da Grã-Bretanha, cujo interesse mundial e afluxo de pessoas de todas as idades e condições levam a pensar que ela deixou milhões de órfãos da Beleza e da Ordem neste mundo pardacento e caótico. Mas antecipa algumas considerações na edição deste mês. 

✅  Paulo Roberto Campos 
Fonte: Catolicismo, Nº 862, Outubro/2022

Com o passamento da Rainha Elizabeth II no dia 8 de setembro, uma estrela de primeira grandeza se apagou, deixando este mundo menos luminoso, menos poético, menos majestoso! 

A Rainha visita o Japão em 1975
Enquanto incontáveis pessoas, instituições, regiões e nações abandonam suas tradições em adesão à Revolução igualitária que contagiou todos os povos, a Rainha simbolizava séculos de maravilhosas tradições nascidas na Idade Média — perpetuadas na Inglaterra, apesar de serem vilipendiadas pelos espíritos vulgares e igualitários. Ela simbolizava essas tradições e delas dava exemplo por sua elegância, requinte, bom gosto, nobreza de alma e senso do dever — valores destilados pela Cristandade. Ela simbolizava os últimos restos de civilização cristã no mundo atual. 

Pode-se dizer que, apesar de a Inglaterra ter abandonado Roma, a Igreja Católica não a abandonou, pois todo o luto e a magnificência das cerimônias que assistimos nos funerais da Rainha provêm da Igreja verdadeira. E se o tufão igualitário do Concílio Vaticano II levou de roldão todo o esplendor da Santa Igreja e dilapidou o quanto lhe foi possível sua doutrina, suas instituições e seus fabulosos cerimoniais, Deus, em sua infinita misericórdia, não permitiu que a orfandade fosse total. Ele fez com que o calor do Sol que incidiu sobre uma monarquia outrora católica, permanecesse séculos depois de ela se tornar protestante. E que esse calor aquecesse nos corações despedaçados do nosso século o amor por uma beleza que extasia e nos leva a desejar ainda mais os esplendores do Paraíso Celeste. 

Rainha de todos 

O encanto da Rainha conquistava os corações
Com o falecimento da Soberana não foi somente o povo britânico que ficou de luto. Ficaram também os 56 países membros da Commonwealth, as antigas colônias do Império Britânico e grande parte do mundo. 

Nesse sentido se pode dizer que Elizabeth Alexandra Mary Windsor não foi Rainha apenas do Reino Unido, mas de todos os países. Pois em todos eles, apesar das lacunas da Monarca, há homens e mulheres que se consideravam seus súditos e, com o final de seu Reinado, ficaram com o coração partido, com uma sensação de orfandade. Eles a veneravam, e inclusive os mais republicanos nutriam alguma admiração por ela, ou pelo menos a respeitavam. 

No Brasil a Rainha sempre foi muito querida. Basta ver o carinho e os aplausos com que foi cercada pelas multidões que acorreram à sua passagem quando nos visitou por dez dias em 1968. Um de seus últimos atos oficiais, senão o último, foi uma mensagem de felicitação aos brasileiros pelo Bicentenário da Independência. Aliás, quando decretou o luto oficial de três dias no País, o Presidente Bolsonaro afirmou: “Ela não era apenas a Rainha dos britânicos, mas uma Rainha para todos nós”
A abundância de flores foi tal, que desapareceram dos mercados londrinos, sendo necessário importá-las urgentemente.

Luto universal 

Uma das manifestações de luto universal foi o mar de flores em frente ao Palácio de Buckingham, residência oficial da Rainha. Incontáveis buquês com bilhetes louvando a Monarca e agradecendo sua ação de presença. A imensa maioria das mensagens era naturalmente em inglês, mas podia-se observá-las em todas as línguas faladas no mundo. A abundância de flores foi tal, que elas desapareceram dos mercados londrinos, sendo necessário importá-las urgentemente de outros países. Foi preciso as autoridades pedirem ao povo para não deixar mais flores frente ao Palácio a fim não atravancar o trânsito. 

Esse luto universal também ficou evidenciado nas quilométricas filas de pessoas de todas as idades e nacionalidades que, enfrentando o cansaço e o frio, passavam horas inteiras para prestar sua última homenagem a Elizabeth II fazendo uma vênia frente ao féretro no qual jazia seu corpo. Num determinado momento, a fila chegou a nove quilômetros! Calculou-se que quase um milhão de pessoas enfrentou essas filas. Muitos chegaram a esperar 25 horas para conseguir dar seu último adeus à tão querida Rainha. 

