O perigo do Marco Civil
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Ontem telefonei para o Disque Câmara (0800 619 619) e
admirei-me ao constatar que a telefonista não sabia o que era o Marco Civil da
Internet. Nem sequer dispunha de uma estatística das manifestações dos cidadãos
sobre essa proposta legislativa (PL
2126/2011). Segundo ela, o Marco Civil não está
entre os projetos que mais recebem opiniões do público; por isso, o
quantitativo das ligações telefônicas não está prontamente disponível.
É grave
saber que o povo, em sua maioria, ignora o perigo que o ameaça. Se estão se
comunicando com os parlamentares, não estão usando o canal mais prático e
eficiente: o Disque Câmara.
Pretendo
escrever melhor sobre o Marco Civil, mas a urgência do tema não me permite
permanecer em silêncio.
Como diz
o apelido, o Projeto de Lei 2126/2011, enviado à Câmara pela Presidente da
República, pretende ser um "marco" na Internet. Não um marco penal,
definindo crimes e penas. Por enquanto, apenas um marco "civil",
estabelecendo "princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da
Internet no Brasil". No futuro, o governo pretende criar o "marco
penal".
O maior perigo do projeto consiste em sua aparente
inocuidade. Quem o lê naíntegra, parece não encontrar nada de novo. A proposta seria um
"chover no molhado". No entanto, justamente por isso o Marco Civil
requer cuidado. O governo do PT não o teria proposto se não tivesse um
propósito bem preciso. Nem o projeto estaria tramitando em regime de urgência
(como está), se o Partido nada lucrasse com sua aprovação.
Não é
crível que o PT esteja preocupado em zelar pela "privacidade",
"acesso à informação" e "liberdade de expressão" dos
internautas. como aparece no texto. De fato, o PT é, por sua índole, um partido
totalitário. Sempre se notabilizou por cercear a liberdade dos dissidentes, por
censurar as informações desfavoráveis e por impor a todos sua ideologia. Crer
que o PT cuidará para que a Internet seja livre é o mesmo que crer que a raposa
cuidará bem do galinheiro ou que o cabrito será um bom vigia da horta.
Para um partido que ostenta em sua logomarca a cor
vermelha e a estrela de cinco pontas do comunismo, a Internet certamente é uma
ameça. Por meio dela — eis o grande perigo! — o povo pode exercer sua
cidadania. Através da rede mundial de computadores, é possível ter acesso a uma
notícia que os jornais brasileiros não ousaram publicar: o Ministério Público
Federal pediu o bloqueio dos bens de Lula no valor de R$ 9.526.070,64 por
improbidade administrativa. A notícia, publicada no jornal português Correio
da Manhã (ainda) está disponível para
todos.Também é possível ter acesso (ainda) à tramitação da ação
civil pública em que Lula figura como réu.
A
aprovação do Marco Civil pode ser um passo importante para que a Internet, seu
conteúdo e seus usuários fiquem controlados pelo governo petista. Vejamos.
Um dos
fundamentos da disciplina do uso da Internet são os "direitos
humanos" (art. 2º, II). Para quem não se lembra do 3º Programa Nacional de
"Direitos Humanos" (PNDH-3), decretado pelo então presidente Lula com
a assinatura da então Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, o PT considera que
são direitos humanos: o aborto, a prostituição, o homossexualismo, a exclusão
de símbolos religiosos das repartições públicas... Com fundamento no Marco
Civil, se aprovado, o governo poderá requerer o fechamento de um sítio que se
oponha ao aborto, que defenda a família natural ou que discorde da
regulamentação da profissão de "profissionais do sexo". Tudo isso
constituiria uma afronta aos "direitos humanos".
Outro
fundamento é a "pluralidade e a diversidade" (art. 2º, III). Não
devemos pensar que tais palavras sejam inocentes. "Diversidade" é um
termo usado frequentemente para defender as diversas formas de
"orientação" (ou desorientação?) sexual: homossexualismo,
bissexualismo, travestismo. "Pluralidade" pode ser usado para
designar a proibição de se defender a existência de uma verdade absoluta. Não
haveria uma família natural, mas várias "formas" de família, todas
elas convencionais, e que deveriam ser igualmente "respeitadas" em
nome da pluralidade. Um portal católico poderia ser fechado se a doutrina por
ele pregada ofendesse essa "pluralidade".
O
projeto prevê, de maneira ardilosa mas eficaz, a monitoração, filtragem,
análise e fiscalização do conteúdo dos dados que transitam pela Internet.
Vejamos o parágrafo único do artigo 9º:
"Na provisão de conexão à Internet, onerosa ou
gratuita, é vedado monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos
pacotes de dados, ressalvadas
as hipóteses admitidas em lei".
O que
está em negrito é o mais importante: haverá uma lei que permitirá fazer tudo
aquilo que o início da frase proíbe.
O
projeto obriga o administrador de sistema a manter os registros de conexão
(data e hora de início e término de uma conexão, sua duração e o endereço IP
utilizado) pelo prazo de um ano, "nos termos do regulamento" (art. 11, caput).
Haverá portanto, um "regulamento" sobre o assunto a ser decretado
pelo Poder Executivo.
Por
ordem judicial, o provedor de conexão poderá ser obrigado, por certo tempo, a
guardar os registros de acesso a aplicações (funcionalidades) da Internet (Cf.
art. 13, §2º).
Se o
conteúdo da Internet trouxer danos a alguém (por exemplo, danos morais ao PT?),
o juiz poderá emitir uma ordem para tornar indisponível tal conteúdo. Se o
provedor de aplicações não retirar do ar essa matéria no prazo assinalado,
poderá ser responsabilizado pelos danos decorrentes (Cf. art. 15).
Isso, "salvo disposição
legal em contrário" (art. 15). Ou seja, poderá haver uma lei que
obrigue o provedor a responder pelo conteúdo antes mesmo que desobedeça a uma
ordem judicial.
O Marco
Civil pretende de fato ser um marco.
Se aprovado, ele abrirá caminho para outras normas regulamentadoras — decretos,
portarias, medidas provisórias — todas tendentes a tornar efetivo o controle
sobre a rede mundial de computadores. Depois poderá vir a hora do Marco Penal:
a criação de figuras penais (crimes) relativas a condutas que possam pôr em
perigo a hegemonia petista.
Com a
Internet sob controle, o PT terá extinto o último meio do cidadão se defender
contra o totalitarismo. O Brasil poderá tornar-se uma nova Cuba, Venezuela ou
China.
Para evitar essa tragédia, ligue para o Disque Câmara 0800 619 619
Eis algumas sugestões de mensagem "Solicito a Vossa Excelência que vote CONTRA o PL 2126/2011 (Marco Civil da Internet).
Motivo: o Projeto ameaça a liberdade de expressão na Internet e prepara o controle totalitário de seu conteúdo" "Solicito a Vossa Excelência que REJEITE TOTALMENTE o PL 2126/2011 (Marco Civil da Internet).
Motivo: o exercício da cidadania pela Internet é ameaçado por esse projeto que pretende controlar a rede". "Solicito a Vossa Excelência que diga NÃO ao PL 2126/2011 (Marco Civil na Internet).
Motivo: a legislação atual é suficiente para coibir abusos na rede. O projeto tende a instaurar uma ditadura sobre os internautas".
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Um comentário:
Boa Tarde.
Gostaria de fazer aqui a referência ao meu blog e pedir para dar uma espreitadela.
Penso que irá gostar!
Obrigada
http://encontrosfamiliares.wordpress.com
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