1 de fevereiro de 2025

2 de fevereiro — Festa de Nossa Senhora das Candeias

 

Andor com a imagem da Virgem da Candelária, santa padroeira das Ilhas Canárias (Tenerife)

Realiza a Santa Igreja, no dia 2 de fevereiro, a solene bênção das candeias, uma das três principais bênçãos de todo o ano; as outras duas são a de Cinzas e a de Ramos.

Essa cerimônia tem relação direta com o dia da Purificação da Santíssima Virgem, de maneira que, se o dia 2 de fevereiro coincide com um domingo, transfere-se aquela festa para o dia seguinte, mas a bênção das Candeias e a Procissão, que é seu complemento, permanecem fixas no dia 2 de fevereiro. 

Com o fim de unir sob um mesmo rito as três grandes bênçãos de que falamos, ordenou a Igreja o uso da cor roxa para a das Candeias, a mesma que se usa na de Cinzas e de Ramos: O “Liber Pontificalis” diz que a Procissão foi estabelecida em Roma pelo Papa Sérgio (687-707) e que se realizava na igreja de Santo Adriano para a de Santa Maria Maior; contudo, ela, seguramente, é anterior a esse Papa. 

A princípio, a procissão teve em Roma um caráter penitencial: o Papa caminhava descalço; os paramentos eram por vezes negros. Foi no século XII que ela perdeu esse caráter de austeridade, tomando o de alegria. Apesar disto, os oficiantes conservam os paramentos de cor roxa, e somente os deixam por ocasião da Missa. 

Desde o século VII os estudiosos da Sagrada Liturgia vêm dando muitas explicações ao mistério desta cerimônia. Para Santo Ivo de Chartres, em seu Segundo Sermão sobre a presente festa, a cera das velas, extraída do suco das flores pelas abelhas, as quais toda a Antiguidade considerou como símbolo da virgindade, significa a carne virginal do divino Infante, que não violou a integridade de Maria, nem em sua concepção, nem em seu nascimento. 

Na chama da vela nos faz ver o santo Bispo a figura de Cristo, que veio para iluminar nossas trevas. Santo Anselmo, em suas "narrações" sobre São Lucas, explicando esse mesmo mistério nos diz que há de se considerar três coisas no Círio: a cera, a mecha, e a chama. A cera, diz ele, obra da abelha virgem, é a carne de Cristo; a mecha, que é interior, é a alma; a chama que brilha na parte superior, é a divindade. 
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(Dom Prospero Guéranger. El Año Liturgico, tomo I. Adviento y Navidad,Editoral Aldecoa, Burgos, excertos das pp. 835 a 838).