Por Mauro Faverzani: Corrispondenza Romana
Fonte: Fratres in Unum.com
Os 129 mortos e mais de 300 feridos em Paris não derramaram sangue pela “Marselhesa”. Não tem nada a ver: é um canto fora de sintonia desde o início. E, se é símbolo de alguma coisa, é daquela Revolução (1789) e de seu período subsequente definido, não por acaso, por “Terror”, que não foi muito diferente do horror causado pelo ISIS. Invocar essas notas não tem cabimento.
Assim como descabido, mais enjoativo foi ouvir o presidente francês Hollande definir o incidente como um ataque aos “valores da República”. Quais valores? Esses 129 mortos e mais de 300 feridos não derramaram seu sangue por aquele ambiente sufocante e opressivo do secularismo jacobino, imposto a um país considerado filho pródigo do cristianismo.
De resto, o que se espera de uma terra onde há não só um encontro anual dos muçulmanos da França, mas também nas prateleiras de supermercados é possível encontrar livros que glorificam o uso de armas “para garantir a supremacia de Alá”, bem como a conquista da Europa, como Os 40 Hadith, texto que prevê a morte para os “apóstatas” (ou seja, para os muçulmanos que se convertem a qualquer outra religião), ou como O Caminho do Muçulmano, que prega uma Jihad explicitamente “ofensiva”e “pena de morte”para os “hereges “?
O que se espera de um país onde 50% da carne bovina, 40% de frango e 95% de cordeiro são abatidas pelo método halal, ou seja, “conforme” a sharia, a lei islâmica, como relatado pelo livro Bon Appetit!, escrito pela jornalista Anne de Loisy e lançado em fevereiro? O que se espera de uma terra que permite formar partidos políticos e concorrer às eleições para que venham ditar leis em terra alheia, promovendo a imposição do véu, o estabelecimento de feriados islâmicos, a língua árabe e a revisão livros didáticos em escolas francesas, como no caso do UDMF, ou União dos Democratas Muçulmanos na França, e do PEJ, ou Partido da Igualdade e Justiça? O que se espera de um país cujos presidiários não islâmicos são forçados, sob a ameaça daqueles muçulmanos, a observarem o Ramadã, apoiado pelo silêncio aterrorizado da policia penitenciária, como relatado em julho do ano passado pelo semanário Minute? Quem semeia ventos, abdicando do seu dever de governar uma Nação e deixando islamizá-la de fato, sem interferência e sem punição, já não pode reclamar por colher tempestade.
Quem tem boa memória certamente recordará de um vídeo
postado em março passado nas redes sociais e na Internet, produzido pela Alhayat Media Center, a empresa responsável pela propaganda jihadista. As palavras da canção apresentada eram claras…claríssimas. Ele diziam: “Temos que derrotar a França, devemos humilhá-la! Queremos ver o sofrimento e a morte de milhares. A batalha começou. A vingança será terrível. Nossos soldados estão raivosos. O seu fim será horrível. O Islã prevalecerá, ele responderá com a espada. Quem se opor, nunca mais conhecerá a paz. Viemos para dominar e os nossos inimigos perecerão. Vamos eliminá-los e deixaremos seus corpos apodrecerem.”
Assim, talvez, tais palavras pareceram um simples spot e foram recebidas com uma certa indiferença. Estavam no ataque a "Charlie Hebdo", e acreditava-se que a França, a custo de seu sangue, já tivesse pago. E não foi assim. As ameaças, os terroristas islâmicos, nunca são lançados por acaso. Em uma entrevista que será publicada na próxima edição da revista mensal "Radici Cristiane", em dezembro, (antes nas casas dos assinantes), a antropóloga Ida Magli é muito clara: não pense que o Ocidente jamais verá desencadear o inferno, o “dia J” da jihad, por uma razão simples: porque “o Ocidente está se matando sozinho,” graças à ação de governantes que, depois de ter jurado lealdade a seu país, mas agindo contra seus interesses, “são perjúrios empregados para nos matar.“
Ouve-se também, nos dias atuais, falar-se de um Islã “moderado”, esquecendo-se, como o presidente turco Recep Tayyip Erdogan – considerado, não por acaso e apesar de tudo, para muitos no Ocidente, um líder realmente “moderado” — declarou abertamente, durante uma entrevista em agosto de 2007 a Kanal D Tv: “A expressão ‘Islã moderado’ é torpe e ofensiva. Não existe Islã moderado. Islã é Islã. “
Então, não é cantando a Marselhesa ou invocando “valores” não-existentes do laicismo jacobino do Estado que se chora realmente pelos mortos. Nós também derramamos lágrimas. Mas, elas são inúteis, até que se abram os olhos. Enquanto isto, como disse o Padre Guy Pagès, especialista sobre o Islã, não devemos considerar o “Islã como uma religião qualquer” porque, fazendo isso, “escancaramos as nossas portas à guerra da conquista que Allá prescreve aos muçulmanos: “E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Alá” (Alcorão, 2,193). Caso contrário, não adianta chorar.
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