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Emblema da Santa Sé quando a sede está vacante, enquanto se espera o anúncio do novo Papa |
✅ Paulo Roberto Campos
Dois dias antes do início do Conclave de 1978, que elegeu o Papa João Paulo II, Plinio Corrêa de Oliveira, em seu artigo para a “Folha de São Paulo” (14-10-1978) com o título em epígrafe, levantou a pergunta:
“Quantos dias durará a escolha do novo Papa? Quem será o novo Papa?”
Continua o brilhante articulista:
“Essa questão parece que se vai tornando mais enigmática, à medida que o tempo corre. Ora, antes mesmo que se saiba quem ele será, desejo dirigir-lhe aqui uma súplica. Pois a magnitude do que vou pedir excede às circunstâncias pessoais de quem venha a ser eleito. Escrevo, pois, ao Papa Ignoto”.
Seu premente pedido foi:
“Santo Padre, o Brasil é, no mundo de hoje, o País de maior população católica. A unidade civil desse enorme bloco religioso é fator fundamental para que ele possa dar inteiro cumprimento, entre as nações, à sua vocação cristã. Ora, essa unidade está ameaçada. Um só gesto vosso bastará para salvá-la. Fazei esse gesto logo nos primeiros dias após vossa eleição. Ela será o pórtico de glória com que se abrirá vosso Pontificado.
“Santo Padre, afastai o perigo com que se defronta a unidade do Brasil”.
“Como se vê, qualquer que seja a nacionalidade do futuro Pontífice, seja ele bispo diocesano ou cardeal de Cúria, pouco importa. Minha súplica é tal que, para ser bem acolhida, basta que ele seja simplesmente Papa”.
O Prof. Plinio expõe um fato concreto daquele ano e uma questão específica “chefiada por sacerdotes e freiras progressistas e esquerdistas”, mas, no fundo, é a mesma questão que persiste em nossos dias: a nefasta atuação da “esquerda católica” — o clero dito católico, pouco católico e muito esquerdista. Ela, com o beneplácito da CNBB, colabora para a implantação de um regime socialo-marxista no Brasil, nos mesmos moldes dos regimes que arruinaram Cuba, Venezuela, Nicarágua etc.
Plinio Corrêa de Oliveira assim fechou seu artigo:
“O Papa ignoto poderá fazer cessar tudo isto de um momento para outro [...]. Para ele se voltam, pois, aflições, preces e esperanças que são minhas, porém não só minhas”.
Na perspectiva do Conclave que se iniciou neste dia 7 de maio, poder-se-ia levantar a mesma questão ao próximo Papa:
Tal “esquerda católica”, pregando uma nova moral “modernista”, na linha daquela condenada por São Pio X [foto ("colorizada") ao lado], utilizando-se do nome “católico” para enganar os fieis, está se transformando numa anti-igreja, como já o é a extrema-esquerda eclesiástica da Teologia da Libertação, que prega abertamente o igualitarismo comunista, a invasão de propriedades particulares, a luta de classes etc.
Rezemos para que o novo Papa — hoje ignoto, mas que poderemos tomar conhecimento amanhã ou nos próximos dias — desmascare essa anti-igreja, arrancando-lhe o rótulo de “católica”, como o fez o Papa São Pio X, por meio da Encíclica Pascendi Dominici Gregis (8-9-1907), desmascarando a seita “modernista” — qualificada por ele como “síntese de todas as heresias” e “cúmulo infinito de sofismas, com os quais se racha e se destrói toda a religião” —, que também se apresentava como “católica”.
Encerro repetindo o pedido expresso no mencionado artigo do Prof. Plinio:
“Um só gesto vosso [Santo Padre] bastará para salvar. Fazei esse gesto logo nos primeiros dias após vossa eleição. Ela será o pórtico de glória com que se abrirá vosso Pontificado [...]. O Papa ignoto poderá fazer cessar tudo isto de um momento para outro [...]. Para ele se voltam, pois, aflições, preces e esperanças que são minhas, porém não só minhas. Vejamos”.
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