Nossa Senhora entrega o Rosário a São Domingos
– Bartolomé Esteban Murillo (1617-1682)
✅ Plinio Corrêa de Oliveira*
Segundo alguns autores, a devoção do Santo Rosário remonta aos primórdios da vida monástica. É opinião desses autores que Santa Brígida, padroeira da Irlanda, já no século V, costumava contar com pequenos glóbulos de madeira ou pedra as orações impostas pelos superiores, em geral Padre-Nossos e Ave-Marias. Teríamos assim um esboço do que hoje conhecemos sob o nome de “terço” ou “Rosário”.
Como quer que seja, é a São Domingos de Gusmão (1170 - 1221) que se deve o Rosário como hoje o possuímos, bem como a propagação de devoção tão salutar. Foi o fundador da Ordem dos Frades Pregadores — hoje mais conhecida como Ordem Dominicana — que aos Padre-Nossos e Ave-Marias, junto à meditação sobre as alegrias, dores e triunfos da Virgem Mãe [a respeito, veja Catolicismo Agosto/2021].
Confirmação celeste
No século XIII os albigenses infestavam todo o norte da Itália e sul da França, afastando os fiéis da Igreja e os colocando no caminho da perdição. Em vão pregou São Domingos contra os erros da heresia. Um dia em que rezava angustiado à Virgem Mãe de Deus lhe viesse em auxílio na sua campanha pela Igreja e pelas almas, Maria Santíssima apareceu-lhe e ordenou-lhe que propagasse o Santo Rosário, como arma singular contra erros e vícios. E, realmente, a recitação do Santo Rosário atraiu os fiéis às meditações dos mistérios da vida de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, rezados pelos albigenses, meditação eficaz, pois seguiu-se lhe um reflorescimento da Fé e melhoria dos costumes. Tornou-se então o Rosário a devoção popular, o ABC da salvação para os iletrados, o compêndio prodigioso dos Santos Evangelhos e da vida católica para todos os fiéis.
Favores obtidos
Depois da conquista dos albigenses, a Santa Igreja sempre recorreu a esta arma poderosíssima contra todos os seus inimigos. Além da vitória de Muret contra os albigenses (1213), o Santo Rosário protegeu as armas católicas contra os turcos em Lepanto (7 de outubro de 1571), em Viena (1683), em Ceuta (1697) e em outros pontos.
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* Trecho de artigo de Plinio Corrêa de Oliveira no “Legionário” em 1 de outubro de 1939.
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