23 de março de 2021

Mistérios da Encarnação do Verbo de Deus

 


Celebramos neste dia 25 de março uma festa magna da História da Humanidade: 2021 anos atrás se operou, após a Anunciação do Anjo São Gabriel, a Encarnação do Verbo de Deus no seio puríssimo da Santíssima Virgem Maria. Em memória desta magnífica data, a seguir transcrevemos excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 24 de março de 1984.

✅  Plinio Corrêa de Oliveira 

Na Encarnação do Verbo de Deus no seio puríssimo de Maria paira um mistério divino do qual não temos noção. Mistério sublime, e eu gostaria de estudar profundamente o que escreveu sobre ele Cornélio a Lápide (o grande exegeta jesuíta). Seria um modo de eu me preparar para chegar ao Céu, se até lá me levar Nossa Senhora. 

Desejaria saber tudo a respeito da Encarnação e dos desponsórios do Espírito Santo com Maria Santíssima; gostaria de estudar tudo o que nos diz a doutrina da Igreja a respeito da Encarnação; e como foram, desde aquele momento sublime, as relações d’Ela com o Divino Espírito Santo. Isso é algo admirável, que eu gostaria enormemente de conhecer. 

O Divino Espírito Santo engendrou Nosso Senhor,
e desde o primeiro instante Ele começou
a existir no claustro de Maria, de modo perfeitíssimo.
[Anunciação – Século XV, autor desconhecido.
Museu Nacional d’Art de Catalunya, Barcelona].


O Espírito Santo gerou Nosso Senhor Jesus Cristo no claustro de Maria, e a partir da carne e do sangue d’Ela começou a gerar a carne e o sangue de Cristo. Santo Agostinho escreveu “Caro Christi, caro Mariæ” (que a carne de Cristo, de algum modo, é a própria carne de Maria). 

Todos os homens são formados da carne de seu pai e de sua mãe, mas Jesus Cristo foi formado da carne exclusivamente de Maria, sem participação do esposo, o castíssimo São José, que foi apenas o pai legal, o pai adotivo de Jesus. 

O Divino Espírito Santo engendrou Nosso Senhor, e desde o primeiro instante Ele começou a existir no claustro de Maria, de modo perfeitíssimo. 

Pode-se imaginar qual foi a primeira palavra de amor d’Ele para sua Santa Mãe, e qual foi a resposta d’Ela, sentindo o carinho do Filho de Deus. Teria Ela dito ‘Meu Deus e meu Filho?’ Ou teria dito ‘Filhinho?’. 

Que riqueza de alma era preciso ter, para responder adequadamente a esse primeiro carinho! Que noção dos matizes e das situações Ela tinha! Que perfeita disponibilidade de alma para corresponder a tudo perfeitamente, e oferecer ao Divino Filho primícias incomparáveis: o primeiro ato de amor que o gênero humano oferecia a Deus feito homem!

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