William Gossett
(Traduzido do blog “Return to Order”,
por José Aloisio Aranha Schelini)
Trata-se de um jogo para celular, com realidade aumentada baseada em localização. Ele usa a câmera do smartphone para projetar no jogo a imagem de um Pokémon, criatura virtual. O objetivo é capturar o maior número dessas criaturas quanto possível e combater os monstros Pokémon de outras pessoas. O campo de jogo é a própria localização dos jogadores e seus arredores.
Que mal poderia fazer as pessoas viajarem pela cidade grudados a um celular, procurando criaturas fictícias? Problemas começaram a surgir já nos primeiros dias do lançamento.
Muitas pessoas têm relatado que torceram seus tornozelos, arrebentaram canelas, cortaram as mãos e sofreram outras lesões por estarem mais preocupados em achar os Pokémons do que olhar onde pisavam.(1)
Mas o problema não fica só em tornozelos torcidos e pernas machucadas: criminosos passaram a usar o jogo para atrair e roubar novas vítimas. No condado de Saint Louis, no Missouri (Estados Unidos) por exemplo, três criminosos adolescentes enviaram alerta aos jogadores da área indicando a possível presença um monstro para caçar. Em vez de achar monstros, os jogadores encontraram assaltantes armados...(2)
O Pokémon Go está causando distúrbios ao mobilizar multidões de jogadores que se lançam por aí buscando os assim chamados raros monstros virtuais. Casos já foram registrados em DeKalb, Illinois, e em Nova York.
Em Illinois, multidões se reuniram à uma hora da manhã procurando freneticamente o monstro “Snorlax”.(3) No Central Park, em Nova York, centenas de jogadores foram vistos em debandada pelas ruas grudados aos seus aparelhos procurando outro Pokémon raro. Isso causou engarrafamentos porque as pessoas deixavam seus carros no meio da rua e seguiam a multidão com seus celulares.[4] Tudo por um monstro virtual!
O fato de que tal jogo esteja ganhando tanta atenção no mundo todo é desconcertante. Acontecimentos de importância global não produzem nem de longe a emoção despertada por este joguinho. O que dizer dos vários tiroteios contra policiais em Dallas e em Baton Rouge? E sobre o recente ataque terrorista do “Estado Islâmico” em Nice (França), ainda os numerosos e constantes ataques em solo americano? Por que é que este jogo está absorvendo a atenção e as atividades de tantos jovens e velhos, mais do que estes eventos históricos e devastadores? Pokémon Go parece anestesiar as pessoas e impedi-las de pensar sobre a gravidade de tais acontecimentos.
Poderia alguém imaginar centenas de pessoas correndo pelas ruas a todo momento para protestar contra os milhares de cristãos sendo mortos por sua fé? Ou ainda para defender e proteger inocentes nascituros contra o aborto?
Ao invés de um jogo inocente com pequenos monstros “engraçadinhos”, o Pokémon Go é um problema muito sério e profundo que afeta nossa sociedade atual. O jogo está levando a sociedade a uma espécie de tribalismo cibernético em que o jogo/smartphone é o xamã, e os jogadores são súditos voluntários e obcecados, prontos a obedecer qualquer palavra de ordem.
Referências:
1.
Associated Pressartigo publicado pelo New
York Post, “Playing Pokemon Go is becoming dangerous” athttp://nypost.com/2016/07/09/pokemon-go-is-afflicting-players-with-real-world-injuries/,
acessado 18 de julho de 2016.
2.
Ryan W. Miller,USA Today, “Teens used Pokémon Go
app to lure robbery victims, police say” athttp://www.usatoday.com/story/tech/2016/07/10/four-suspects-arrested-string-pokemon-go-related-armed-robberies/86922474/,
acessado 18 de julho de 2016.
3.
Newsflare.com, “Pokemon Go – Snorlax hunt at 1
am”http://newsvideo.su/video/4707716,
acessado 18 de julho de 2016.
4.
“Pokemon Go – Vaporeon stampede Central Park,
NYC,” YouTube video, 0:41, posted by “Dennis450D,” July 15, 2016 athttps://www.youtube.com/watch?v=MLdWbwQJWI0.
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