✅ Plinio Corrêa de Oliveira
Atingir os objetivos do modo mais completo, rápido e direto possível, eis a preocupação de todo homem sério e sensato. Assim convencidos, os comunistas visaram extirpar a Religião pelos métodos mais violentos e diretos, pondo sua seriedade e sensatez operacionais ao inteiro serviço de seus objetivos errôneos e iníquos.
Alguns passos dados nessa direção, no entanto, os convenceram rapidamente de que desta forma chegariam a um resultado oposto, pois as convicções religiosas da esmagadora maioria dos russos, traumatizados pela violência dos sem-Deus, se transformaram desde logo num formidável potencial de descontentamento. Para os soviéticos, importava no mais alto grau evitar que tal acontecesse, e assim o objetivo da política por eles seguida tomou um matiz peculiar, que se acentuaria cada vez mais no curso dos acontecimentos.
Para arrancar a fé da alma popular, a mão brutal e estúpida do sem-Deus é incomparavelmente menos eficiente do que a mão ungida, macia e jeitosa do mau bispo, do mau padre, da freira degradada. Paralelamente, ninguém é mais eficiente para a propaganda do comunismo do que as pessoas consagradas a Cristo, quando se entregam à prevaricação. Se a Passionária e Ana Pauker [fotos ao lado] tivessem tido a esperteza de se fazerem freiras, por exemplo, teriam sido incomparavelmente mais úteis ao comunismo do que no papel de viragos vermelhas.
Uma vez assentado que o futuro do ateísmo estaria na autodemolição da Igreja, os supremos senhores do comunismo só tinham diante de si um problema: como detectar ou ‘fabricar’ os bispos, os padres, os monges e as freiras que se incumbissem do sinistro mister de matar a Jesus Cristo nas almas. Daí as investigações policiais jeitosas e contatos discretos com poltrões ou ambiciosos, com que detectaram e prepararam logo os agentes da autodemolição.
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Excertos do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira publicado na “Folha de S. Paulo” em 26-9-1971.
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