9 de julho de 2025

As guerras têm como principal causa os pecados das nações


 

Na edição de março último, a revista Catolicismo publicou trecho de uma matéria do Prof. Plinio concernida na memorável polêmica que travou com os periódicos Kierunki e Zycie i Mysl, ambos pertencentes ao grupo progressista polonês Pax

Em continuação, a revista reproduziu, na edição de maio, outro oportuno trecho dessa matéria, estampada originalmente na edição de Catolicismo de novembro/1965. 

Aqui segue a transcrição de tal trecho.




  Plinio Corrêa de Oliveira

Santo Agostinho defende a tese de que não podendo as nações ser recompensadas nem castigadas na outra vida, recebem neste mundo mesmo o prêmio de suas boas ações e a punição de seus crimes. 

Assim, se queremos evitar as guerras e as hecatombes, combatamo-las em suas causas. A corrupção das ideias e dos costumes, a impiedade oficial dos Estados leigos, a oposição cada vez mais frequente entre as leis positivas e a Lei de Deus, isto sim, é que nos expõe à cólera e ao castigo do Criador, e nos conduz mais do que tudo, à guerra. 

Se, para evitá-la, cometessem as nações do Ocidente um pecado maior do que os atuais, como seria a aceitação de existir sob o jugo comunista em condições que a moral católica reprova, desafiariam desse modo a ira de Deus e chamariam sobre si os efeitos de sua cólera. 

E isto tanto mais quanto a concessão que hoje se fizesse com referência à abolição da propriedade privada, amanhã teria de ser repetida com relação à abolição da família e assim por diante. Pois assim procede com inexorável intransigência a tática das imposições sucessivas, inerente ao espírito do comunismo internacional. Desse modo, até que torpeza, até que abismo, até que apostasia não rolaríamos? 

A existência humana, sem instituições necessárias como a propriedade e a família, não vale a pena de ser vivida. Sacrificar uma ou outra, para evitar a catástrofe, não importa em “propter vitam vivendi perdere causas”? [para viver, perder aquilo que é a razão de ser da vida]. Para que viver num mundo transformado em uma imensa senzala de escravos atirados a uma promiscuidade animal? 

Em face da opção dramática da hora presente, que este artigo procura pôr em evidência, não raciocinemos como ateus, que ponderam os prós e os contras como se Deus não existisse. 

Um ato supremo e heroico de fidelidade, nesta hora, poderia apagar diante de Deus uma multidão de pecados, inclinando-O a afastar o cataclismo que se aproxima. 

Um ato de fidelidade heroica... um ato de inteira e heroica confiança no Coração d’Aquele que disse: “Aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de Coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mat. 11, 29). 

Sim, confiemos em Deus. Confiemos na sua Misericórdia, cujo canal é o Coração Imaculado de Maria.

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