Repórteres aproveitaram esse momento para gravar depoimentos. Muitas pessoas, chorando a morte da Soberana, diziam coisas análogas: devido a sua avançada idade de 96 anos, esperavam a sua morte, mas esperavam também que tal dia nunca chegasse; outras diziam que ela representava o que ainda havia de maravilhoso no mundo; que era uma rainha legendária; que era graciosa como num conto de fadas; que conseguiu manter a legenda da monarquia; nunca se viu, em nenhuma parte do mundo, tanta gente junta e emocionada para homenagear alguém; vai ser difícil e vai demorar muito tempo para nos acostumarmos com a sua ausência. A Rainha morreu, mas ela não morrerá nunca em nossa lembrança...
Filas tendo como fundo a Ponte de Londres


Isso que é popularidade! 

Com o falecimento da Rainha, a demanda por bandeiras britânicas aumentou exponencialmente. Mais de 500 mil foram confeccionadas em poucos dias. Aproximadamente um milhão de pessoas se postou ao longo do percurso feito no traslado do féretro real. Muitos, para conseguir uma boa visão do último cortejo público, acamparam por alguns dias no local. 

Estima-se que mais de quatro bilhões de pessoas nos cinco continentes assistiram pelas TVs ao majestoso funeral. Foi a maior transmissão televisiva já alcançada em toda a história da Grã-Bretanha. A segunda maior foi por ocasião das fantásticas cerimônias do casamento do Príncipe Charles com a Princesa Diana, que contou com mais ou menos dois bilhões e meio de telespectadores. 

Pode haver prestígio maior? Que presidente de República alcançaria tal popularidade? Imagine se um deles pudesse ficar 70 anos no poder e terminasse seu mandato com quase 90% de popularidade... 

Extremamente popular e admirada, a Rainha foi um monumento de simpatia, de dignidade, de realeza, de esplendor; solene e pontual como o Big-Ben, foi a mulher mais célebre de nosso século. Uma razão a mais para que os movimentos feministas a venerassem, e não, pelo contrário, a odiassem — justamente devido à Revolução igualitária acima mencionada.

Em fevereiro último, a Monarca comemorou seu jubileu de platina — 70 anos de reinado —, tornando-se a única Soberana a atingir esse feito histórico na Grã-Bretanha; foi a segunda na história mundial, pois Luís XIV, o Rei Sol, reinou na França por 72 anos. Ao longo das sete décadas de reinado, ela viu passar sete papas, 16 primeiros-ministros britânicos, 14 presidentes americanos, 18 presidentes brasileiros... 
Simbólico arco-íris duplo acima do Palácio de Buckingham


Aliança de Deus com a Inglaterra? 

Arco-íris nas proximidades do Palácio de Windsor
Logo que veio a público a dolorosa notícia da morte da Rainha, muitas pessoas se aglomeraram nas proximidades do Palácio de Windsor, onde puderam contemplar um belíssimo arco-íris — símbolo da aliança de Deus com os homens. O mesmo ocorreu no Palácio de Buckingham, o qual foi ‘visitado’ por um arco-íris duplo. Dir-se-ia que até a natureza quis dar assim seu adeus à Rainha... 

Teria sido um sinal enviado por Deus significando sua aliança com a Inglaterra? Um sinal de que a nação britânica retornará à Igreja Católica? 

Devido ao seu glorioso passado católico, a Inglaterra mereceu ser chamada de “Ilha dos Santos”, entre os quais podemos citar, a título de exemplo, aquele que ganhou o epíteto de “o mais inglês dos santos”, São Thomas Morus (1478–1535), Lord High Chancellor of England na época do desregrado rei Henrique VIII. 
Início do cortejo levando o corpo da Rainha para o Palácio de Windsor onde foi sepultada


Supliquemos-lhe que, com todos os santos britânicos — através da mediação de Nossa Senhora Rainha do Universo —, obtenham de Deus a pronta vinda do radioso dia em que a Inglaterra voltará a ser inteiramente católica, apostólica, romana. 

Deus Salve a Rainha!