6 de julho de 2025

CARDEAL MINDSZENTY — (1975 – 2025)

O Cardeal József Mindszenty, Arcebispo-Príncipe de Esztergom-Budapeste, indômito herói anticomunista da Hungria, exemplo do destemido combate católico.


Fonte: Editorial da Revista Catolicismo, Nº 895, Julho/2025

“Derrotado, venceu” (em latim, Devictus, vincit). Lema episcopal escolhido pelo Cardeal József Mindszenty em 1944. 
O lema bem expressa sua vida de luta, pois, mesmo derrotado, venceu no sentido análogo ao de Nosso Senhor Jesus Cristo, que aparentemente “derrotado” — pois fora crucificado —, triunfou da morte, redimiu o gênero humano, ressuscitou, abriu as portas do Céu e estabeleceu a Santa Igreja Católica Apostólica Romana. 

O prelado húngaro, Arcebispo-Príncipe de Esztergom-Budapeste, apesar de morrer no exílio em Viena, em 1975, terminou seus dias vitorioso e carregado de honra, pois teve a coragem de enfrentar o tirânico governo comunista que havia subjugado sua pátria. 

Várias vezes preso e torturado cruelmente por agentes do comunismo, permaneceu inquebrantável. Ele teve a coragem de suportar as dores da perseguição, especialmente uma dor ainda mais cruel: a provação de ver as mais altas autoridades da própria Igreja Católica pedir-lhe para cessar sua luta anticomunista. 

Mas o Cardeal Mindszenty continuou a resistir destemidamente, atuando contra vários programas do governo comunista húngaro, como por exemplo a Reforma Agrária, o divórcio, o ensino marxista nas escolas, a estatização socialista etc. 

As autoridades eclesiásticas agiam para estabelecer um acordo entre a Igreja e o Estado comunista, com o qual Ela se submeteria aos projetos do Kremlin. Desse modo, haveria uma coexistência pacífica entre o Vaticano e Moscou. Esse embate levou o jornal londrino The Sunday Telegraph a descrever assim vida do Cardeal Mindszenty: “Crucificado pelo Kremlin e traído pelo Vaticano”

Queriam que o Cardeal ficasse em silêncio, mas, obviamente, isso ele considerava uma cumplicidade com o bolchevismo e até mesmo uma traição ao ensino perene da Igreja. 

Aquela atitude do alto clero progressista-colaboracionista — da época do Concílio Vaticano II nos pontificados de João XXIII e Paulo VI — foi bem oposta à do Papa anterior, Pio XII, ao comentar, em junho de 1956, que a resistência de Mindszenty “causava admiração aos Anjos de Deus”

Em 10 de dezembro de 1948,
manifestação católica em
apoio ao Cardeal Mindszenty
O Cardeal teria sido um derrotado aos olhos dos homens e de Deus se tivesse capitulado, mas se tornou um símbolo imortal da resistência ao comunismo e ao progressismo ecumenista; ele estimulou com seu exemplo os católicos do mundo inteiro a não cruzarem os braços no bom combate. 

Destacamos aqui um aspecto da admirável vida do invencível Cardeal József Mindszenty, mas com a leitura da matéria de capa da edição deste mês da revista Catolicismo, comemorativa do cinquentenário da morte do heroico prelado, o leitor se encantará com vários outros aspectos do seu bom e exemplar combate.

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