11 de abril de 2020

Na Igreja Católica repete-se a Paixão de Nosso Senhor

Apesar da crise na Igreja, ocorrerá com ela, ainda em nossos dias, algo semelhante à Ressurreição de Jesus Cristo 


➤  Paulo Roberto Campos 

A Santa Igreja, bem sabemos, é imortal, mas passa presentemente por uma Paixão — ela é martirizada e, por assim dizer, passa por uma nova “Sexta-Feira Santa”, na qual se procura condená-la e crucificá-la. 

A exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja Católica é perseguida, odiada, abandonada por inúmeros de seus próprios filhos, muitos destes, inclusive, ocupando altas funções em sua hierarquia. Assim, a Igreja muitas vezes parece sepultada sob a pesada pedra de um sepulcro. 

Porém, os verdadeiros fiéis confiam firmemente na promessa de Nosso Salvador a São Pedro: “as portas do inferno não prevalecerão” contra a Igreja (Mt 16,18), e com Ela ocorrerá algo semelhante à Ressurreição do Divino Redentor. Ela poderá ser crucificada, mas um dia triunfará gloriosamente! 

Posta essa conjuntura, nós, católicos que desejamos manter a íntegra fidelidade mesmo nas circunstâncias presentes, nas situações mais amargas e aparentemente sem saída, temos a obrigação de fazer em prol da Igreja e da Cristandade o que outrora realizaram os cruzados para libertar o Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

O texto abaixo — extraído de histórico artigo de Plinio Corrêa de Oliveira publicado na revista Catolicismo (janeiro/1951) — constitui um verdadeiro programa para todos católicos autênticos e nos encoraja à resistência aos males que presentemente nos afligem. 


“Na Idade Média, os cruzados derramaram seu sangue para libertar das mãos dos infiéis o Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo e instituir um Reino Cristão na Terra Santa. [...] Mas o que é o Reino de Cristo, ideal supremo dos católicos? [...] O próprio da Igreja é de produzir uma cultura e uma Civilização Cristã. É de produzir todos os seus frutos numa atmosfera social plenamente católica. O católico deve aspirar a uma civilização católica, como o homem encarcerado num subterrâneo deseja o ar livre, e o pássaro aprisionado anseia por recuperar os espaços infinitos do céu.  
E é esta a nossa finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo romano nasceu a civilização medieval. Caminhamos para a conquista deste ideal, com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os obstáculos, com que os cruzados marcharam para Jerusalém. Porque, se nossos maiores souberam morrer para reconquistar o Sepulcro de Cristo, como não querermos nós, filhos da Igreja como eles, lutar e morrer para restaurar algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo Sepulcro do Salvador, isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para O amarem eternamente?”.

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