31 de outubro de 2023

“Quem tem a Deus, nada lhe falta”


✅  Plinio Maria Solimeo 

A grande Doutora da Igreja, Santa Teresa d’Ávila, com o voo de águia que lhe é caraterístico, recomenda aos que se atribulam com os afazeres deste mundo: 

“Nada te perturbe, 
Nada te espante, 
Tudo passa, 
Só Deus não muda. 
A paciência Tudo alcança, 
Quem tem Deus, 
Nada lhe falta. 
Só Deus basta.” 

O imortal poeta Luís de Camões diz a mesma coisa com outras palavras:

“Tu que descanso buscas com cuidado, 
neste mar de vida tempestuoso, 
não esperes encontrar nenhum repouso 
senão em Cristo Jesus crucificado” 

Estes belíssimos conselhos mostram o único remédio para todos os males do mundo. Pois é por causa do seu crescente afastamento de Deus que ele se debate hoje em crises e problemas sem fim, buscando soluções onde não as pode encontrar. 

A jornalista americana Teresa Mull [foto] dedicou um livro e um artigo, publicado no site Church.pop, demonstrando essa verdade tão esquecida. É nele sobretudo que nos baseamos .

Teresa Mull começa o artigo com uma informação aterradora: “A crise de saúde mental dos Estados Unidos está se agravando, especialmente entre os jovens de nosso país. A NBC informou que um grande hospital infantil em San Diego viu um ‘aumento de 30% de crianças passando por crises de saúde mental’ e ‘algumas crianças de até seis anos chegaram ao pronto-socorro com pensamentos suicidas’”. 

Isso que ocorre nos Estados Unidos é um problema que abala o mundo inteiro, incluindo o Brasil. 

Em nossa pátria, “o suicídio infantil é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e tem crescido também entre crianças de 5 a 14 anos, tanto no Brasil quanto no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) [...] Se contados os casos [No Brasil] de suicídio infantil registrados nos últimos 25 anos pelo Ministério da Saúde, o número chega a 3,2 mil”

Referindo-se aos suicídios em geral em nosso País, Bruno de Feitas Moura escreveu no site do UOL em 30 de julho deste ano: “O número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em 2022 na comparação com 2021 [...]. Em 2021, foram 14.475 suicídios. Em termos proporcionais, o Brasil teve 8 suicídios por 100 mil habitantes em 2022, contra 7,2 em 2021”

Pergunta Teresa Mull: “O que está por trás de nossas taxas crescentes de transtornos de saúde mental [que isso representa]? Como nossa cultura chegou a esse ponto e por que, apesar das hospitalizações, medicamentos e terapias, nossa saúde mental coletiva continua em declínio?” 

O psicólogo Antônio Augusto Pinto Junior afirma a respeito desses “transtornos mentais”: “Os principais transtornos apresentados [pelos suicidas] são ansiedade e depressão, com queixa de desamparo atrelado à perda de referências simbólicas, o que produz uma forma de angústia que, muitas vezes, figura como um excesso emocional que acompanha uma interrupção do sentido de vida”.

É de se notar que ele apresenta a “perda de referências simbólicas... que produz uma forma de angústia”. Ou seja, a falta de algo que dê sentido à vida e torne mais suportáveis as vicissitudes que encontramos cada dia neste Vale de Lágrimas. 

Pois, explica a Sra. Mull: “Como nosso mundo prioriza a conveniência, o prazer e a gratificação instantânea acima de tudo, o éthos contemporâneo é que a ‘felicidade’, manifestada no prazer físico e emocional, é tudo o que importa e é um fim em si mesmo”. Ora, dizemos nós, quando não se atinge esse fim, a vida torna-se sem sentido. O que dá em frustração, angústia e depressão, que pode levar ao suicídio. 

Explica a jornalista: “O mundo moderno e ‘woke’ tenta enganar Deus — contornando as leis da natureza através de pílulas para emagrecer, pílulas de felicidade, cirurgias estéticas — tudo menos praticar a introspecção e a disciplina que provaram desde tempos imemoriais satisfazer o anseio do homem tanto quanto é possível neste mundo. O que os woke rejeitam é que Deus seja a ‘única solução!’” 

Pois, segundo ela, “um problema fundamental na vida moderna é que poucas pessoas dedicam tempo para refletir sobre sua existência e propósito, e se seus hábitos diários as levam no rumo longe de um produto final com o qual ficarão satisfeitas quando, em seu leito de morte, refletirem sobre ele”. 

“Não é coincidência que, à medida que a crença dos Estados Unidos em Deus e na fé cristã atingem baixos níveis recordes, também nossos níveis de felicidade sofrem com isso. Apesar de todos os nossos espantosos avanços tecnológicos e riqueza material generalizada, nós, como nação, temos maior depressão, menos amigos e maior alienação do que nossos pais ou avós, porque estamos abandonando o cristianismo — o pilar que mantém a civilização ocidental unida desde seu início e a única e verdadeira fonte da paz terrena”. 

Mais uma vez: é o que se dá em todo o mundo em maior ou menor medida.

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