13 de agosto de 2025

ASSUNÇÃO — Triunfo da Santíssima Virgem, Glória da Santa Igreja

 Assunção da Virgem (Iluminura) – Mestre de Jaime IV da Escócia (1465-1541). Coleção Getty Center, Los Angeles (EUA). No belíssimo quadro, o artista pintou também um Anjo entregando a São Tomé um cordão. Segundo a tradição, ele chegou atrasado no momento em que Ela foi assunta ao Céu. Como consolação, Ela lançou para o Apóstolo o seu cinto (relíquia hoje venerada na Catedral de Prato, Itália). À esquerda do quadro a representação dos Apóstolos levando o Imaculado Corpo da Santíssima Virgem.


“Maria subiu aos Céus Regozijai-vos com os Anjos Regozijai-vos porque Ela reina com Cristo!” 


Fonte: Editorial da Revista Catolicismo, Nº 896, Agosto/2025

Muito bem relacionada com a recepção e coroação da Santíssima Virgem no Céu, sua gloriosa Assunção em corpo e alma é celebrada no dia 15 de agosto de cada ano. Neste, uma efeméride precisa ser especialmente comemorada: 75 anos da proclamação do Dogma da Assunção

Este foi o mais recente dogma proclamado pelo Supremo Magistério, um ato soleníssimo realizado pelo Papa Pio XII em 1950, numa grandiosa cerimônia na Praça de São Pedro com centenas de milhares de fiéis, sobretudo italianos, mas também de todas as partes do mundo. 

Foi um gáudio universal, pois havia muitos anos se esperava a confirmação como verdade de fé de uma devoção nascida desde os tempos mais remotos; uma maravilha arrebatadora que honrou a mais solar pureza de corpo e de alma d’Aquela que é “mais pura do que a neve”.

Era tal a magnitude do amor de Nossa Senhora por seu Divino Filho, que a vida não resistiu. Ela adormeceu no sono da morte, sem nenhuma dilaceração, trauma ou corrupção corpórea — o que é inerente a todos nós mortais —, pois concebida sem pecado original, viveu isenta de qualquer mancha. Como poeticamente bem expressa o “imperador da língua portuguesa”, o Padre Vieira: “Não era decoro que o ventre que trouxera Deus, a carne que Lhe dera carne, fosse entregue à podridão do sepulcro”

São Francisco de Sales (séc. XVII) fez um sermão muito ousado, quando afirmou que a Assunção de Nossa Senhora foi ainda mais gloriosa e triunfante do que a própria Ascensão de Nosso Senhor aos Céus. Por quê? — Segundo este grande santo bispo de Genebra, na Ascensão os Anjos vieram ao encontro de Jesus, mas na Assunção da Imaculada, além dos Anjos, o próprio Jesus veio novamente à Terra para honrar e A levar ao Paraíso celeste, onde foi exaltada e coroada como Rainha do Céu e da Terra. 

Essa sublime trasladação — privilégio único na História — foi um acontecimento tão belo e portentoso, que deveria ser feriado em todos os países. Infelizmente só o é em alguns, como Áustria, Colômbia, Espanha, França, Itália, Portugal e alguns outros. No Brasil, é feriado apenas em algumas cidades, como Belo Horizonte e Fortaleza, onde Ela é padroeira. 

Certamente o será no Reino do Imaculado Coração de Maria — época que virá, como previsto por São Luís Grignion de Montfort (grande missionário francês do século XVII) e conforme promessa feita em Fátima em 1917 —, a fim de que a Assunção seja plenamente rememorada universalmente para maior glória da Santa Mãe de Deus e de todos seus filhos nesta Terra de exílio. 

É nesse mesmo sentido, para a maior glória d’Ela, que Catolicismo presta sua homenagem com a matéria de capa da edição deste mês, comemorativa do 75º aniversário da proclamação do Dogma da Assunção.

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